As eleições de
hoje, para escolha do prefeito de Macapá, transcende a todas as outras já
realizadas desde 1985, quando, naquele ano, o eleitor macapaense teve a
oportunidade de escolher, pelo voto direto e pela primeira vez, aquele que iria
tomar conta do município onde estava a capital do Território do Amapá,
transformado em 1988, para Estado do Amapá.
O professor
Raimundo Azevedo Costa, com mais da metade dos votos dos macapaenses, entrou
para a história do Município, como o primeiro prefeito eleito.
Uma mandato de
apenas 3 anos, mas marcado por problemas, alguns decorrente da quebra do
paradigma, pois antes o Município de Macapá sempre tivera o seu prefeito
indicado e nomeado pelo governador do Território, este, em regra, um estranho
que tinha dificuldades de se adaptar às condições sócio-climáticas daqui.
Assim, Azevedo
Costa, mesmo sabendo que colocava em risco todo o seu prestígio político, pois
era na época a principal liderança política do Amapá, enfrentou as críticas e a
novidade de ser um prefeito que não podia ser exonerado ou chamado a atenção
pelo governador do Território.
Era muito
difícil tanto para o governador, que não compreendia a divisão da referência de
poder, como para o prefeito, que, de certa forma, não estava acostumado a se
responsabilizar por questões que antes tinha que consultar o governador.
Até hoje, ele e
os seus correligionários, mesmo aqueles que se bandearam para o lado do poder
do Território, não têm explicações convincentes para destrinchar o que
realmente aconteceu.
Naquela época o
governador, como não tinha deputado estadual, estava acostumado a eleger a sua
bancada de vereadores que, mesmo com as responsabilidades diretas com o governo
municipal, se submetiam às ordens do chefe do governo do Território.
Três anos para
ajusta a administração do Município de Macapá, com um baixo orçamento e com um
território muito maior do que o de hoje. Para se ter uma idéia, os territórios
dos hoje municípios de Santana, Itaubal e Cutias eram territórios do Município
de Macapá, assim como Ferreira Gomes e Porto Grande.
Agora a etapa é
outra.
É a etapa de um
município de área bem menor que aquela de outrora, mas que continua sendo a Capital
do Amapá, com um orçamento de pouco mais de 500 milhões de reais e endereço de
58% da população de todo o Estado, com 411 mil habitantes e um crescimento
médio de 4% ao ano.
A estrutura
administrativa foi engolida pelo crescimento e os gestores dos últimos anos
ainda não conseguiram encontrar o caminho que possa garantir autonomia nos
negócios públicos e independência nas ações sociais.
Não conseguiram,
até agora, se desvencilhar da dependência do Governo do Estado que cobra caro a
sua participação nas questões de interesse coletivo, dependendo do atendimento
aos interesses político e de poder, nem sempre confessados com facilidade.
A indecisão dos
últimos gestores tem levado a administração municipal a ser, além de
massacrada, impedida de cumprir com os seus projetos. Nem o Estado e nem a
União, de boa vontade ou com a responsabilidade repartida, tem conseguido
compreender a importância do Município de Macapá no cenário estadual.
Hoje, mais de
253 mil eleitores está inscritos e aptos para votar e escolher o prefeito que
vai assumir no dia 1º de janeiro de 2013, com a responsabilidade de modificar a
situação interna do município e atrair o Governo do Estado para fazer a parte
que lhe cabe. E fazer bem, sem colocar como contra partida, apoio político ou
as forças do município para trabalhar outras conquistas políticas de grupos ou
de partidos.
A população de
Macapá, com a mesma esperança que tinha há 27 anos, em 1985, continua
acreditando que pode começar um período de avanços na qualidade de vida da
população, assegurando a paz que todos querem.
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