sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Macapá uma cidade que pede socorro!

Com o sistema viário em condições precárias e dificuldades orçamentárias problemas urbanos empurram Macapá para um beco sem saída.
As primeiras estimativas indicam que para melhorar as ruas e avenidas de Macapá são necessários R$ 107 milhões por ano, durante oito anos.
Passados quatro anos desde os primeiros levantamentos em 2008, realização de debates nas universidades e nas faculdades, nas comunidades e nos órgãos municipais e estaduais, poucas providências foram tomadas e as que foram tomadas, não alcançaram os resultados que precisavam ser alcançados, tanto que os setores em crise no final do governo do prefeito João Henrique, continuam, na prática, na mesma situação, no final do governo do prefeito Roberto Góes.
As principais conseqüências se concentraram no agravamento da situação urbana e na falta de definição de um plano executivo para conter a acelerada destruição das vias e praças, além de outros problemas que não foram resolvidos, como: transporte urbano, obras inacabadas, sinalização das vias e uma disciplina no uso dos serviços da prefeitura municipal.
O orçamento do município, muito embora supere os 500 milhões de reais, está comprometido com a folha de pagamento e a manutenção de atividades, sem margem para aplicar na aquisição de equipamentos e material para melhorar a infraestrutura urbana, piorando o grau de confiança que tem a população hoje na administração municipal.
O crescimento da receita que já não acompanhava o crescimento das demandas a serem enfrentadas pela Administração, piorou nos dois últimos anos, principalmente com relação à arrecadação própria, que deixa o Macapá, em comparação com as cidades de seu porte populacional, na penúltima colocação em arrecadação própria.

AS ELEIÇÕES DE 2012
Para disputar as eleições em Macapá, as duas zonas eleitorais de Macapá receberam o pedido de registro de candidaturas de 7 candidatos a prefeito e 7 candidatos a vice-prefeito, entre os pedidos de registro de candidatura estava o do atual prefeito, Roberto Góes, que se inscreve para renovar mandato que encerra a vigência no dia 31 de dezembro deste ano.
Um dos candidatos a prefeito e a respectiva candidata a vice-prefeita tiveram o pedido de registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral ficando assim, apenas seis os postulantes ao cargo majoritário no Município de Macapá, que conta com 253.365 eleitores aptos a votar na eleição do dia 7 de outubro.
Os planos de governo apresentados por ocasião do pedido de registro de candidatura, nenhum deles trata a questão da cidade de Macapá com a urgência que emerge, aos gritos, das camadas sociais. Preferem listar o trivial e o genérico, claramente deixando as questões agudas, como recuperação do sistema viário, reorganização do transporte coletivo, recuperação do sistema de arrecadação municipal, profissionalização das relações institucionais, tanto dentro como fora dos limites da administração municipal.
No horário eleitoral gratuito os candidatos preferem não falar em metas, em planos, programas ou projetos. Também adotam o genérico e refazem o caminho já trilhado (e que não deu certo) da parceria.

A IMPRTÂNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL
O resultado da eleição de 2008 trouxe uma renovação de 2/3 dos vereadores do município, além de acrescentar uma vaga, passando de 15 para 16 o número de cadeiras na Câmara Municipal de Macapá. A Câmara de 2013 já começa com 23 vereadores.
Na Legislatura 2009/2012 que está encerrando, as 16 vagas de vereador, foram ocupadas por 11 novatos, a maioria constituída de jovens, iniciantes na política e, por isso, carecendo de experiência para suprir a necessidade de contribuição para o processo de modificação do plano de desenvolvimento para o município.
O sucesso dos membros do parlamento mirim da Capital não foi o esperado. Boa parte do insucesso pode ser debitada às duas cassações de vereador havidas no período e à estranha eleição do presidente da Mesa Diretora para dois mandatos no cargo, que deixaram os próprios vereadores desconfiados, estreitando a faixa de audácia e diminuíram a participação nas questões mais agudas do Município.
Reconhecem os próprios vereadores que não contribuíram como podiam, principalmente com as inovações, tanto no exercício do mandato, como no conhecimento geral e as novidades representadas por atitudes correspondentes. Muitos deles já conhecedores da importância das redes sociais, poderia ter contribuído, bem mais, no processo de modernização do trato das questões do município e na linguagem com a população.
 
O PLANO DE RECUPERAÇÃO DA CIDADE
O plano de recuperação da cidade pode se dividido em duas fases: a primeira fase apoiada em um acordo político-administrativo da qual participam representantes do governo do Estado, da Prefeitura de Macapá, do Ministério das Cidades, com o suporte dos parlamentares federais, estaduais e municipais;
A outra fase, com a participação de técnicos e especialistas em desenvolvimento urbano, social e econômico que, com a participação direta das suas representações profissionais e sociais, adotariam as propostas do plano de recuperação da cidade, sendo responsáveis pela avaliação das propostas públicas na visão dos beneficiados – a população.
Em um espaço de elaboração, aprovação e execução do plano não pode ser inferior a oito anos, a partir do exercício de 2013, quando assumem os novos gestores e parlamentares municipais.

O PREÇO DO PLANO
Para definir o preço total do plano de construção de 640 km de vias (ruas, avenidas, travessas, passarelas e ciclovias) constando de títulos como: preparação da infraestrutura (base, sub-base e pavimento) e lançamento da capa asfáltica usinada a quente (AAUQ) ou do concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ).
Calçadas de 3 metros, com meio fio e linha d’água, pista de rolamento e faixa de estacionamento, tudo sinalizado.
Para efeito de calculo, foi levantado o preço de um metro linear de via, nos 14 metros de caixa, largura média entre os limites dos terrenos urbanos em Macapá que ficam um em frente ao outro.
Os 14 metros de caixa são distribuídos da seguinte forma: 2,8 m de calçada + 0,2 m de meio fio + 8,0 m de pista (duas faixas de rolamento e duas faixas de estacionamento) + 0,2 de meio fio e mais 2,8 metros de calçada.
Quando possível, prever logo a construção de ciclovias em áreas de especial uso pelos ciclistas, considerando a densidade para o tráfego de bicicleta e a proximidade do local de trabalho dos profissionais trabalhadores.
Uma composição de preço para um metro linear desse perfil é a seguinte (considerando a média dos preços para recuperação e construção da base para a capa asfáltica):
 
Item
Produto ou serviço
Unidade
P. Unitário
(R$)
Quantidade
P. Total
01
Recuperação de base (*)
m2
18,00
14,00
252,00
02
Construção de calçada
m2
63,60
5,60
356,16
03
Meio fio e linha d’água
ml
46,80
1,00
46,80
04
Imprimação
m2
4,09
8,00
32,72
05
Capa asfáltica de 5 cm
m2
22,48
8,00
179,84
06
    Total ..................
 
 
 
870,52

(*) Este preço varia conforme o local da via e o estado da via.
 
O VALOR TOTA
A proposta é construir 80 km de via por ano, que a um preço do serviço a R$ 870,52 por metro linear, da um total de (R$ 870,52 x 80.000) sessenta e nove milhões seiscentos e quarenta e um mil e seiscentos reais (R$ 69.641.600,00) por ano e durante os 8 anos (8 x 80 km = 640 km) se teria recuperado aproximadamente 2/3 das vias da cidade ao custo total de R$ 557.132.800,00.

SINALIZAÇÃO
Para efeito de cálculo se utiliza 5% do total gasto nas vias para a execução da sinalização horizontal, vertical e semafórica, o que daria em torno de R$ 27,86 milhões de reais.
 
DRENAGEM
Muitas vias que, para efeito de cálculo, vamos considerar a metade (50%), teriam que receber o lançamento da drenagem com tubos enterrados e, nesse caso, ainda ateríamos que acrescentar no preço das vias os custos com a realização dos serviços de drenagem do tipo galeria de águas pluviais tubulares e que tem os seguinte componentes: 1) movimentação de terra; 2) tubulação; 3) obras de artes especiais (poço de visita, boca de lobo em alvenaria e muro de ala).
O preço médio para esse serviço, estimado por metro linear é de R$ 852.
O total seria, portanto, de R$ 852,00 x 320.000 metros (metade da extensão total), dando um total de R$ 272,64 milhões para os 8 anos de serviços.

VALOR TOTAL DO PROJETO

 
Ordem
 
Serviço
Valor
(x R$ 1.000.000,00)
01
Recuperação das vias, construção de calçadas e meio fio.
557,13 milhões
 
02
Serviço de sinalização
27,86 milhões
 
03
Serviço de drenagem
 272,64 milhões
 
            Total .................................................
857,63 milhões

O que implica dizer que será necessário um aporte anual, a partir de 2013, somente para recuperar as vias da cidade de Macapá, de R$ 107.203.375,00 (cento e sete milhões, duzentos e três mil, trezentos e setenta e cinco mil reais) até o ano de 2020.

 

 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Horário Eleitoral Gratuito

Rodolfo Juarez
Depois de uma semana, o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão deste ano, tem se revelado um dos mais fracos dos últimos pleitos.
Os marqueteiros não conseguem inovar e muito menos, abandonar os velhos truques e utilizar o que há de mais avançado, mesmo aqui no norte do País, no que se refere à direção e arte, principalmente nos programas para a televisão.
Pesquisas feitas no final de semana revelam que a propaganda eleitoral influencia no resultado da eleição, de acordo com a informação contida nas mensagens que são dirigidas ao eleitor, diretamente pelo candidato ou indiretamente através flashes criativos o oportunos mostrados durante o programa.
Mais de 60% do eleitorado confirma que o horário eleitoral gratuito no rádio e na tv é importante para o eleitor e deve ser mantido.
Ora, se a maioria do eleitorado acha importantes os programas é preciso que eles sejam aproveitados da melhor forma pelos candidatos e não apenas para usar o tempo que é disponibilizado à coligação ou ao partido.
Percebe-se que os coordenadores das campanhas têm considerado as inserções no rádio e na tv mais importantes que os programas do horário eleitoral gratuito. Lá, na inserção, está reservado o espaço para mostrar o que os marqueteiros consideram os pontos mais fortes dos candidatos.
Essa constatação pode ser o resultado de uma das duas avaliações feitas pelas respectivas coordenações de campanha: ou consideram que a inserção alcança maior público votante ou que se valem dela apenas como complemento aos pontos levantados no programa eleitoral gratuito do partido ou da coligação.
Mesmo com a aprovação popular do programa gratuito, algumas questões estão em estudo com relação àqueles programas.
Uma delas é a repartição do tempo.
Já é predominante a tese de que o horário eleitoral gratuito no rádio e na tv deve ter o maior peso conforme o número de candidatos apresentados pela coligação ou pelo partido no caso de concorrer solteiro.
A regra atual está propiciando uma espécie de negócio feito por partidos que têm grande representação no Congresso Nacional, em uma eleição que nada tem a ver com a composição daquele poder – a eleição é municipal.
Alguns dos candidatos a prefeito do município de Macapá, por exemplo, preferiram aliança com alguns partidos muito mais pelo tempo que tem na televisão e no rádio, do que pela proximidade que tem de seu ideário, ou capacidade de atração eleitoral.
Essa situação é uma das contradições do modelo de divisão do horário eleitoral que, em tese, está sustentado pela proposta de isonomia entre os candidatos, mas que na prática, se revela um desconstituinte dessa isonomia, uma vez que, hoje, uma aliança “bem feita” significa uma aliança que dê maior espaço no rádio e na televisão.
A divisão paritária entre os disputantes, através das coligações ou dos partidos, quando concorrerem “solteiros” é uma proposta que está ganhando corpo e que parece muito mais adequada à proposta principal – igualdade de oportunidade.
Mas enquanto alguns candidatos a prefeito têm muito tempo e outros tão pouco tempo para apresentar as suas propostas, os prejuízos à sociedade, ao eleitor e aos próprios candidatos, continuam sendo anotados e o reflexo vem em forma de resultados que não elegem os verdadeiros lideres e deixam para os demagogos aberta as oportunidades que aumentam os níveis de erro do eleitor.
Basta acompanhar os períodos dos conchavos e das eleições para perceber que a negociação tem como uma das prioridades o tempo no rádio e na tv que determinado partido “trás para a coligação”.
Um erro que se transforma, em regra, em péssimas administrações.

 

sábado, 25 de agosto de 2012

Eleições 2012: A quebra do contrato

Rodolfo Juarez
À exceção do mandato de senador que é de 8 anos, todos os outros mandatos eletivos têm a duração de 4 anos: presidente, governador, prefeito, deputado federal, deputado estadual e vereador.
O problema é que no meio dos mandatos de 4 anos está programada uma eleição – municipais, no meio dos mandatos regionais e do mandato nacional; regionais e nacional no meio dos mandatos municipais
Mesmo sendo do seu dia-a-dia os mandatários dos partidos políticos ainda não encontraram uma fórmula para manter distante das influências das campanhas eleitorais o exercício dos mandatos conquistados por seus filiados na Administração Pública.
Uma eleição interfere no cumprimento do mandato conquista na outra, mesmo que se esforcem os negociadores para que sejam cumpridos os acordos e preservadas as relações políticas.
Não adianta esperar que os acertos fechados durante uma campanha sejam mantidos na campanha intermediária, sem rompimento dos compromissos que viabilizaram a conquista do mandato, seja ele de presidente da república ou de vereador. Sempre uma parte ou outra acaba quebrando o “contrato”.
As eleições municipais deste ano já estão fazendo as suas vítimas e materializando a quebra do contrato tido e havido como á ser cumprido “independente de qualquer coisa”.
A exoneração do comunista brasileiro, do Partido Comunista do Brasil, Luiz Pingarilho, da Secretaria de Estado da Cultura do Esporte e Lazer do Governo do Estado é o exemplo material da fragilidade dos contratos firmados e que são sustentados por ações políticas pretéritas.
Provavelmente esta seja a constatação mais comum do entrelaçamento das campanhas, sejam elas realizadas separadas ou isoladamente, mesmo que de dois em dois anos.
Nem os mandatários reconhecem o esforço passado do aliado e muito menos o aliado reconhece que a recompensa que recebe pelo apoio pretérito é dentro dos reduzidos limites de confiança do gestor público que detém o mandato.
O PC do B, depois de decisão da direção nacional, definiu que, no Amapá o partido teria candidato próprio para prefeito da Capital. Claro que essa decisão influencia na relação anterior com o PSB que, por ter o governador do Estado preferência por candidatura própria do seu partido, mesmo tendo que “atropelar” PT que engoliu a seco, vendo descumprido o acordo fechado para as eleições de 2010 e acatando permanecer, em 2012, na “garupa” dos socialistas brasileiros do Amapá.
Para o PT não contabilizar mais prejuízos do que não ter o candidato “na cabeça de chapa” teve que engolir, apresentou um candidato sem teste de urna para ser vice e garantiu os cargos de confiança que tem no Governo e ainda preservou a importância da vice-governadora na administração estadual.
O eleitor está vendo tudo e sendo informado de tudo e é exatamente ele quem vai julgar todos os comportamentos.
Os mesmos problemas, mesmo em dimensão menores, são enfrentados na outra frente desfeita da eleição de 2008, quando PDT e DEM saíram juntos e ganharam o mandato de prefeito e vice-prefeito respectivamente. Agora, separados, terão que vencer os problemas decorrentes da separação.
A substituição do DEM pelo PSD na chapa do PDT que concorre à reeleição ao cargo de prefeito e vice-prefeito de Macapá, também está sob o julgamento do eleitor.
O PDT, que concorre à titularidade (prefeito) está adotando a mesma estratégia de 2008, já o PR, em atitude defensiva ou de preservação, preferiu enfrentas as eleições proporcionais como partido “solteiro”, não se aliando inclusive ao PDT nas proporcionais, deixando claro que, em caso de insucesso no dia 7 de outubro ou no dia 28, tem uma linha de preservação que pode ser sustentada pela forma que adotou nas eleições proporcionais.
Pingarilho foi apenas a primeira vítima do processo e, certamente, não será a última.

Macapá: o palanque da cidade

Rodolfo Juarez
Agora posso dizer que tenho intimidade com a Cidade de Macapá. Foi a cidade quem me deu essa liberdade, afinal de contas toda vez que tive oportunidade de fazê-la mais bonita, mais estrutura, não para uma festa, para um dia, para uma semana, mas para tempos bem mais longos, assim procedi e os testemunhos perduram por ai em forma de prédios, de vias, de integração entre a cidade e o interior.
É por isso que, às vezes, sinto que ela quer falar comigo para cobrar ou simplesmente comentar o que está acontecendo em alguns momento.
Pois é, desta feita quis detalhes. Quer explicações para entender porque algumas pessoas estão dizendo que querem fazer da cidade um local melhor para aqueles que nela moram
Bastou prestar um pouco mais de atenção para entender o que Macapá queria comentar sobre o que foi dito esta semana principalmente.
Ora! Todos sabem que estamos às vésperas das eleições municipais, quando o eleitor terá a oportunidade de escolher o prefeito, o vice-prefeito e os vereadores, diretamente pelo voto, sem a interferência de ninguém, a não se que assim o eleitor queira.
Logo é um período muito especial, onde os papéis, na prática, se invertem: os que mandavam, pedem; e os que pediam, mandam.
Mas não é isso que a cidade de Macapá queria saber.
Ela queria saber por que, aqueles mesmos que tiveram a oportunidade de fazer, não fizeram até agora e, justamente agora, se dizem dispostos a fazer o que não fizeram.
Não sei se me entenderam. Mas era exatamente isso que a cidade queria saber.
Vou te contar! A Cidade está muito chocada com algumas dessas figuras. Prometeu até que vai me dizer o nome daqueles que ela não suporta mais. Não só para mim, mas para todos aqueles que estão tendo a oportunidade de escolher o prefeito. Principalmente o prefeito.
Já viu choro, bravatas, mentiras, promessas, caretices, sorrisos e até fantasmas, entre muitos que aparecem na televisão, dizendo o que querem dizer e não dizendo o que o eleitor quer que digam.
Mas, na rápida conversa que tivemos, a cidade disse que está muito desconfiada. É por isso que está disposta a mudar de estratégia e falar com todos. Pensa até montar um palanque – o Palanque da Cidade, onde dará, de uma vez só, o seu testemunho, na esperança de ser ouvida por todos os eleitores, uma vez que ela não tem direito ao horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e está desconfiada também, do que os mensageiros dos candidatos estão dizendo, de forma indireta, tanto no rádio como na televisão.
A cidade confidenciou-me que queria fazer um pedido aos candidatos. A todos eles, pois, argumenta: já não agüenta mais tanta promessa.
Ela, a cidade, queria que os candidatos fossem sinceros! Que eles falassem apenas a verdade, nada mais que a verdade!
Mas também disse que nem tudo o que foi dito, foi perdido. Argumenta que alguns disseram a verdade. Uma verdade que machuca a cidade – disseram que ela estava feia, maltratada, abandonada e desrespeitada.
Quer mais que isso para mostrar o caminho da depressão para quem quer que seja. E quando se faz isso com a cidade que se ama, conforme é afirmado e reafirmado todos os dias publicamente.
Já encerrando o rápido papo comigo, a cidade de Macapá pediu para levar um recado aos candidatos – que a tratem melhor, que não a chamem mais de feia e abandonada.
Garante que ainda está suportando, mas não demora a paciência pode acabar e ela rogar praga para os que a ofendem agora e todas as vezes que podem fazer alguma coisa e não fazem.
Saiu repetindo: essa ofensa é imperdoável, essa ofensa é imperdoável, essa ofensa é imperdoável!

 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Os candidatos no rádio e na tv

Rodolfo Juarez
Começou a temporada dos candidatos na televisão e no rádio. Uma oportunidade que o legislador nacional encontrou para diminuir as disparidades entre os candidatos que podem mais daqueles nada podem.
Pelo menos, no rádio e na tv, os postulantes aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador aparecem com suas propostas, algumas espetaculares, outras impossíveis, mas junto com essas propostas, algumas que não passam de embuste ou sonho mal sonhado.
A aparição na televisão acaba sendo parte de um filtro importante para o eleitor, não pelos programas que podem ser executados, mas pelo perfil de muitos que, ou estão para brincadeira ou, simplesmente, não sabem o que realmente podem estar fazendo na campanha e muito menos poderia fazer na câmara.
Já faz tempo que o programa eleitoral gratuito deixou de ser um veículo de escolha para ser um modo de separação entre os que têm o que dizer os que dizem nada, ou quando dizem, o fazem tão sem sentido que é imediatamente descartado.
Mas a proposta do horário eleitoral gratuito, que tinha um objetivo, virou de ponta cabeça, mas passou a oferecer outra oportunidade para o eleitor – tirar de cena os candidatos considerados fracos ou sem propostas.
É claro que o eleitor só poderia fazer isso vendo o candidato como vê na televisão ou ouvindo esse candidato, como ouve no rádio.
Nesse momento a decisão está tomada - “nesse eu não voto”.
Os que restam e que só serão notados nos “santinhos”, nas caminhadas, nos plágios musicais ou quase isso, nas bandeiradas, nos comícios, nas reuniões ou em outro tipo que o candidato use para se apresentar e convencer o eleitor, continua no páreo.
É bastante comum os cabos eleitorais não gostarem da aparição na televisão ou a audição no rádio do seu candidato. Reclamam com o candidato ou com o coordenador da campanha, dão opiniões que, em regra, não são seguidas.
Mas estão eles ai, uns aparecendo mais que os outros, mas todos dando a oportunidade para o eleitor. É como se fosse um concurso, onde as competências não são exigidas, apenas as formas de apresentação.
Em alguns casos vira mais um concurso de miss. O eleitor acaba escolhendo pela estampa que a candidata apresenta na televisão ou pelo timbre de voz que tem no rádio. Quando os dois combinam favoravelmente é um passo para o sucesso.
Os candidatos homens, mas para mister ou locutor.
Em Macapá são 23 vagas para vereador, uma vaga para prefeito e uma vaga para vice-prefeito. São quase 400 candidatos a vereador, 6 candidatos a prefeito e 6 candidatos a vice-prefeito.
Os candidatos a vice-prefeito continuam com dificuldades para aparecer. Só tem lugar garantido nos comícios, quando fica ao lado do candidato a prefeito e discursa, quando discursa, antecedendo o candidato a prefeito.
Os primeiros programas funcionam como uma eliminatória de concurso. Alguns candidatos já foram reprovados pelo eleitor logo de cara. Já perderam e nem sabem.
É isso mesmo. O eleitor dá a impressão que está estabelecendo um critério que tem muita semelhança com os mata-matas dos campeonatos de futebol.
Bastam ver duas aparições para que o eleitor se decidida com quem segue para o próximo confronto.
Faltando pouco mais de 40 dias para as eleições, os eleitores têm que fazer isso mesmo, começar a separa o joio do trigo e decidir-se pelos que vão à grande final, logo no dia 7 ou se as emoções continuam até o dia 28, quando será decidido a quem serão entregues os diplomas de vice-prefeito e prefeito de Macapá e os 23 diplomas de vereador que estarão disputando os gabinetes na Câmara Municipal.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Os fantasmas da Globo

Rodolfo Juarez
As dificuldades que os programas da rede globo de televisão, todos eles, vêm enfrentando para manter níveis de audiência de outras épocas, quando era praticamente sozinha e ditava os comportamentos de toda a nação, tem feito com que eles também, na prática percam a cabeça e, literalmente, vejam fantasmas onde não têm e querem que os outros acreditem que tem.
Na busca por episódios sensacionais ou sensacionalistas, perderam completamente o senso de medida e de responsabilidade com os próprios telespectadores e pouco se importam com os resultados com relação a terceiros, desde que as promessas feitas aos seus chefes, com relação à audiência, correspondam ao que prometido.
O Programa Fantástico, que a Rede Globo leva ao ar todos os domingos, já dominou completamente o horário em outros tempos e, por isso, os seus diretores não estão suportando a divisão de audiência do horário e do dia, bem como a posição em que se ficam situados, levantadas pelos institutos de pesquisas.
Já faz mais de dois anos que resolveram, na prática, “apelar”. Empurram buchas ou reapresentam quadros que foram atrações quando não tinha concorrência no horário, esperando, com isso, reeditar ou recuperar, pelo menos parte dos precisos pontos que prometeram para os patrocinadores.
Os diretores do programa Fantástico já fizeram de tudo, inclusive afastar, sob o argumento de “imagem cansada”, a apresentadora do programa Glória Maria. Já se sabe que, internamente à Rede, os argumentos são outros e equivocados, tanto que a apresentadora mudou de programa, depois de dois anos afastada, como se estivesse de “férias” no dizer dos diretores da emissora carioca.
Agora, “atirando para todo lado”, foi buscar no sobrenatural, motivos para tentar enganar, o telespectador mais uma vez. Criou um quadro fantasmagórico.
Até ai mexia apenas com a limitação dos criadores de quadros.
Mas não ficaram satisfeitos. Dando a impressão que já antevêem o fracasso do quadro, por uma simples razão, trata-se de mentira e mentira tem “pernas curtas” e preferem pregar pechas em comunidades pequenas e distantes de telespectadores, como a amapaense, acreditando que a população do Amapá, pelas razões medidas por eles, não reagiria.
Pois bem, construíram uma versão mentirosa de ocorrência de fantasmas na Fortaleza de São José de Macapá, um dos principais patrimônios históricos do Brasil e um dos pontos turísticos mais visitados no Amapá. O mesmo escolhido pela Rede Globo para cenário de lançamento de um dos quadros que consideravam ambiciosos do Jornal Nacional – “o Jornal Nacional no ar”.
Para eles pouco importa se não der certo o quadro do fantasma no Fantástico. Não estão nem preocupados se daí nascer um preconceito com relação ao principal ponto turístico amapaense, com os visitantes querendo ver a mentira, ao invés de ver a imponência do Forte.
É descabida a proposta da Rede Globo.
Precisa haver uma reação do povo daqui. Chega dessa emissora, a TV Globo, tentar desmoralizar o povo amapaense, expondo-o ao ridículo, pretendendo colocá-lo perante o resto do povo brasileiro, como se fosse de segunda categoria, que acredita em fantasmas e, por isso, podem acreditar no que dizem.
Como as autoridades não vão reagir, é importante que o povo reaja.
Não dá mais para aceitar, passivamente, todas as pechas que são impostas à população amapaense.
Os verdadeiros fantasmas estão lá, bem perto da direção da Globo, azucrinando a vida de todos eles, com a queda continuada, permanente e cada vez mais acelerada, dos índices de suas audiências, perdendo, em vários momentos do dia, para as emissoras concorrentes e que, exatamente aqueles que não estão em busca de fantasmas aqui no Amapá.


domingo, 19 de agosto de 2012

Amapá: ainda há tempo, mas nem tanto.

Rodolfo Juarez
Os responsáveis pelo desenvolvimento do Estado do Amapá: governador, senadores, deputados federais, deputados estaduais, prefeitos, vereadores, lideranças empresariais, imprensa e todos os órgãos representam os interesses do Estado precisam tomar uma posição com relação à atenção que deve ser dado ao desenvolvimento local.
Percebe-se o desenrolar de atividades ao largo do controle e da fiscalização daqueles que teriam essa direta responsabilidade e que, em confiança a terceiros, deixa que, aos poucos, esses terceiros tomem conta do sentido que precisa ser dado ao desenvolvimento estadual.
Setores importantes da economia dão a impressão que não obedecem qualquer regra que interessa à população amapaense. E, por isso, a situação precisa ser compreendida pelos detentores dos cargos públicos e principalmente por aqueles que têm mandato, representando o povo e o Estado, nas discussões de interesse geral.
Apenas como exemplo se pode citar o setor de geração de energia. As empresas estão ai, depois de ganharem as concessões, como um acompanhamento distante das autoridades federais, que consideram, em regra, o Amapá como uma Unidade da Federação que tem pouca representatividade no Produto Interno Bruno Nacional e que, por isso, tem pouco interesse da matriz de desenvolvimento nacional.
Acontece que o que é de pouco interesse para a matriz do desenvolvimento nacional é de fundamental importância para a matriz de desenvolvimento de interesse local.
Aqui nada pode ser dispensado e tudo precisa ser cuidado. Os mais de três e meio bilhões de reais que estão sendo aplicados no setor energético local precisam ser otimizados de acordo com as características locais. De nada adianta o desenvolvimento de uma malha da matriz econômica se o desenvolvimento social está em retrocesso.
O não cumprimento pelas empresas que detêm a concessão para construção das usinas de energia elétrica, com utilização da energia hidráulica dos rios amapaenses e exploração dos megawatts gerados por essas usinas, desequilibra grupos sociais que estão equilibrados no momento e geram problemas tão graves que os custos sociais são muito mais representativos dos que os benefícios econômicos. Além de atrofiarem o desenvolvimento esgotam os potenciais que estariam à espera de um bom uso.
Esperar que as agência reguladoras tomem conta, por nós, atendendo os nossos interesses em prioridades, pode ser um grande sonho agora, mas, certamente, será um continuo pesadelo para as famílias que viverão os infernos deixados pelos rescaldos que levam os pequenos empreendedores e a microeconomia regional para os campos abaixo da miséria.
Não se trata de alarde ou falso aviso. Esse é o caminho mais curto para a perpetuação da pobreza e está sendo oferecido por àqueles que anunciaram, na chegada, que tinham a intenção de contribuir com o desenvolvimento local, mas depois de ver a paciência e o pouco caso local, resolveram se apropriar dos bônus e deixar os ônus entregues às administrações e às sociedades.
O Estado do Amapá precisa deixar explorar as suas riquezas minerais e os seus potenciais energéticos, mas precisa fazer isso com zelo e responsabilidade, sabendo o que vai resultar para ser mantido pelo Amapá.
Se continuar assim, logo-logo estarão os governos, tanto do Estado, como dos municípios diretamente envolvidos, às voltas com as dificuldades resultantes do maltrato dado à vertente social dos programas de desenvolvimento.
Ainda há tempo, mas nem tanto.    

sábado, 18 de agosto de 2012

Eleições 2012: Os planos de governo

Rodolfo Juarez
As eleições municipais de 2012 seguem o seu caminho, cumprindo as etapas que constam do calendário eleitoral e os candidatos ávidos em busca do voto do eleitor.
São estratégias diferentes para alcançar o mesmo objetivo.
Esse comportamento deixa claro que existem sim diversas caminhos para chegar às prefeituras municipais. Alguns mais longos e limpos do que outros, para não ficar tudo em pé de igualdade.
Com cada candidato com o qual se conversa, nota-se cuidados bem específicos. Alguns para deixar claro que têm condições de exercer o mandato que buscam e outros para também deixar claro que tem sempre uma “carta na manga” para usar no momento mais adequado.
O interessante é que eles, em regra, não estão se prendendo no que descreveram no plano de governo, documento que apresentaram à Justiça Eleitoral por ocasião do pedido de registro da sua candidatura.
Quando solicitado a falar sobre o que consta no seu plano, o candidato não sabe fazer referência e fala tão genericamente que fica mais geral do que o que consta no documento assinado e entregue na Zona Eleitoral.
Até agora não se tem observado qualquer compromisso, por mais elementar que seja, com o que disse o candidato no plano de governo.
O observador é levado a concluir que, desde o plano proposto por ele mesmo, não existe compromisso com nada, nem mesmo com o que disse que faria e muito menos com o que prega na campanha.
A generalização não é um bom caminho. Colocar todos juntos com relação ao comportamento igual, também poderia não corresponder à verdade. Entretanto, todos, sem exceção, apontam para a vontade de não cumprir nada do que promete e nada do que escreveu.
Esse comportamento além de ser muito arriscado, está sujeito a perda de votos importantes desde que a fiscalização eleitoral destaque, para cada comunidade, os pontos que foram prometidos oficialmente, pelo candidato, à população e, de certa maneira, ao seu partido e aos partidos aliados.
O objetivo da exigência da apresentação do plano de governo como documento exigido para o registro da candidatura, pode não estar claro para o candidato, mas pode ficar claro para a tomada de decisão do eleitor, no momento em que lhe for dado o conhecimento desse plano. Afinal de contas o plano está escrito, assinado e arquivado no Cartório Eleitoral.
O acesso pode ser feito pela internet, no site do TSE, no link que leva aos registros das candidaturas e dentro da “gaveta” de arquivo do candidato.
Alguns desses documentos chegam a mais de 70 páginas, outros, entretanto, não passam das três páginas. Muito embora o que tenha 70 páginas não possa ser tido, a priori, como melhor do que aquele que tem apenas 3.
Mas é preciso conhecer.
É, seguramente, um bom referencial para que o eleitor se decida em qual candidato vai votar. Mas é preciso conhecer e ter paciência para avaliar.
Os tempos não são mais para ouvir apenas promessas faladas, precisam considerar também as promessas escritas. Estas podem ser cobradas ou, pelo menos, usadas como referências na hora de votar.
Ninguém pode esquecer que as “equipes” são constituídas por profissionais de campanhas eleitorais e nem sempre os membros dessas equipes votam naqueles para os quais pedem o seu voto.