segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Eleições 2012 e 2008: comparações

Outra vez a escolha do prefeito de Macapá é em segundo turno e outra vez de virada
Em 2008, Roberto Góes venceu Camilo Capiberibe com 3,32% de diferença e, agora, em 2012, Clécio Luiz venceu Roberto Góes com uma diferença de 1,18%.
Desde 2008 quando o Município de Macapá superou a marca dos 200 mil eleitores inscritos e aptos para votar, o que implica na realização de um segundo turno de votação, caso nenhum dos candidatos alcance, no primeiro turno, a maioria de 50% mais um voto de todos os votos válidos, que a escolha do prefeito vai ao segundo turno.
Uma disputa sempre apertada e marcada por viradas espetaculares, dos candidatos que ficaram em segundo lugar em 2008 e 2012.
O candidato do PSOL, Clécio Luis, desta feita venceu o candidato do PDT, Roberto Góes, por uma diferença de 1,18 pontos percentuais, equivalendo a 2.369 votos.
Desde que Macapá superou a marca dos 200 mil eleitores inscritos, 12 candidatos diferentes, disputaram por 12 partidos diferentes o cargo de Prefeito de Macapá. PDT e PSOL foram os partidos vencedores. 
 
ELEIÇÕES MUNICIPAIS (2008-2012)
ELEIÇÃO DO PREFEITO DE MACAPÁ
 
Turnos/Candidatos
Nº votos válidos
(2008)
% votos
válidos
(2008)
Nº votos
válidos
(2012)
% votos
válidos
(2012)
 1º TURNO.
- Camilo Cap. (PSB)
- Roberto Góes (PDT)
- Lucas Barreto (PTB)
- Dalva Figueiredo (PT)
- Moisés Souza (PSC)
- Fátima Pel. (PMDB)
- Joinvile Frota (PSTU)
- Clécio Luiz (PSOL)
- Crist. Almeida (PSB)
- Davi Alcol. (DEM)
- Genival Cruz (PSTU)
- E.Milhomem(PCdo B)
 
2º TURNO.
- Roberto Góes (PDT)
- Camilo Cap. (PSB)
- Clécio Luis (PSOL)
181.025
59.864
48.020
45.595
9.237
8.492
8.429
1.388
-
-
-
-
-
 
177.217
91.558
85.659
-
100,00%
33,07%
26,53%
25,19%
5,10%
4,69%
4,65%
0,77%
-
-
-
-
-
 
100,00%
51,66%
48,34%
-
204.164
-
82.039
-
-
-
-
-
56.947
33.777
21.796
6.451
3.154
 
200.153
98.892
-
101.261
100,00%
-
40,18%
-
-
-
-
-
27,89%
16,54%
10,68%
3,16%
1,55%
 
100,00%
49,41%
-
50,59%
Quadro elaborado por Rodolfo Juarez (Fonte: TSE)

domingo, 28 de outubro de 2012

A eleição de Clécio Luiz em tiras

ABSTENÇÃO
Foi considerada muito alta a abstenção no segundo turno de votação em Macapá para escolha do prefeito da Capital. No primeiro turno 38.938 eleitores deixaram de votar, uma abstenção, portanto, de 15,37%. Nos segundo turno 46.311 eleitores não compareceram nas seções eleitorais, provocando uma abstenção de 18,27%. Considerando a variação, para mais, do número de ausentes no primeiro e no segundo turnos de votação, é correto afirmar que houve um aumento na ausência equivalente a 18,93%, considerado alto, seja qual for o ângulo da análise.
OS NÚMEROS DO SEGUNDO TURNO
Estavam aptos a votar 253.365 eleitores. Compareceram para votar 207.064 eleitores, deixando de comparecer, portanto, 46.301 eleitores (18,27%). Dos 207.604 que compareceram, 2.133 (1,035) votaram em branco; 4.778 (2,31%) anularam o voto e 200.153 eleitores votaram nos candidatos concorrentes: 101.261 (50,59%) no candidato Clécio Luiz do PSOL e 98.892 (49,41%) no candidato Roberto Góes do PDT.
O QUE SIGNIFICOU O AUMENTO DA ABSTENÇÃO
Foram 7.373 eleitores que deixaram de votar, a mais do que o total que votou no primeiro turno (46.311 – 38.938 = 7.373). Esse número é mais de três vezes maior do que a diferença entre os dois candidatos. Esse aumento era previsível por dois fatores: o primeiro devido ao baixo nível da campanha; e o segundo, devido à decisão de muitos militantes do PSB que decidiram em não ir votar no dia da eleição. Esse detalhe foi atestado em pesquisas qualitativas levantadas entre o primeiro e o segundo turno.
CRESCIMENTO
Uma comparação entre a quantidade de eleitores que votou no segundo turno de 2008 e a quantidade que votou no segundo turno de 2012, mostra uma diferença superior a 12%. Em 2008 foram apurados 177.217 votos válidos (91.558 para Roberto Góes e 85.659 para Camilo Capiberibe); em 2012 foram apurados 200.153 votos válidos (101.216 para Clécio Luiz e 98.892 para Roberto Góes). Um crescimento de 12,94%.
CEM DIAS
Durante a campanha do primeiro turno o prefeito eleito de Macapá, vereador Clécio Luis, anunciou que iria elaborar um plano emergencial para a administração de Macapá nos primeiros 100 dias. A execução desse plano coincide com o período de chuva e deve contar com ¼ do orçamento municipal para 2013. Como a receita estimada para esse período alcança R$ 504 milhões de reais, para executar o plano emergencial o prefeito vai contar com 126 milhões, ou seja 42 milhões pro mês ou um pouco mais de 3 milhões de reais pro semana.
64 DIAS
Já o prefeito Roberto Góes, que tem mandato até o dia 31 de dezembro de 2012, tem 64 dias para fechar os seus projetos e entregar a Prefeitura de Macapá para o seu sucessor o prefeito eleito Clécio Luiz. Até o dia da entrega do cargo o prefeito Roberto ainda tem o Natal e o Réveillon para fazer uma grande festa e que pode fechar bem o mandato que assumiu no dia primeiro de janeiro de 2009.
ACENO
Falando logo depois da confirmação da vitória do Candidato Clécio Luis e na esteira dos agradecimentos do prefeito eleito aos partidos e lideranças que o apoiaram na campanha vitoriosa, inclusive o PSB, o governador Camilo Capiberibe já antecipava a sua disposição em discutir os assuntos do Município de Macapá, que estão sem essa referência desde que o governador assumiu o cargo, em janeiro de 2011.
TRANSIÇÃO
A partir de hoje o prefeito eleito Clécio Luis já tem a sua primeira tarefa – designar uma equipe (que pode ser chamada de transição) para tomar pé da realidade da Prefeitura de Macapá. Essa providência, quando bem entendida, pode ser importante para o desenrolara da administração. Como se trata de uma administração complexa e distribuída por vários prédios, a maioria deles alugada, o prazo disponível, por mais longo que possa parecer, se tornará curto para entender o momento da administração municipal.

sábado, 27 de outubro de 2012

Desde os tempos de Azevedo Costa

Rodolfo Juarez
As eleições de hoje, para escolha do prefeito de Macapá, transcende a todas as outras já realizadas desde 1985, quando, naquele ano, o eleitor macapaense teve a oportunidade de escolher, pelo voto direto e pela primeira vez, aquele que iria tomar conta do município onde estava a capital do Território do Amapá, transformado em 1988, para Estado do Amapá.
O professor Raimundo Azevedo Costa, com mais da metade dos votos dos macapaenses, entrou para a história do Município, como o primeiro prefeito eleito.
Uma mandato de apenas 3 anos, mas marcado por problemas, alguns decorrente da quebra do paradigma, pois antes o Município de Macapá sempre tivera o seu prefeito indicado e nomeado pelo governador do Território, este, em regra, um estranho que tinha dificuldades de se adaptar às condições sócio-climáticas daqui.
Assim, Azevedo Costa, mesmo sabendo que colocava em risco todo o seu prestígio político, pois era na época a principal liderança política do Amapá, enfrentou as críticas e a novidade de ser um prefeito que não podia ser exonerado ou chamado a atenção pelo governador do Território.
Era muito difícil tanto para o governador, que não compreendia a divisão da referência de poder, como para o prefeito, que, de certa forma, não estava acostumado a se responsabilizar por questões que antes tinha que consultar o governador.
Até hoje, ele e os seus correligionários, mesmo aqueles que se bandearam para o lado do poder do Território, não têm explicações convincentes para destrinchar o que realmente aconteceu.
Naquela época o governador, como não tinha deputado estadual, estava acostumado a eleger a sua bancada de vereadores que, mesmo com as responsabilidades diretas com o governo municipal, se submetiam às ordens do chefe do governo do Território.
Três anos para ajusta a administração do Município de Macapá, com um baixo orçamento e com um território muito maior do que o de hoje. Para se ter uma idéia, os territórios dos hoje municípios de Santana, Itaubal e Cutias eram territórios do Município de Macapá, assim como Ferreira Gomes e Porto Grande.
Agora a etapa é outra.
É a etapa de um município de área bem menor que aquela de outrora, mas que continua sendo a Capital do Amapá, com um orçamento de pouco mais de 500 milhões de reais e endereço de 58% da população de todo o Estado, com 411 mil habitantes e um crescimento médio de 4% ao ano.
A estrutura administrativa foi engolida pelo crescimento e os gestores dos últimos anos ainda não conseguiram encontrar o caminho que possa garantir autonomia nos negócios públicos e independência nas ações sociais.
Não conseguiram, até agora, se desvencilhar da dependência do Governo do Estado que cobra caro a sua participação nas questões de interesse coletivo, dependendo do atendimento aos interesses político e de poder, nem sempre confessados com facilidade.
A indecisão dos últimos gestores tem levado a administração municipal a ser, além de massacrada, impedida de cumprir com os seus projetos. Nem o Estado e nem a União, de boa vontade ou com a responsabilidade repartida, tem conseguido compreender a importância do Município de Macapá no cenário estadual.
Hoje, mais de 253 mil eleitores está inscritos e aptos para votar e escolher o prefeito que vai assumir no dia 1º de janeiro de 2013, com a responsabilidade de modificar a situação interna do município e atrair o Governo do Estado para fazer a parte que lhe cabe. E fazer bem, sem colocar como contra partida, apoio político ou as forças do município para trabalhar outras conquistas políticas de grupos ou de partidos.
A população de Macapá, com a mesma esperança que tinha há 27 anos, em 1985, continua acreditando que pode começar um período de avanços na qualidade de vida da população, assegurando a paz que todos querem.  

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Eleições 2012: dados em tiras

ONDE ESTÃO OS ELEITORES?
O Município de Macapá conta com 253.365 eleitores inscritos e aptos a votar domingo, dia 18. Estão distribuídos nas quatro zonas da cidade e no interior do Município, da seguinte forma: zona norte, com 48.796 eleitores (19,26%); zona sul, com 80750 eleitores (31,87%); zona leste, com 79.682 eleitores (31,45%); zona oeste, com 32.499 eleitores (12,83%); e o interior que tem 11.638 eleitores (4,59%).
INTERIOR (I)
No interior do Município de Macapá o eleitorado está concentrado em 4 regiões especiais: Nas ilhas do Arquipélago do Bailique, que conta com 4.440 eleitores aptos, foram apurados na região apenas 3.303 votos válidos, sendo que o restante, 25,61% do total de eleitores, não foi votar, votou em branco ou anulou o voto.
INTERIOR (II)
Nas outras três regiões, Pacuí, Pedreira e a que fica na zona rural da estrada, têm os seguintes números de eleitores: Pacuí, 2.783 eleitores; Região da Pedreira, 2.120 eleitores; Região da Estrada, 2.295 eleitores. Dos 11.638 votos possíveis, foram apurados como votos válidos 9.141. Representando um percentual de 21,46% para a abstenção, votos nulos e em branco. A maior abstenção foi no Bailique e a menor na Região da Pedreira.
DESEMPENHO NO INTERIOR
Os candidatos que estão na disputa pelo cargo de Prefeito de Macapá, Roberto Góes (PDT) e Clécio Luis (PSOL) fôramos mais votados no interior; Roberto Góes teve melhor desempenho na Região do Pacuí, onde obteve 42,23% dos votos válidos. Foi também no Pacuí que Clécio apresentou o melhor desempenho no interior, obtendo 27,93% dos votos válidos. O pior desempenho do candidato Roberto foi no Bailique (37,36% dos votos) e o de Clécio foi na Região da Pedreira (14,26%).
DESEMPENHO NA CIDADE
Já nas zonas da cidade de Macapá, o Candidato Roberto teve o seu melhor desempenho na Zona Oeste, onde obteve 42,81% dos votos válidos apurados; enquanto isso, Clécio teve o seu melhor desempenho na Zona Leste, com 28,99% dos votos válidos apurados. No outro extremo, no primeiro turno, o pior desempenho do candidato Roberto Góes foi na Zona Norte com 36,65% dos votos válidos e Clécio teve o pior desempenho na Zona Oeste, com 27,38% dos votos válidos.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A futura gestão

Rodolfo Juarez
Poucos dias estão faltando para que o macapaense conheça o prefeito de Macapá que vai coordenar os interesses do Município durante os próximos 4 anos.
Com mais de 400 mil habitantes, os problemas do município são muitos e estão em todos os lugares e praticamente com todas as pessoas. Cada uma com vontade de participar do início desse momento que pode ser o de recuperação que tem tudo para iniciar no começo próximo mandato.
Até agora as administrações têm se esforçado, mas não têm conseguido impor um plano de desenvolvimento que atenda a expectativa da população.
Foram administrações sempre movidas por modismo ou ficando na dependência de um ou outro secretário mais esforçado ou mais competente. Que saiba trabalhar em equipe e que tenha compromisso com o coletivo.
Já não da mais para conduzir os interesses do Município de Macapá apenas com dedicação e esforço. A exigência é muito maior.
Exige-se comprometimento e compreensão do que é participar de uma administração municipal.
Os erros cometidos até agora não poderão ser repetidos pela equipe que assumir a responsabilidade de administrar Macapá a partir do dia 1º de janeiro de 2013.
É preciso fazer profundas modificações no modo de interpretar a importância do Município que concentra mais de 58% da população do Estado. Está, ainda, fortemente atrelado aos comandos do governo estadual.
Nos últimos doze anos, principalmente, quando Macapá superou importantes marcas e chegou à de 411 mil habitantes em 2012, não se observou que a população daqui cresce mais do que o dobro da população nacional e que já havia um déficit no atendimento em setores importantes e a geração que tem a incumbência de assumir a gestão municipal, está desacostumada de estudar, de preparar-se e que, exatamente por isso, tem que compreender muito coisa do dia a dia da Prefeitura.
Mas não dá para viver do passado. Desse tempo o que precisa ser preservado é a história e que se diga que são bonitas histórias, construídas por homens competentes e dispostos a enfrentar todas as dificuldades, inclusive no sistema de saúde, subdimensionado, mal planejado e super exigido.
O setor educacional não sofreu tanto porque as medidas foram seguradas e o Governo do Estado continuou assumindo o papel de substituto enquanto lhe era conveniente, enquanto poderia usar o recurso da “parceria”, que na verdade, na interpretação das autoridades é reconhecido como um sistema de entregar completa, sob o argumento de que um tem dinheiro outro não tem.
Ora, o Município de Macapá, como qualquer outro município do Estado do Amapá, dão provas de que não sabem o seu verdadeiro tamanho e de sua verdadeira importância e quando são mandados para descobrir isso, acham-se empurrados para um beco sem saída, castigados por seu próprio desconhecimento, mas desculpando-se que foi o outro que assim fez.
A gestão futura do Município de Macapá tem que, além de ver as questões da capital, conhecer e atacar os problemas do interior do município.
O tempo é de atrair o Governo para o trabalho municipal e não colocar uma corda no pescoço do governo querendo que ele venha, na marra, para cumprir as atribuições que são dele também.
E como atrair o Governo para o trabalho no município?
Batas que o Município faça a sua parte e apenas ela. Não se atreva a resolver problemas das áreas que não são suas, com a desculpa de que precisa tratar bem do cidadão.
O cidadão quer se tratado bem, mas compreende que o Município precisa não se intrometer em assuntos que não lhes compete, seja o motivo que for. Use o argumento da palavra e a prova da necessidade. 

 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Lugar Bonito; Recuperação do muro de arrimo

Homens trabalham na recuperação da parte do muro de arrimo que caiu em setembro
Desde o final de março desde ano, durante uma ressaca, que o muro rachou e “avisava” que ia cair.
Desde a semana passada que homens estão trabalhando na recuperação da parte do muro de arrimo do Lugar Bonito, na altura do Bairro Santa Inês, entre a rampa 1 e o forte, e que foi rompido durante uma ressaca no finalzinho de março, durante uma maré alta e que caiu no começo de setembro.
Foram mais de cinco meses passados com o muro de arrimo “avisando” que ia cair e, mesmo depois de estar na praia enlameada do lugar, ainda demorou bastante para que fosse tomada a elementar providência de recuperação.
A parte de tubos metálicos, que serviam de parapeito aos apreciadores do rio naquele local, já foi retirada da estrutura de aço e concreto que continua na praia e está na praça esperando pelo momento de ser reposta no lugar.
Apesar da demora e da indefinição de quem toma conta dessa, que é a mais importante praça da cidade de Macapá, começada há mais de 12 anos e que ainda tem mais de um terço para ser construída, tem-se a impressão que pelo menos a recuperação sai do papel.
Como a fiscalização, a inspeção e manutenção não são feitas na praça como um todo, ela já começa a dar sinais de que precisa ser recuperada em alguns pontos.
O trecho que está em obras fica no prolongamento do Bairro Santa Inês, mas outros trechos, do Araxá ao Perpétuo Socorro, estão com problemas iguais ou mais graves e que precisam, também, de recuperação urgente, antes que o prejuízo aumente.
  
Homens trabalhando na recuperação do muro de arrimo (Foto: Ian Lucas)

 
Foram seis meses de espera até cair e um mês até começar o trabalho
(Foto: Ian Lucas)
 
 


 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Eleições em Macapá: pesquisa Ibope, análise e possibilidades dos candidatos


Pesquisa Ibope
Data: 22.10.12
Roberto: 45%
Clécio: 41%
Brancos e nulos: 6%
NS/NR: 8%
Margem de erro: 4% para mais ou para menos.

Votos válidos:
Roberto: 52.33% (O Ibope arredondou para 52%)
Clécio: 47,67% (O Ibope arredondou para 48%)

Resultado do primeiro turno
Roberto: 40,18%
Clécio: 27,89%
Cristina (16,54%), Davi (10,68%), Genival (3,16%) e Milhomem (1,54%) = 31,92%

Corrigindo os percentuais de votos válidos para Roberto e Clécio
Os dois juntos somaram (40,18% + 27,89%) = 68,07%
Roberto: 40,18% : 0,6807 = 59,03%
Clécio: 27,89% : 0,6807 = 40,97%
Diferença entre os dois candidatos (59,03% - 40,97% = 18,06%
Paridade da eleição: 18,06% : 2 = 9,03% (para cada voto conquistado, o adversário teria um voto descontado da possibilidade de conquistar).

Para o candidato Clécio recuperar a diferença
Dias que faltam para a eleição (contados do dia 7.10): 20 dias
Percentual médio necessários por dia: 9,03 : 20 = 0,46%
Como a aproximação do Roberto foi por abandono e a do Clécio foi por arredondamento, ter-se-ia de acrescentar 0,01%, na paridade, para Clécio superar o candidato Roberto, ou seja, ao invés de 0,46%; 0,47%.
Situação calculada no dia 22.10, dia da divulgação da pesquisa
Dias decorridos a partir do primeiro turno: 15 (quinze)
Percentual médio necessário por dia: 0,47% (quarenta e seis décimos porcento)
Total necessário acumulado: 0,47% x 15 = 7,05%
Nestas condições:
Roberto teria: 59,03 – 7,05% = 51,98%
Clécio teria: 40,97% + 7,05% = % 48,02%
O resultado da pesquisa do Ibope, na prática, confirma essa projeção, se não vejamos:
Candidato
Projeção
Pesquisa Ibope
Pesquisa Ibope
Arredondada
Roberto
51,98%
52,33%
52%
Clécio
48,02%
47,67%
48%

Situação possível calculada para o dia 27.10, daqui a 5 dias
Total de dias: 15 + 5 = 20
Percentual média necessário por dia: 0,47
Total médio possível de acumular, mantido o crescimento médio:
 0,47% x 20 = 9,4%
Nestas condições:
Roberto teria no dia 27.10: 59,03% – 9,40% = 49,63%
Clécio teria no dia 27.10: 40,97% + 9,4% = 50,37%
 
Observações:
1ª) Deve ser levado em consideração que na medida que o tempo para o dia da eleição diminui, as indecisões vão se aproximando de zero e as dificuldades para convencimento eleitoral aumenta;
2ª) Se a abstenção se manter (15,37%), as dificuldades do candidato Clécio para eleger-se aumentam e se abstenção aumentar no segundo turno, as chances do prefeito Roberto aumentam;
3ª) O percentual de votos bancos e nulos no primeiro turno foi de 4,78%. Se esse número aumentar, também aumentam as dificuldades de Clécio para vencer;
4ª) Se o número de indecisos migrarem para os votos brancos e nulos, a eleição será vencida pelo prefeito Roberto.
5º) Se os eleitores do PSB acatarem as recomendações das lideranças do PSB para votar em Clécio e não votar em Roberto, as chances de Clécio são muito grandes para vencer o pleito;
6ª) Basta, entretanto, os eleitores se dividirem entre os dois candidatos para facilitar as coisas para o candidato Roberto.
7ª) Clécio ainda tem razões para esperar continuar crescendo;
8ª) Roberto dá a impressão que já chegou ao seu ponto máximo na corrida pela Prefeitura de Macapá.  

domingo, 21 de outubro de 2012

Eleições municipais: o candidato arriscou demais

Rodolfo Juarez
A uma semana do segundo turno de votação das eleições municipais de 2012 a decisão do candidato Roberto Góes de não comparecer ao debate organizado pela Band Macapá, pode lhe sair caro.
Nem a coordenação de campanha do candidato do PDT e o próprio candidato desconhecem o tamanho da rejeição que o candidato enfrenta devido, principalmente, ser uma tentativa de reeleição e, por isso, arrasta todas as responsabilidades pelo que não foi feito e o que foi mal feito durante o mandato que acaba no dia 31 de dezembro deste ano.
Por isso, pode-se considerar que foi uma decisão muito arriscada e que pode custar o mandato.
Como está programado mais um debate pela televisão antes do dia da votação – 28 de outubro -, o candidato Roberto Góes tem a necessidade de sair-se muito bem naquele programa, fazendo lá, de forma concentrada, o que os eleitores esperavam que ele fizesse de duas vezes.
Se não sair-se bem no debate que promete ir, vão resultar muitas dúvidas, pois o eleitor não perdoa e não gosta de dar oportunidade para quem não os convence.
A despeito de todas as alegações feitas antes, certamente houve muito tempo gasto para decidir se ia ou não ao debate da Band.
Não foi e, com isso, assumiu os riscos de ver aumentado o índice de rejeição, que já é alto e que pode ser decisivo no processo de aceitação de sua candidatura pelo eleitor.
O candidato Clécio Luiz (PSOL), segundo as opiniões dos eleitores, não soube tirar o máximo proveito da ausência do seu adversário. Apenas abriu-se à aceitar aqueles que estavam indecisos, ficaram insatisfeitos com o comportamento do candidato do PDT e decidiram-se pelo candidato do PSOL.
Por si só, a falta a um debate público, seja ou não em época de eleição, seja ou não entre candidatos a cargo público, é um comportamento antipático, pois, mexe com a sensibilidade do telespectador (no caso da televisão), do ouvinte (no caso do rádio) e do leitor (no caso do jornal impresso).
A eleição para escolha do dirigente de um município tenha o tamanho que tiver ou a importância que tiver no contexto estadual, regional ou nacional, é o momento máximo do exercício da democracia e, por isso, o confronto de idéias, publicamente, é o melhor momento para que a população avalie não só a preparação, mas a forma como o pretendente se comporta quando é contrariado.
Mas o candidato pode escolher, livremente, se vai ou não vai a um determinado programa, local ou concentração. É claro que deve estar preparado para arcar com as consequências.
Como já disse em mais de uma oportunidade, os dois candidatos têm vantagens e desvantagens para explorar. A sabedoria está em saber o momento adequado e na frente de quem.
Se por um lado o candidato Clécio entrou, para a disputa do segundo turno, com uma rejeição de 9% contra uma rejeição de 34% do candidato Roberto - uma vantagem; sabe que tem a desvantagem de ter obtido 27,89% dos votos no primeiro turno, contra 40,18% do adversário. Isso também pesa.
As composições efetivadas logo depois do primeiro turno deram a impressão que o ponto de equilíbrio movimentou-se e ficou, na prática, eqüidistante entre os dois pretendentes, o suficiente para que não seja dado chance aos erros, o que, aparentemente aconteceu com a ausência no episódio do debate da Band Macapá.

 

 

sábado, 20 de outubro de 2012

A responsabilidade do prefeito

Rodolfo Juarez
Macapá ainda é um município que não tem muitas dificuldades para ser administrado. Precisa apenas que o prefeito seja uma pessoa dedicada, competente e profissional.
Não dá mais para o prefeito ter outra ocupação ou outras responsabilidades, que não as pessoais, por mais simples que possa ser ou por mais elementar que aparente.
O cargo de Prefeito de Macapá exige dedicação exclusiva, assim como os outros gestores dos outros organismos públicos, como os do judiciário, do ministério público, do tribunal de contas e de tantos outros que precisam dar atenção integral para a função que exercem.
A cidade de Macapá não cresceu organizada por causa disso.
Os últimos dois gestores não dedicaram o tempo integral para o cargo de prefeito que exercem. Tanto João Henrique como Roberto Góes, não foram prefeitos aplicados. Podem ter sido esforçados, mas nunca dedicados o suficiente para antecipar-se às questões da administração municipal.
A presença do prefeito no Gabinete, nas unidades dos setores de educação, saúde e tributação; nas frentes de trabalho desenvolvidos pela Secretaria de Obras do Município é insubstituível, tomando decisões calculadas e orientando os seus auxiliares, para evitar os erros que vão implicar em sobre preço e atrasos na realização dos serviços ou na aquisição de material.
As decisões mal tomadas, os contratos assinados sob pressão e não sustentados em argumentos técnicos, jurídicos e administrativos têm prejudicado substancialmente a eficiência da administração da cidade e despertada a desconfiança da população, com relação às informações que são prestadas ou às promessas que são feitas.
O resultado desse precário zelo do administrador, para com a administração, acaba levando para a sala de vistas da residência do prefeito decisões que poderiam ser tomadas no Gabinete da Prefeitura, ou nos gabinetes das secretarias municipais.
Quando o lugar onde menos o prefeito aparece, no horário normal de expediente, é o que seria o seu gabinete de trabalho, algo no procedimento está muito errado. Pode ele, seus assessores e seus secretários terem a certeza de que o caminho escolhido pelo prefeito não é o melhor.
E, também, não é pelo fato dele ser eleito pelo povo, que o prefeito pode atender quem quer e quando quer, sem uma agenda na qual o comum do povo, possa confiar e acreditar.
A importância daquele que exerce o cargo de Prefeito de Macapá pode até não estar sendo bem compreendida pelos que chegaram ao cargo mais recentemente.
O que se notou foi um desprezo pela agenda e uma supervalorização da personalidade que, protegido por auxiliares zelosos às suas ordens, pouco ligaram para as datas e as horas marcadas para audiências, cuja importância era do munícipe e não do prefeito.
As desculpas, algumas completamente sem nexo, se constituíram, para os três mandatos mais recentes, um instrumento usado mais para justificar a falta de presença do gestor, do que para corresponder à verdade dos fatos.
É possível até que os problemas mais graves que são enfrentados pela população e cujas soluções sejam de responsabilidade da Prefeitura do Município, tenham a sua origem e a sua continuação exatamente nesse modelo que os prefeitos têm usado.
Ficar distante do local de trabalho, como os dois últimos prefeitos de Macapá têm feito, certamente não é a melhor forma para compreender e resolver os problemas. Pode até ser uma espécie de fuga desses mesmos problemas, mas isso não pode fazer parte do projeto de quem pleiteia, voluntariamente, ser prefeito de Macapá.
Clécio, que tenta a eleição, e Roberto que tenta renovar o mandato, os dois precisam ter consciência da responsabilidade de ser prefeito de Macapá, para não se transformar, depois do mandato, em um enjeitado político da sociedade.