Por mais que se
esforcem todos para homenagear aquele que foi o primeiro governador do Amapá,
poucos compreenderão a importância que teve Janary Gentil Nunes na implantação
do que é hoje o Estado do Amapá.
Os limites
geográficos são os mesmos, o clima é o mesmo, os recortes físicos no território
são os mesmos. A fauna e a flora estão relativamente pouco modificadas daquele
tempo, mas as características estão mantidas e não dá para dizer que houve
depredação do ecossistema e muito menos a quebra do equilíbrio natural.
Janary veio
governar o Amapá com a incumbência de ocupar a área, afinal de contas, a área
sempre fora motivo de cobiça de outros povos, principalmente os franceses, que
ainda remoíam a derrota no Tribunal de Haia e não se conformavam com o recuo do
que consideravam as suas fronteiras.
Janary Nunes foi
objetivo nessa parte do plano e, como primeira providência, propôs a capital do
Território Federal do Amapá ao invés de ficar de frente para o oceano, em
Amapá, ficaria de frente para o Amazonas, em Macapá.
Mais tarde a
história local, que pouco fala sobre esse episódio, registraria o acerto da
medida, pois rapidamente, Macapá saiu dos seus mil habitantes, em 1944, para 30
mil em 1950.
Janary transmitia
confiança e se fazia claro quando o assunto era acreditar que poderia modificar
as condições sanitárias e sociais dessa área brasileira. Ao mesmo tempo em que
se instalava, estabelecia os pilares da estrutura que daria as condições para
que as pessoas se sentissem segura. Foram construídas, ao mesmo tempo, escolas,
hospitais, portos, aeroportos, usinas de força e luz, estação de tratamento de
água, adquiridas unidades de transporte, aberas as primeiras estradas,
construídas casas para funcionários e à medida que as necessidades iam
aparecendo eram analisadas e resolvidas.
Macapá e as pequenas vilas passaram a ser
tratadas como cidades, colocando como prioridade as necessidades dos
habitantes. Além do que Janary era incansável no dia a dia e se agia,
naturalmente, como um comandante em chefe, um líder disponível.
Janary
Gentil Nunes nasceu em Alenquer, sede do Município de Alenquer, no Estado do
Pará, no dia 1º de junho de 1912. Veio pela primeira vez ao Amapá em 1940,
quando ainda era primeiro-tenente do Exército.
Na
época comandava o Pelotão Independente do Oiapoque, na fronteira do Brasil com
a Guiana Francesa, atualmente Colônia Militar de Clevelândia do Norte, onde
permaneceu até o final de 1941.
O
Amapá, antes de ser Território Federal pertencia ao Estado do Pará. Foi
desmembrado politicamente das terras paraenses por meio do Decreto-Lei nº
5.812, de 13 de setembro de 1943, quando Getúlio Vargas era o presidente do
Brasil.
Em
27 de dezembro de 1943, o presidente Getúlio Vargas nomeou para ser o primeiro
governador do Território Federal do Amapá, o capitão do Exército, Janary gentil
Nunes, então com 31 anos de idade, onde exerceria o cargo por 12 anos. A
implantação efetiva da Administração Territorial aconteceu em 25 de janeiro de
1944.
O
capitão Janary Nunes foi nomeado governador do Território Federal do Amapá para
administrar e conduzir o desenvolvimento da fronteira com o objetivo de
promover a segurança nacional, realizar o controle político, o controle social
com adoção de medidas tutelares que garantissem a ocupação da grande área
vazia.
O
Amapá de então possuía aglomerados urbanos e forma de vilas e lugarejos. Tinha
pouco mais de 25 mil habitantes e em Macapá moravam, aproximadamente, mil
pessoas.
As
primeiras obras executadas por Janary Nunes foram: casas para funcionários,
Escola Barão do Rio Branco, Escola Industrial de Macapá, Escola Doméstica,
Escola Normal, Escola de Iniciação Agrícola, Escola Técnica de Comércio e
Hospital Geral de Macapá. O HGM foi a primeira unidade de saúde de Macapá. A
doença mais comum da época era a malária.
Em 5
de fevereiro de 1956, Janary Nunes deixa o Amapá para presidir a Petrobrás, por
designação do Presidente Juscelino Kubitschek. Teve a oportunidade para indicar
o seu sucessor, o médico Amilcar Pereira.
Foi
deputado federal por dois mandatos, 1963-1967 e 1968-1971. Nas eleições de 1971
foi derrotado pelo professor Antônio Cordeiro Pontes para a vaga de deputado
federal.
Janary
Gentil Nunes faleceu aos 72 anos de idade, no Rio de Janeiro, no dia 15 de
outubro de 1984.