Os nortistas, os
nordestinos e todos os outros brasileiros que não aqueles que estão na
governança ou sob a influência favorável do Rio de Janeiro, estão vendo como
aqueles interpretam o Brasil e consideram o seu povo.
A nova proposta
de distribuição dos royalties do petróleo, na forma definida na lei aprovada na
Câmara Federal fez com que os governantes do Rio e de São Paulo fossem às ruas
e declarassem que estão satisfeitíssimos com a desigualdade nacional, apontando
as regras que querem para poder viver sem dificuldades, onde já têm muito mais
que nós, amapaense, por exemplo.
É claro que se a
desigualdade nos desse o lado com mais recurso e mais oportunidades, aqui seria
a Olimpíada de 2016, aqui seria uma das sedes da Copa do Mundo e aqui estariam
sendo construídos sistemas de transporte de massa como está sendo construído
por lá.
Para nós aqui é
proibido falar de metrô. Ora metro! Para nós aqui é proibido falar em melhoria
da qualidade dos ônibus, das ruas da cidade, das rodovias e de tudo que possa
melhorar a qualidade de vida da população.
O Rio de
Janeiro, ao contrário do que pregam os seus administradores, não é produtor de
petróleo coisa nenhuma. O petróleo não se produz. É um bem que a natureza em
suas incríveis mutações nos dá a oportunidade de explorar.
Mas eles, os
dirigentes do Rio, se arvoram a dizer que são “produtores” de petróleo. E
grande imprensa repercute com claro zelo para não ofender nem os pobres do
norte e nordeste e nem os ricos do sul e do sudeste.
Os brasileiros
que estão se dando bem não querem mudar nada. Para eles mexer nos dutos de suas
riquezas, com as quais ficam e gozam, é uma injustiça.
Não se vê
naquelas pessoas, principalmente naqueles que comandaram a concentração no
centro do Rio na segunda-feira, vontade de participar do desenvolvimento
nacional. Para eles o desenvolvimento nacional é o desenvolvimento de onde
moram e dos lugares nos quais estão sempre, muito embora tenham as notícias de
que as dificuldades dos que moram no norte e no nordeste são, grande parte
delas, por conta das benesses que usufruem no glamour do que chamam “cidade
maravilhosa”.
O petróleo é um
bem nacional, portanto, e todos os brasileiros e os erros do passado, quando os
claramente favorecidos foram os estados do sul e do sudeste, não retiraram os
direitos dos que ali não moram. Ao contrário, o que há é uma imensa dívida
deles, que usaram os recursos que também são nossos, para atender às suas
necessidades, principalmente aqueles que têm para se mostrarem que são do
“primeiro mundo”.
Cabe a todos os
daqui, das regiões mais pobres do Brasil, abrir uma frente de luta para não
permitir modificações no que já está feito e a distribuição dos royalties do
petróleo seja mais justa, muito embora ainda não atenda o que manda a
Constituição Federal em sua plenitude.
O que os
cariocas estão fazendo é defendendo um direto que eles não têm, alegando
princípios que não existem e querendo justificar com as obras da Copa do Mundo
e das Olimpíadas, como se fossem feitas com recursos do Estado do Rio de
Janeiro. E não são.
As obras da Copa
do Mundo, como as das Olimpíadas de 2016 estão sendo pagas por todos os
brasileiros, todos nós, inclusive os amapaenses.
O comportamento
do governador do Rio de Janeiro é paroquial e nada tem a ver com o sentimento
nacional. Não concorde com ele.