terça-feira, 31 de dezembro de 2013

2013: ano difícil

Rodolfo Juarez
Neste final de ano tive a oportunidade de conversar com o governador Camilo Capiberibe, que apesar de esforçar-se para se mostrar satisfeito com os resultados que obteve em 2013 e nos dois anos anteriores, deixa transparecer muitas preocupações com relação às dificuldades administrativas que enfrentou e sabe que vai continuar enfrentando em 2014.
Tem uma visível preocupação em assumir a responsabilidade pelo que não foi feito e, naturalmente, pelo que foi feito, respondendo as perguntas, todas elas, na primeira pessoa, reflexo da proteção que resolveu dar aos seus auxiliares mais diretos.
As regras políticas e as punições que o seu partido, o PSB, já acumula pelo entendimento que os fiscais eleitorais têm tido de propaganda antecipada em algumas peças da mídia de divulgação do governo, também são fatores que inibem a ação que é proposta pelos marqueteiros.
Aliás, os marqueteiros da atual gestão não acertaram a mosca em nenhuma peça publicitária que orientaram a construção da divulgação do governo, tanto que os resultados não foram capazes de amenizar a rejeição tanto do Governo, como a pessoal do governador.
Além disso, ainda foram criadas algumas cunhas publicitárias que morreram no nascedouro como, por exemplo, aquela do “caladinho-caladinho” que deu oportunidade para críticas da oposição e, de certa forma, a manutenção da rejeição indesejada que carregou durante todo o ano de 2013.
Houve facilidade de vinculação de algumas manifestações populares, ditas independentes, com a administração publica estadual, quando alguns assessores mais descuidados, declararam apoio àqueles movimentos, passando para a população o entendimento que agia com mão invisível e incentivava atos públicos que, se espontâneos, poderiam fazer a diferença, mas, se vinculados, principalmente ao Governo, acabaria perdendo o valor e funcionando como um ato político-partidário, que têm tempo próprio e momento de oportunidade para serem realizadas.
As circunstâncias acabaram levando a administração estadual a “bater espalhado” não focando em um objetivo modificador, a não ser aqueles difíceis de serem visualizado pela população e que nasce e se encerra nas atividades como, por exemplo, na melhoria de atendimento ao público.
A entrega das obras - todas elas - foi um episódio a parte para a população e, certamente, para o Governo.
Não é agradável para ninguém, muito menos para o executor de uma obra, marcar a data da inauguração ou da entrega e, chegado o dia marcado, não se confirmar. A desconfiança é o primeiro valor que é vinculado ao gestor.
E foram muitas, quase todas, as obras que tiveram data marcada para serem entregues e que foram desobedecidas, deixando transparecer que as empresas contratadas não apresentam cronogramas para serem seguidos ou a fiscalização não se apega ao cronograma como instrumento técnico, que salvaguarda os interesses políticos dos agentes públicos que dependem do voto.
O ano de 2013 não foi um período no qual o governo foi aprovado. Os resultados que tomam por base o princípio da eficiência na gestão pública do Estado foram muito fracos, mas, podem ser um período de aprendizado da própria gestão.

Resta saber se a população e, principalmente os eleitores, vão ser convencidos e aceitar os resultados que foram alcançados.

domingo, 29 de dezembro de 2013

O cobertor é curto

Rodolfo Juarez
Este é um domingo de muitas reflexões por parte dos agentes públicos, afinal é o último domingo do ano e, daqui a dois dias todos nós estaremos dando de cara com o ano de 2014, com todas as suas exigências e as avaliações da população.
Um ano de eleição é sempre diferente.
Os prazos são todos mais curtos e a impressão é que o ano encolhe ou o tempo passa mais rápido.
O primeiro trimestre de um ano de eleição é para cálculos, convencimentos e muito trabalho. Os partidos políticos, ou os seus dirigentes, estão aceitando tudo, desde que garanta que os mandatos que detém sejam mantidos.
Um cobertor curto que não dá para proteger o corpo todo: ou ficam os pés de fora para encobrir a cabeça ou a cabeça de fora, para encobrir os pés. São raras as situações em que o tamanho da coberta se ajusta conforme a exigência do corpo, no caso o partido político.
E este ano a situação vai ser de acomodação. Grande parte dos políticos e dos dirigentes partidários está na expectativa para ver como a direção do PSB pretende fazer as composições.
No governo desde 2010, vai, desta feita busca a reeleição do governador do partido, mas que também é filho do presidente e vai ter, junto com ele, a própria mãe, buscando renovação do mandato de deputada federal.
Montar essa equação para ter resultados possíveis e não tão complicados para serem encontrados, será o desafio da direção do partido e também das principais incógnitas, para que a vontade de ganhar não seja maior do que a possibilidade, muito embora seja inevitável o entrelaçamento dos interesses pessoais e das campanhas.
O problema começa sedo demais. Já em fevereiro os deputados licenciados terão que retomar os seus lugares, cancelando as licenças e ocupando as cadeiras que estão aquecidas por suplentes que foram apascentados com a troca de apoio pela própria vaga na Assembleia.
O problema é que para a volta dos deputados do PSB, os suplentes do PT terão que deixar as cadeiras. O ânimo desse momento é que vai deixar muitos governistas com dor de cabeça, afinal de contas o Partido dos Trabalhadores, mesmo dividido no apoio, é decisivo na composição que pode viabilizar a reeleição do governador.
Mas essa é só a primeira parte, pois ainda terá que encontrar os nomes que vão administrar três importantes secretarias de estado: a da Administração, a dos Transportes e a da Agricultura, onde estão, respectivamente, os deputados Agnaldo Balieiro (PSB), Bruno Mineiro (PT do B) e Cristina Almeida (PSB).
Essa questão precisa estar resolvida até o dia 4 de abril, dai em diante é que os partidos irão cuidar de alianças, medir as possibilidades de eleição dos candidatos, primeiro em número, depois em nome. E se não confirmar o nome é claro que, a priori, não interessa para o partido.
Março abril e maio são três meses importantíssimos, pois todos os arranjos para as coligações deverão estar definidos nesse período, uma vez que em junho acontecem as convenções para que os pedidos de registros sejam feitos nos seis primeiros dias de julho, isso às vésperas das semifinais da Copa do Mundo, aqui no Brasil.
Por isso que não há espaço para devanear. Todo o tempo dos agentes públicos estará preenchido com a atenção aos detalhes, pois, são esses detalhes que definem o mandato dos próximos 4 anos. A não ser no caso da eleição para o Senado, com uma vaga e tendo como um dos seus disputantes o senador Sarney, que é por oito anos.

Então será mesmo um começo de ano bastante apertado para os políticos e tomara que sobre um tempinho para ser dedicado à Administração do Estado, que no último ano de mandato é recheado de exigências legais que, se não cumpridas, podem reder complicações para os infratores daquelas regras.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Todos perdem e a platéia vaia

Rodolfo Juarez
Os parlamentos locais, Assembleia Legislativa e câmaras municipais, completaram o dever de casa votando e aprovando os orçamentos anuais do Estado e de cada um dos municípios amapaenses.
As previsões de arrecadação são feitas com sustentação em informações externas, através de um sistema nacional, e informações internas, através dos apanhados locais, onde são medidos os tributos arrecadados diretamente, pelos órgãos arrecadadores do Estado e de cada um dos municípios.
A projeção do bolo da receita para os estados da região norte, ainda é muito dependente das transferências federais, tanto para os Estados, através do Funda de Participação dos Estados, como para os municípios, através do Fundo de Participação dos Municípios.
Essas transferências são resultado de uma equação, que tem fórmula pré-conhecida, que dependem de variáveis como, por exemplo, o número de habitantes, além de índices fixos, previamente definidos, que têm a proposta de redistribuir a renda resultante da arrecadação dos tributos de competência da União, objetivando diminuir a diferença interregionais.
Mesmo com os resultados não sendo alcançados, principalmente no que se refere à diminuição das diferenças interregionais, os distribuidores do produto arrecadado, ainda não encontraram uma fórmula para aplicar e melhorar o processo.
Nesse aspecto, aliás, está em fase final de convencimento, a proposta em que estados como o Amapá, terão diminuídas as suas cota-parte nas transferências constitucionais, pois os estados que geram arrecadação tributária querem rever, logo, a equação o que implicaria em diminuição dessa cota-parte.
Por enquanto a luta é para alongar, o máximo possível a validade da metodologia atual, mas já há entendimento de que a reforma deva ser implantada tão logo haja condições políticas, ou apenas aguardar pelas definições legais já em vigor.
Os orçamentos públicos do Estado do Amapá e o do Município de Macapá, os dois maiores orçamentos amapaenses, estimam, para 2014, uma receita de R$ 5,15 bilhões e R$ 620 milhões, respectivamente, números consideráveis mesmo que seja para enfrentar muitas carências sócias que continuarão desafiando as administrações no próximo ano.
Se continuar, entretanto, com os mesmos métodos, as chances de dar certo são muito pequenas, aliás, menores do que aquelas que foram enfrentadas em 2013.
É preciso entender que não se resolvem os problemas de uma vez só ou, muito menos, apenas com a vontade de resolvê-los.
Em 2013, boa parte do esforço pessoal e funcional, de importantes agentes públicos locais foi gasto na administração e enfrentamento de intrigas, em uma luta inglória para apresentar supremacias. Um cenário que não está modificado para 2014 que logo no começo dever ser palco de mais lutas intestinas que pouco ou nada importa para a população e que em nada contribuiu para a eficiência administrativa do Estado.

Juízo deve ser a principal recomendação àqueles que estão com as luvas atadas para continuar a luta onde todos perdem e a plateia vaia.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Argola de náufragos

Rodolfo Juarez
O que está havendo para que os resultados planejados e exaustivamente anunciados  não apareçam , para deixar alegre a comunidade e satisfeita a sociedade com os seus dirigentes, nos quais depositou tanta esperança.
Os recursos foram gastos, as tentativas foram feitas ou, pelo menos anunciadas, os esforços foram mostrados, mas o resultado não foi aquele esperado, nem pelos executores e muito menos pela população.
Isso já vem se repetindo há bastante tempo e, a cada ano, fica acumulado para ser vencido no futuro, quando outras prioridades são selecionadas e outras exigências são catalogadas.
O povo já anda desesperançado. Os gestores mostram-se abalados pelo fato de querer e não alcançar, nem mesmo os objetivos mais óbvios e comuns.
Os desentendimentos entre os órgãos públicos são cada vez mais escancarados, sem limites, deixando do lado de fora as vísceras dos organismos que precisam ser sadios e que se mostram doentes, precisando de socorro e assistência.
O povo continua esperançoso, confiante de que uma hora esse jogo vai virar, os resultados vão aparecer, muito embora já desconfiem que não virá no esteira das proposta dos políticos, algumas delas mirabolantes e que estão muito acima da realidade local e nacional.
Os responsáveis pelo comando dos diversos organismos estaduais estão atrapalhados, brigando entre si, prejudicando os resultados e criando a desconfiança da população sobre todos.
Obvio que o resultado não poderia ser diferente devido a insistência de que a divisão entre os grupos, uns achando que são mais preparados do que o outro, ou entendendo que são mais honestos do que o outro, será capaz de construir um estado em condições de responder, com eficiência, ao contribuinte, pagador de todas as aventuras dos dirigentes.
Os resultados sociais apurados são desastrosos. Nem os índices oficiais que serão mostrados animarão a sociedade que continua desassistida, não obstante os esforços localizados aqui e ali.
Nem os projetos mais simples, como o da limpeza urbana, ou o da mobilidade, ou o do emprego, apresentam resultados que possam servir de referência para a gestão pública.
Os empresários fazem um esforço hercúleo para manter as suas empresas em funcionamento, pois, se de um lado há a pressão pela arrecadação de impostos, por outro, há a falta de oferta de alternativa para a expansão que possa alcançar o equilíbrio econômica-social necessário para que a “galinha dos ovos de ouro” não morra.
As reclamações vêm de todos os lados. Um povo que reclama, certamente não está feliz. Vive como pode e como lhe é dado oportunidade.
As soluções anunciadas são setoriais. Não há uma proposta geral, confiável e que possa superar às necessidades eleitorais.

Parece que a política eleitoral se tornou em uma argola de náufragos, onde ninguém está disposto a largar.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O tempo não para

Rodolfo Juarez
Está terminando um ano com resultados muito aquém do esperado, pelo menos se forem tomadas as referências a partir do que foi anunciado em janeiro, no começo do ano.
E ninguém escapa!
Os gestores não alcançaram os objetivos que anunciaram que tinham definido. Eles fizeram muito menos do que, aparentemente, tinham condições de fazer.
Claro que para cada ponto questionado haverá uma justificativa, mas qualquer uma delas, ou todas elas agrupadas, de nada serve, pois o tempo é inexorável, não tem como recuperá-lo. Passou, passou. Perdeu, perdeu.
Mas é preciso falar nisso. É importante que cada um assuma a sua parcela no erro global, pois, doutra forma, continuará distorcida a informação, sendo entregue à população a construção do nível de responsabilidade de cada um e ai, aparecerão os sem culpa, os com imputação de culpa e os culpados.
Agora, pouco importa de quem foi a culpa. A realidade é que vamos começar mais um ano sem resolver muitos dos problemas que afetam o ânimo e a confiança da população que, de certa forma, se sente desprestigiada, ao mesmo tempo em que vê a luta enquadra na fotografia imaginária e, na foto os que tiveram sucesso sem que houvesse resultado.
Não há sucesso sem resultado.
O sucesso, nesse caso, precisa apresentar condições para ser medido, apalpado, avaliado, compreendido e transformado em objeto de interesse direto da população.
De outra forma não há sucesso.
Considerar os pontos problemas do começo do ano e trazê-lo, agora, para medir o tamanho que têm esses problemas, se verificará que são poucos os casos em que esses “monstros” diminuíram ou mudaram de forma. A imensa maioria continua do mesmo tamanho, com a mesma forma, ou está “gordo”, mais pesado e pedindo que lhe seja dado o remédio para, pelo menos, deixar de crescer.
Quem duvidar dessa constatação, que observe ao seu redor e veja, sem paixão, o que a população vai enfrentar agora, já no começo do ano.
Não era para ser assim.
O dinheiro dos orçamentos foi gasto. Os valores emprestados foram gastos ou estão sendo gastos. Uma questão que não tem retorno, não aceita arrependimento. Então, o que há de real, além daquela constatação.
O momento é próprio para avaliação.
É importante entender isso. Basta considerar o que o mundo privado, desse o dia primeiro de janeiro, já entra na fase de consolidação de resultados apurados nos balanços, para apresentar à sociedade, tanto a que constitui a empresa como aquela que se vale da empresa para resolver os seus problemas diários.
Acontece que, naquela, se o resultado não é alcançado, a empresa micha, diminui e, em alguns casos, até desaparece, saindo de cena por não ter apresentado os resultados prometidos.
Agora, nestas, as públicas, os resultados também são importantes, acontece que elas não podem falir. Elas são sustentadas pelo dinheiro do contribuinte, que confia aos homens públicos, a gerência de seus interesses e, para isso, paga os gerentes muito bem, sem atraso, algumas vezes reclamando, mas nem tanto.
Para começar o plano do ano de 2014 é importante que aqueles homens públicos, os gerentes dos interesses da população, assumam o compromisso, primeiro consigo mesmos, de agirem com honestidade de propósitos, não mentirem e não prometer o que sabem ser impossível de fazer.

Seria um bom começo de ano ou, pelo menos, diferente.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Porto de Macapá em Santana

Rodolfo Juarez
A Companhia Docas de Santana, uma empresa pública municipal do Município de Santana, que executa as atribuições do Porto Organizado de Santana, no papel de Autoridade Portuária, é a responsável pelas atividades do Porto de Macapá, cedido em concessão ao Município de Santana pelo prazo de 25 anos, renováveis por mais 25 anos, pela União, através do Ministério dos Transportes.
A municipalização do Porto de Macapá, antes gerenciado pela Companhia Docas do Pará, transformou uma expectativa de desenvolvimento, em uma realidade para o desenvolvimento do Amapá, dentro das perspectivas estratégicas definidas pela União para a logística dos transportes de carga, tanto na navegação interior, como de cabotagem ou de longo curso.
Desde 2003 quando o Porto de Macapá foi municipalizado que a Companhia Docas de Santana é o responsável pela sua gestão.
Autorizado por Lei Municipal em novembro de 2001, e em seguida instituído pelo Decreto do Prefeito do Município no mesmo mês, a Companhia Docas de Santana teve que se ajustar as mudanças pelas quais passava o sistema de navegação internacional devido aos recentes atos de terrorismo havidos nos Estados Unidos da América, um dos principais destinos dos navios saídos do Porto de Santana.
Antes, quando ainda sob a responsabilidade da Companhia Docas do Pará, o Porto de Macapá foi definido estrategicamente como um porto de contêineres, tanto que recebeu a construção e equipagem de um dos mais completos pátios de contêineres do norte do Brasil, para funcionar como uma espécie de entreposto, de onde sairiam os navios de cabotagem fazendo as rotas para o Porto de Santos e para o Porto de Manaus.
Essa estratégia, até hoje não deu certo e, por isso as obras do píer 2 até o momento estão pela metade, isso há 15 anos.
O calado do Porto de Macapá, em Santana, favorece à navegação de todos os navios que exigem calado mínimo em torno de 12 metros, que o que fica na entrada da barra para o Porto de Macapá, ou seja, capaz de aceitar navios de até 65 mil toneladas. A maioria dos navios que carregam ou descarregam no Porto de Macapá, em Santana, são para 55 mil toneladas ou um pouco menos.
A Companhia Docas de Santana conta com um Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto aprovado pelo Ministério dos Transportes e, agora, sob a responsabilidade da Secretaria Especial dos Portos, órgão da Presidência da República, uma exigência nova que visa dar maior agilidade no processo de licitação das áreas que constam desse PDZ.
Exatamente isso que alguns investidores buscam otimizar em Santana, procurando definir um espaço para silos e armazéns de grãos, principalmente aqueles decorrentes das safras do centro-oeste brasileiro, procurando uma alternativa para escapar dos congestionados portos do sudeste e do sul, principalmente Santos e Paranaguá.
O cuidado que os gestores da Companhia Docas de Santana, Autoridade Portuária da área definia como sob influência do Porto de Macapá, estão tendo é com o fito de obedecer à nova regra definida pelos legisladores nacionais, com a nova Lei dos Portos que permite a licitação das áreas públicas para os investimentos privados instalarem, pelos prazos previstos naquela Lei.
A Companhia Docas de Santana passou a ser um elo importante para a corrente do desenvolvimento local, pois, indiscutivelmente, o Porto de Macapá apresenta condições geográficas favoráveis e adequadas ao transporte de longo curso, como tem experimentado com a exportação de minério, principalmente o minério de manganês, há mais de 50 anos.

Os investimentos são altos, as regras estão definidas, muito embora ainda não sejam muito bem compreendidas nem pelas autoridades públicas do Estado e, também, pelos investidores, que não conseguem apresentar as pré-condições capazes de satisfazer os interesses públicos para o desenvolvimento local. 

sábado, 21 de dezembro de 2013

O trem da história

Rodolfo Juarez
O ano das eleições regionais, que parecia longe, está às portas. Daqui há dez dias começa. E com ele começa, pra valer, a disputa entre a situação e a oposição. Cada qual usando as armas que tem, mas todos, sabendo que o segredo não está na quantidade de armas, mas na qualidade e eficiência de cada uma delas.
Até agora o que se viu foi uma série de desafios, fundados em chamamentos para disputas antecipadas, como se isso fosse o importante para quem quer que seja.
Além de não estar no tempo, é impossível contar com os elementos que dão estrutura às afirmações que são feitas. As chances de errar são muitas e o que errar agora ficará arrependido, pois, já deitou pelo caminho: ou pelo cansaço ou, simplesmente pela perda das forças que imaginava ter e que descobriu não ter mais.
O nível da disputa direta entre oposição e situação, aqui no Amapá, pode indicar várias saídas para os litigantes e uma entrada para a terceira via, que se conseguir, virá fortalecida e navegando em ventos favoráveis.
As intenções do eleitor demonstrada nas pesquisas, locais ou nacionais, chegam a assustar as lideranças da oposição e da situação, pelo magro volume de representantes que se aderiram àquelas frentes de disputa.
Até agora o flanco das duas correntes está completamente aberto, permitindo que a terceira via – venha ela por onde vier -, depende apenas dela para avançar e superar os que estão na acirrada guerra de ataques e contra-ataques.
Na linha de frente da situação atual, comandada pelo PSB, as estratégias são as mesmas, conhecidas dos adversários e da massa eleitoral; na oposição, que ainda não formatou uma liderança partidária, divide a frene, em várias cabeças, prejudicando a unidade do pensamento e dependendo de situações futuras que não podem, sequer, ser prevista com segurança.
A aceitação de algumas lideranças da oposição pelo eleitorado local está fazendo com que a situação lance mão da pá suja de 2010, que é perigosa porque, até agora ainda não foi bem definido qual a origem da sujeira e não é um bastão suficientemente forte para sustentar as tensões que virão sobre a própria situação.
Se a tendência continuar da forma que se mostra neste final de ano, a campanha que começa em julho, tudo indica que será realizada em um nível que não interessa ao futuro da população e, em sendo assim, aumenta-se a chance da terceira via.
Não se pode dizer que qualquer dos lados tem gordura para queimar. Ao contrário, todos os lados, inclusive os que estão esperando os flancos para entrar na briga, precisam entrar em um sistema de engorda para ser o escolhido pelo eleitor que, recentemente, submeteu-se a um cadastramento biométrico.
A campanha, quando legal, tem dificuldades para atingir as suas metas, imaginem a campanha eleitoral fora de hora, contra as regras, subalterna e cheia de disfarces. Essa proposta, além de arriscada pode aumentar o desgaste em níveis superiores às conquistas.
A situação ainda não perdeu muitas das suas forças, porque a oposição tem se mostrado incompetente nas suas medidas. Algumas delas bizarras e que os fiscais sociais não precisam nem se aprofundar no estudo das regras para enquadrar as ações como ilegais e impedi-las de continuar, em um desgaste desnecessário, na mesma linha que tem costurado alguns dos rasgos da situação.
A campanha eleitoral de 2014 será uma daquelas que exigirá, além do arrojo costumeiro dos candidatos, um mínimo de medidas inteligentes e que possam mostrar para o eleitor que há chance para que o novo se imponha e encubra a velha maneira de fazer campanha.

O trem da história política, da mesma maneira que leva os passageiros para os seus destinos – as vitórias -, também os deixa pelo meio do caminho, sem rumo e sem sucesso, com suas derrotas.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Pagos e bem pagos

PAGOS E BEM PAGOS
Rodolfo Juarez
O ponto de vista, defendido pelas autoridades da segurança pública, indica que a regra geral é do “defenda-se como puder”.
No momento em que as autoridades, que têm a atribuição de zelar pela segurança de qualquer um da população, apelam para conselhos que dependem dos contribuintes, esse é o instante de parar, refletir e descobrir quais os meios que temos que produzir para a autodefesa.
Tornou-se comum os conselhos daqueles que deveriam garantir a segurança de todos, para que as pessoas não façam isso e não façam aquilo. E não é uma questão isolada, parece mesmo que se trata de uma estratégia do sistema de defesa social, como que informando para que todos escolham a melhor maneira de defesa ou proteção individual ou familiar, porque o aparato de segurança que é pago, fica para as grandes operações, intimidar as manifestações e proteger os figurões, mesmo que algumas sejam frustradas.
Noutros tempos – e não faz tanto tempo assim – as pessoas iam para os logradouros públicos usar os seus equipamentos eletrônicos. Até mesmo o setor público, logo no começo de 2011, divulgou que algumas praças disponibilizavam a internet para aqueles que quisessem acessá-la ali, nas praças.
Nos tempos atuais, as autoridades da segurança, dizem que usar a internet nas praças, seja qual for essa praça e seja qual for o equipamento, é um perigo e o mesmo que foi incentivado a fazer isso, agora é orientado, veementemente, para que “não use” qualquer equipamento eletrônico nos lugares públicos de Macapá. As autoridades classificam o comportamento como “ostentação”.
E porque não usar os equipamentos?
Exatamente porque as autoridades da segurança não garantem o direito que as regras da República dão ao cidadão.
Além de tudo isso indica que, ou o sistema fracassou na forma que está, ou os responsáveis pelo sistema, entenderam que não têm condições de corrigir esse erro de estratégia gerencial. Sim, um erro gerencial que está dando oportunidade ao crime.
Macapá está assim: ou mal interpretada pelo seu sistema de defesa social; ou abandonada pelos que estão com a incumbência de fazer funcionar a operação que seja de interesse de todos, dando a cada um a oportunidade de aproveitar as belezas que Papai do Céu deu para todos nós.
Tomara que essa ideia não dure por muito tempo e que os atuais responsáveis encontrem, logo, uma fórmula para garantir, a cada um, a sua liberdade e a segurança, sem estar sobressaltado ou entendendo que caminha para um túnel sem fim e que sabe que vai encontrar muitos problemas dentro dele.
Uma hora haverão de descobrir que colocando lâmpadas nos postes das praças e deixando-as acesas, a situação melhora; que deixando, efetivamente, policiamento adequado e presente nos locais onde tem gente que só quer ter a garantia do seu lazer, tudo pode mudar.

Mas enquanto isso, seguir o “conselho” das “preocupadas” autoridades é o que estão deixando para cada um, muito embora não seja para isso que são pagos, e bem pagos.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O urro do problema

O URRO DO PROBLEMA
Rodolfo Juarez
Em qualquer circunstância é importante - toda vez que puder -, o homem antecipar-se àquilo que pode trazer transtornos para a população e, assim, evitar as dificuldades decorrentes desses transtornos.
O administrador público precisa estar mais atento do que qualquer outro para a minimização dos riscos.
Se é assim, então porque não criar, se não tiver, as condições para enfrentamento do período de chuva que se aproxima e está “avisando” que não vai ser manso não, pelo contrário, ouve-se os urros por outras partes do Brasil?
Não seria nenhum exagero buscar organizar as medidas preventivas, preparando as equipes, adquirindo os equipamentos apropriados para aquelas ações e indicando à população o que está sendo feito e como ela contar em uma eventual ocorrência.
Estamos em dezembro, mês de festas, mas o gestor público não assume uma responsabilidade comum, pelo contrário, assume responsabilidade por pessoas e direitos dessas pessoas.
E quem está mais próximo do cidadão é a prefeitura municipal, mesmo sendo o município o ente federativo mais pobre e mais sobrecarregado, deixando os prefeitos nervosos, todo o tempo, exatamente por estar com o cronograma sempre no caminho crítico.
Mas o prefeito, quando se comporta bem, tem toda a população do seu lado, disposta a ajuda-lo a qualquer momento. Claro que essa ajuda fica mais difícil quando a mesma população não consegue ver no gestor municipal condições que mereça a adesão voluntária para o trabalho comunitário.
Um dos fatores que a população logo percebe nos gestores é o comprometimento com o resultado, a preocupação com a prevenção e o uso exclusivo da verdade.
Adotou esse modo público, garante o apoio popular.
Mas, enquanto isso é preciso prevenir-se.
Se não deu para lançar o asfalto nas vias, recuperar as praças e os parques, ou se a promessa feita por terceiros não foi cumprida, esclarecer é a melhora maneira de comunicar-se com a população.
As pessoas, por princípio, tendem a confiar na autoridade, mas, normalmente quando essa autoridade falta coma verdade para a população, por mais inocente que seja (se é que existe mentira inocente), nesse momento começa a perder o apoio, desviar-se dos encontros e de assumir as parcerias que interessam como parcerias.
Macapá, uma cidade de quase 400 mil habitantes é a capital do Estado, sede do município com mais de 400 mil habitantes e, portanto, com uma exigência que não deixa dúvida e que não permite mais ao prefeito acreditar no “conto da carochinha”.
Então, montar equipes de apoio conforme o levantamento que os técnicos da prefeitura dispõe, que os membros da defesa civil têm, para depois não ser preciso tomar decisão de afogadilho e sob pressão, pois nesse momento, agir é a insubstituível medida.
Não precisa fazer pacto com ninguém e nem com qualquer rótulo, precisa fazer um pacto com os agentes públicos municipais – secretários, diretores, chefes, etc. – para estarem atentos na hora, mas agora, antes da hora h, produzir os elementos necessários para que a população não seja penalizada por causa das “surpresas” pelo que se sabe que acontece todos os anos.
E é bom!
Afinal de contas, a população gostaria de ver o gestor municipal preocupado com a segurança pessoal de cada um e do patrimonial das famílias.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Nem parece uma semana decisiva

Rodolfo Juarez
Esta semana é decisiva para a administração do Estado em 2014. No dia 22 de dezembro, domingo, os deputados estaduais saem de férias, mas antes terão que votar e aprovar o projeto do Orçamento Anual para o Estado do Amapá, elaborado pelo Executivo, enviado com mensagem ao Legislativo, para que seja discutido conforme os interesses da população.
Oficialmente, desde o dia 30 de setembro o projeto se encontra com os deputados estaduais que tem a atribuição não só de conhecer a proposta do governo, mas verificar se está de acordo com o proposto para o desenvolvimento do Estado e as necessidades da população.
Nem o Executivo e muito menos o Legislativo têm a cultura de discutir com o “patrão” – o povo -, pagador dos tributos, para saber o que ele quer que faça com o rico dinheirinho que paga de forma direta ou indireta, todos os dias para encher de leite as tetas dos governos.
No caso do Amapá, um estado ainda procurando definir a melhor estratégia para o desenvolvimento local, a Lei do Orçamento Anual – LOA é o principal instrumento para se valer e dar um rumo para o Estado.
São mais de 5 bilhões de reais que serão distribuídos pelos órgãos do Estado (Governo, Assembleia, Tribunal de Justiça, Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado) e na intimidade de cada um desses órgãos, todos públicos, distribuídos pelas rubricas de gastos com material de consumo, material permanente, serviços e investimentos.
É uma lei temporária – só vale até o dia 31 de dezembro de 2014 – e que tem regras especiais de gastos para aquele ano, por se tratar do último ano do atual mandato do governador do Estado.
Essas indicações além de despertarem a importância da Lei e a dimensão do alcance dela, demonstram, de forma clara, que é preciso que, para ser eficaz o gasto, como manda a Constituição Federal, precisaria que os finalizadores do projeto contassem com as informações das pessoas e das famílias; das empresas e das organizações; dos sindicatos e das associações; afinal de todos aqueles que pudessem contribuir para aprimorar o sistema e organizar os gastos.
Essa prática, entretanto, não é a realidade oferecida pelo Legislativo, como também já não foi prioridade para o Executivo. Aquele porque não dá a chance que a lei possibilita, mandando que o projeto chegue 80 dias antes do dia da votação; este, porque imaginam que sabem tudo e que estão ali já apresentando a palavra final, como se lá estivessem os interesses de todos, conforme todos querem.
Essa conjuntura não vem dando certo desde o começo, quando não são definidos os recursos para cobrir os aumentos dos funcionários públicos que, não raro, logo no primeiro quadrimestre as ameaças de greve por falta do aumento ou reposição salarial por não estar previsto no orçamento.
Também não vem dando certo porque, basta mudar o responsável pelo acompanhamento da execução orçamentária, como aconteceu este semestre no Governo do Estado, quando o secretário de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão foi mudado, para que se observe que o orçamento precisa de muitos ajustes.
Nem mesmo a coluna da Receita Estimada está imune.
Agora mesmo o atual secretário de Planejamento está adiantando que é preciso emendar a lei porque a previsão não se confirmou. E já estamos em dezembro, no segundo terço de dezembro, quando uma das 36 cotas parte do Fundo de Participação dos Estados, a 35ª (são três por mês), “cai” na conta do Governo.
Enquanto isso o projeto de 2014 espera em uma das salas da Assembleia, que os dias passem, com a torcida de que nenhum se interesse pela discussão e nenhum sindicato queira saber do que consta o orçamento.
Sabe quem gosta muito disso?
Os deputados estaduais.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Guerra de surdos

Rodolfo Juarez
Não adianta mais imaginar que o desgaste que está sendo produzido pelos agentes políticos daqui vai ficar com este ou com aquele agente, com este ou com aquele partido político, ou com este ou aquele órgão do Estado.
Todos pagarão a conta.
O que se vê é o que se registra, não só nas redes sociais, mas em todos os órgãos de comunicação, são as dificuldades que estão sendo acumuladas, por causa das variadas interpretações, aos fatos que estão sendo acompanhados pela população, com um interesse maior do que o comum.
A sabedoria popular já ensina que “não se faz omelete sem quebrar os ovos”. E quando o ovo é quebrado não adianta pretender recompor o ovo, deixa-lo com a casca servindo para o que antes servia, mesmo que se tenha tido todo o cuidado durante a operação da quebra.
Tem luta que não precisa ser lutada, exatamente porque o resultado não interessa para os lutadores, uma vez que eles saem perdendo, seja qual for a apuração final.
A política amapaense está assim e não foi para isso que o orçamento público destinou verbas importantes e sempre alegadas insuficientes pelos agentes públicos, responsáveis pelo gasto.
Os que serão responsabilizados pelos resultados ruins que poderão acontecer ainda não perceberam que contam com “protetores”, muito mais franco-atiradores, e que pouco ou nada se importam com o resultado.
São pessoas que se escalam para atirar ou para revidar os tiros, em uma guerra de surdos pouco se importando com as ordens de “parem com isso” do patrão – a população.
“Tocar fogo no circo” é o ditado que bem cabe no momento que vive a política e os políticos amapaenses e, o mais interessante é que tanto o circo, como tudo o que está em volta dele, é criação dos que vivem a política no dia-a-dia, imaginando que podem queimar apenas os adversários e sair ilesos e, ainda, reconhecidos.
A luta lutada dessa forma é inglória, imprópria, chega até ser indecente e irresponsável, principalmente para aqueles que se omitem – e nada dizem -, como para aqueles que dizem muito - e nada fazem.
A sabedoria técnica dividiu as responsabilidades do Estado por órgãos, mas não deixou nenhuma recomendação de que cada um faria o que quisesse e ignoraria os interesses de gestão dos outros.
O Estado é tão forte como o elo mais forte que representa cada um dos seus órgãos; e tão fraco, quando o elo mais fraco.
Imaginar que ser um elo forte é a solução para o Estado é equivocar-se duplamente: por não haver segurança para a eficácia de qualquer resultado e por não ter consistência no esforço, quando todos os órgãos têm que agir juntos como quer a população.
As brigas entre os órgãos do Estado estão ficando cada vez mais frequente. Os problemas estão cada vez mais expostos; as soluções têm, cada vez mais, dificuldades para serem encontradas.
Uma questão de lógica, em um circuito tão pequeno.

Para ser ouvido não é preciso gritar, berrar, ou espalhafatosamente jogar-se ao chão, debatendo-se. Para ser ouvido, precisa ser respeitado, honrado e ajustado aos verdadeiros interesses do Estado e de seu povo. 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O eleitor não quer guerra

O ELEITOR NÃO QUER A GUERRA
Rodolfo Juarez
Os dirigentes dos órgãos do Estado (Governo do Estado, Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e Ministério Público), certamente, já imaginavam que chegaria o momento de um impasse e do tamanho que têm agora.
A decisão do ministro Ricardo Lewandowski do Supremo Tribunal Federal (STF) não pode ser atendida de pronto pelos deputados estaduais, apesar de ser uma ordem superior, em sede de liminar e para combater o perigo da demora, exatamente porque ninguém se sente seguro para tomar uma decisão, até mesmos aqueles que não dispõem de espaço para demonstrar insegurança.
Mas o medo agora é de se colocar mais uma dose de embaraço na mistura em que foram transformadas as instituições que precisam trabalhar, conforme a Constituição do Estado, em harmonia, impossibilitada que está pelas condições dos dirigentes que se dividiram em lados e guerreiam uns contras os outros, sem trégua e cada vez mais insinuante.
Afinal de contas as eleições se aproximam, 2014 está logo ali e ninguém quer complicar mais a já complicada condição na qual estão sendo levadas as administrações dos órgãos, com acusações de todos os lados e com as instituições sendo desrespeitadas a cada momento.
Mesmo com todos os problemas criados pelos dirigentes, ninguém fala em sair de cena para que se crie condições para uma gestão tranquila, proativa e sem que seja preciso se valer de armas, às vezes não tão ajustadas com as pessoas, ou pelo menos com as atribuições que essas pessoas desempenham.
Vingança passou a ser a atitude mais temida.
Proteção do cargo e ao exercício da função passaram a ser as desculpas mais usada.
Enquanto isso a população vai acumulando problemas, não só aqueles da moradia, da saúde, da educação, da segurança, mas aqueles que têm a ver com habilidade, liderança e competência.
A crise só aumento e os desgastes também.
O Estado é como um barco navegando e que precisa chegar a um porto seguro, onde todos possam, depois dos sacrifícios e privações a que foram submetidos, dizer: “valeu a pena!”.
Mas ninguém quer dar o braço a torcer. Mesmo que perceba que corre o risco de ter o pescoço torcido.
Ao contrário querem, se puder, encontrar motivos, justificativas e desculpas para torcer, ainda mais, o braço daqueles com os quais deveria estar de mãos dadas, exatamente como prometeram, pois, é assim que manda a regra e o povo espera que seja.
Os que pensam que estão de fora e têm responsabilidades com a situação e que apenas observando a tormenta por qual passa o Estado e, além isso, torce para que a ventania se transforme em temporal, seja contribuindo nesse sentido ou procurando ficar alheio ao que acontece como se nada tivesse a ver com isso, estão enganados porque o povo está vendo, o eleitor está anotando.
Não foi a toa que ele passou cinco ou seis horas na fila do cadastramento biométrico. Ele foi para lá porque percebeu que precisa votar e, com o voto, buscar a paz para o Estado.

Todos os que brigam devem chegar cansado ao porto ou querendo correr para o mato, para não ser pego pelas artimanhas da política.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Os dois cenários: o real e o virtual

Rodolfo Juarez
Ver o lado negativo das coisas passou a ser a principal ocupação de diversas pessoas de variados setores da sociedade daqui, por mais que se saiba que esse é um caminho difícil, sem bons resultados e que nivela a discussão muito por baixo.
Esse modelo passou a ser o preferido de muita gente, alguns até com bom conhecimento e preparo que demonstram ter certeza de que é um bom caminho para intimidar alguns, e ser referências para outros.
Os resultados desconstrutivos não têm inibido nem mesmo aqueles que não estão colhendo frutos, embora envenenados, e que ainda não tiveram a oportunidade de experimentar ou, se tiveram, não chegaram a ser afetado o suficiente para modificar os procedimentos.
Essa regra, apesar de não transformar a verdade em mentira, provoca estragos e desentendimentos que influenciam, diretamente, na eficácia e na velocidade das soluções que tanto são esperadas pela população.
Os homens públicos são os principais afetados por esse modelo e, também, os seus principais incentivadores. Na esteira do modelo, e provavelmente, por condições de cenário, tem uma parcela da imprensa ou de pessoas ligadas a ela, que encontra no modelo uma forma de obter recompensa pelo que faz e, até, pelo que deixa de fazer ou simplesmente se omite.
Empresas concessionárias de emissoras de rádio e televisão chegam a ser contratadas para divulgar as mídias oficiais, seja através de anúncios contidos nas grades de programação da emissora, ou com cessão de horários para que os “emissários” realizem a demonstração da face suja da moeda do adversário efetivo ou escolhido, e lustre a face daqueles que “presta essa cortesia”.
Um negócio que nunca pode dar certo, pois, tem como base principal, supervalorizar as ações do aliado e desvalorizar o empenho do adversário, nem que para isso, pontos importantes, tanto da verdade como da mentira, sejam esquecidos.
Enquanto isso os poucos responsáveis por empresas de comunicação que percebem a necessidade de ficar como interprete da sociedade enfrentam dificuldades que precisam ser debeladas.
Mesmo aqueles que preferem a desculpa de que precisa garantir a sobrevivência da empresa, também sabem da sazonalidade da adesão e, sabendo que terão problemas em futuro próximo, se abastecem o suficiente para garantir condições para enfrentar os futuros “mares revoltos” que terão que enfrenar na viagem do dia seguinte.
Não é diferente na imprensa escrita, principalmente quando decide controlar, de verdade, a linha editorial do veículo, com isso registrando fatos considerados “não agradáveis” para o “rei e seus súditos diretos” passando, devido essa tomada de decisão, a ser considerado como adversário deste, e aliado daquele.
A partir dai o Estado vê-se levado a reservar nos orçamentos dos seus órgãos, significativas parcelas de recursos para a divulgação dos atos de cada um desses órgãos e contratar empresas especializadas em realizar peças publicitárias capazes de desviar a atenção do contribuinte para outras dobras do setor público.
A novidade é apenas do novo crítico da destinação do recurso público: aqueles que antes achavam muito, agora não fala nada; e o que não falava nada, passa a achar um exagero, isso sem contar com aqueles que sempre escolhem ficar do lado do “rei”, seja ele quem for.

São criados, dessa forma, dois cenários, um real e outro virtual: O virtual para a manutenção dos marqueteiros e a imagem do “rei”; e outro real, onde convive o povo e os seus problemas. 

sábado, 7 de dezembro de 2013

Ranking da Educação em 2013 - Amapá

Rodolfo Juarez
O programa patrocinado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apurou e divulgou, esta semana, o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA).
A OCDE é uma organização internacional de 34 países que aceitam os princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado, que procura oferecer uma plataforma para comparar políticas econômicas, solucionar problemas comuns e coordenar políticas domésticas e internacionais.
A maioria dos membros da OCDE é formada por economias com elevado PIB per capta e Índice de Desenvolvimento Humano e são considerados países desenvolvidos à exceção do México, Chile e Turquia.
Teve origem em 1948 com a Organização para Cooperação Econômica, liderada por Robert Marjolin, da França, para ajudar a gerir o Plano Marshall na reconstrução da Europa pós-segunda guerra mundial.
 Posteriormente a sua filiação foi estendida à estados não-europeus e, em 1961, a Convenção sobre a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico reformou a anterior organização e deu origem à OCDE, que tem sede no Château de la Muette, em Paris, na França.
Os principais objetivos da organização é apoiar um crescimento econômico duradouro, desenvolver o emprego, aumentar o nível da qualidade de vida, manter a estabilidade financeira, ajudar os outros países a desenvolverem as suas economias e contribuir para o crescimento do comércio mundial.
Também é chamado de “Grupo dos Ricos” porque os 31 países participantes produzem juntos mais da metade de toda a riqueza do mundo.
A OCDE também partilha os seus conhecimento e troca ideias com mais de 100 outros países e economias, desde o Brasil, China e Rússia, até os países menos desenvolvidos da África.
Desde dezembro de 2012, a OCDE tem 25 estados não-membros com o status de observadores ou participantes de pleno direito nas suas comissões. Cerca de 50 nã0-membros participam nos grupos de trabalho, regimes ou programas.
A OECD tem mantido um diálogo político com o propósito de partilhar as opiniões sobre quais são as melhores práticas a seguir.
Desde de maio de 2007, o Conselho Ministerial da OCDE decidiu iniciar negociações de adesão com o Chile, a Estônia, Israel, Rússia e Eslovênia. Nesse mesmo conselho ficou decidido o reforço da cooperação com o Brasil, a China, a Índia, a Indonésia e a África do Sul.
O programa da OCDE avalia a qualidade da Educação a cada três anos em 65 nações nas áreas de Matemática, Leitura e Ciências. O Brasil, no momento, está abaixo da média em todas as provas, avançando em passos lentos na educação e segue com posição ruim no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), exame coordenado pela OCDE e aplicado a jovens em diversos países.
No Brasil o Distrito Federal é o melhor em Matemática (416 pontos), Rio Grande do Sul, em Leitura (433 pontos) e o Espírito Santo, em Ciências (428 pontos).
Na apuração geral o Brasil ficou, entre os 65 países que participaram do programa, ficou em 58º lugar, em Matemática (391 pontos); 55º em Leitura (410 pontos); e 59º em Ciências (405 pontos).
O Estado do Amapá, entre as 27 unidades da Federação, ficou 23º lugar, em Matemática (360 pontos), ao lado do Pará; em 16º lugar, em Leitura (396 pontos); e 17º lugar, em Ciências (382 pontos).
As autoridades do setor educação no Amapá precisam avaliar o atual sistema empregado, pois, nesse mesmo teste o Estado já ficou em posição mais confortável.  

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Fieap: autonomia relativa

Rodolfo Juarez
A Federação das Indústrias do Estado do Amapá é uma organização sindical de grau superior, concebida, fundada e mantida pelo sistema indústria local, coordenando os interesses dos seus filiados, os sindicatos das empresas do setor da indústria no Estado.
O Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) são duas organizações de apoio ao setor industrial, mantido pelo sistema industrial, com suas receitas oriundas da contribuição das empresas do setor, que lança, na folha de recolhimento de tributos, parcela de pagamentos, em percentuais não iguais, para cada organização, mas operando na mesma base de cálculo que é o total da folha de salário dos trabalhadores.
Nenhuma empresa do setor industrial escapa do pagamento e o recolhimento é feito pelo sistema da previdência que, por contrato, recebe uma taxa pelo serviço até colocar o valor arrecadado à disposição do Sesi e do Senai, cada um com parcela perfeitamente definida.
O recebimento é feito nacionalmente, pelo que, na prática, se acostumou identificar como “Sesi Nacional” e “Senai Nacional”.
O Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), como cabeça de sistema contam - cada uma das organizações -, com um Conselho Nacional, formado por conselheiros eleitos nas federações estaduais, com mandato definido, e que tem a incumbência de definir a política de gastos dos recursos e as estratégias que possam levar a melhoria da indústria nacional.
Para fazer a execução dos planos aprovados pelos respectivos conselhos, tanto o SESI como o SENAI tem um departamento nacional. O conselho do Sesi, centrado nas atividades sociais: educação, saúde e lazer; e o Conselho do Senai, centrado nas atividades profissionalizantes de interesse da indústria.
Nos estados estão os correspondentes conselhos, chamados de conselhos regionais: tanto o do Sesi como o do Senai, eleitos pelo Conselho de Representantes da Federação, composto por pessoas físicas que, preferencialmente exerçam atividades industriais, através de empresas sindicalizadas, cujo sindicato esteja filiado à respectiva federação.
O Conselho de Represente da respectiva federação de indústria é o que detém o poder local, elege os dirigentes da federação e os conselheiros dos conselhos do Sesi e do Senai. Sendo que o presidente da Federação é, por regulamento, o Diretor Regional do Sesi, e ele ou ela, escolhe um preposto para exercer a função de superintendente regional do Sesi; no Senai, o diretor regional é apenas sugerido pela presidência da federação para ser nomeado pelo Diretor Nacional do Senai.
Há pouco tempo, buscando otimizar os gastos de manutenção, houve uma proposta da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para tratar as “casas” como um sistema (que verdadeiramente é), juntando as atividades meios, realizar os serviços comuns do Sesi, do Senai, da Federação e outros órgãos, como IEL, CIN, etc.

O sistema, aqui no Amapá, não foi bem definido e, ao que parece, ao invés de sistematizar as ações, misturou-se tudo e houve a intervenção, pois, esses órgãos possuem autonomia relativa e não absoluta como alguns conselheiros e presidentes de sindicato patronais daqui chegaram a imaginar.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

... Tempo de colher

Rodolfo Juarez
Já esteve em evidência um slogan oficial, do Governo do Estado, que se reportava aos resultados e que resumia a mensagem em “... tempo de colher”.
Uma bela proposta que, apesar de ter contornos evidentes, com referência aos resultados obtidos, acabou o lema sendo ‘guisado’ e tirado da mídia, sem maiores explicações e qualquer referência.
O final de ano, para qualquer organização, pública ou privada, individual ou coletiva, é diferente exatamente porque é o “tempo de colher”.
É importante, entretanto, que para se chegar com sucesso ao período da colheita tem que se valer de toda a habilidade e tecnologia disponível, além de pessoal preparado, para fazer o acompanhamento daquilo que vai gerar o fruto tão esperado e que, por si só, responde até para aqueles que não acreditam ou não querem acreditar, seja lá no que for.
A desistência do slogan oficial frustrou muita gente, inclusive seguidores incondicionais, pois também dependiam dessa colheita, para compensar os esforços e alcançar, pelo menos, o ganho calculado.
Nem os esforços serão medidos agora, e muito menos o lucro será dividido ou mesmo medido, para saber se valeu a pena o investimento de tempo e recursos em alguns dos projetos que estavam na lista para dar frutos.
O recolhimento inesperado do “tempo de colher” acabou soltando a desconfiança e dando muito mais trabalho para que a produção voltasse a ser vista com normalidade e como resultado de um trabalho verdadeiramente planejado, podendo ser apresentado com acessório de tudo o que vai para o jornal, para o rádio, para a televisão e para as redes sociais.
É certo que a motivação deve ter sido muito forte para que fosse retirado dos meios de comunicação social aquele slogan. Havia gente que tinha preparado a sua contribuição ao lema, pretendendo alargar o alcance, com o objetivo de dar a resposta para aqueles que estão mais perto, no cara-a-cara.
E agora, o que fazer?
Voltar não dá mais. Criar outro, com o mesmo padrão e o mesmo alcance, está difícil, mesmo se os “bem pagos” trabalharem sol-a-sol ou noite-a-noite.
Isso mesmo, noite-a-noite. Alguns que dizem só receber (!) inspiração bem depois que o sol se põe.
Sem referência e com a aproximação do final do ano, vai ter que ser “inventado” alguma coisa para ser colocado como “cereja no bolo”.

As cantatas de Natal são as cerejas dos bolos de alguns dos poderes do Estado, mas para o Poder Executivo a tal cereja não pode ser uma cantata, pois, bem sabem todos, que as metas são outras e, todas elas, têm a ver com a melhoria da qualidade de vida das pessoas que fazem a população do Estado do Amapá.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

À espera do líder

Rodolfo Juarez
É muito grande o número de pessoas que espera por uma administração que sirva de exemplo através de pontos certos e que possa ser a referência para todos.
Há muito tempo que a população amapaense está buscando um líder para assumir o comando dos interesses de todos e que possa aproveitar os recursos que são disponibilizados para preparar a infraestrutura do Estado, com segurança, honestidade e competência.
Muitas tentativas já foram feitas, para algumas delas deram até mais de uma chance para que o indicado realizasse o que dizia que podia realizar, muito mais por entender que era possível fazer, do que confiança na criatividade, na inventividade ou competência ou mesmo, no discurso daquele que se apresentava para a tarefa.
Apesar de tudo isso, a conclusão que a maioria chega é de que é possível realizar um trabalho no Amapá que melhore a condição de vida das pessoas, através das ações dos agentes públicos.
E por que não aconteceu isso até agora? Afinal faz 22 anos que a autonomia político-administrativa do Amapá foi entregue à população amapaense.
Claro que esse é o maior questionamento.
As chances foram dadas, as condições indiscutivelmente oferecidas, mesmo assim ainda não foi ouvido o “muito obrigado” para qualquer um daqueles que se apresentaram para realizar esses sonhos e transformar os projetos da sociedade em realidades para a população.
Ainda é muito difícil se mostrar bons pontos daqueles que estiveram, por muito ou pouco tempo, no comando dos interesses do Estado, pois, nem mesmo estes agentes, que tiveram à frente daqueles interesses, destacam alguma conquista.
As dificuldades que encontram para firmar conceitos que possam servir de exemplo para o futuro gerencial público deles mesmos é muito grande, isso bastaria para servir de amostrar para o pouco o quase nada de extraordinário feito por aqui.
Os homens e mulheres que já tiveram essa oportunidade dão a impressão que nunca desistiram e de que não estão dispostos a desistir, tal a persistência que demostram nas disputas pelos cargos que são oferecidos.
Até agora exemplo é buscado sempre no avesso, isto é, sempre no negativo, naquilo que não foi feito.
Certamente um erro, pois, todos eles, continuam perpetuando os equívocos deles mesmos e deixando o cidadão com a sensação de que vai ter que escolher entre o pior e o menos pior.
Um ambiente difícil em qualquer circunstância, para qualquer povo e para qualquer cidadão.
E mais: a impressão que fica é de que esses que têm os seus problemas expostos todos os dias, perderam o senso de dignidade, pois seriam eles que ocupariam os lugares reservados para os homens e as mulheres mais importantes da comunidade local.
A pouca diferença que faz isso, para eles, está fazendo uma grande diferença para a população que, há muito, espera por um líder em condições de receber toda a confiança e não caminhar tempos e tempos, às vezes o tamanho do mandato, no vale da desconfiança.
É certo que o líder de um povo não se lapida de uma hora para outra, ou está em exposição aqui e ali. Um líder precisa ter características específicas, do tamanho da necessidade dos seus liderados, mas, apesar de não ter aparecido até agora, todos acreditam que está chegando a hora dele aparecer.

Afinal de contas também somos filhos de Deus!