quinta-feira, 30 de maio de 2013

O desastre no Porto dois meses depois

Rodolfo Juarez
Voltar a falar do ocorrido no porto de embarque de minério em Santana, sem nenhum dado novo e depois de dois meses do que aconteceu ali, além de ser a constatação de pouco caso é o registro de um costume que se instalou por aqui, principalmente considerando as questões de interesse dos menos aquinhoados.
Não que a empresa seja um desses menos aquinhoados, muito pelo contrário, mas porque são esses menos aquinhoados que continuam pendurados na esperança de serem vistos, ou pelos dirigentes da empresa ou pelos dirigentes do Estado ou do município.
Tem sido assim desde muito, mas muito diferente do que nos acostumamos a ver quando se trata desse tipo de desastre em locais nem tão distantes daqui, ou, se distantes, com diferenças muito pequenas nos elementos do cenário que conseguimos visualizar.
Lá no Rio Grande do Sul, no acontecimento da boate, onde também morreram pessoas, tem gente encarcerada, se conhece o resultado do inquérito, o Ministério Público está em vias de ofertar a denúncia e, se o número de vítimas foi bem maior que o daqui, o número de agentes provavelmente responsáveis, de testemunhas e de laudos por lá, foi muito maior.
A complexidade dos elementos para buscar os responsáveis são maiores lá do que aqui, entretanto, nem de perto se tem o resultado das providências tomadas aqui comparadas com as de lá.
No dia seguinte ao desastre no porto de embarque de minério, em Santana, as autoridades demonstraram que estavam dispostas a enfrentar o problema e resolvê-lo da melhor forma.
Que nada! Parece até que foi jogada ensaiada, mas só isso!
Todos os que foram lá no local do desastre, de lá voltaram afirmando que fariam alguma coisa. Essa “alguma coisa” foi se cristalizado, assim é que o Governo do Estado criou um grupo de trabalho, tendo na composição alguns secretários importantes sob o comando do Secretário de Indústria Comércio e Mineração.
A Assembleia Legislativa criou uma Comissão Especial, dando-lhe prazo para dar uma resposta para os demais deputados e para a sociedade.
O delegado titulara da 1ª Delegacia de Santana, instaurou um inquérito para fazer a persecução dos crimes decorrentes do desastre.
Nenhum dos mecanismos usados se mostrou eficiente e o resultado é o retrato das dificuldades que os agentes públicos encontrar para tratar esse assunto tão sério e de direto interesse, principalmente das famílias que perderam os seus parentes naquele inesquecível dia.
Já se forma dois meses e nada!
As famílias dos três desafortunados que continuam desaparecidos continuam pedindo compreensão das autoridades públicas e dos dirigentes da empresa. Eles não arredam pé um só dia, apoiado na mesma dor e no mesmo sentimento de impunidade que toma conta do ambiente.
As respostas são esperadas, em primeiro plano, daqueles que prometeram: o Estado, a Empresa, o Munícipio de Santana e, especialmente, a Polícia Civil, que através do inquérito policial que instaurou, precisa colher o maior número de dados, identificar os prováveis responsáveis, indiciá-los e mandar o Inquérito Policial para o Ministério Público.
É importante centrar, entretanto, no sofrimento das famílias dos três funcionários desaparecidos; nos gemidos, já sem força, dos filhos e dos demais parentes que, decidiram continuar a vigília até onde os seus corpos aguentarem, muito mais para serem vistas, do que animar a esperança de que os serviços de resgate sejam retomados e os corpos, ou o que restar deles, dos seus parentes localizados e resgatados.
O que se constata em Santana, depois do desastre no porto e o desastre no relacionamento que as empresas mantêm com os seus trabalhadores, suas famílias e os locais onde moram.  


terça-feira, 28 de maio de 2013

Olho no olho

OLHO NO OLHO
Rodolfo Juarez
Está evidente que a atual administração municipal que se propôs a enfrenar os problemas da cidade e do resto do município de Macapá, precisa se comunicar melhor com o contribuinte e com toda a população.
Diferentemente do que ocorre com o Estado, onde a criatividade administrativa é mais peada, o município precisa que os seus dirigentes sejam inventivos, atentos ao dia-a-dia da população e afinada com as expectativas dela.
No Estado o suporte orçamentário, definido por uma receita muito mais robusta, exige muito mais uma boa execução do que a luta permanente pelo aumento da arrecadação, muito embora conte com uma equipe mais treinada e principalmente, melhor paga que a do município.
O município trava uma luta diária e permanente para alcançar o nível de receita prevista no orçamento, além de trabalhar o convencimento do desconfiado contribuinte que já se considera explorado pelo sistema tributário nacional e, portanto, sem qualquer margem para aceitar novas parcelas tributárias municipais.
Por isso, receber os tributos municipais se torna um desafio para os administradores da área, para o contribuinte, a avaliação é que se trata de um castigo, considerando o pouquíssimo retorno que vê se concretizar para a população que, cada vez mais se sente prejudicada e não recompensada pelo que faz todos os dias.
Os empresários, ou pelo menos a imensa maioria deles, compreendem que o pagamento do tributo é o meio que possibilita a melhoria da qualidade de vida de todos, inclusive deles mesmo, como cidadãos ou membros da comunidade.
Nesse cenário, entretanto, o espaço para compreender os problemas da administração municipal na comparação com os problemas da empresa que dirige, torna-se reduzidíssimo o que levanta uma barreira entre os administradores e os administrados, aqueles sentindo a falta da receita e estes, sentindo-se sem condições de buscar qualquer coisa no “fundo do tacho” que já está completamente raspado.
Resta para os atuais administradores municipais partirem para a aproximação do contribuinte, explicando o momento e mostrando como está gastando cada centavo, sem temer qualquer coisa, pois, no começo do mandato isso é possível e principalmente no primeiro ano da gestão.
Quando o gestor enclausura-se, desconfiando de tudo e de todos, resta-lhe a incompreensão principalmente pela falta de comunicação, de olhar no olho do contribuinte e deixar que esse contribuinte olhe no olho do administrador.
Se existe o problema, o primeiro passo é conhecer todos os seus detalhes e as suas influências. Por mais difícil que seja a situação, não há solução para qualquer problema que não seja identificando-o e, se possível, deduzindo uma fórmula para que qualquer um, conhecendo a fórmula, possa resolvê-lo.
O prefeito, o vice-prefeito, os secretários municipais, os diretores de departamentos, chefes de divisão e todos os funcionários públicos municipais precisam fazer parte do time que precisa vencer a maioria dos problemas para poder chegar ao final do ano em condições de garantir o título ou, pelo menos, uma classificação honrosa.
O município de Macapá já vem sendo sacrificado pelos resultados anuais obtidos há bastante tempo e, agora, precisa da energia de todos para encontrar a melhor fórmula de iniciar a sua recuperação.
Se não há tempo para isso é preciso que se crie esse tempo, o que não é mais aceitável é assumir a condição do caracol que, quando é desafiado no seu avanço, se recolhe à sua carapaça.


sábado, 25 de maio de 2013

Dias contados

Rodolfo Juarez
Uma questão que passou despercebida para muitos de nós, pode se constituir um marco na história administrativa do Estado. A referência é ao modo de escolho do diretor geral da Embrapa no Amapá para os próximos três anos.
Trata-se de uma escolha fora dos padrões atuais, mas não é só isso, está na outra ponta do diâmetro da circunferência cheia de apadrinhamentos, onde a última observação é feita sobre a competência gerencial do gerente.
Mesmo sendo uma espécie de moda que se consolidou que se destacou há vinte anos, foi nos últimos dez anos que se firmou como coisa de troca entre os mandatários e aqueles que não aceitaram a derrota, no geral para o mandatário vencedor.
Tudo começou quando os dirigentes se sentiram enfraquecidos e com a intenção de defender, a qualquer custo a sua conquista, repartiu o mando e repartiu a administração, entregando parte para este e parte para aquele, parte do poder, desculpando-se com o povo, afirmando que isso propiciava a governabilidade.
Houve necessidade de intensa campanha publicitária para que o povo acreditasse que se tratava mesmo de medida necessária para que houvesse o controle das questões de interesse coletivo, mesmo desconfiando que se tratasse de uma artimanha que possibilitaria as mordomias e os desvios de conduta, feitos por todos e não declarados por aqueles que teriam que fiscalizar e evitar os desperdícios.
O processo, com o passar do tempo, foi apodrecendo e as mandatários, cada vez mais perdendo a força, pois, em muitos casos restou-lhes uma parcela tão pequena do poder, que o colocava na condição de mandato. Nesse momento desapareceu o que verdadeiramente manda, com uma característica – não tinha qualquer escrúpulo, nem com o poder e muito menos com a população.
A contaminação da administração pública foi inevitável e os que agiam certo passaram a serem os errados e vice-versa. A questão é que isso não é percebido no geral, pois os instrumentos midiáticos estão a serviço não de uma lado, mais de duas facções do mesmo lado, ambas com objetivo único – trocar de posição com o outro, ou manter-se onde está.
Os mais preparados, entretanto, continuaram observando o cenário e procurando uma forma de intervir para que a administração pública volte à sua função sem precisar da ilusão propiciada pelas propagandas enganosas e pelas propostas impossíveis.
As administrações privadas, dependentes do processo, buscavam insistentemente uma forma de imunizar-se contra o modelo instalado. Tinham que encontrar uma fórmula para provar que a propina e a corrupção não seriam os meios únicos para sobreviver nesse cenário que se aproximava de uma inocente comédia, mas que não fazia ninguém rir, ao contrário, entristecia aqueles que compreendiam o que estava acontecendo.
Alguns setores da sociedade, na busca de meios que possibilitasse a defesa das omissões das gestões públicas, começaram a construir anteparos, verdadeiras barreiras, mas que viram se tornar ineficiente, o que antes era uma verdadeira cortina de ferro, inexpugnável e respeitada.
Os primeiros concursos para seleção de profissionais para cargo de confiança – ainda nas empresas - deram tão certo que se tornou referência, ganhou nome e se tornou a solução simples para as empresas que se tornaram vencedoras, depois de implantar o plano vencedor apresentado pelo candidato.
Depois da Embrapa Amapá, que está fazendo história por aqui, sendo a empresa pública que utilizou, pela primeira vez, a seleção para o principal cargo de confiança, pela competência, a proposta já ganha força para a próxima diretoria da Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA, depois da federalização.

Quanto a dar certo, ninguém tem qualquer dúvida, mas precisa ser exemplar, para convencer os candidatos ao poder, qualquer um, de que o método da amizade, do puxa-saquismo está com os dias contados como método de acesso aos cargos de confiança.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Federalização da Companhia de Eletricidade do Amapá - CEA


Rodolfo Juarez
Mesmo com atraso considerável no cronograma, o Governo do Estado vai começar a executar o plano que prepara a Companhia de Eletricidade do Amapá para a federalização.
Desde 2007, quando a ANEEL considerou que a companhia amapaense de energia elétrica precisava mudar de rumo, que a população via, a cada dia, a empresa entrar em um caminho sem volta.
Era perfeitamente previsível a insolvência da instituição, considerando os fatores favoráveis que foram inseridos na administração da empresa, levantados a cada auditoria realizada e apresentada aos seus dirigentes que, impiedosamente, mostravam que não estavam dispostos a mudar de comportamento.
A CEA é uma empresa pública que tem como sócio majoritário o Estado do Amapá e como sócios minoritários, além da Eletrobrás, os municípios de Macapá, Mazagão, Amapá, Calçoene e Oiapoque, cujos mandatários são os responsáveis pela designação dos mandatários da Companhia, sendo que a palavra final é sempre do sócio majoritário, ou seja, os dirigentes do Estado.
A autonomia administrativa e financeira, como manda o estatuto da empresa, acabou permitindo que houvesse, durante os últimos 20 anos, um processo de acumulação de dividas, com fornecedores, obrigações previdenciárias e responsabilidades trabalhistas que deixaram a empresa insolvente, devido a uma dívida que ultrapassou um bilhão de reais no começo de 2013, isso depois de uma série de providências administrativas adotadas e insistentemente divulgadas, mas que foram suficientes apenas para identificar o tamanho da dívida e sugerir a solução possível.
A solução possível e que possibilitaria a mudança total na gestão da empresa era a federalização, isto é, entregar a empresa para a administração da União, através da Eletrobrás, mas para isso teria que entrega-la sem o monumental passivo que consta do seu balanço patrimonial.
Uma mudança que propõe levar a empresa a uma situação administrativa diferente daquela que vem praticando até agora e que implica em revisão na estrutura diretora atual, em revisão de salários e do número de funcionários, para que os custos sejam diminuídos, assim como, a adoção de providências que melhorem a eficiência econômica da empresa, como aproximação do usuário e uma nova polícia de compras.
As dificuldades que se seguirão ao processo de federalização serão assumidas pelo Governo do Estado e para tanto, foi previsto na própria lei que autorizou o empréstimo junto à Caixa, condições econômicas para atender os resultados dos processos judiciais que se encontram em andamento e para atender exigências decorrentes de funcionários que serão dispensados pela empresa.

O que ainda não foi informado e muito menos publicado é como o Estado pretende recuperar os prejuízos que precisou assumir para tornar viável a federalização  e a forma como pretende responsabilizar os dirigentes da CEA que deixaram que ocorressem os resultados que causaram os prejuízo.

sábado, 18 de maio de 2013

A indesejada espiral

Rodolfo Juarez
Aqueles que aceitaram a incumbência de administrar o Município de Macapá, se não sabiam, já sabem agora, que a situação do município é crítica, muito menos pela omissão dos gestores do que pela inação deles mesmos.
A sede do município, Macapá, a capital do Estado, pode ser a passageira principal dessa indesejável espiral em que entrou a cidade e que a está sendo empurrada para uma posição de onde os esforços poderão ser muito grandes e demorados para tirá-la desse perigoso estágio onde até a autoestima está sofrendo os seus abalos.
A responsabilidade do prefeito Clécio Luis e de sua equipe é muito grande. E, até, se tiver que abdicar de seus projetos pessoais para conseguir colocar a cidade em rota de retorno à normalidade, vale muito a pena.
Os projetos prometidos não foram iniciados e, quem sabe, não saíram na zona da vontade do prefeito e da equipe, sendo mantidos pela inércia devido a falta da quantidade de força necessária para movimentar a roda do sucesso.
Recuando há oito anos, desde o tempo da reeleição do prefeito João Henrique e por todo o mandato do prefeito Roberto Góes, a cidade precisa parar de andar de marcha-ré, retornar à sua realidade, muito desejada pela população que busca alternativa, todas as vezes que lhe é dada oportunidade.
Ninguém tem o direito de punir mais esta cidade de Macapá do que ela já foi punida. Pode ter sido até de forma involuntária, mas foi severamente punida, pelo abandono de suas premissas e de suas vocações.
Dá a impressão que os administradores perderam o combate, apesar de ainda estarem dentro do ringue, esperando o último soco para ir a nocaute. Mas se isso for permitido, será uma traição, aliás, uma traição monumental, pois, ao contrário dessa realidade, foi prometido para a população um especial empenho para que a recuperação da qualidade de vida na cidade de Macapá.
Não se trata nem de amor, mas sim, de compromisso, comprometimento e resposta às questões que, todos os dias são feitas sob a forma de reclamação, lamentação e muita tristeza.
Apesar de serem muitas as necessidades da cidade, ainda há tempo para começar.
Claro que não será possível, em quatro anos, resolver os problemas criados e permitidos durante mais de oito anos, mas é preciso começar, é preciso dar o pontapé inicial para que se descubra o que está por baixo da manta do desprezo, do lençol da ingratidão.
Recuperar a vontade pelo trabalho, mostrar a disposição pelo começo e encontrar as pessoas que podem ajudar sem imaginar a próxima campanha eleitoral, ficar preocupado com a quantidade de voto que precisa para eleger-se ou a conquista do poder com uma ação dentro da cidade, mesmo que seja em desacordo com as necessidades atuais.
O tempo, se começar agora, vai mostrar que os administradores de agora precisam de dez anos para arrumar a cidade e não esquecer que, se não der condições para os moradores da área rural, quando estes sentirem Macapá melhorando ou em vias de melhora, virá para a cidade que, no momento, já não lhe atrai ou motiva, porque não tem as condições do campo e apresenta a mazelas da cidade.
Amar Macapá acima de tudo, respeitar os seus habitantes, tornar eficaz a execução do orçamento, aplicando bem as suas dotações, pode ser a motivação mágica da satisfação, do prazer e da alegria de viver.
Doutra forma e se não encontrar disposição é só esperar o tempo passar para ficar marcado como mais uma equipe que falhou, não deu conta e embrulhou os problemas para que outro tente desembrulhá-lo e resolvê-lo. 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Orçamento 2014: se remediado está, remediado estará.

Rodolfo Juarez
Os deputados estaduais já estão discutindo o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2014 que deve por eles ser votado até o final de junho deste ano.
O projeto é do Executivo Estadual e contém a estimativa da Receita pública para o exercício de 2014, além de fazer a repartição preliminar dos recursos que deverão caber a cada um dos poderes: Legislativo (Assembléia e Tribunal de Contas), Executivo, Judiciário e o Ministério Público.
A primeira estimativa de receita levantada pelos técnicos da Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Tesouro, alcança o total de cinco bilhões, cento e cinquenta e um milhões, com um aumento superior a 16% tomando por base o orçamento aprovado para o exercício de 2013.
O Estado do Amapá, em termos de orçamento público, vem apresentando um desempenho significativo, isso devido ao crescimento da receita própria e ao volume das transferências constitucionais, principalmente a do Fundo de Participação dos Estados.
Até ai tudo técnico, tudo seguindo procedimentos que são determinados por regras legais cujo conjunto integra as obrigações pelas quais precisa passar o projeto antes de ser transformado em Lei.
O que não faz parte do conjunto, mas é uma das etapas que precisa ser incentivada, chamando para dentro das discussões a sociedade é a definição de como o Estado deve gastar essa Receita Pública, resultado dos tributos que são pagos pela população e que representa mais de 40% de todo o seu labor.
De pouco adianta esperar o inicio do ano de 2014 para discutir questões que já estão definidas no orçamento estadual desde a aprovação, o que deve acontecer no começo da segunda quinzena de dezembro de 2013.
Essa informação deve fazer parte do conjunto de informações que todos devem ter sobre a Administração Pública, da mesma forma que já sabe que há apenas duas portas para participar, como funcionário público, da administração pública: ser admitido por concurso ou através da ocupação de um cargo de confiança, este criado por Lei.
Parece uma etapa simples, mas que não é seguida ou considerada por ninguém. Nem mesmo os dirigentes sindicais têm demonstrado esse interesse muito embora, depois usem o caminho mais difícil – o da reclamação pública e os protestos através de manifestações ou greves.
Os resultados das manifestações ou das greves não têm sido satisfatório, principalmente para aqueles que imaginam que têm força para enfrentar o patrão. Claro que não vai ter, pois quando isso acontecer, o patrão vira empregado e o empregado vira patrão.
Logo depois de votado, sancionado e publicado a projeto de lei das diretrizes orçamentárias, os interessados, de posse da Lei, podem começar a consolidar suas reivindicações e cálculos para, quando o Executivo encaminhar o projeto do orçamento para 2014, conhecer a proposta oficial e intervir em seguida.
A remessa, que deve acontecer até o dia 30 de setembro de 2013, contém a proposta do orçamento para 2014 e permanecerá com os deputados, para ser lido, debatido e votado até o dia 22 de dezembro de 2013, portanto com tempo suficiente para que seja conhecido por todos na casa de todos – a Assembléia Legislativa.
Os índices de aumento, as necessidades de material, as condições do ambiente do serviço, os investimentos, a modernização e tudo o que diz respeito ao Estado estará, rigorosamente, compondo o Orçamento Anual.
Que tal prestar atenção e não perder tempo. Depois, quando o que estiver remediado, remediado tudo estará.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Federação das Indústrias do Estado do Amapá

Rodolfo Juarez
Tudo indica que a Federação das Indústrias do Estado do Amapá, depois de enfrentar dificuldades políticas, redescobre a sua direção e está buscando reorganizar-se administrativa e politicamente, para poder desempenhar o importante papel que lhe é reservado no processo de desenvolvimento da indústria no Amapá.
A Federação das Indústrias do Amapá foi fundada no dia 14 de dezembro de 1990, pelos sindicatos patronais de empresas industriais organizados conforme a legislação sindical de então e com o objetivo de compor o espectro sócio-empresarial que constituiria o quadro econômico do Estado, resultado da transformação do Território Federal, consagrado na Constituição Federal de 1988.
A década de 90 foi de muitas conquistas tendo nesse período, além da afirmação como instituição a filiação da Federação na Confederação Nacional da Indústria pré-requisito para iniciar o processo de regionalização do Serviço Social da Indústria - SESI, do Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional – SENAI e da implantação do Instituto Euvaldo Lodi na Federação.
Francisco Leite da Silva, diretor da empresas LCL – Leite Construções Ltda., empresa filiada ao Sindicato da Indústria da Construção Civil, foi o primeiro presidente da Federação das Indústrias, tendo como vice-presidente, Antônio Armando Barrau Fáscio Filho, diretor geral da empresa Sanecir Ltda.
Francisco Leite, além de ser um empresário na expressão da palavra, também compreendia a importância de instituições como a Federação, tanto que não mediu esforços para montar uma boa diretoria, que compreendia o espaço que lhe era reservado no Estatuto Social da Federação, entendendo a importância do Conselho de Representantes e do Conselho Fiscal.
Na época o Sesi e o Senai já funcionavam no Amapá como delegacias regionais sob a supervisão do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará. Foram muitas as ações para que ficasse demonstrada a capacidade dos empresários da indústria local para assumir o comando dos dois órgãos – SESI e SENAI.
A regionalização foi uma questão de tempo e de demonstração de preparo da equipe local e, quase simultaneamente os conselheiros do Conselho Nacional do Sesi e do Conselho Nacional do Senai, decidiram pela autonomia, transformando as duas delegacias, subordinadas diretamente à Federação das Industrias do Pará, em departamentos regionais, sob a orientação dos empresários da Federação das Indústrias do Amapá.
Francisco Leite foi presidente por pouco mais de sete anos quando, no exercício da presidência da entidade, faleceu e deixou um caminho inteiro para ser percorrido pelos seus sucessores: Rodolfo Juarez, Leônidas Platon, Sivaldo Brito, Telma Gurgel e, atualmente, Joseane Rocha.
O mandato que exerci foi de consolidação e uma espécie de transição. Consolidação com a incumbência de concluir o que Francisco Leite tinha encaminhado como a aquisição, da ICOMI, do complexo esportivo em Santana, e a construção do prédio para a sede da Federação onde hoje funciona, na Avenida Padre Júlio Maria Lombaerd, além da consolidação do projeto de administração para todos os órgãos da Federação, construindo o que se convencionou chamar o Sistema FIAP.
Todo esse resultado foi alvo de uma disputa entre os grupos formados pelas entidades sindicais patronais do setor industrial. Passaram-se mais de 10 anos para que, agora em 2013, voltasse a sensação de que há calma no setor, com os dirigentes dispostos a exercer uma administração de acordo com a necessidade de progresso a da entidade e do setor industrial.
Dentre os atuais mandatários: conselheiros, auxiliares e funcionários -, alguns vêm desde a época da fundação da Federação e para representá-los destaco José Enoilton Carneiro Leite, filho do presidente Francisco Leite da Silva.
A Federação precisa ser um filtro das idéias, das apurações e avaliação dos índices da indústria no Estado do Amapá.  

terça-feira, 14 de maio de 2013

Real & Virtual

Rodolfo Juarez
O comentário que fizemos na semana passada sobre o país que os dirigentes e pessoas influentes do PT apresentaram durante dez minutos, em rede nacional de televisão, mereceu uma série de observações, com a maioria confirmando os pontos destacados no artigo.
Essa espécie de corroboração na avaliação feita é interessante porque confirma o que poderiam ser o pensamento individualizado e, por isso, poderia ser fruto de engano ou de uma visão parcial daquilo que fora dito e destacado.
Enumerar ações e resultados que não passaram de projetos ou vontades, como se já estivesse concretizado e à disposição da sociedade, quando não está à disposição e muito menos em uso social, é de certa forma, desafiar a compreensão das pessoas e da população brasileira que, atônita, olha para os lados e não vê nada daquilo que os dirigentes estão afirmando em seus relatos.
É por isso que se avalia que os atuais responsáveis pela gerencia dos interesses da população brasileira não percebem que os resultados prometidos não foram alcançados, mesmo assim insistem como se tudo tivesse acontecido conforme a vontade e no tempo que, se fosse levado a sério, seria realizado.
Como se trata de mensagem dos dirigentes nacionais, os dirigentes estaduais e municipais, cada qual com a sua peculiaridade e o seu interesse, desenha, também, o seu “estado virtual” ou o seu “município virtual”. É por isso que, também nas propagandas, são anunciadas condições que não correspondem às realidades, nem do Estado do Amapá e nem da maioria dos municípios amapaenses.
Basta buscar nas imagens apresentadas pela televisão, comparações com a realidade para perceber a distância entre o real e o virtual.
E isso não é de agora!
O problema é que essa situação prejudica a todos, pois os que esperam, continuam esperando; e os que prometem, continuam prometendo, às vezes até inocentemente, devido a sua restrita condição de avaliar o que real e o que é virtual, provavelmente na sombra da especial confiança que o mandatário tem no auxiliar e pela pouca importância que este auxiliar dá para a verdade.
É por isso que os mandatários acabam anunciando que moramos em uma cidade que oferta escola pública para todos, que tem atendimento de saúde para quem procura, que o esporte e o lazer constituem prioridade do setor público, que o meio ambiente está preservado, a segurança é suficiente para dar tranquilidade a todos e que há pleno emprego e prosperidade.
Muito embora a população saiba – e muito bem -, que nada disso é verdade e que, ao contrário, faltam vagas nas escolas públicas, o atendimento para quem procura é precário, que o incentivo e apoio ao setor de esporte ou lazer é insuficiente ou insipiente, que o meio ambiente não é preservado, que o sistema de segurança não é suficiente, que não há emprego e muito menos prosperidade.
São os dois planos: um, que é descrito pelos governantes e seus aliados, o plano virtual; outro, que é vivido pela população, o plano real.
Devido a essa falta de compreensão da realidade, de vez em quando os perigos da inflação, do desemprego, das quedas no PIB, do aumento do juros, da deficiência na infraestrutura, entre outras coisas, não são percebidos e só são enfrentados quando fortemente provocados pela sociedade ou no sentimento de autodefesa para manutenção do status.
É provável até, que o aumento das desigualdades regionais, em todos os setores, seja consequência dessa visão irreal e distorcida que os mandatários insistem em querer ver ou sentir.
Enquanto isso a população vai procurando meios para suportar o insuportável, compreender o impossível e conviver com as descrições falsas de pessoas verdadeiras em quem, um dia (ou 10 segundos) confiou.

sábado, 11 de maio de 2013

Amor de mãe

Rodolfo Juarez
O dia de hoje está reservado no calendário anual de eventos para que a sociedade amapaense e de todo o Brasil, reverencie aquelas que são as maiores personagens do imaginário e da realidade das pessoas – as mães.
Está bem, um dia só não é suficiente para que se preste todas as homenagens que a mais importante das personagens da terra merece. Como também qualquer grupo de dias ou todos os dias, poderiam caber todas as formas de agradecimento que reconhecemos que as mais merecem.
Mesmo assim ainda tem aqueles que nem distinguem o dia. Aqueles que, ou tem carência de amor, ou simplesmente não distingue o que é o bem e o que é o mal; aqueles que vivem esse dia como se fosse um dia qualquer, ou como dizem: um dia normal.
Mas não é um dia normal.
Pode prestar a atenção nas promessas que a maioria fez de véspera, garantindo que estava disposto a dar um dia de rainha para a sua mãe e também para aquelas mães que, por várias razões, entraram para o círculo de responsabilidades daqueles que agora terão a oportunidade de reconhecer o quanto essa mulher significa na parte boa de sua vida.
Sempre disposta a dar a última palavra, mesmo que imagine que, no primeiro momento, não será levada em consideração, mesmo assim insiste e dar o bom conselho, isso porque, as histórias não relatam acontecimentos com comportamento diferente daquele das mães.
Deus demonstrou toda a confiança na Mulher Escolhida para entregar-lhe a maternidade de seu filho, tinha a certeza divina de que apenas o amor, em frente de qualquer circunstância, serviria de conforto, alento e exemplo para o momento e para todos os tempos.
E foi assim...
Nesse dia não deverá haver espaço para deixar de reconhecer a importância da mulher-mãe, da mulher que não reconhece adversário quando tem que lutar em favor de seu filho, sem procurar saber os motivos e as razões de despertam a coragem, a força e a certeza da vitória.
Essas mulheres-mães são maravilhosas, que fazem do amor o seu modo de vida e de sua vida o motivo do amor que sente pelos seus filhos, inclusive aqueles nem por ela paridos.
Ai está a magia dessa mulher e a importância desse dia.
Vários homens, certamente, já tentaram medir o amor que tem uma mãe. O resultado das tentativas comprova que ainda não foi inventado qualquer processo ou o instrumento capaz de fazer essa medição. Esse amor de mãe é muito grande, quem sabe, infinito!
Por isso e por tudo o que soubermos sobre esse sublime sentimento, o amor de mãe, cada vez mais nos dá a certeza de que ainda sabemos muito pouco, tanto com relação ao tamanho como com relação à intensidade.
Quando estamos ou estivermos pertos de nossas mães, sempre nos sentimos ou nos sentiremos mais fortes, nem que a imagem física da pessoa mãe, aparentemente frágil e que, aparentemente não tenha a força que demonstra todas as vezes que precisa dessa força.
Desde bem pequeno sentimos o amor de mãe, a forma como esse amor avança sobre nós, carentes ou não desse sentimento, mas que sempre é bem vindo e confortante, capaz de fazer o que nos pode parecer impossível.
Não só os filhos reconhecem a força do amor de mãe. Todos os que estiverem preparados para receber esse amor, sentirão a sua força, a sua importância e a sua relevância, esteja onde estiver e com a idade que tiver.
As mães, mesmo fortes como são, jamais priorizaram o litígio, os confrontos, a discórdia ou qualquer outro sentimento que esteja em confronto com a paciência e a paz.
O amor de mãe é maravilhoso!

Discutindo a tarifa de ônibus urbano em Macapá

Rodolfo Juarez
Vem ai mais uma queda de braço entre o Município de Macapá e os donos das empresas de ônibus urbanos que receberam, por concessão, as diversas linhas para explorar com o transporte coletivo.
Os empresários querem aumentar o preço da tarifa, alegando uma série de razões, todas colocadas na planilha de composição de preços que, em comparação com a atual, fica 16,95% mais alta.
Do lado do município, representado pela Companhia de Trânsito de Macapá, que não quer briga com a população, houve declaração de desacordo com a proposta e foi criado o impasse.
Os empresários já avisaram que não vão esperar qualquer composição ou contraproposta e que estão dispostos a entrar na Justiça, apresentar a mesma planilha, exatamente como fizeram da última vez, para serem autorizados a elevar a tarifa e praticá-la imediatamente.
O que é estranho é que se trata de uma questão matemática, com relativa facilidade para discussão e com todas as condições de comprovação. Não se trata de questões subjetivas e, por isso, deveria, para evitar discussões, ser uma operação automática, transparente e conferida pelos próprios usuários dos ônibus.
A tarifa não pode ficar atrelada a qualquer outra promessa, seja de quem for ou para quem for, ou para melhorar qualquer coisa. O que precisa estar na planilha definidora da tarifa são os itens que dizem respeito à própria tarifa e só a ela. Não tem nada a ver com abrigo de passageiro ou placas de sinalização, por exemplo.
É na tarifa que fica definido a idade dos ônibus. E, para fazer essa fiscalização, porque não deixar por conta do usuário.
Quase todos os que fazem parte do comitê de fiscalização da tarifa, uma espécie de controle externo com proposta de verificar os preços que serão pagos, não usam costumeiramente os ônibus e por uma razão muito simples – quase todos têm carros particulares.
A definição do preço da tarifa pouco ou nada tem a ver com uma decisão política é, isso sim, uma decisão eminentemente técnica. Mesmo assim os gestores, todos eles e em todos os tempos, transformam o assunto em queda de braço, como se fossem os responsáveis pelo preço dos combustíveis, dos pneus, das peças de reposição, entre outros fatores intervenientes na planilha, para depois “colocar-se do lado do povo”, mesmo que tenha que ceder em seguida.
Os donos dos ônibus não podem alegar, para justificar aumento de preços da tarifa, questões como as condições de tráfego das vias da cidade e as dificuldades que têm para cumprir os compromissos que disse que cumpriria, entrando em bairros que consideram pouco lucrativos ou sem condições de tráfego para os ônibus.
Essa é outra história, mesmo que seja de responsabilidade da mesma prefeitura, do mesmo prefeito e dos mesmos auxiliares, que precisa mudar o roteiro, pois, como está, já não atende às realidades da cidade e dos usuários.
É sabido que a questão da tarifa não é simples. E não é simples porque os equívocos estão em etapas anteriores como: licitações das linhas, fiscalização de cumprimento de contratos e, principalmente, comando do processo que, efetivamente, permanece sendo exercido pelos donos das empresas - donas dos ônibus -, prejudicando a eficiência do sistema e a satisfação dos usuários.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Não há tempo a perder

Rodolfo Juarez
A Secretaria de Obras do Município de Macapá está esperando muito para começar a efetiva recuperação da cidade. A população já ligou o desconfiômetro da com relação às reais condições para fazer o serviço que precisa ser feito.
Há mais de 10 anos sendo maltratada e durante esses 10 anos crescendo, a cidade de Macapá tem exigências que, aparentemente, estão acima da capacidade de solução que tem a própria prefeitura, não obstante as promessas dos administradores e a esperança da população.
A parte recuperável do sistema viário da cidade, a cada ano vai perdendo tamanho, sendo absorvida por aquela que precisa de restauração completa e de nova construção. São muitas as ruas que estão assim.
Nas ruas e avenidas implantadas durante os últimos dez anos, algumas nem projeto têm e precisam de tudo. Além do projeto as vias precisam da definição de caixa, sub-base, base, pavimento, capa asfáltica, meio fio, linha d’água e calçada. Além disso, todo o serviço de infraestrutura das outras funções que têm a via, como a colocação do sistema de drenagem, mesmo que primário e água potável, uma vez que a coleta de esgoto sanitário, apesar de ser muito importante, ainda não entra na lista das principais exigências da população.
Enquanto a cidade não contar com um plano com uma proposta desse tipo, dificilmente os parceiros se apresentarão, apesar da vontade ou da necessidade que venham a ter nas composições políticas ou apoiamento eleitoral.
Para que um projeto de recuperação das vias da cidade seja executado precisa a administração municipal contar com bons equipamentos, pessoal qualificado e em número suficiente para executá-la, de outra forma, não haverá condições para que se alcancem os objetivos e se cumpram as promessas.
Quanto aos outros equipamentos urbanos, como praças, parques, jardins, esses além de necessários, tem outras exigências e que precisam, para dar certo, que a administração municipal conheça o que pensa a população e o que ela deseja para o seu bairro e para a comunidade.
Escolas, postos médicos, ambientes apropriados para o desenvolvimento esportivo e culturais, necessariamente precisam acompanhar o que se faz nas vias, para que a ocupação do solo seja adequada e apropriada para cada local da cidade.
Sem as vias em condições, não há chance de melhorar o transporte coletivo e tão pouco, dotar, essas vias, de iluminação pública adequada.
Com relação à segurança, esse sistema é gerenciado pelo Governo do Estado e dele deve ser exigido.
Mas se não houver a iniciativa da Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Obras, são precárias as chances de uma iniciativa como essa dar certo. Primeiro pelo custo e depois pela atribuição que é tipicamente municipal.
A parceria anunciada no começo de abril, entre a Prefeitura e o Governo do Estado, até agora ainda não ofereceu resultado, provavelmente porque não tem um grupo executivo definido. As atribuições continuam com os órgãos, onde também estão os recursos destinados aos serviços.
Por enquanto ainda há tempo, mas o tempo não para e, daqui a pouco, esvai-se deixando os gestores com as costumeiras desculpas.  

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Enem 2013

MEC fará blitz contra 'miojo' e erros na redação do Enem; veja as regras
Corretores terão que justificar nota máxima em redação com erro, diz MEC. Enem abre inscrições na segunda; provas serão em 26 e 27 de outubro.
A partir da edição de 2013, a prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não tolerará deboches, como receita de miojo ou hino do Palmeiras, ou provas com nota máxima que contenham erros. As novas medidas foram anunciadas nesta quarta-feira (8) pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que considera o aumento no rigor como "a grande mudança" do exame neste ano. O Ministério da Educação vai também aumentar o valor pago por redação a cada corretor, de R$ 2,35 para R$ 3,00.
As inscrições serão abertas na segunda-feira (13) e poderão ser feitas até o dia 27 de maio. A taxa de inscrição, de R$ 35, deve ser paga até 29 de maio para confirmar a inscrição. As provas serão realizadas nos dias 26 e 27 de outubro.
Segundo Mercadante, três mudanças devem garantir uma correção mais rigorosa neste ano: a proibição do deboche, a exigência do domínio da norma culta para receber a nota máxima e a redução da discrepância máxima nas notas dos dois corretores para que a redação seja encaminhada por uma terceira avaliação independente.
"A avaliação nossa é que [a correção das redações em 2012] foi muito positiva. No entanto, seis redações foram debatidas publicamentes, em [um universo de] mais de 4 milhões. É um nível de problema muito específico, muito localizado. Mas mesmo assim a gente aprende com essa avaliação", disse o ministro.
Entenda abaixo o que mudou nas regras da redação do Enem.
Deboche dará nota zero
Para coibir tentativas de deboche na prova, um item será acrescentado no artigo do edital que fala sobre as razões para que uma redação receba nota zero do MEC. O item 14.9.5 do edital que deve ser publicado na quinta-feira afirma que a redação "que apresente parte do trecho deliberadamente desconectada com o tema proposto, que será considerada 'anulada'".
A nova regra já estava em debate pela comissão que elabora o edital do Enem, depois que candidatos que no último Enem inseriram receita do miojo e o hino do Palmeiras no texto ganharam notas 560 e 500, respectivamente. Esse tipo de teste ao Enem, agora, será punido com a nota zero.
Veja como ficam as regras do edital para a anulação da prova
14.9 Em todos as situações expressas abaixo, será atribuída nota zero à redação:
14.9.1 que não atender a proposta solicitada ou que possua outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo, o que configurará “Fuga ao tema/não atendimento ao tipo textual”;
14.9.2 sem texto escrito na Folha de Redação, que será considerada “Em Branco”;
14.9.3 com até 7 (sete) linhas, qualquer que seja o conteúdo, que configurará “Texto insuficiente”;
14.9.3.1 linhas com cópia dos textos motivadores apresentados no Caderno de Questões serão desconsideradas para efeito de correção e de contagem do mínimo de linhas;
14.9.4 com impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação, que será considerada “Anulada”.
14.9.5 que apresente parte do trecho deliberadamente desconectada com o tema proposto, que será considerada "Anulada"
Nota mil com erro
Segundo Mercadante, a partir deste ano, o candidato terá que "ser muito mais rigoroso para tirar a nota máxima". Ele afirmou que a primeira competência (demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita) terá o item 5, que equivale à nota mais alta da competência, alterado para aumentar a exigência.
A partir deste ano, para tirar a nota máxima nesta competência, a redação só poderá ter erros de português considerados como uma "excepcionalidade" e quando "não caracterizem reincidência". O objetivo é evitar que redações com poucos desvios gramaticais ou convenções de escrita recebam a nota máxima na prova.
Veja as competências na tabela:
COMPETÊNCIAS AVALIADAS NA PROVA DE REDAÇÃO DO ENEM
Competência 1
Competência 2
Competência 3
Competência 4
Competência 5
 
 
 
Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita (*)
Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
(*)
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
 
 
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação.
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Valor: 0 a 200
Valor: 0 a 200
Valor: 0 a 200
Valor: 0 a 200
Valor: 0 a 200
(*) Dentro desta competência, o nível 5 foi alterado para reduzir a tolerância a desvios gramaticais
(**) OBS: Caso o candidato tenha nota zero na Competência 2, ele terá a prova anulada

Fonte: MEC/Inep

A nota 1.000, então, só será atingida se o candidato garantir a pontuação máxima na competência 1. "Todas as notas mil os avaliadores vão ter que justificar com rigor. Só será aceito desvio se for excepcional, portanto, eles vão ter que justificar a excepcionalidade", disse Mercadante.
Correção feita por três avaliadores
Todas as redações do Enem são corrigidas por pelo menos duas pessoas. A necessidade de um terceiro corretor para reavaliar provas com notas discrepantes deve aumentar neste ano. Segundo o MEC, agora, todas vezes que as duas notas tiverem uma diferença de mais de 100 pontos, um terceiro avaliador corrigirá a prova para que se chegue à nota final. No ano passado, essa tolerância era de 200 pontos.
Se a nota em um das cinco competências (que vai de 0 a 200) tiver discrepância de 80 pontos, a redação também vai para o terceiro corretor.
Por causa da mudança, Mercadante afirmou que estima um aumento no número de redações que passem pela terceira correção. Em 2012, 21% das provas estiveram nessa situação. Agora, ele afirma que essa porcentagem chegue a um terço.
Para garantir uma correção mais rigorosa, Mercadante anunciou um aumento no número de corretores. Em 2012, foram contratados 5.692 corretores, 234 supervisores de avaliação, 468 auxiliares e dez subcoordenadores pedagógicos para o processo de avaliar as redações, mas mais de 300 deles forma afastados por não cumprirem os requisitos de qualidade.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Alunos e pais de alunos

Rodolfo Juarez
Começa uma semana decisiva desse interminável tempo de medição de forças entre o Governo do Estado e o Sindicato dos Professores.
Por isso as especulações e as invenções viverão momentos férteis para serem exploradas, principalmente por aqueles que já decidiram dar razão a um ou outro lado sem preocupar-se se o assunto é ou não de interesse da sociedade.
Os pais de alunos e os próprios alunos que estão matriculados na rede pública têm todas as razões para pretender chamar a atenção para eles, afinal de contas já foram prejudicados pelas ações anteriores e não estão dispostos e nem com tempo para ficar na arquibancada, como expectador de um enfrentamento que não interessa a eles.
Planos alternativos estão prontos para serem testados em que o objetivo específico é a manutenção das aulas, não apenas uma vontade dos pais de alunos e alunos, mas um direito destes e uma obrigação daqueles.
Enquanto isso os arautos de um e de outro lado esforçam-se para mostrar os pontos em destaque e que favorecem às medias de um e do outro time que engalfinham-se em uma jogo onde as regras são desconhecidas e o resultado está sendo buscado a qualquer preço, sob os olhares atônitos de uma “torcida” que não entende, sequer, o jogo.
Na prorrogação que está sendo jogada esta semana deve ser cheia de regras, precisa que o árbitro se imponha e faça prevalecer os interesses da sociedade, em cada lance que seja praticado por um ou por outro time.
Ninguém agüenta mais, no sentido literal da palavra, os problemas que são decorrentes de cada uma das decisões tomadas por um lado ou pelo outro. Não dá mais para continuar tendo a incerteza como principal resultado de cada confronto decisivo. É preciso levar em consideração e a necessidade de se ter respeito com a “platéia” principalmente aquela constituída pelos alunos e pais de alunos.
É preciso entender o que já aconteceu, refletir muito sobre isso, e encontrar um caminho por onde todos possam caminhar, nem que para isso tenha que substituir os caminhantes, considerando os resultados até agora alcançados que tem prejudicado a maioria, independente dos argumentos e dos fundamentos.
Não se pode deixar de confiar na capacidade que as pessoas têm para resolver os problemas, mesmo reconhecendo que existem algumas equações com soluções impossíveis ou indeterminadas, mas sabendo que, nesse caso, as soluções, apesar de não serem fáceis, são possíveis, principalmente considerando se os responsáveis pelas resoluções estão habilitados para fazê-las.
Quando o confronto, a inflexão de propósitos, ou a teimosia não se mostram eficientes, que tal tentar a parcimônia, a indulgência e a paciência.
O líder não precisa ser durão e inflexível.
O líder tem que ser simplesmente líder, de todos e não de uma facção. Líder inclusive daqueles que, ocasionalmente, enfrenta como adversários. Dá mais trabalho, mas basta valer-se de comportamentos ajustados com a realidade para que as chances de alcançar o que todos querem apareçam.
Professores e agentes do governo, empregados e empregadores, todos são funcionários públicos, pagos pelo contribuinte, que precisam ver e sentir que os impostos que recolhem todos os dias, estejam sendo bem aplicados e conforme a promessa daqueles que foram admitidos nos cargos públicos, seja o governador ou os professores.
Respeitar os compromissos que firmaram no dia em que se comprometeram a trabalhar pela população do Amapá é a necessidade do momento. Depois de tantas decisões que não agradaram aos litigantes, já se tem claro e à mostra, quais são os sacrificados, exatamente aquele que pagam tudo.