sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

EDUCAÇÃO NO AMAPÁ

Rodolfo Juarez
A partir de amanhã começa o verdadeiro teste para a Secretaria de Estado de Educação do Governo do Amapá, o seu secretário, os demais dirigentes de repartições da Secretaria e toda a estrutura de uma das unidades do Governo do Estado que tem obrigação ofiail para toda a década que começa a contagem este ano.
O Brasil e, dessa forma o Amapá, assumiu um compromisso internacional e com a sua própria população que, em 2022, por ocasião das comemorações do Bicentenário da Independência, o País possa responder se fez o dever de casa e os índices daquele ano, 2022, alcançaram os índices que os países do primeiro mundo já experimentam desde 2010.
O Estado do Amapá está inserido na responsabilidade de atingir as seguintes metas dentro dos próximos 10 anos: Meta 1 – Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola; Meta 2 – Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; Meta 3 – Todo aluno com conhecimento adequado à sua série; Meta 4 – Todo jovem com ensino médio concluído até os 19 anos; e Meta 5 – Investimentos em educação ampliado e bem gerido.
Apesar de tudo, as metas propostas não se referem a nenhum absurdo quando cumpridas. Mas, certamente, a situação dos jovens do Estado do Amapá que não apresentam esses índices ao Brasil, isso sim, é um absurdo.
Para começar, duas metas foram abstraídas, por enquanto, do conjunto das cindo metas: A Meta 2 (“toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos) e a Meta 5 (“investimento em educação ampliado e bem gerido”.
A primeira meta é consequência das demais e não seria alcançada sem que as outras três metas fossem alcançadas, por isso, por enquanto, não serão cobrados índices objetivos sobre a Meta 1. Agora, a Meta 5, o problema, segundo os analistas e acompanhadores do processo, a parte que mais chama a atenção é a parte do “bem gerido”.
A gestão é um grande problema para a educação. Apesar das providências já anunciadas e algumas delas já tomadas, a maioria dos gestores da educação ainda estão engatinhando com relação ao que é “bem gerir” o recurso da educação.
As dificuldades no Amapá são imensas, pois, nesse caso, estarão sendo testados todos os princípios da Administração Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e transparência.
Os gestores da Educação no Amapá precisam colocar à sua frente, primeiro para lembrar e se acostumar e depois praticar, esses cinco princípios, fazer deles instrumento de verificação obrigatória todos os dias.
Esses princípios não convivem com atraso de pagamento de material e serviços, emissão de cheques sem fundos, reclamações dos professores, pagamento aquém do piso salarial estabelecido pelo Ministério da Educação e com as greves. Todos esses itens precisam ser resolvidos em fase preliminar para poder pensar no atendimento aos princípios da Administração Pública e o atendimento das Metas.
Das três metas que já estão sendo perseguidas pela educação no resto do País, a terceira, a do desempenho, a quarta, a da conclusão, estão afetadas gravemente pelos resultados obtidos pelo sistema no Amapá nos últimos levantamentos.
Para se ter uma idéia, apenas 38,4% dos jovens de 19 anos no Amapá, concluíram o ensino médio. A meta para 2022 é alcançar 90%. O Estado do Amapá está abaixo da média regional (36,6%) e muito mais abaixo da média nacional (50,2%)
Não há tempo a perder. E o teste começa amaná, no primeiro dia de aula.

O SEGUNDO

Rodolfo Juarez
Hoje, 25 de fevereiro, é o dia do aniversário do meu irmão Clodoaldo Santos Juarez. Ele é o segundo de um time de 12 filhos do seu Heráclito Juarez Filho e de dona Raimunda Pureza Juarez.
Ele nasceu o mais moreno da toda a turma e, também, o mais inquieto Do time, por isso ficou dono das mais inusitadas “tiradas” entre todos os irmãos e, de quebra, aquele que mais rapidamente desvendou os segredos de nadar, subir em árvore, esconder-se e esconder a cartilha do ABC.
Alias, foi o Clodoaldo o maior responsável pelo desaparecimento de cartilhas e de tabuadas. Sempre às vésperas, ou um pouco antes, de conferir a “casa dos cinco”, na página de multiplicação da tabuada, lá o livreto sumia e, pior, ninguém conseguia encontrar.
Até que um belo dia, quando foi preciso trocar as palhas da parede da casa, lá estavam todas elas, ainda perfeitas - as tabuadas e as cartilhas do ABC.
Clodoaldo, aqui em Macapá, foi aluno do Barão do Rio Brando desde 1960, onde cursou toda a Escola Primária, depois do Colégio Amapaense e, em seguida, da Escola de Agronomia do Estado do Pará, em Belém, onde recebeu o grau, em Agronomia, em dezembro de 1973.
De volta ao Amapá e com o título de engenheiro agrônomo, Clodoaldo Juarez ingressou nos quadros do Governo do então Território, na Secretaria de Agricultura, onde se apaixonou, pela segunda vez, agora pela cultura da seringueira.
Talvez por tratar-se de uma planta rústica, perene, adaptável a grande parte do território nacional, sendo uma espécie arbórea de rápido crescimento, percebeu a química entre ele e a cultura da Hevea brasilienses, a espécie mais importante do gênero, na opinião de especialistas, como o próprio Clodoaldo.
Tornou-se o “pai” do Seringal João Cleofas, em duas ilhas de cultura, uma na entrada do balneário da Fazendinha e outra às proximidades do Marco Zero, parte da área invadida pelos moradores que ocupam a parte do hemisfério sul, entre o Monumento do Marco Zero e a margem do Rio Amazonas, ao longo da Avenida Setentrional.
A destruição do experimento enterrou o sonho, mas não o conhecimento do profissional dedicado que é reconhecido como um dos maiores especialistas no cultivo da seringueira em todo o País.
Clodoaldo também foi professor do Ensino Médio. E, apesar dos sumiços que dava para as tabuadas, escolheu de Matemática para lecionar, era professor e dos bons!
Filhas e filhos formados, formando, netos bonitos e o respeito de todos os irmãos e demais parentes, retratam o sucesso do Clodoaldo na nesta vida, além do reconhecimento dos seus colegas, profissionais registrados no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia.
Desportista, foi técnico do Guarany Atlético Clube, na época do “seu” Milton, quando foi vice-campeão amapaense, em memorável decisão com o Esporte Clube Macapá, em 1974. Fundou o São Paulo, cujo time de futebol só tinha uma titular, ele mesmo, o Clodoaldo e sua camisa 5.
Neste sábado, 25 de fevereiro, dia em que completa 64 anos, não está mais alegre porque se considera uma das maiores vítimas do David, jogador do Flamengo, que perdeu o gol que, segundo ele, mudaria a história da partida e deixaria o seu time do coração, o Flamengo, na decisão de amanhã.
Parabéns meu irmão! Todos nós estamos muito felizes por você!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

AO TRABALHO

Rodolfo Juarez
Esta foi uma semana atípica para vários setores da economia e da sociedade. As pessoas aproveitaram para fazer coisas que nem sempre fazem - a não ser durante o período do carnaval.
Para uma significativa parte da população o período não tem nada a ver com descanso, reflexão ou mesmo o necessário recarregamento da “bateria” para continuar a rotina que enfrenta todos os dias.
Aqueles que são dirigentes de escolas de samba ou que estiveram envolvidos com organização de eventos carnavalescos, certamente estão precisando descansar muito mais do que aqueles que simplesmente ficaram esperando “a banda passar”.
Mas a “banda passou” e a rotina precisa ser retomada.
Os problemas precisam ser enfrentados, equacionados para que cada qual exerça, com eficiência, o papel que assumiu perante a sociedade.
Esses intervalos que foram inventados ao longo do tempo pelos agentes sociais e são decorrentes das necessidades, tidas como oportunas, mas que, ao longo do tempo, vão se firmando como uma necessidade permanente, devido às exigências, aparentemente maiores, a que são submetidas as pessoas que forma essa sociedade.
A sociedade, dividida como está em governantes e governados, acaba fazendo exigências que são permanentes e que, por isso, mais cansativas e muito mais difíceis de serem satisfeitas se não forem levadas a sério desde os seus detalhes mínimos.
Mas essa mesma sociedade, devido o conhecimento acumulado ao longo do tempo e das gerações, também define o nível de ocupação para cada qual. Aqueles que são eventuais responsáveis por atividades de interesse de todos, têm um tempo definido, muito mais pela necessidade de se contar com pessoas motivadas e atuantes, do que se ter pessoas cansadas, desmotivas e viciadas.
Os governantes, principalmente da área executiva, têm o tempo limitado porque, em regra, são muito exigidos para apresentarem soluções para os problemas de todos em um tempo limitado.
Os mandatos são síntese dessa necessidade.
E não adianta sair por ai procurando outros caminhos, diferentes daqueles que a sociedade tem definido que serão encontrados tantos empecilhos, os resultados não aparecem e as consequências são desastrosas.
Mesmo assim ainda há aqueles que ainda não compreenderam a regra e querem, no curto prazo que têm dispor do tempo a seu modo, deixar para depois o que tem que fazer e comportar-se como se em férias estivesse.
No exercício dos mandatos o mandatário tem subsídio e não salário.
Notou a diferença?
Pois bem, isso para não se falar em férias conforme a concepção geral. O que os detentores de mandato dispõem são de intervalos para recuperação e não de um espaço temporal, por exemplo, de 30 dias, para gozo de férias.
E sabem porque?
Por que já está inserido nos cargos ocupados por pessoas que recebem o mandato do povo o limite do tempo. Um limite feito muito mais por causa do limite físico das pessoas, do que por qualquer impedimento de continuidade política.
Então, basta cumprir o compromisso que assumiu – trabalhar.
Todos os que têm mandato devem exaurir o seu tempo no limite máximo dos seus esforços, trabalhando conforme o interesse do povo, conforme manda os elementos constitutivos do Estado Nacional.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

OS TURISTAS NÃO VIERAM

Rodolfo Juarez
O carnaval passou e já começaram as avaliações do desempenho do projeto e dos resultados alcançados. As escolas de samba, a Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá, patrocinadores, entre estes o Governo do Estado e a Prefeitura de Macapá analisam, detalhadamente, o que aconteceu.
O Governo do Estado que vem se constituindo, ao longo dos anos, o maior patrocinador do carnaval local, se esforça para justificar os recursos gastos e projeta os empregos “gerados” e a ativação da economia como indicadores subjetivos que deveriam fazer com que o recurso aplicado voltasse através de tributos.
A Prefeitura de Macapá, com bem menos recursos financeiros e com dificuldades para se apresentar como indutor do carnaval, ante o domínio do Governo, se esforçou e fez o que estava ao alcance e nos pontos que entendeu que poderia melhor atender os interesses dos contribuintes.
Os turistas esperados não vieram.
O público, afastado das discussões, não compreendeu as coisas e também não foi ver as escolas que tiveram que se conformar com os seus fiéis torcedores.
Quem não teve esses “fiéis” torcedores para aplaudi-los, ficou sem os aplausos.
Houve o espetáculo, mas ele ainda foi amplamente dominado pela paixão, pela disputa, pela vontade de ser o melhor.
Ainda não foi desta fez que aconteceu o espetáculo pelo espetáculo e onde o resultado, medido através das notas dos jurados, seria apenas um mero detalhe. Importante, mas um mero detalhe.
A grande falha na estratégia ficou por conta dos blocos. Tanto a Abloca, como a Liba precisam encontrar um caminho que possa atrair o público para o Sambódromo ou, de outra forma, terão que escolher outro local para mostrar o seu difícil trabalho.
Tanto na sexta-feira, como na segunda-feira, as arquibancadas ficaram completamente vazias, mesmo com o convite feito, avisando que na segunda-feira, por ocasião da apresentação dos blocos da Liba, não haveria cobrança de ingressos.
É possível que sejam encontrados vários motivos para que o público não tenha ido ao Sambódromo, até mesmo a pouca divulgação dos blocos e a grande polêmica criada com o preço do ingresso para ver as escolas de samba. O fato é que até mesmo os responsáveis pelos blocos ficaram decepcionados quando viram as arquibancadas completamente sem torcedor ou espectador.
Dava a impressão que houve dificuldade para a divulgação ou que a divulgação deixou de lado os blocos.
É claro que tudo isso contribuiu, mas também é de se considerar que a divulgação institucional, patrocinada pelo Governo do Estado, foi mais voltada para o turista e o visitante.
Esse é um trabalho que demora bastante para dar resultado.
Nesta seara é importante avaliar os prejuízos da polêmica criada, a poucos dias do desfile, com a questão “Piratas da Batucada”, levada à Justiça e que veio de lá com uma ordem que alterava o discurso de importantes figuras que participavam da organização do carnaval de 2012.
Isso, certamente, influiu no ânimo dos que se interessariam pelo evento e que viram, antes de começar, uma disputa na Justiça do Estado.
Foi ruim para todos e decisivo no resultado final o que frustrou a todos – escolas, organizadores e patrocinadores – e, de quebra, não atraiu os visitantes.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA

Rodolfo Juarez
Apesar de todos os chamamentos e até alguns anúncios, o carnaval de 2012 não está contando com o apoio das empresas privadas.
Até mesmo aquelas que serão diretamente favorecidas pela venda dos seus produtos, estão fora do processo ou se escondendo desconfiando do sucesso. Este é o caso de empresas como as revendedoras de refrigerante, água mineral e cerveja. Mas também, aquelas dos setores voltadas para setor de turismo ou para o comércio de roupas. Nenhuma delas considerou o carnaval como um motivo de negócio.
Procuramos manter contato com alguns diretores de algumas dessas empresas para discutir o problema e eles deram a entender que vão esperar mais um ano para poder entrar no negócio. Ainda falta confiança.
Como exemplo para a desconfiança foi citado o caso da Escola de Samba Piratas da Batucada que passou a ser uma entidade “não grata” para a organização, entretanto, em todas as pesquisas feitas, é a Escola que além de ser aquela que tem maior aceitação popular, é a entidade que é tida como a que tem maior chance de conquistar os títulos que disputa.
O sucesso daquela escola de samba no Festival de Samba Enredo, em 2012, foi um recado para os organizadores do Carnaval que precisam “ser mais profissionais” na opinião dos empresários que foram sondados.
Quanto a ausência de empresas de grande porte, como a Amcel, a Anglo Ferrous e mesmo aquelas que estão realizando as obras, construindo as usinas hidrelétricas em Ferreira Gomes, não foram atraídas para o evento.
Alegam os diretores daquelas empresas que não lhes foi apresentado o plano do evento e nem solicitado qualquer apoio, como também entendem que não há tradição e logo explicam a situação pela decisão tomada no ano passado quando não houve o desfile das escolas filiadas a Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá.
Não descartam a possibilidade de entrar como patrocinadores do carnaval, mas, segundo eles, precisam de tempo para aprovar a proposta e de certeza de que o evento vai ser realizado.
O anúncio feio pelas autoridades do Governo que há disposição para continuar construindo o Sambódromo e aumentando a qualidade de atendimento para o espectador, é um motivo que pode trazer para dentro do carnaval amapaense, aquelas grandes empresas
Outro ponto muito discutido entre os empresários é o fato da inconstância dos dirigentes da Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá, pois, segundo eles, não sabem com quem fecharão o negócio referente ao patrocínio: se com a Diretoria da Liga ou se com o Conselho de Representantes.
Para os empresários e os seus auxiliares que atuam no setor de marketing de cada uma das empresas, um estudo feito sob encomenda, a recomendação manda que se tenha muita cautela por causa do excesso Poder que a Diretoria alega que tem o Conselho de Representantes.
Segundo esses empresários, em outros Estados é conhecido o negociador, aquele que está com a última palavra para decidir com o diretor da empresa com quem conversa. Não há tempo para os dirigentes ficarem esperando para ter uma resposta.
Também o repasse de dinheiro para os dirigentes do Carnaval trás um problema muito grande para o dirigentes das empresas que estão interpretando que o valor que chega nos cofres de cada Escola acaba funcionando como uma dose de desânimo e que, por isso, os dirigentes das escolas não arriscam.
Há unanimidade entre os dirigentes das escolas e entre os empresários, potenciais investidores no evento, de que precisa haver continuidade dos eventos para que haja a retomada da confiança da população.

DEPOIS DO CARNAVAL

Rodolfo Juarez
Os presidentes de associação de moradores, depois da falência da organização que congregaria e daria força para essas mesmas associações, resolveram não esperar mais de braços cruzados e estão preparando uma grande reunião para o dia 28 de fevereiro, no Bairro Nova Esperança.
Os problemas se amontoaram nos bairros o que está levando a muitas reclamações dos moradores que pressionam tanto os presidentes das associações que eles estão se sentido pressionados por um lado e enganados pelo outro, para onde sempre recorrem – o setor público.
Segundo Jean, presidente da Associação de Moradores do Bairro Nova Esperança, atualmente os presidentes de associação não são, se quer, ouvidos pelo prefeito ou qualquer dos seus secretários e isso está fazendo muita falta para a população e criando dificuldades para a administração.
Mesmo assim os principais auxiliares do prefeito não se sensibilizam pelo que é pedido ou requerido pelos moradores que perderam totalmente a esperança e estão procurando uma forma para poder chegar e conversar com os gestores, dando suas opiniões e participando da recuperação dos bairros.
Com a chegada das chuvas a situação piorou, e muito!
Não é que os problemas tenham apenas “molhado” acontece que eles se agravaram pois saíram do local. Foi o que aconteceu com o canal do Bairro Nova Esperança que transbordou e colocou no fundo, além da rua, várias casas causando um imenso prejuízo para os moradores.
Nesse período houve um agravamento da situação com a operação padrão dos garis que deixaram de recolher o lixo na mesma proporção que recolhiam ano passado, o que foi suficiente para que o lixo, principalmente o doméstico, ficasse retido nas lixeiras ou nas sacolas.
Gatos e cachorros combinaram rasgar o que fosse possível; os urubus comer o que restasse e para a população sobrou o odor horrível e a poluição visual inacreditável para uma cidade de 400 mil habitantes.
Os dirigentes dessas associações de moradores, que estão se juntando com outras entidades que estão no seio da sociedade como: movimento de mulheres, movimento da juventude, movimento da terceira idade, para partir para a pressão e trazer o dirigente público até a comunidade ou ir até ao gabinete deles para falar de seu “quase desespero” e daqueles que representam – os moradores.
Segundo os presidentes que estão à frente desse trabalho, será feito um plano de ataque aos problemas, pelos próprios moradores, para que os erros ou as omissões não sejam a marca tanto do governador como do prefeito.
Há uma grande desconfiança das comunidades nos homens que estariam com a incumbência de fazer o que tem que ser feito. Disse um dos dirigentes de associação de moradores: “já estamos cansados de esperar”.
O fato é que se trata de uma tentativa legítima e interessante que deve ser anotada pelos gestores públicos para que os problemas comecem a ser resolvidos e outros, que estão na iminência de acontecerem, possam ser evitados.
Limpeza de canal, tapa buraco, sinalização, garantia de acesso para os moradores, são algumas das reivindicações que já deve fazer parte do documento que será entregue para todas as autoridades dos setores ou daqueles setores que podem, perfeitamente, contribuir para a arrancada que pretendem dar a partir do dia 28 de fevereiro, depois do carnaval.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

QUAL SERÁ A QUESTÃO?

Rodolfo Juarez
Já faz algum tempo que venho percebendo que algumas pessoas só trabalham se os seus chefes políticos estiverem no Poder. Parece até que não conseguem conquistar os seus próprios espaços e ficam sob a sombra das propostas de outros.
Não aprendem, por mais que já estejam com bom tempo de estrada, a assumir a responsabilidade pelo que estão fazendo ou pelo que vão fazer.
Na ponta da língua estão todas as suas respostas retocadas pelas expressões complementares e decisivas de que “foi orientação do superior”, “foi uma idéia do superior” e assim por diante.
A situação demonstra que as ações são despersonalizadas por decisão espontânea dos próprios auxiliares que passam todas as iniciativas para a agenda do “superior” e se submetem a ser apenas coadjuvantes dos “caciques” de plantão.
Isso é muito ruim. Aliás, é péssimo!
A população e o “chefe” ficam prejudicados, pois não é fácil, assumir todas as consequências e um governo ou de uma prefeitura do tamanho da prefeitura de Macapá.
Parece também que o tal “chefe” gosta e aproveita para desenvolver a sua auto–realização, pouco importando se não foi atingido o que esperava a população que já anda muito desconfiada de tudo o que acontece.
Alguns dão a impressão que perdem completamente a noção e se sujeitam a ficar à disposição para “pular de galho em galho”, possivelmente querendo mostrar que está disposto a colaborar. Mas o que as administrações precisam é de técnicos profissionais e não de técnicos subservientes ou técnicos negligentes.
Mas, podem reparar, há técnicos, até bons técnicos, mas que só trabalham quando estão sob as “assas do chefe”.
É claro que nisso tudo há muita culpa do “chefe” que demonstrar gostar da situação, da obediência, da subserviência; mas é preciso que se tenha um propósito ou uma proposta que deva ser compreendida por todos, inclusive pelos auxiliares “puxas” e pelos “não-puxas”.
Essa situação já prejudicou as administrações públicas no Amapá que se revezaram nos últimos 18 anos.
Essa condição se propaga pelos outros setores e chega até àqueles empreendedores que só conseguem firmar contratos com a Administração Pública quando este ou aquele administrador ali está.
É difícil de explicar a partir dos princípios da Administração, pois se determinada empresa tem condições de trabalhar com uma equipe governamental, certamente terá condições de trabalhar com outra qualquer equipe, pois as regras da Administração Pública proíbem qualquer favorecimento ou condições diferenciadas para quem quer que seja, pessoa ou empresa.
Mas o retrato da realidade mostra, em close, o retorno de empresários que estavam fora há oito ou dez anos e que, agora, já estão com contratos assinados com a Administração e fazendo a mesma coisa que já foi feito em outros tempos.
Isso vale, também, para o locador de veículos, para os fornecedores em condições de emergências, os locadores de avião e mais uma série de fornecimentos que se repetem com uma facilidade e em quantidade que precisam ser muito estudadas para que seja dada uma resposta para a população.
A primeira hipótese levantada pode estar sustentada pela “química” que “rola” entre contratante e contratado, mas a hipótese não tem sido confirmada e ainda se está buscando uma explicação. Quem dispor da explicação que nos avise.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

CARNAVAL

Rodolfo Juarez
Aos poucos a população vem percebendo que a temperatura do carnaval está mudando. São propostas novas que se juntam às velhas fórmulas com o objetivo de cultivar o que pode ser um momento para quem participa e para quem negocia.
Entre os negócios vale destacar o que pode acontecer com a rede hoteleira da Capital, que já se acostumou a conviver, nunca pacificamente, com apertos e que espera, durante o período do carnaval, contar com ocupações superiores aquela dos outros períodos do ano.
Aliás, esse tem sido o maior entrave para os investidores deste serviço aqui em Macapá que, apesar de apresentar uma vocação natural para o turismo, ainda não pode usufruir dessa vocação, pois os setores próprios ainda não foram acionados e a latência continua sendo uma promessa.
Mas o carnaval é uma esperança a cada ano.
Pode ser que neste ano seja dado o esperado start e as coisas comecem a acontecer. Até agora o círculo vicioso está trabalhando contra o desenvolvimento do setor: não tem turista, porque não tem hotel; não hotel, porque não tem turista.
O carnaval é, pelo menos aparentemente, o “martelo” principal desses que precisam que essa porta seja “arrombada” para que os dólares e os euros, principalmente, se juntem aos reais e pulem, mas pulem muito e para cima, no eixo cartesiano de acompanhamento de desempenho da economia local.
Os que participam são os que mais torcem para que isso aconteça o mais rápido possível, pois não agüentam mais encarar a população que tem avaliado muito mal o desembolso que o setor público faz para garantir a festa do carnaval e principalmente, o desfile das escolas de samba no sambódromo.
Claro que não vai poder continuar assim. Claro que as escolas de samba vão ter que se profissionalizar, o governo vai ter que definir políticas públicas claras e sem paternalismo e respeitar as decisões da Liga Independente das Escolas de Samba, sem que seja preciso o presidente ser um dos seus representantes no comando da administração do Carnaval.
Já não estão funcionando as informações de que Macapá tem um dos melhores carnavais do Brasil. Negando isso estão todas as pesquisas e as pesquisas individuais que os internautas acessam no momento que quiserem.
Mesmo assim a dose de empenho de todos e, principalmente a fé que todos demonstram ter, inclusive o Governo do Estado, no futuro do carnaval local, como instrumento de desenvolvimento da economia local, não pode e não deve ser desprezado.
Para os brincantes das escolas, blocos de bairro, blocos de rua ou simplesmente “sujos” resta a satisfação de poder, em curto prazo, contar com maiores oportunidades de ter ver diversificadas as características do carnaval amapaense.
O Município de Santana, que também conta com o carnaval tradicional de blocos, está explorando comercialmente outra vertente da folia – os trios elétricos -, que já a algum tempo, vem desenvolvendo um trabalho que está animando os organizadores que já se arvoram a dizer que encontraram um verdadeiro filão e que estão dispostos a explorá-lo e melhorá-lo pois, profissionalizados estão atraindo outros mercados como o mercado de grande parcela de Macapá.
A identidade do carnaval pode ser modificada perfeitamente. Os exemplos estão aos montes por ai. As festas populares, quando são sucessos, além de atrair a população, desenvolvem a economia do lugar. Um exemplo? Parintins.

FILAS & METAS

Rodolfo Juarez
Esta semana a população de Macapá mais uma vez teve que conviver com as filas, formadas por mães e pais, nos portões das escolas estaduais e municipais, com o objetivo de garantir o direito de colocar os filhos em sala de aula em 2012.
Já faz algum tempo que as secretarias estaduais e municipais, do Estado e de todos os municípios amapaenses, anunciam que foi feita, em tal dia de tal mês, a chamada escolar para que pudesse haver um planejamento por parte dos setores próprios de cada prefeitura municipal e da Secretaria de Estado da Educação.
Das duas uma, ou a chamada escolar é apenas para atender exigências do Ministério da Educação; ou o assunto não é tratado como devia e serve apenas para discursos das administrações escolares de cada unidade.
A verdade é que ninguém confia nas “chamadas escolares”. Nem as mães e os pais, nem os próprios organizadores da chamada. Serve apenas para apresentar como desculpa quando se deparam com redes, colchões, colchonetes e cadeiras na frente das escolas, varando as noites, desde uma semana antes da data anunciada para as matrículas.
Alguma coisa está muito errada!
As mães e os pais não se disporiam a dormir na frente das escolas apenas para aparecer. Eles vão para frente das escolas porque sabem que podem ficar sem a vaga prometida para seus filhos se assim não o fizerem.
Também pode ser que não estejam acreditando nas pessoas que vão por lá e falam, sem muita convicção, que “terá vaga para todos”.
Todo ano essa situação se repete. E a cada ano, ao invés de se tomar uma medida que possa evitar esse constrangimento para os pais, se observa que o tamanho da fila é que fica maior.
Não importa se a escola fica em um bairro do centro da cidade, ou se fica em bairro da periferia. Não existe qualquer relação lógica com os acontecimentos. O que há de comum é a dificuldade para ficar tranquilo, tendo certeza que o filho vai estudar durante o ano.
O Estado do Amapá, com uma população apurada em 2010, pelo IBGE, em 669.526 habitantes, tinha naquele momento, um contingente de 211.453 pessoas em idade escolar, com uma taxa de analfabetismos 4,9% entre as crianças de 10 a 14 anos e de 8,4% se considerado os jovens de 15 ou mais anos.
Com relação ao analfabetismo, o Estado do Amapá vinha conseguindo administrar bem a situação, mas houve uma interrupção no projeto em 2011 e essas apurações serão conhecidas apenas em 2013.
O Ministério da Educação estabeleceu 5 metas para os brasileiros alcançarem até 2022 quando o Brasil comemora o bicentenário da Independência. As metas são as seguintes: Meta 1 - Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola; Meta 2 – Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; Meta 3 – Todo aluno com conhecimento adequado à sua série; Meta 4 – Todo Jovem com ensino médio concluído até os 19 anos; Meta 5 – Investimento em educação ampliado e bem gerido.
Olhando essas metas o leitor pode perceber que as filas não indicam que alguém está interessado em atingi-las, bem como o atraso no pagamento dos locatários de carros para o transporte escolar e a falta de merenda escolar que obrigou aos diretores e às diretoras dispensarem os alunos no meio do turno, em 2011.
Os pais já decidiram que vão lutar pelo cumprimento das metas e estão sentindo a falta do empenho dos responsáveis públicos para alcançar o que está definido pelo Ministério da Educação.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

E SE MISTURAR OS DOIS, ENTÃO...

Rodolfo Juarez
Os órgãos do Governo do Estado vêm encontrando dificuldades para responder às perguntas da população, quando o questionamento é sobre “o que o Governo vai fazer em 2012?”.
Não era para ser assim. Desde o final do ano passado, ou no primeiro dia do ano de 2012, o sistema de planejamento e controle das ações do Estado deveria ter disponibilizado para dentro e fora do Governo, tudo o que iria ser feito no decorrer do exercício, com as informações que fossem necessárias sobre a escolha ou a preferência dada a esse ou aquele projeto ou a essa ou aquela atividade, como também para fora do Governo, para a população tomar conhecimento e reorganizar as suas expectativas.
O moderno sistema administrativo, tanto das empresas públicas como das empresas privadas, tem tirado bons resultados quando socializam os seus projetos e integram, em cada um desses projetos, os colaboradores, daí o nome de colaboradores.
Até agora não foi descoberto um procedimento melhor.
É evidente que os resultados também são melhores e os custos mais baixos, com o sacrifício das ações discricionárias que formam muito mais no pelotão do autoritarismo do que no pelotão da democracia.
No sistema público não adianta querer desfazer-se de todas as fórmulas que vinham sendo adotadas pelos antecessores, pois não tem alternativas prontas para serem ativadas, devido serem estreitas as faixas legais para o exercício da discricionariedade disponível para o agente público.
Mas essas “descobertas” não demoram tanto tempo para serem feitas pelo gestor que tenha espírito público real, ou seja, esteja disposto a não politizar todas as questões de interesse do Estado e com isso faça a diferença entre o que interessa para si, o que interessa para os amigos, o que interessa para os partidos e o que interessa para a população.
Isso é difícil fazer? É.
Se não fosse difícil certamente a maioria dos dirigentes não teria a dificuldade que tem para entender que o coletivo vem à frente do individual, que o interesse público está acima de todas as questões não públicas.
As relações hierárquicas ficam comprometidas quando não fica perfeitamente definida o papel de cada um e, nesse roteiro, os que detêm a informação, por mais simples ou comum que sejam, evitam repassá-las a terceiros, mesmo que esses terceiros tenham necessidades desse conhecimento para poder cooperar com a equipe.
É por isso que a Administração sente a falta de um plano executivo seja lá qual for a tarefa. Ainda mais quando essa tarefa é do tamanho do orçamento de um Estado, e no caso, do tamanho de um orçamento de 3,6 bilhões de reais como é o orçamento do Estado do Amapá.
O Poder Executivo precisa de um plano executivo para poder responder as perguntas mais simples e até ter confiança de que não está dando informações erradas. As repetidas informações erradas são tão desgastantes quando a corrupção e custam tanto ou mais que a corrupção. E se misturar os dois, então...
O que os auxiliares mais diretos do governador do Estado, exatamente aqueles que atuam diretamente nas ações de execução, estão precisando é das informações, dos dados, para poderem estabelecer prazos, metas e organizar a ocupação da mão de obra e a programação do desembolso.
Como está, as respostas virão sempre carregadas de dúvidas e, algumas delas, estão sujeitas ao rechaço imediato daqueles que apenas querem saber alguma coisa.

SOB PRESSÃO

Rodolfo Juarez
O secretário de Estado dos Transportes e os técnicos responsáveis pela aplicação da lama asfáltica estão cada vez mais pressionados para dar uma resposta aos usuários da Rodovia JK e da Rodovia Duca Serra devido o resultado do processo de recuperação das pistas de rolamento daquelas duas rodovias.
Os acidentes com veículos automotores, principalmente motos e caros de passeio, tem intrigado os condutores que vêm os veículos que dirigem deslizarem naquelas pistas, sem que consigam manter o controle no deslocamento do veículo.
A avaliação expedida indica que o processo utilizado pela Secretaria de Transporte do Governo do Estado, com relação à boa técnica, não foi o melhor. Algumas variáveis e indicações técnicas não foram respeitadas e o resultado não vai atingir o que imaginaram os técnicos daquela secretaria.
O grave é que o resultado alcançado nas pistas das duas estradas está colocando em risco a vida dos condutores, que estão se mostrando, além de preocupados com a situação, assustado com alguns trechos das duas estradas, pois as duas rodovias não apresentavam excelência em segurança e agora têm os riscos agravados pelo serviço executado.
A lama asfáltica é um revestimento betuminoso constituído de elementos minerais, que são os agregados, de dimensões reduzidas e de elevada superfície específica, necessitando de relativo teor de ligante asfáltico para o envolvimento de todas as partículas minerais.
O composto, quando bem produzido e bem aplicado, tem boa resistência ao desgaste por abrasão. Esse composto é de baixa permeabilidade e precisa ser um bom antiderrapante, com associação de agregado miúdos, filler, emulsão asfáltica e água, aplicada com equipamento móvel, apropriado, em consistência fluida e homogênea.
Aparentemente a maior dificuldade que os técnicos têm encontrado na aplicação da lama asfáltica está em contar com um equipamento apropriado tecnicamente.
As lamas asfálticas são aplicadas em usina específica denominada de usina de lama asfáltica, automotoras, constituídas com um silo de agregados, um silo de filler, um tanque de emulsão, um tanque de água, um misturador e uma caixa-espalhadora munida de lâminas de borracha, preferencialmente neoprene, para proporcionar o espalhamento da mistura asfáltica em consistência fluida e de acordo com a espessura da camada projetada.
Normalmente a espessura da camada será em função da dimensão do maior agregado constituinte do traço.
Para a lama asfáltica apresentar os resultados esperados, que dêem segurança ao trafego de veículos, resista à sinalização horizontal e tenha uma boa aparência é necessário que siga as regras técnicas básicas, caso contrário o resultado não irá atender às finalidades e, com isso, ferir os princípios da Administração Pública.
As aplicações recomendadas para a lama asfáltica são: a) impermeabilização de revestimentos antigos, com desgastes superficiais; b) proteção de revestimentos recentes de graduação aberta; c) selar fissuras e melhorar estética de pavimentos antigos, com rejuvenescimento superficial; d) construir revestimentos em vias de tráfego leve.
A lama asfáltica é usada, também, como preventivo e corretivo, na conservação de pavimento asfáltico. Não pode ser entendida com um reforço estrutural do pavimento mas, com sendo uma camada de ataque do intemperismo, protegendo e prolongando a vida útil do pavimento, reduzindo a penetração de água e a conseqüente oxidação ou envelhecimento do ligante asfáltico de camadas estruturais.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

PAGA O MEU DINHEIRO

Rodolfo Juarez
As reclamações sobre pagamento atrasado de várias categorias que trabalham pra o Governo do Estado se amiudaram depois de terminado o mês de janeiro. Dá a impressão que a paciência dos trabalhadores acabou e o medo de perder o emprego se esgotou.
Também, ficar sem receber o pagamento de salários durante quatro meses é um desafio para qualquer um, mesmo aqueles que têm outra fonte de renda na família e que pode considerar o seu ganho como uma poupança.
Os condutores de veículos que fazem o transporte escolar vêm passando por esta situação desde o final do ano de 2011. Naquele tempo não havia recebido, em dezembro, desde setembro e o décimo terceiro salário.
Os maus patrões pagaram o décimo e os meses de setembro e outubro, no começo deste ano, depois de passarem o Natal e o Ano “em branco”, com a promessa que, em seguida, seriam pagos os meses de novembro e dezembro. Até agora nada e os dois meses devidos já se juntaram ao mês de janeiro, colocando, outra vez, os trabalhadores com um crédito de 3 meses, já indo para os 4 meses.
O mesmo está acontecendo, segundo os próprios trabalhadores, com os caçambeiros que estão atuando na Rodovia Norte-Sul. Também cobram 4 meses de salários atrasados.
A estes se juntam os balseiros, os que têm crédito de rescisões de contratos administrativos, hora/aula e mais outros que estão buscando os meios de comunicação social para fazer a cobrança direta.
Dever, todos podem dever. Agora dever salários é uma questão que não entra na conta de ninguém, principalmente quando os responsáveis são gestores públicos que precisam estar atentos com os problemas sociais que decorrem de um atraso de pagamento.
As três secretarias de governo mais acionadas pelos meios de comunicação, principalmente rádio e TV, são as de Educação, Transporte e Administração.
Também são alvo dos credores os Caixas Escolares de várias escolas que já emitiram, inclusive, cheques sem fundo, sendo agentes de um crime comum e por isso estando sujeitos às penas da Lei.
Alguns dos que reclamam do atraso no pagamento dos salários sempre lembram o Ministério do Trabalho e Emprego, através dos seus agentes locais, que não se mostram para questionar os devedores de salários.
Na opinião dos trabalhadores que estão com seus vencimentos salariais retidos, a situação é angustiante e tem levado algumas famílias a “passar fome” ou pelo menos a esgotar toda a sua capacidade de crédito nas mercearias. Algumas delas, segundo relatos, já estão sem comer carne ou peixe, há mais de um mês e são obrigados a consumir ovos e enlatados.
Mas a situação, a cada dia, piora porque os fornecedores estão alegando, e com razão, que não têm mais como garantir o fornecimento dos alimentos porque já esgotaram, também, todo o seu crédito no seu fornecedor e já emprenharam todo o seu capital de giro para atender os fregueses que não recebem dos órgãos públicos.
Essa cadeia de problemas avança e chega aos grandes armazéns e aos bancos onde os comerciantes de bairro buscam o abastecimento de seus comércios e os financiamentos para suas compras.
A situação de mais de 2 mil trabalhadores que não recebem é crítica e se estende aos filhos e outros parentes próximos que são afetados, negativamente, pela situação.
Não pagar os salários, é não reconhecer suas próprias funções, segundo a “associação dos funcionários que não recebem do governo” que está em fase de organização.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

OS SONHADORES DO BOM SONHO

Rodolfo Juarez
Além do aniversário da cidade de Macapá, o dia 4 de fevereiro também marca outro momento importante para a cidade e seu povo – o aniversário de fundação do Jornal do Dia.
Os 25 anos, um quarto de século, é o espaço temporal utilizados por mãos-santas para registrar a história do jornalismo no Estado do Amapá e consolidar o trabalho espetacular dos pioneiros da imprensa local, que sempre tiveram como idéia básica, contar com um veículo independente e suficiente forte, para ser o porta-voz daqueles que querem ser lidos e ouvidos.
O veiculo foi e é o Jornal do Dia.
Desde quando Julio Maria Pinto Pereira declarou a idéia para “seu” Otaciano que as coisas começaram a mudar em Macapá. Da parte daquele pioneiro não haveria problema, ao contrário, foi logo descobrindo que poderia contribuir com a história da Cidade e o Estado registrando o seu cotidiano.
E o projeto poderia ser considerado demais arrojado para a cidade que “sentia” as dificuldades daqueles que, como Haroldo Franco, tentavam se posicionar como agentes dessa oferta de conhecimento para o povo e para os governantes.
Naquele tempo, há 25 anos, ninguém imaginava a internet e muito menos a velocidade com a qual hoje as notícias dão a volta ao mundo. O principal instrumento de trabalho do jornalista era o bloco de anotações, o lápis e a máquina de escrever.
Depois disso, todo um laboratório para construir as páginas, editá-las e revelá-las como se fossem um grande conjunto de fotografias para, em seguida levar o produzido à máquina que, mecanicamente, imprimia os registros nas folhas de papel jornal e transforma os sonhos e as anotações para todo o sempre.
Nem todo esse trabalho inibiu os empreendedores, pai e filho, que convocaram a família para dar a notícia e ouvir opiniões.
Uma seleção de pessoas que tinha se acostumado ao trabalho desde a época da “fábrica” de arroz, onde se beneficiava o arroz comprado com casta e colocava nas mercearias para o consumidor juntá-lo ao feijão e fazer a refeição básica do cotidiano.
Um grupo empresarial, familiar, que crescia e chegava à concessionária de veículos, às empresas de construção civil, tanto em edificações como rodoviárias.
Estava ali propondo a criação de um Jornal.
Até os que inicialmente se posicionaram contra, alegando as dificuldades com mão de obra, falta de espaço para projetar o crescimento do Jornal, passaram a acreditar no projeto quando perceberam que o “seu” Otaciano não mostrava qualquer dúvida quanto o sucesso do empreendimento. Sabia, entretanto, que não era trabalho para um ano, ou para três anos. Demoraria bem mais.
E agora, passados 25 anos, o Jornal do Dia responde ao “seu” Otaciano e ao Júlio Pereira, com o cumprimento de grande parte das metas projetadas no dia 4 de fevereiro de 1987.
O Jornal do Dia se adaptou a todas as modificações às quais a imprensa experimentou. Tanto no que se refere à tecnologia, como ao que se refere à mão-de-obra, sempre buscando a excelência desde a garimpagem das matérias locais, até a impressão do JD em modernas e rápidas máquinas adquiridas para entrar na linha de construção diária do jornal.
Os parabéns aos pioneiros e a todos aqueles que estão honrando a confiança e a oportunidade que estão tendo hoje, afinal de contas o compromisso básico permanece intacto, sem qualquer desvio na caminhadas destes 25 anos – oferecer ao leitor a mensagem para a construção de uma Capital hospitaleira e de um Estado próspero.
Parabéns a todos os que fazem hoje o Jornal do Dia e nossos respeitos a todos os sonhadores do bom sonho que sonharam essa realização.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

CARNAVAL 2012

Rodolfo Juarez
Tomara que as juras que as autoridades fizeram ontem, depois de reconhecer que Macapá precisa de intervenção em importantes setores, demorem, pelo menos, para serem esquecidas.
Porque, de agora em diante, as atenções se voltam, todas, para o Carnaval de 2012 que terá o seu ponto máximo na terça-feira gorda, dia 21 de fevereiro, e com grande apelo que está sendo “engordado” pela mídia paga com dinheiro público.
Claro que é um recomeço. Claro que a população está meio desconfiada desde o ano passado, quando não houve o carnaval. O que todos esperam agora é um grande show das escolas, da Liga, da organização e de todos aqueles que estão treinando para minimizar os erros.
As pessoas ainda duvidam do clima fabricado e do nível de compromisso dos dirigentes com o próprio Governo. Eles ainda não descobriram qual a regra que vão seguir: se a da Secretaria da Cultura ou a da Liga.
Essa dúvida acaba reprimindo a criatividade e diminuindo a inovação e, mesmo com todo o apoio, ninguém está descartando a possibilidade de algumas escolas aparecerem na avenida apenas para cumprir o dever de desfilar, sem qualquer compromisso com a vitória ou, pelo menos, ocupar um dos primeiros lugares na lista do resultado.
As pessoas estão preocupadas com o oba-oba, mas até agora, ainda não foram mordidas pelo bichinho da confiança, necessário para que os desfiles correspondam e os brincantes se mostrem motivados para fazê-lo bem feito.
A magia do carnaval empurra todo mundo para a avenida. Cada um querendo ver os resultados da Cidade do Samba, das modificações nas instalações dentro do Sambódromo. É claro que todas essas melhorias estruturais aprontadas para o Carnaval Amapaense de 2012 precisam ser refletidas pelas escolas de samba.
Não dá nem para imaginar uma escola passando apenas com um carro alegórico; ou com esse carro largando os seus desenhos pelo meio da avenida. Não dá nem para pensar em uma escola com menos de 600 brincantes e uma bateria com menos de 80 figuras.
Ah! São essas novidades que os espectadores, que vão ao Sambódromo, querem avaliar e anunciar o tamanho do crescimento de cada uma das escolas.
Está claro demais que os recursos disponibilizados, os dois milhões e meio, vão ter a sua aplicação cobrada das arquibancadas pelos espectadores e os dirigentes precisam estar atentos para que a concentração de cada um não seja quebrada pela exigência dos torcedores ou dos espectadores que vão ao Sambódromo nos dois dias de desfile das escolas de samba.
Todos precisam compreender que o passo que será dado este ano na Avenida Ivaldo Veras, por cada uma das escolas de samba, não é só o passo do samba é também o passo do compromisso e da paz.
Os resultados não podem ser modificados depois.
A Liga Independente das Escolas de Samba do Estado do Amapá precisa compreender que as incertezas que transmite durante a apuração, funcionam como o colocar de muito sal no momento em que tempera uma comida – esta se torna intragável ou faz mal.
O carnaval é uma bela festa, mas ao contrário do que se possa imaginar, além de dar muito trabalho, exige competência, dedicação e muito, mas muito entendimento para que a frustração não ganhe espaço e desenvolva-se.

COMO TUDO COMEÇOU

Rodolfo Juarez
A trajetória administrativa da cidade de Macapá, nestes 254 anos de gestão, registra 69 períodos administrativos e 62 gestores, incluídos nessa conta, os nomeados no Brasil Colônia (1750/1822), durante o Brasil Império (1822/1889), durante a República Velha (1889/1930), durante a Era Vargas (1930/1945), durante a República Nova (1946/1964), durante a Ditadura Militar (1964/1985) e durante a Nova República (1989 até 4 de fevereiro de 2012).
Macapá começou com a chegada de açorianos que se desgarraram do grupo que buscava defender e povoar Santa Catarina e Rio Grande do Sul, pois a coroa portuguesa estava convencida que a melhor maneira de garantir a posse da terra era povoá-la.
A imigração de casais açorianos para o sul do Brasil começou em 1617. Durante cinco anos, entre 1748 e 1753, deram entrada, no do Brasil, 1178 casais açorianos, totalizando 6 492 pessoas. Foi desse grupo que se desgarraram as famílias que vieram povoar a região e começar Macapá.
Os açorianos imigraram para o Brasil porque a miséria grassava no Arquipélago, naquele período, como resultado do fraco desenvolvimento das ilhas na produção do trigo e do pastel, uma planta usada como corante azul em tinturarias e pinturas (outrora, a sua maior riqueza), acrescido do excesso demográfico que atingiu um caráter cíclico nas ilhas maiores.
Os açorianos aparecem na história do Brasil em diversas regiões e estão distribuídos pela Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, S. Paulo, Amazonas, Pará, Paraíba, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Amapá. Atualmente, vivem no Brasil 1 milhão e 200 mil portugueses, sendo a maior parte açorianos e seus descendentes.
Os Açores, oficialmente designados por Região Autônoma dos Açores, são um arquipélago transcontinental e um território autônomo da República Portuquesa território, situado no Atlântico nordeste, dotado de autonomia política e administrativa. Os Açores integram a União Européia. O arquipélago dos Açores é constituído por nove ilhas.
Macapá, então, foi formada através da instalação de açorianos no canal norte do Rio Amazonas, em 1751. Deveriam consolidar o domínio dos portugueses na região.
O povoado cresceu rapidamente e em 1758, foi elevado à categoria de Vila com a denominação de Vila de São Jose de Macapá.
Os primeiros administradores de Macapá foram: Manoel Pereira de Abreu (06/1750 a 08/1751), João Batista do Livramento (08/1751 a 04/1753), Francisco Cordeiro Manso (04/1753 a 01/1754) e Nuno da Cunha Ataíde Verona (01/1754 a 08/1763).
Foi justamente no período da administração de Nuno da Cunha Ataíde Verona que Macapá foi elevado à categoria de Vila, em 4 de fevereiro de 1758.
A designação dos administradores dependia da coroa e, depois da província.
Em 1985 os macapaenses escolheram o seu primeiro prefeito, através do voto, saindo vencedor, Raimundo Azevedo Costa, que tomou posse no dia 1º de janeiro de 1986, para exercer uma mandato de 3 anos, que encerrou-se no dia 31 de dezembro de 1988, sendo o 56º administrador de Macapá, tendo exercido o 64º período da administração macapaense.
O atual prefeito, Antonio Roberto Rodrigues Góes da Silva, eleito em 2008, tomou posse no dia 1º de janeiro de 2009, para um mandato de 4 anos, a encerrar-se no dia 31 de dezembro de 2012.
Os eleitores macapaenses, vão às urnas no dia 7 de outubro deste ano de 2012 para eleger o prefeito que vai exercer o 69º período da Administração de Macapá.

SEM PERDA DE TEMPO

Rodolfo Juarez
Amanhã a cidade de Macapá completa 254 anos. Pode-se dizer que já está adulta, mas que ainda é suficientemente jovem para esperar a compreensão dos dirigentes do Estado do Amapá e do Município de Macapá, que poderão contribuir, e muito, na melhoria de oferta de condições de vida para os seus habitantes.
Não basta apenas o que a natureza nos oferece. Muito embora, reconheçamos, tenha sido essa generosa oferta a responsável pelo prazer de receber no rosto a gostosa brisa que o Rio Amazonas molha e deixa passar para todos nós, fazendo a distribuição democrática do prazer e a alegria de poder dividir, esse prazer, com os nossos visitantes e amigos.
É espetacular observar o movimento das marés, enchendo e vazando, dando a lição para tanta gente e também para nós, que deixamos, às vezes, que esse detalhe passe sem ser notado.
A grandeza do Rio acaba deixando por nossa conta a imagem do que ele pode fazer além de ser o facilitador das aventuras fluviais em que se transformam as viagens pelo Rio e pelos seus afluentes.
As ondas, os navios, as pequenas embarcações, as voadeiras, as catráias, os jet skis, os kitesurfs, as montarias, os batelões, muito vento e a imensidão do rio transmitem uma espetacular sensação de que esta cidade oferece grandes alternativas de laser, esporte e prazer para quem viaja, pratica ou simplesmente acompanha o espetáculo.
E se não tiver nada disso, a cidade deixa você, logo pela manhã, ver um dos maiores espetáculos da terra – o nascer do sol no equador. Um espetáculo que apresenta, a cada dia, uma nova forma sem deixar de ser surpreendente a cada registro fotográfico. Mesmo com as nuvens da manhã não deixando ver o sol, a forma raiada como se projeta no céu, transmite uma espécie de supremacia sobre o observador.
Ainda nessa linha, ou mais precisamente na linha projetada do Equador, se sente sensações inimagináveis pela forma concreta de poder estar, ao mesmo tempo, no hemisfério norte e no hemisfério sul da Terra ou, se quiser, exatamente sobre a projeção da linha mágica que divide a terra em duas partes iguais.
A cidade ganhou de presente, no final da década de 80, o Monumento do Marco Zero do Equador, talvez o maior símbolo da cidade, pela atração natural que opera sobre os visitantes e os estudiosos. Cientistas de diversas áreas do conhecimento são atraídos pela cidade por ocasião do Equinócio.
E são dois os registros anuais do fenômeno do Equinócio: um na segunda quinzena de março e outro na segunda quinzena de setembro.
O espetáculo é único. A percepção do fenômeno astronômico é constatada na concretude do simples mecanismo de que dispões o Monumento. Uma chance que não pode ser perdida por aqueles que precisam compreender pontos importantes do equilíbrio universal e da movimentação das estrelas, dos planetas e dos satélites.
E os que estão por aqui, às vezes, nem percebem o que tem à sua disposição!
Entretanto, Macapá pode ter bem mais que isso como, por exemplo, a marcação, em concreto, de toda a projeção da linha, desde a margem esquerda do Rio Amazonas até, pelo menos, a margem esquerda do Rio Matapi e, quem sabe, uma estrada com quatro ou seis pistas.
Nesse conjunto tantos motivos poderiam completar esse percurso, além do Estádio Estadual Milton de Souza Correa, como um grande ginásio, um centro de convenções, pistas de atletismo, pistas de passeio e caminhada, tendo como definição longitudinal a linha de projeção do Marco Zero do Equador.
Ainda há tempo para tudo isso, basta encontrar a vontade que está escondida no meio dos mandatários, a competência que desafia cada um e a criatividade dos profissionais que estão à disposição dos dirigentes.

NÃO HÁ COMO COMPENSAR A ALEGRIA

Rodolfo Juarez
Bem que tudo podia estar diferente.
Tudo arrumado, mesa pronta, convidados definidos, discursos afinados, consciências tranqüilas,
apenas esperando o grande momento de fazer os agradecimentos, cortar a fita e começar a festa.
Mas nada disso está definido.
Aliás, a definição ainda não foi alcançada devido às quizílias que ainda dominam a cena, resultante do narcisismo da vontade de ser único e dono da última palavra.
Nem mesmo a aniversariante, a importante aniversariante, consegue atrair a atenção daqueles que, ao que parece, não assumiram o compromisso que têm para com a cidade e continuam, sob o tema do egoísmo, sustentando que pode fazer mais que o outro, ou que é mais importante que o outro.
Muitos já chegaram perto e orientaram para que, pelo menos no dia do aniversário, cessem essas bobagens e prevaleça o respeito à população e ao que representa o local onde está essa população.
Mas que nada! A força narcisista continua preponderando, mostrando o caminho que, mesmo
descobrindo que é o errado, é seguido pelos teimosos e descompromissados.
Mesmo assim a aniversariante está esperando o entendimento, pois já tem certeza que, se as brigas não cessarem agora, têm poucas chances de cessar ainda nesses tempos próximos.
Está certo quem diz que o tempo não vai parar e que virão outros aniversários. Mas está errado
quem pensa que o tempo apaga tudo. Nesse caso, no caso da aniversariante, nada é apagado e as chances de serem atiçados a cada ano, são maiores do que se imagina.
Respeitar esse momento seria, assim, demonstração de respeito e consideração pela história da
aniversariante que, a cada dia cresce, se mostra com mais necessidades, mas que também se adapta a espera para melhorar as condições que possa dar ao seu povo, seus verdadeiros construtores.
Ser diferente, prejudicando a aniversariante, é como ser vencedor injusto, inglório e sem
conquistar campeonato.
Nesse caso, não há como compensar a alegria que não vão ter.
Resta aos habitantes confiar na coerência das pessoas e daqueles que ainda podem fazer alguma coisa, afinal daqui a poucos dias, o sábado vai chegar, trazendo no seu sol ou na sua chuva, a aniversariante sempre mostrando hospitalidade e provando que é possível resistir aos mais severos castigos.
O masoquismo que tomou conta de alguns não tem conseguido guarida no meio da imensa maioria da população. Ele, ao contrário, é repudiado, renegado, rejeitado e mostrado como
empecilho.
Resta confiar no tempo e na história. Aquele sempre bom e esta, cada vez mais épica.
Então preparemo-nos para os “parabéns pra você” sem qualquer limite.
Poderemos gritar, assoviar, aplaudir, vaiar, chorar, lamentar, mas, também, ficar feliz.
Satisfeito não.
Ninguém ficará satisfeito quando Macapá completar 254 anos sem a unidade de seu povo.

AS ARTÉRIAS DA CIDADE

Rodolfo Juarez
Mesmo quando Macapá não conhecia as fortes intervenções do homem, dando-lhe novo desenho urbano e atendendo as necessidades emergentes da própria cidade e da população, tinha-se a impressão que isso seria feito.
As pontes, algumas largas, que faziam a ligação dos bairros do Elesbão e Vacaria com o bairro Alto e o centro administrativo, onde estavam instadas as salas dos gabinetes dos dirigentes da cidade, davam a impressão que tinham os dias contados e que sabiam que iam ser substituídas.
Foi o grande salto urbano que a então capital do Território Federal do Amapá deu possibilitando o aparecimento de um grande núcleo populacional, onde se concentraria o comércio varejista, que era animado pelos libaneses, os sírios, os portugueses e outros estrangeiros que assumiam a responsabilidade pelo comércio local.
Foi depois deles que os brasileiros, vindos de todos os lugares, mas principalmente do Nordeste e do Estado do Pará, começaram a se juntar aos “judeus”, de fala estranha ou mesmo substituí-los, assumindo os negócios de alguns.
Esse núcleo deu a entender às autoridades que precisava haver um trabalho urbano que permitisse o acesso dos moradores dos bairros “mais distantes” ou isolados pela geografia da cidade, chegassem ao “comércio” concentrado na Rua Cândido Mendes e na “beira”.
A localização do Trapiche Eliezer Levi, bem mais comprido e largo do que o atual, foi definida para atender a necessidade de embarcações maiores, principalmente aquelas que não “entravam” no Igarapé da Fortaleza, situado ao lado da Forte de São Jose de Macapá, exatamente onde hoje está o “lugar bonito” e mais precisamente a área de eventos ao lado do Forte, exatamente aonde as embarcações menores, até 20 toneladas, chegavam, de maré alta, para desembarque e embarque de carga e passageiros.
As primeiras passarelas a serem retiradas foram da atual Rua Tiradentes, a mais larga da área, que era praticamente contínua, desde a descida da Avenida General Gurjão até à subida do “Santa Maria”, que ficava localizado na esquina da Rua Tiradentes com a Avenida Feliciano Coelho.
Depois começaram os aterros na Rua São José, cortada pelo Igarapé da Fortaleza que tinha nascentes na área onde está hoje, o centro geométrico do cruzamento da Avenida Mendonça Furtado com Jovino Dinoá, ainda um grande problema para a cidade e para os moradores das proximidades.
Essas obras mostram a necessidade de cuidar da drenagem da Cidade de Macapá e foi quando Departamento Nacional de Obras e Saneamento foi autorizado a realizar os trabalhos de retificação do Igarapé da Fortaleza, transformando-o no Canal da Mendonça Júnior, para coletar as águas das áreas baixas limitadas pelas ruas Cândido Mendes e Leopoldo Machado; e pelas avenidas General Gurjão e Feliciano Coelho. Nessa época a Candido Mendes terminava onde hoje começa a Avenida Henrique Galúcio.
Essa foi a primeira grande intervenção, até hoje por acabar, e que teve a retificação do Igarapé da Fortaleza transformado no Canal da Mendonça Júnior.
O projeto básico elaborado, aprovado e iniciado, já contemplava a diretriz para o Canal do Beirol, inclusive a Bacia da Rodovia JK até desaguando no Rio Pedrinhas (hoje chamado de Canal das Pedrinhas). Essa obra foi realizada e tem o funcionamento prejudicado pela falta de limpeza e manutenção.
Outras “artérias” de drenagem pluvial foram iniciadas (como é o caso do Canal do Jandiá) e outros concluídos (como o caso do Canal do Mucajá). Além de outros que foram apenas maquiados, como é o caso do Canal do Bairro Nova Esperança.
São obras importantes e que precisam continuar para fazer a cidade funcionar, inclusive quando está chovendo “pesado”.