quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Vai que dá certo!

VAI QUE DÁ CERTO!
Rodolfo Juarez
A administração municipal, que tem como orientador o prefeito Clécio Luiz, precisa encontrar um ponto de equilíbrio para poder fazer o que a população quer e precisa que seja feito.
Está ficando a impressão de que estamos dentro de uma barca adernada, ou a deriva, onde todo o peso está para um lado e há dificuldade para equilibra a embarcação e seguir a viagem, resolvendo os problemas e realizando os sonhos.
Problemas cada vez mais exigentes e cada vez mais urgentes, desafiando a inteligência de todos aqueles que assumiram a responsabilidade de indicar o caminho certo para uma navegação tranquila.
Os sonhos, bem os sonhos, todos estão classificados como pesadelo, não se sabe se pela viagem que a administração municipal faz, ou se pela falta de um bom timoneiro para guiar o “barco” por águas mais calmas e por canais mais seguros.
Tudo é muito difícil para os administradores municipais, que sempre estão reclamando do sistema como os municípios são fiscalizados, da falta de recurso para resolver os problemas mais urgentes e, até, de pessoal para compor o quadro de administradores.
Enquanto isso a população continua esperando e, enquanto espera, vê os anúncios da administração pela televisão, rádio, jornal e outdoor, onde é mostrado outro município e outra cidade, tão grande é a diferença entre a propaganda e a realidade.
Os problemas municipais que estão do lado de fora dos gabinetes demoram demais para serem resolvidos e, alguns deles até, nem reconhecidos são com problemas da administração municipal, muito embora todos saibam que são sim problemas da administração municipal, quer queiram ou não os administradores.
Qualquer setor que esteja fora dos gabinetes está pior do antes e com grandes chances de continuar piorando, tal o descaso e a distância que aqueles administradores mantêm do problema.
É claro que já descobriram que se não forem resolvidos, os problemas continuarão “infernizando” toda a equipe, mas, principalmente o prefeito, que não está gostando de ver o outro lado das questões municipais, muito diferentes daquele como via quando era vereador.
Aliás, essa cobrança sempre é feita do prefeito Clécio e, algumas vezes, levadas para outras pessoas analisarem a situação.
Por que será que mudou tanto? Afinal de contas é a mesma pessoa!
E não é uma pergunta desconhecida do prefeito de Macapá, sempre que é questionado sobre essa circunstância, desconversa e acaba desviando o foco da resposta e a resposta acaba não saindo.
E Macapá vai completar mais um ano de fundação na próxima terça feira, uma boa oportunidade para o prefeito corrigir o rumo, deixar de sonhar ou ter pesadelos, colocar o pé no chão e entender que a luta tem que ser ao lado do munícipe e não dentro do gabinete, atendendo os aliados e fazendo o que eles querem.
Poderia, a partir do dia 4 de fevereiro, marcar um rumo, mostrar para a população, e convidar para que todos saiam recuperando a cidade, doutra forma, só com slogan “furado” não vai reconstruir nada, ao contrário, vai se enterrar junto com a sua própria administração.
Como ainda tem tempo, pode aproveitar o dia 4 de fevereiro, dia do aniversário, para sair do gabinete, vir para a rua com sua equipe e fazer o que precisa ser feito.
É difícil, é desconfortável, pelo menos muito mais desconfortável do que os 16 graus que experimenta no ar condicionado no gabinete do prefeito ou em qualquer dos gabinetes dos secretários.
Mas, vai que dá certo!

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O BUSTO
Rodolfo Juarez
Fazia tempo que a população e o eleitorado amapaenses não se deparavam com um assunto tão comum, noutros tempos, mas raro e de certa forma proibido, nos tempos atuais.
Houve um tempo, quando os dirigentes se consideravam divinos e selecionados por Deus, que a idolatria se impunha e os bustos, estátuas e referências pessoais se tornaram questão de obrigação dos súditos aos seus dirigentes e, não raro, algozes.
O tempo passou e as regras sociais sustentadas na ética, na moral e no direito, acabaram por impor comportamentos diferentes, tendo hoje expresso em lei, que é proibido até o nome de pessoas vivas em prédios públicos, exatamente para que isso não se transforme em um diferencial que pode influenciar na atitude do povo na hora de votar, principalmente quando for para escolher os dirigentes.
Até agora ainda não foi vencido, em alguns estados brasileiros, inclusive o Amapá, por exemplo, a “necessidade” de colocar a fotografia do mandatário ocasional, nas salas dos ambientes públicos, goste ou não os servidores públicos que lá trabalham.
Por isso, toda vez que muda o governador do Estado do Amapá, lá vai para todas as salas dos dirigentes - ou quase todas -, a foto posada do governador, às vezes com a faixa que recebeu no dia da posse, outra vez sem a formalidade do traje. Adorno pago com o dinheiro do contribuinte.
Saiu de moda - ou foi tirado da moda -, o caso das “homenagens” mais bizarras como as estátuas e os bustos.
Mas o caso do busto oferecido pela população de Amapá é um fato que precisa ser analisado à parte e por ângulos diferentes.
Primeiramente, há de se considerar uma promessa que, a guisa de provocação, alguns moradores faziam a todos os governadores que chegavam à sede do município de Amapá e falavam no ramal que liga aquela sede à BR-156, elegendo prioridade para o ramal de 18 quilômetros de extensão.
Receberam essa promessa muitos governadores, quase todos os que falavam, também por lá, da importância da BR-156 para o desenvolvimento do Estado e para o município de Amapá.
Ora, a estrada já passou pelo município faz tempo, pelo menos 6 anos de concluída e os moradores da cidade de Amapá não botavam mais fé em ninguém, mas continuavam afirmando que fariam o tal busto: “o governador que fizer esse ramal vai ganhar um busto”, diziam.
O governador Camilo foi quem fez. Por isso, ganhou o tal busto prometido.
Claro que caberia a ele, governador, ou aos que são pagos para zelar pela imagem dele, medir as consequências de uma aceitação ou a definição de uma forma para aceitação, para não parecer que se trata de uma volta aos tempos de Roma, quando os dirigentes se diziam enviados diretos de Deus.
O problema foi aceitar.
Muitos entendem que isso não tem nada a ver com a vontade do governador, ou com a forma como ele encara os resultados dos seus trabalhos, mas também tem os que entendem que se trata de uma manifestação narcisista, imperial ou de necessidade de afirmação.
Claro que a oposição irá ao exagero, mas não será por isso que os auxiliares do governador se posicionem na linha de frente e empunhando o tal busto como motivação e como se fosse a demonstração de sintonia entre o comandante e os comandados.
Isso é uma questão à parte, pois, o ramal ficou muito bom, muito embora chegue 3 anos depois que o governador Camilo assumiu o governo e ainda falta a volta pelo ramal da Base Aérea, mas chega na frente de todos os outros que o sucederem e, melhor, não há mais o obstáculo terrestre para aqueles que quiserem ir a cidade de Amapá, nem que seja para uma simples visita.
No mais, o busto passa a ser um detalhe para os moradores da sede do município de Pracuuba. Quem sabe se prometer outro busto, o ramal de acesso àquela sede também não sai?

Uma questão de lógica. Não é!?

domingo, 26 de janeiro de 2014

Macapá, a 40ª cidade mais violenta do mundo

Rodolfo Juarez
A recente publicação de uma ONG mexicana, Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça, é uma verdadeira bomba nas mãos dos responsáveis pelo sistema de segurança pública do Amapá que tem que dar respostas sobre Macapá, capital do Estado e a mais populosa cidade amapaense.
O ranking elaborado pela ONG coloca Macapá, com 437.256 habitantes, como sendo o local da ocorrência de 160 homicídios, seguindo os mesmos parâmetros empregados para analisar outras 49 cidades pelo mundo, atestado uma taxa de 36,59 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes.
O objetivo da ONG é mostrar para o mundo, mas especialmente para os administradores que têm influência sobre cada uma das localidades que foram destacadas entre as 50 mais perigosas do mundo, o que sendo apurado como resultado.
Não tem sentido se discutir, por exemplo, se a população de Macapá é maior ou menor do que a apresentada na tabela, ou se o número de homicídios confere ou não com aquele que está nas anotações do sistema público de segurança do Amapá.
O que vale é a relação comparada, pois os critérios são comuns, conforme informa a ONG para todas as analises feitas, de forma individualizada, para cada centro urbano analisado, seja no Brasil ou em outra qualquer parte do mundo. Isso quer dizer que, independente dos números, o que prevalece é a taxa apurada para comparação.
Nessa coluna Macapá, cidade brasileira, capital do Estado do Amapá, aparece na posição 40 (quarenta) das cidades mais violentas do mundo.
Resta às autoridades e a toda estrutura gerencial pública, começar um estudo para retirar Macapá dessa incômoda posição, concordar que 160 homicídios é demais e entender o motivo pelo qual a população anda assustada com a onda de violência que tomou conta daqui e a sensação de insegurança de que está acometida.
Não se trata de uma questão política. É sim, uma questão administrativa-gerencial, acreditando que pode e é capaz de resolver o problema.
De nada adianta negar a existência dessa dificuldade. O estrago está feito e é preciso que haja uma resposta que não pode se limitar àquelas que são dadas todos os dias, alegando que forma comprados carros, não falta combustível e que foram contratados mais policiais.
Está provado que o problema não é esse. Pode ser, por exemplo, uma questão de estratégia de ação, caracterizada pelos métodos empregados ou mesmo pela forma como os policiais são disposto na cidade para combater o crime.
O desprezo da prevenção e a falta de respeito à farda pode ser, também, um pontos que precisa ser resolvido, tirando os policiais de dentro dos carros, distribuindo melhora a presença policial e atualizando a forma de distribuir os serviços que a segurança pública presta para a população.
Ficar entre as 50 cidades mais violentas do mundo e estar na 14ª posição entre as cidades brasileiras desse ranking, não é boa posição ou bom argumento para quem quer que seja.
Já imaginaram quantas cidades tem o mundo?
Pois bem, Macapá está entre as cinquenta mais violentas.
Pode isso?
Mas já havia indicações de que não estávamos bem posicionados. A população está em um momento que não confia que o sistema de segurança local lhe dá a tranquilidade que espera e que já teve.
A minimização entrou na rotina de todos e quando os responsáveis pela segurança passaram a orientar a população a não usar, por exemplo, telefone celular em praças ou via pública, deu para sentir que havia algo de muito errado e que o sistema de segurança local dava sinais de sucumbência, deixando para a população resolver o problema de sua própria segurança, muito embora tivesse a esperança que ainda havia jeito.
Não estamos no “mato sem cachorro”, nem mesmo a porta de saída está tão difícil de achar, basta entender o caso e, a partir dele e não a partir dos resultados que não vieram começar uma nova rotina, com a participação de especialistas e de representantes da população.

Quem sabe se assim não se encontra o meio de sair dessa? 

sábado, 25 de janeiro de 2014

Há 70 anos era instalado o Governo do Amapá

HÁ 70 ANOS ERA INSTALADO O GOVERNO DO AMAPÁ
Rodolfo Juarez
Hoje o Amapá fecha setenta anos que tem os seus administradores dando as ordens a partir daqui. Sim, por que antes, as ordens vinham do Pará, trazida por arautos que nem sempre chegavam com o mesmo recado que haviam recebido na “capital”.
Não raro, quando por aqui chegavam, esqueciam parte do que vinham ordenar ou orientar, ou nem chegavam, ficando nas profundezas da foz do grande rio, como resultado de naufrágios no trecho, desafiando as águas barrentas no encontro do rio com o oceano, que tinham que fazer em embarcações inapropriadas e enfrentar os ventos e as águas revoltas.
No dia 25 de janeiro de 1944 Janary Nunes instalava o governo do Território Federal do Amapá com a incumbência de gerenciar, a partir daqui, os interesses da população dessas terras que ocupavam a margem esquerda do Rio Amazonas.
Era um desafio, mas, nem por isso, Janary Nunes hesitou. Estava acostumado às exigências da corporação que servia, aqui mesmo na região, e aos problemas que tinha que dar solução todos os dias.
O Território Federal do Amapá, criado há três meses e doze dias, no dia 13 de setembro de 1943, receberia como capital o cidade de Amapá, na costa oceânica da unidade federativa, com as mais diferentes justificativas, uma delas a da possibilidade do desenvolvimento através do convencimento de parceiros internacionais que, já naquela época, passavam perto daqui, não paravam, a não ser para colher o pescado farto da costa amapaense.
Era uma questão de visão administrativa. E Janary percebeu que, pelo menos naquele momento, o parceiro que mais interessava era o Estado do Pará, principalmente a sua capital, Belém, que está, em linha reta, a 400 quilômetros de Macapá.
A decisão mereceu demorada justificativa para as autoridades federais, mas, finalmente, foi acatada a proposta e Macapá, torna-se, a partir do dia 25 de janeiro de 1944, oficialmente, a Capital do Amapá.
Definidas as questões politicas-administrativas, o trabalho se concentrou nas questões econômicas e de desenvolvimento, uma história que vem sendo construída durante os últimos 70 anos, e que conta a transformação de Macapá em uma das mais importantes cidades da Amazônia e do Brasil.
Os vários governos que se sucederam, sempre cuidaram para que Macapá fosse preparada para alcançar a sua maioridade o que ocorreu apenas em 1986 com a posse do primeiro prefeito eleito pelo povo - Azevedo Costa -, com a responsabilidade de cortar o cordão umbilical que havia com o Governo do Território, que tinha a incumbência de nomear os prefeitos da capital e dos demais municípios.
Desde 1986 até agora já se passaram 28 anos, foram eleitos sete prefeitos e Macapá não parou e crescer como capital, primeiro do Território e depois, a partir de 1991, Estado.
A instalação do governo do Amapá naquele dia, 25 de janeiro de 1944, é um marco para a região, mesmo com todos os percalços, a prova está pela preferência que muitos brasileiros têm tido por essa Unidade Federada, emprestando o seu talento e as suas forças paro o desenvolvimento local.

É um dia que poderia ser festejado, mas os dirigentes estão esquecendo os momentos importantes da história local. Mesmo assim, sabe-se que um momento como esse pode reacender a vontade que tem a população de contar com um Estado próspero com suas cidades em condições de acolher, satisfatoriamente, cada um dos seus habitantes.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Política: contando os dias da volta

Rodolfo Juarez
Os três deputados estaduais que deixaram os seus cargos legislativos para assumirem pastas do primeiro escalão no Executivo, já finalizaram os seus respectivos planos para a volta às atividades legislativas e a retomada dos seus respectivos mandatos.
São dois do PSB, que no momento está sem representante na Assembleia Legislativa, e um do PT do B, que tem surpreendido os teóricos da política, sempre elegendo representantes para os parlamentos.
Cristina Almeida (Maria Cristina do Rosário Almeida Mendes), do PSB; Agnaldo Balieiro (Agnaldo Balieiro da Gama), do PSB e Bruno Mineiro (Bruno Manoel Rezende), do PT do B já providenciam a arrumação das salas que ocuparam durante 2013 para voltar ao legislativo para, na qualidade de deputado estadual, tentar renovar aqueles mandatos.
O prazo para o retorno, ou melhor, para deixarem os cargos executivos e terem o direito de se candidatar, desincompatibilizados, termina no dia 5 de abril, 6 meses antes das eleições, marcadas para o dia 5 de outubro.
Todos os três continuam sendo os preferidos dos seus respectivos partidos, muito embora o PSB já tenha ensaios prontos para a renovação e, nesse caso, Cristina Almeida e Agnaldo Balieiro, sabem que devem prestar a atenção, pois, o desgaste do Executivo e muito mais acentuado do que o desgaste no Legislativo.
No caso o vereador Washington Picanço e a vereadora licenciada Neuzinha, se apresentam como concorrentes fortes, dentro do partido, para encarar a convenção de junho e depois a repartição dos votos que o partido deve acumular nas eleições de 2014.
Tudo indica que foram poucos os ganhos políticos dos três secretários o que os está deixando preocupados, muito menos o candidato Bruno Mineiro que, além de ter uma ilha de votos do outro lado do Araguari, soube conquistar votos do lado de cá e saiba que, dentro do partido, são poucos os que têm condições de obter mais votos que ele, por isso, tem tranquilidade com relação à disputa interna, muito embora saiba dos caminhos que precisa seguir, ou no rumo das coligações bem feitas, ou na alternativa de sair solteiro, preocupado em fazer o quociente eleitoral.
O PSB cuidando do retorno dos seus deputados, Cristina Almeida e Agnaldo Balieiro, sabe que o maior problema não está na volta deles, mas sim na saída dos suplentes que assumiram as vagas dos titulares na Assembleia. Joel Banha (PT) e Zé Luiz (PT) são os dois que terão que deixar os gabinetes e a cadeira no Plenário.
Quanto a Jorge Salomão, que deixou o DEM pelo PROS no ano passado, deverá proporcionar uma saída tranquila, sem prejuízos políticos tanto para o que volta como para ele que sai.
E com relação ao trabalho que Cristina Almeida, Agnaldo Balieiro e Bruno Mineiro se propuseram a fazer no Executivo? Foi bom para o Governo do Estado, bom para os deputados ou para a população?
Essa resposta só o tempo vai permitir uma avaliação mais objetiva. Nenhum deles teve momentos de destaque. Apesar de estarem no exercício de cargos executivos importantes, não tiveram grandes destaques pelas dificuldades que o Governo como um todo atravessou exatamente nesse período.
Foi um pouquinho mais de um ano para as ações que se propuseram a fazer e, certamente, vai sair dizendo que não completaram o trabalho e que o tempo foi bastante curto. E foi.
Tomara que os substitutos possam aproveitar os ganhos políticos deixados por cada um daqueles que estiveram na frente dos projetos de interesse das respectivas secretarias que comandaram.

A chance que pediram... Tiveram!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O Enem escancara um novo problema

O ENEM ESCANCARA UM NOVO PROBLEMA
Rodolfo Juarez
Durante os primeiros dias em que foram divulgadas as notas do Enem, os estudantes amapaenses acessaram os resultados e foram se inscrevendo em cursos cada vez mais distantes daquele que tinha sonhado.
A cada nota de corte, uma nova tentativa e uma nova mudança ou, até a desistência por absoluta falta de condições de competir com os concorrentes de outros centros que tomavam conta das vagas dos principais cursos da Universidade Federal do Amapá.
O último dia das inscrições também foi um dia triste para a maioria dos estantes amapaenses que haviam participado dos dois dias de prova do Enem, mesmo para aqueles que já sabiam, antecipadamente, que teriam grandes dificuldades para competir com os concorrentes de outros estados que, reconhecidamente, está com a qualidade de ensino muito acima daquela comparada com a do Amapá.
Os indícios já vinham sendo apresentados, mesmo antes das vagas da universidade federal ser comprometida, todas elas, com o Enem, uma necessidade política do Ministério da Educação e da Presidência da República, mas um golpe nos sonhos dos estudantes das regiões mais desassistidas com a educação, como o Estado do Amapá.
Os índices ainda não foram anunciados oficialmente, mas extraoficialmente, está se prevendo que menos de 20% das vagas oferecidas na Unifap serão preenchidas por alunos que completaram o ensino médio no Amapá.
Cursos como Medicina e Direito, estes então, terão ainda muito mais estudantes de fora do Amapá do que daqui do Amapá.
Daqui a pouco estes alunos estarão chegando para conhecer a cidade, ir até a universidade, talvez levados por motoristas especialmente contratados, pois é esperado um grupo de alunos de classe média e que estão dispostos a passar os próximos quatro ou cinco anos como aluno da Unifap ou, quem sabe, até conseguirem transferência para outra universidade, mas já levando os conhecimentos para ser aplicado em suas regiões.
Esse é um problema do Enem?
Claro que não.
Esse é um problema que precisa ser enfrentado pelo sistema público de educação no ensino médio, com aproveitamento do tempo do aluno na sala de aula, recebendo o ensinamento de professores treinados.
Os resultados apurados, nacionalmente, pelo MEC para as escolas de todo o Brasil vem deixando as escolas públicas e privadas, do Amapá, em posições muito distantes das primeiras escolas no ranking das escolas em todo o Brasil.
O problema é urgente, pois, doutra forma, haveremos de amargar situações vexatórias, com os recursos destinados a educação superior no Amapá, sendo usufruídos por alunos que fizeram o ensino médio fora daqui, prejudicando todo o projeto que havia para as famílias que moram no Amapá.
Essa situação só pode ser modificada com um pacto pela educação, um pacto verdadeiro, onde a Secretaria de Estado da Educação passe a encarrar a situação com a eficiência que precisa ser encarada e os professores, mesmo continuando com sua luta, devem compreender que não haverá melhoria sem a dedicação dos professores aos alunos e ao conteúdo que precisa ser repassado aqueles alunos.
Levantamento recente, divulgado pelo próprio Ministério da Educação, indica que no Estado do Amapá é o Estado da Federação que dispõe do melhor índice de professores preparados para exercer a profissão, perdendo apenas para o Distrito Federal.
Considerar o resultado deste ano como uma indicação de que o sistema educacional local precisa melhorar, e muito, pode ser a primeira decisão propositiva a ser tomada pelo sistema de gestão na educação pública no Amapá e um indicador para que também tenha esse mesmo rumo a educação exercitada pela privada daqui.

Deixar ficar como está não é uma atitude clara de responsabilidade com o sistema local de educação!

domingo, 19 de janeiro de 2014

Alguns problemas do candidato Camilo

Rodolfo Juarez
Sempre aos domingos é bom parar um pouco para analisar o quadro político local e nacional. Afinal de contas muito do que pode acontecer no Amapá está diretamente relacionado com as definições política que serão conhecidas no dia 5 de outubro, quando da realização do primeiro turno de votação e no dia 26 de outubro quando da realização do segundo turno que irá definir quem é o governador do Estado para os próximos 4 anos.
A roda da democracia, ou do sistema que está implantado no Brasil, nos dá essas oportunidades para votar, mas antes de analisar e até de declarar o que estamos vendo a cada dia, mesmo antes da eleição, exatamente nos momentos em que são feitos os conchavos políticos e assumidos os compromissos para a campanha e para a gestão, se define boa parte do futuro governo.
O governador Camilo, natural candidato à reeleição o cargo de Governador do Estado, tem contra ele além do desgaste natural pelo que não fez no atual mandato, o encargo de ter que explicar, para aliados e para os eleitores, o fato de ter ainda que apoiar a sua mãe, a atual deputada federal Janete Capiberibe, que virá para tentar mais um mandato e com grandes chances de ser bem votada e renovar o mandato.
Essa situação é muito delicada para o governador Camilo. Primeiro porque sabe que precisa levar em consideração esse fator; depois porque sabe também que ela tem mais chances de confirmar a reeleição do que ele.
Como o candidato Camilo vai trabalhar essa situação em sua cabeça? Ainda mais sabendo que irá perder importantes aliados, quando olhar para as eleições proporcionais, exatamente porque não pode oferecer o guarda-voto do seu partido que estará primeiro querendo garantir a volta da sua importante filiada e, depois, tendo que compensá-la com atenção, pois, foi ela que deu toda a sua atenção desde quando o governador era um bebê.
Mas serão questões e circunstâncias que terão que ser carregadas pelo candidato Camilo durante toda a campanha e se esforçando para garantir a presença no segundo turno, quando, ai sim, terá condições de contar, de forma mais liberada, com o apoio de Janete Capiberibe, já neste momento livre da campanha.
Durante a campanha ainda terá que olhar para cima, onde invariavelmente se coloca o seu pai, o senador João Capiberibe, que, apesar de não estar disputando a eleição, vai ser um dos que mais vai influenciar na campanha. Será o presidente do partido durante a campanha e o senador o pai do candidato.
E ainda tem alguns ingredientes que terão que ser considerados, uma vez que conhecendo a dedicação do senador à política e as conquistas que já teve nas disputas que empreendeu no Amapá, vem com toda a aura de saber definir os caminhos da campanha, juntamente com um grupo de pessoas que o acompanha muito antes daqueles que hoje acompanham o filho.
Ignorar que uma parte da rejeição do governador Camilo e do próprio politico Camilo vem dos seus pais é fechar os olhos para uma realidade. Se os três entenderem isso ficará mais fácil cuidar para que isso não seja decisivo na campanha, mas se não entender diferente, é bem provável que isso também seja apontado como a causa de uma revés.
Os adversários, atentos a tudo, estão prontos para encontrar o melhor mote para usar no combate ao adversário. E se descobrirem que há brechas maiores então, os adversários atacarão utilizando o flanco onde estão essas brechas.
O espectro da campanha só se define na própria campanha, mas é preciso estar preparado para que não ser surpreendido pelas descobertas do adversário antes das providências dos candidatos.

Isso é apenas um lado desse poliedro político indefinido. 

sábado, 18 de janeiro de 2014

O povo está de olho.

O POVO ESTÁ DE OLHO!
Rodolfo Juarez
A atual administração do município de Macapá não tem mais espaço para erro.
Por mais complicado que estivesse o cenário a administração no final de 2012 e começo de 2013, um ano é tempo demais para se gasto com remendos. É preciso que o prefeito e seus auxiliares assumam os compromissos, exigências da conjuntura, e confiem que a resposta política pode ser dada a partir do terceiro ano e não desde o começo da administração.
Não dá para administrar focado nas próximas eleições.
Está certo que este é o sonho sonhado por aqueles que não foram à luta e ainda não deram a sua contribuição. Não compreendem o que realmente precisa ser feito.
Achar que a solução está na melhoria do ambiente de trabalho é um erro. Está certo que não dá para deixar os servidores municipais sem ter onde sentar, não dispor de equipamentos para trabalhar ou, mesmo, dos transportes para exercer suas atividades públicas, em nome do município.
Mas não será por isso que poderão ficar para outro momento, ou outra administração, o enfrentamento de problemas que são, agora, responsabilidade do município, mas, que nas circunstâncias atuais, não tem como sequer, enfrentá-los, quanto mais ter chances de resolvê-los.
Nada impede, entretanto, que sejam equacionados os problemas, divididos em partes que possam ser atacadas desde agora. Ficar esperando o tempo melhorar não faz parte do cardápio administrativo daqueles que querem dar uma solução para os problemas municipais.
É preciso identificar todos os problemas para selecionar aqueles que vai atacar primeiro. De pouco ou nada adianta ficar atirando para todo lado ou, apenas, reclamando dos outros ou vendendo ilusões.
Até agora as medidas tomadas não dão esperança nem para daqui a 10 anos. Todas muito tímidas e de pouca consistência.
A administração municipal ainda não se livrou dos velhos problemas e daquelas pessoas que se acostumaram a imaginar que o município de Macapá não precisa da dedicação completa dos seus gestores.
Eleger um setor para ser o prioritário evitaria desperdiçar conversa, dinheiro e tempo. Acreditar que pode resolver tudo é um posicionamento que precisa de reflexão e que necessita, diretamente, da palavra daquele que tem que tomar a decisão.
O risco maior que correm os administradores e a população, levando em consideração a falta de foco, de definição de prioridade e de repartição dos problemas é entrar no mesmo círculo vicioso em que entraram os dois últimos prefeitos que, já mostraram que a boa vontade ou as amizades não são suficientes para resolver qualquer dos problemas que estão sob a responsabilidade da administração do município de Macapá.
Ora, não dar conta de construir uma obra como a do shopping popular é entregar os pontos, jogando a toalha para que a população veja o quanto errado estão os alicerces sob os quais se assentam a administração.
Percebe-se praticamente em todos que estão no comando do município de Macapá, muita vontade de acertar, mas, na mesma proporção, os resultados indicam que tudo está muito errado.
Maquiar, pintar, ajeitar as coisas do município é uma necessidade. Mas isso pode ficar a cargo dos chefes de divisão e não para se tornar as metas principais do prefeito e dos secretários.
Ser mais realista, perceber que o trabalho precisa ser organizado, as prioridades identificadas, pode ser a melhor forma para que, daqui a pouco, todos possam estar reconhecendo o trabalho da atual administração municipal como acima da média, ou melhor, do que aqueles que por lá estiveram e não conseguiram nada.

O povo esta de olho! 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Notícias da semana

FALTA DE FISCALIZAÇÃO
Por absoluta falta de fiscalização alguns condutores apressados estão “furando” o sinal luminoso quando este é de três tempos como aqueles semáforos que ficam nos cruzamentos da Feliciano Coelho com Jovino Dinoá e da Feliciano Coelho com a Rua Leopoldo Machado. Os apressados posicionam o carro sob a faixa de pedestre e se antecipam à “virada” de sinal no momento da liberação do fluxo para a outra via.

FALANDO EM FISCALIZAÇÃO...
Aqui em Macapá perdeu-se, completamente, o sentido do que é fiscalizar o trânsito. Os fiscais, no máximo, prestam atenção para as inflações que são cometidas por condutores quando param o veículo em local proibido. Nesse caso acionam o reboque que, mesmo sem prestar o serviço (!!!) cobram do condutor como se o serviço tivesse sido prestado. Uma extorsão com todos os seus elementos típicos.

UMA COISA PUXA OUTRA
Depois que a coluna retomou a discussão sobre o estado da praça que fica em frente à residência oficial do governador do Amapá, que foi destruída em 2009, com a promessa de ser imediatamente construída, que alguém se lembrou do parque infantil, grande atração do local e que ficava em frente ao primeiro quiosque. Era um parque infantil público e que era a grande atração das crianças. Pois bem, nem isso escapou...

ESTAÇÃO DO AEROPORTO I
Terminou o período sem chuva em Macapá e mais uma vez a questão da estação de passageiros do Aeroporto Internacional Alberto Alcolumbre não foi resolvida. Durante a campanha de 2010 alguns parlamentares, candidatos à reeleição, apareceram pela imprensa dizendo que tinham falado com os dirigentes da Infraero e que, logo no começo de 2011 estariam as questões resolvidas. Foi marcado inauguração para o começo do ano da Copa. Chegou e tudo não passou de enganação.

ESTAÇÃO DO AEROPORTO II
Desta feita eles são outra vez candidatos, mas nem se lembraram de ir para a rádio, a televisão e o jornal para anunciar que estão “muito preocupados” com o a obra. Sabem que a população não aguenta mais esses “golpes” que mais tarde servem de argumento para fazer uma boa aliança e pagar bons cabos eleitorais para irem de casa em casa, prometer o que não têm de que vão fazer o que não sabem.

PSB X PT: NACIONAL
Esta semana a briga entre os dirigentes nacionais do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e do Partido dos Trabalhadores (PT), não se entenderam e foram para o debate indesejado: desceram do salto e passaram a se ofender mutuamente. Primeiro foram os petistas que reclamaram do presidente nacional do partido, Eduardo Campos, depois houve a resposta de Eduardo Campos, que não livrou a cara de ninguém do PT a nível nacional.

PSB X PT: LOCAL
Aqui no Amapá a situação entre PSB e o PT vai precisar ser cuidadosamente tratada para que o caldo não entorne, mesmo assim tudo indica que o PT vem para a eleição de 2014 dividido. Os ventos estão soprando nessa direção. Como se não bastasse o acordo nacional que o PSD diz ter com o PT, por aqui o partido está completamente dividido e nem a deputada Dalva deve ter dificuldades para continuar com o mandato.

SHOPPING POPULAR
Os ambulantes que fazem ponto sob a lona poder da Avenida Antônio Coelho de Carvalho, a cada chuva só não chamam o prefeito e alguns de seus assessores de santos. Ocorre que nesse período de chuva, praticamente a cada pingo de água que molha a mercadoria, o pensamento se volta para as promessas feitas e que, até agora em nada resultaram. Dizem que até a presidente da associação já desistiu.

ELES ESTÃO DE VOLTA
Bastaram algumas horas de chuva contínua, mesmo não intensa, para que os buracos botassem a cara para fora e dissessem: “estamos ai”. De agora em diante os condutores que se virem. Pelo andar da carruagem e com a decisão anunciada pelo prefeito Clécio de não trabalhar com asfalto durante o período da chuva, os problemas vão crescer e apenas a tal “operação tapa buraco” vai reinar na cidade.

QUASE QUATROCENTOS
No próximo domingo, dia 12 de outubro, a cidade de Belém do Pará completa 398 anos. A programação deste ano faz parte de uma programação geral que foi elaborado por uma equipe de especialistas desde o ano 2000 e que foca os 400 anos da Capital das Mangueiras que vai acontecer no dia 12 de janeiro de 2016. O grupo de profissionais está anunciando uma grande festa daqui a dois anos.

A BRIGA DOS VICES
Apesar de serem votados nominalmente, este ano os candidatos a vice parece que estão dispostos a chamar para si a atenção das campanhas. Todos os partidos estão deixando a escolha do vice como uma arma secreta, muito embora as reuniões sucessivas e os meios utilizados para não confirmar os acertos, acabem sendo os elementos que deixam claro que alguns vices terão direito a muita luz.

PREOCUPANTE
O alerta dado pelos moradores do bairro do Aturiá, considerando a velocidade em que está sendo executada obra do muro de arrimo do local, reflete que alguma coisa não está certa e que, também, não está sendo dito. Ora, se o dinheiro empenhado está disponível, não tem porque a Secretaria de Infraestrutura considerar “normal” o atraso que vem sendo provocado, segundo os fiscais, pela contratada.

MEIA BOCA

Cuidar do meio ambiente é tratar de todo o meio onde estão as pessoas, os animais, os vegetais e o equilíbrio do sistema. Cuidar do meio ambiente não é ficar como um robô, sempre olhando para um ponto e dizendo que está cuidado de tudo. Da mesma forma que o som alto faz mal para os ouvidos e para o sossego, o lixo faz mal para os ouvidos, o resto dos sentidos do homem e para todo o ambiente.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A esperada festa do povo

Rodolfo Juarez
Nunca os bastidores da política local estiveram tão movimentados como estão nesse período. Observa-se uma movimentação onde os participantes dão a impressão que estão disputando o papel das suas vidas na politica local. Todos interessados nos mínimos detalhes, fazendo as contas mais aprofundadas e querendo saber, desde logo, as possibilidades que têm neste ou naquele arranjo.
Os candidatos a deputado estadual buscam conhecer todo o processo e, a partir dai entender as possibilidades que têm com neste ou naquele arranjo partidário, pois alguns dos candidatos já perceberam que se ficarem esperando, como noutros tempos, continuarão aguardando mais uma vez o mandato que tanto almejam.
Alguns querem tanto ter uma oportunidade que não se conformam em analisar as suas possibilidades, querem a certeza, desde que essa certeza seja a de que estará eleito no dia 5 de outubro.
As eleições proporcionais, para deputado estadual e deputado federal serão muito acirradas, principalmente porque há a expectativa de profundas alterações nos quadros atuais, onde partidos tradicionais podem, desta vez, ficar sem representantes e alguns nem tão tradicionais assim, vêm a possibilidade de ficar sem a vaga que tem hoje.
Com relação à eleição para o senado, as especulações são muitas, entretanto a principal barreira para a renovação, por mais incrível que possa parecer, é a concorrência com o atual senador que terá o mandato encerrado. Se a candidatura for posta para a recondução, as chances são muito grandes de permanecer como está.
Apesar de muitos anunciarem que estão dispostos a concorrer com o velho caudilho, não demonstram condições de enfrenta-lo e alguns, não demonstram, sequer, vontade de sair a para a disputa. Há uma espécie de receio nos trunfos que o candidato a reeleição para o senado pode ter “na maga da camisa.”
Mas o grande charme, mesmo, vai ser a disputa pela cadeira de couro do Palácio do Setentrião. Afinal de contas 9 candidatos é um indicativo de que até quem não pode acreditar em um bom resultado, está acreditando. Ainda perdura o exemplo do que aconteceu em 2010 quando um fato extraordinário acabou mudando o endereço dos resultados.
Três frentes, entretanto, parecem perfeitamente identificadas: a primeira, sustentada pela naturalidade da reeleição, onde o atual governador Camilo Capiberibe, está animado para ser cabeça da chapa do PSB. Não sabe ainda quem trará na vice. Mas tem a certeza de que será um parceiro forte, preferencialmente o PT.
O PT, que não dá indicação de que tem interesse na cadeira de couro, se transforma na “noiva” mais cobiçada. O PSD, do vereador Lucas Barreto, pré-candidato ao Governo do Estado, anuncia aos quatro cantos que existe um acordo político entre a direção nacional do Partido dos Trabalhadores e a direção nacional do Partido Social Democrático para que o lugar de vice, na chapa de Lucas, seja ocupado por um petista de muitas divisas.
Outra força política é aquela que está na barca do PDT, que tem como principal timoneiro o ex-governador Waldez Góes, apontado por alguns analistas nacionais como um candidato com chances de passar para o segundo turno.
E ainda têm mais seis candidatos que estão dispostos a disputar os votos dos eleitores amapaenses, alguns que ainda estão com o título cancelado, mas que querem votar e deverão fazer a nova inscrição, desta feita a biométrica, para então estar apto a exercer o seu direito escolhendo o governador, o senador, os 8 deputados federais e os 24 deputados estaduais.
E as convenções partidárias, que definirão os nomes em cada chapa, estarão acontecendo simultaneamente com a Copa do Mundo, uma desculpa para aqueles que vão dizer-se surpresos com os registros das candidaturas.
Tomara que, desta vez, a sorte e a festa seja do povo e não, somente, dos outros.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

De calças curtas

Rodolfo Juarez
O Estado do Amapá de vez em quando é apanhado de calças curtas, evidenciando ainda não tomou a decisão de como pretende definir um rumo para o seu desenvolvimento.
O que aconteceu na sexta-feira passada foi apenas a comprovação de que, nem em rascunho, o Estado tem uma proposta para o caminho que precisa seguir, quando as condições que espera por tanto tempo, chegarem.
E não adianta discursos sem que esse palavreado tenha sustentação em projetos reais, sustentados por regras legais pré-existentes, pois doutra forma não desperta a confiança nos investidores, uma vez que, essa etapa do desenvolvimento não pode mais ser entregue ao comércio, tem que ser por outro modo e que tenha o setor público como instrumento de apoio e não como motor, mesmo como motor auxiliar.
O capital privado que o Amapá precisa não é mais o capital aventureiro, aquele que vem para cá para arriscar o que não tem. De agora em diante, o Amapá está precisando de investidores que venham para cá arriscar o que têm. Claro que nesse cenário as decisões ficam mais difíceis para o empreendedor, que precisa de uma mínima confiança e de exemplos que, logicamente, não estão nos conceitos dos políticos.
O encontro realizado na sexta-feira e do qual participaram autoridades do Estado e empresários, não teve como pano de fundo qualquer projeto que pudesse sustentar as informações de qualquer deles. Aliás, que os empresários já sabiam que estavam ali mostrando as possibilidades, mas não teriam qualquer resposta por não ter, da parte pública, instrumentos prontos para serem mostrados aos investidores.
Basta considerar que o setor público esteve sendo representado por gestores não titulares, tanto do Governo do Estado como da Assembleia Legislativa, independentemente dos motivos que levaram a essa circunstância.
Se a reunião fosse considerado importante os titulares lá estariam para dar um tom mais equilibrado e que pudesse ser anotado em tons mais fortes pelos investidores.
Precisa acabar com esse amadorismo, não só para evitar os riscos que carregam os investidores aventureiros, como também, para apoiar as políticas públicas que podem significar desenvolvimento estadual.
Não se nota firmeza, ou mesmo conhecimento, com relação ao potencial econômico-desenvolvimentista do Estado. Os empreendedores saem das reuniões desiludidos, pois, o que o setor público tem a dizer é muito menos do que o setor privado já conhece.
O Amapá, seguramente, é uma das unidades da Federação menos preparada para discutir o seu próprio desenvolvimento, seja com interlocutores internos ou externos.
A linguagem é fraquíssima, deixando todos “sem chão”, exatamente o contrário do que precisa o investidor para iniciar um processo de desenvolvimento, seja de uma empresa, seja do local.
Enquanto isso, sem preparo, sem planos e sem rumo, as oportunidades vão sendo desperdiçadas. Os empresários que já têm a foz do maior rio do mundo para atravessar e por aqui chegar, vão preferindo deixar o seu capital aplicado em outras unidades, mais perto do centro-oeste ou do sudeste deste país que é desigual também pela falta de definição das intenções dos mandatários das pequenas e pobres unidades.

O povo, que seria o beneficiário direto com renda e emprego, bem esse não tem tido a representação que poderia ter e tudo continua adiado ou na base da formação de um grupo de trabalho, como sugeriu uma autoridade do Estado na reunião de sexta-feira.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Que tal pensar nisso...

Rodolfo Juarez
A sabedoria popular ensina que “se conselho fosse bom ninguém daria, ao contraria, cobraria caro por cada um dos conselhos”.
O valor do conselho não se reflete em eventual avaliação pecuniária ou por qualquer troca, se pode medir pelo reflexo que pode ter em ações do aconselhado no sentido de atender melhor a sociedade, os grupos sociais ou a família.
É por isso que o povo entende que, em tendo oportunidade e condições, que se deva “dar” o conselho, afinal de contas além de ser uma diretriz para quem o recebe e o leva em consideração, também é uma porta de acesso entre os que podem fazer alguma coisa e aqueles que querem que alguma coisa seja feita.
A população do Estado do Amapá precisa, de forma inegável, de melhor atendimento no setor saúde, contar com um melhor ensino público, em conferir melhores resultados com relação aos serviços de segurança social e readquirir a confiança de que se está no rumo das conquistas sonhadas.
Precisa que haja entendimento entre as pessoas que assumiram a responsabilidade funcional de trabalhar pela população e não se entrincheirar nos órgãos e fazendo dali estruturas de proteção pessoal, como se o povo houvesse assumido o compromisso de escolher guerreiros, pagos para se agredirem mutuamente, gastando tempo com itens que não estão inscritos em nenhum lugar, fragilizando o processo administrativo estadual e deixando a população desassistida.
Para que serve isso?
Claro que serve para nada, ou melhor, serva para aumentar a distância entre o povo e os seus governantes, as pessoas e aqueles que o povo teve o cuidado de escolher para gerenciar os seus interesses ou representa-lo nessa gerência.
Ainda tem um grupo que não foi diretamente escolhido pelo povo, mas sim de forma indireta, aqueles que foram escolhidos por pessoas que estavam em determinado momento, em determinado cargo, tratando, exatamente dos interesses da população e agindo em nome dela, pelo menos na teoria.
Isso se verifica quando, por exemplo, o governador escolhe o nome que consta de uma lista tríplice para dirigir o Ministério Público Estadual ou nomear um desembargador para o Tribunal de Justiça do Estado, ou um conselheiro para o Tribunal de Contas.
Observe que não se fala, no exato momento da nomeação, de se estar agindo em nome do povo, muito embora na leitura do decreto de nomeação se cite os artigos da constituição estadual, mas sem lembrar que aquela permissão foi da população para exatamente aquela pessoa.
Respeitar essa condição é importante para todos.
Não quer dizer por que, por não ser escolhido pelo voto popular, que nada tem a ver com a população; ou imaginar que a interpretação que faz da lei é uma questão apenas de hermenêutica e nada tem a ver com o povo.
Tem sim, a ordem principal veio do povo, através do voto, depois de analisar uma série de itens propostos pelo então candidato a governador que, “no caso de eleito” se comportaria assim ou assado.
Não dá para virar as costas para a população e ficar ouvindo um pequeno grupo de pessoas que, de forma afinada e treinada, faz tudo que o mestre mandar, sem ajudar, desde que ele permaneça no cargo de puxa-saco.
Já existe até a máxima que está ponta da língua – e sem qualquer pudor -, para justificar certos procedimentos: “é melhor puxar o saco do que puxar carroça”. Bem, essa é outra questão, mas que é vizinha da questão principal.
O Estado vive de um conjunto de acertos, onde, naturalmente, se admite os erros e não em um conjunto de erros, onde eventualmente, se acerta alguma coisa.
Que tal?

É ou não é bom, pelo menos pensar nisso!

sábado, 11 de janeiro de 2014

Pouco caso ou desleixo?

Rodolfo Juarez
Uma tese vem se consolidando entre aqueles que são influenciados pela não realização de obras públicas importantes e que são comuns de todos, sem conter a interpretação de ser de interesse localizado deste ou daquele bairro ou deste ou daquele município: é a tese do pouco caso ou do desleixo.
Obras como o Canal da Mendonça Júnior, do Shopping Popular, do muro de arrimo da orla e da praça que fica em frene à casa do governador, por exemplo, retratam aquele “pouco caso” ou aquele “desleixo”, não se importando os administradores se esse é um problema que consta ou não da lista de prioridades da população.
A praça que fica em frene à residência oficial, entre a ribanceira e o muro de arrimo, na área limitada pela entrada do Trapiche Eliezer Levy e o braço direito do Igarapé da Fortaleza, onde havia uma das mais importantes e bonitas praças da cidade, construída com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população que usufruía daquele local por mais de 16 horas diárias, todos os dias, desde as 5 da manhã até às 9 da noite.
Quadras poliesportivas, unidades de exercício esportivo, campo de futebol, boa iluminação pública, calçadas em meandros e apropriadas para caminhada e espaço para apresentação de atividades culturais, estavam em pleno funcionamento e utilização quando, em meados de 2009, no momento da conclusão do asfaltamento das vias em torno dos quiosques da beira-rio, foi autorizado, pelo Governo do Estado, a destruir o que tinha para que fosse executada uma planta especialmente encomendada pela administração.
Alberto Góes, numa espécie de faz tudo do Governo do Estado, que  pessoalmente estava comandando o encerramento dos serviços de asfaltamento da Avenida Azarias Neto, foi quem deu as primeiras explicações sobre o projeto, suas vantagens e a necessidade do quebra-quebra daquilo que estava pronto e bom.
Foi impressionante a forma como os postes de iluminação foram retirados, as quadras foram quebradas, as calçadas destruídas e o campo de futebol interditado.  A operação destruição não demorou uma semana.
Aparentemente não havia necessidade daquilo que foi feito naqueles 5 dias.
As reclamações que foram ouvidas vieram das pessoas que todos os dias caminhavam pelas sinuosas, mas em condições, calçadas da “praça da frente da casa do governador”, pois, verdadeiramente, era o local mais agradável da cidade para as caminhas pelos mais de 2 mil metros lineares de calçada que havia no setor, além de escadas e equipamentos apropriados.
O projeto foi apresentado como um complemento daquele que resultou nos quiosques da orla, na praça de comidas típicas e na casa do artesão. O projeto geral propunha a integração desses três elementos com uma praça multifuncional que concentraria todos os comerciantes ambulantes, que contariam com água tratada, energia de qualidade e espaço para atender ao público.
São os mesmos que hoje ocupam a calçada da Azarias Neto e a ciclovia.
A velocidade com que foi feita a destruição dos equipamentos da praça, não teve correspondente no processo de construção da praça, que continua, desde meados de 2009, até hoje, do mesmo jeito, sem despertar o interesse de quem quer que seja.
Os ambulantes lotam, todos os dias, parte do espaço da praça, com a colocação de cadeiras; toda a ciclovia desenhada para o local; todo o passeio público idealizado; e parte da pista de rolamento de veículos motorizados, da avenida.
Nem mesmo o parque infantil que havia em frete ao primeiro quiosque, dito que seria reposto, novo e moderno, escapou da sanha do raspa dado pela empresa contratada para executar o serviço.

Falando nisso, até agora ninguém respondeu ao questionamento feito à época sobre um gordo pagamento que teria sido feito à construtora logo na segunda quinzena, provavelmente, de março de 2009.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

As dificuldades dos deputados

Rodolfo Juarez
Até o começo de fevereiro os deputados estaduais e os deputados federais estão em recesso regulamentar, sem o compromisso de comparecer nas assembleias legislativas ou nas casas do Congresso. Apenas os que têm cargo nas respectivas mesas diretoras é que têm compromissos administrativos para serem cumpridos de forma presencial, mas que alguns, preferem exercê-los com a utilização dos mecanismos de comunicação de longa distância.
Essa é a regra. Esta é a condição considerada prioritária pelos deputados, muito embora tenham que estar sempre atrás do voto, pois, agora em 2014 haverá eleição para a escolha, no caso do Amapá, de 24 deputados estaduais e 8 deputados federais.
E como estariam os 24 parlamentares da Assembleia Legislativa e os 8 deputados da Câmara Federal?
As avaliações que foram feitas no final do ano mostram que mais da metade dos eleitores está descontente com os seus representantes em Brasília e a situação ainda é mais crítica com relação aos representantes em Macapá.
As justificativas apresentadas aos pesquisadores são muito diversificadas e precisam ser entendidas a partir da nova realidade que se instala no Brasil, que viu a sua estrutura social fortemente mexida e com exigências modificadoras fora dos padrões que vinham sendo trabalhadas até meados da primeira década deste milênio.
A própria juventude melhorou o seu posicionamento, muito embora ainda seja muito sentida a falta que faz para que se direcionem programas e projetos de médio prazo com possibilidade de completar as propostas que são apresentadas nacionalmente, para a educação, por exemplo.
O quadro está assim mesmo. A perspectiva que se desenha para a próxima legislatura é com um grupo de parlamentares cheio de gente nova, alguns na idade, mas outros na oportunidade que vem trabalhando há muito tempo.
Entre os deputados federais a imensa maioria (93,5%) não conseguiu listar os 8 representantes da população amapaense na Câmara Federal. Um número bastante alto e que reflete as dificuldades que os deputados federais vêm experimentando para se comunicar com o eleitor.
Observa-se que alguns nomes estão completamente queimados, enquanto outros, apesar de não estarem tão queimados assim, vão precisar de muito trabalho para garantir a renovação do mandato.
Os eleitores que tiveram oportunidade de responder ao questionário que lhes foi proposto, demostraram que têm firmeza no que disseram no final do ano e para que seja modificando o posicionamento daquele momento é preciso que haja um trabalho bem específico do deputado ou da deputada federal, senão terá muitas dificuldades para modificar a tendência atual.
No geral os eleitores estão entendendo que, se a eleição fosse ao final de 2013, metade da atual bancada de deputados federais não seria reeleita, com tendência para mais, isto é, 5 não renovariam o mandato.
A bancada federal do Amapá, na parte dos deputados, é considerada velha e tem apenas dois deputados de primeiro mandato, os demais com três ou mais mandatos. É sabido que quando mais mandatos acumulados, mas dificuldade para a reeleição.
A bancada estadual na Assembleia Legislativa do Amapá é alvo de muitas críticas por parte dos eleitores e tem como base a artilharia do MP que há mais de um ano não dá descanso aos deputados, esviscerando aquele Poder, o que desperta no eleitorado a necessidade de avaliar cada voto que dará em outubro.
O levantamento do final do ano indicou que, dos 24 deputados atuais, apenas 10 teriam chances de voltar.
Isso indica que será uma campanha de muito trabalho e de poucas surpresas.