quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Período crítico

Rodolfo Juarez
O governador eleito, Waldez Góes (PDT), já começou o quebra cabeça para definir a sua equipe de governo.
O trabalho começa com a transição de um governo para o outro, desta feita com as regras definidas antecipadamente e que deve facilitar o trabalho da equipe, provavelmente muito mais técnica do que política, ficando para esta nuance as definições com relação aos auxiliares de confiança.
Mesmo durante os sessenta dias da transição de governo serão necessários os exercícios de uma administração compartilhada para que os problemas, notadamente os que se manifestam no inverno, não tomem conta das ocupações de todo o Governo.
O caso da BR-156 é um exemplo.
Durante o período chuvoso as dificuldades para a execução dos serviços se multiplicam, encarecem os serviços e causa muitos transtornos à população usuária. Ainda estão presentes na lembrança recente dos usuários daquela estrada, os sacrifícios que tiveram que enfrentar durante o último período chuvoso, para vencer parte do trecho entre Calçoene e Amapá.
Por mais de uma vez a BR-156 tanto no sentido norte como no sentido sul teve o fluxo de veículos interrompido, devido a queda de pontes de madeira, que sem manutenção, ou com manutenção mas, sem fiscalização para o peso que poderia receber, romperam e deixaram pessoas, mercadorias e veículos retidos e sem poder prosseguir a viagem que faziam.
As cidades de Macapá e Santana precisam de urgente atenção para que não seja tomada pelos buracos e se transforme e um risco maior para os condutores urbanos, tanto de carros leves como de carros de transporte coletivo ou de mercadorias.
Essas ações precisam ser iniciadas antes de dezembro ou, no máximo, até o mês de janeiro, então, precisam ser tomadas pela administração que se prepara para sair e, para isso, vai ser preciso muito espírito público para que o bem-estar da população seja colocado em primeiro lugar.
Não são apenas essas as medidas. Os pacientes internados nos hospitais, os professores na fase de elaboração do programa anual e os alunos se preparando para começar o ano letivo. O sistema de segurança social além dos programas que não podem ser solução de continuidade.

O empenho do novo governo para compreender essa fase será necessário como o espírito público do governo que sai que sabe dos problemas que serão gerados caso os procedimentos não sejam feitos a tempo e a hora. O período é curto e crítico.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A prova

Rodolfo Juarez
Depois de uma campanha eleitoral que deixa poucos bons exemplos, a eleição do domingo marcou o que a população, através dos eleitores, em sua maioria, anunciava desde o primeiro tuno – a vitória da oposição.
A situação, sempre representada por quem está no poder estadual, viu-se enfrenando várias frentes e deixou a impressão que não deu importância a todas e imaginou que poderiam superar todos os problemas, diminuindo a importância do adversário.
Não deu certo!
O enfrentamento à rejeição acumulada desde o começo da gestão não recebeu a atenção daqueles que se inscreveram para gerenciar o processo da campanha.
A obrigação de quem administra uma campanha é conhecer a realidade, sem rodeios ou fantasias. Até mesmo o candidato precisa ser alertado para as dificuldades que eventualmente enfrente. À vezes ele prefere seguir em frente do seu jeito, pois, a meta que desenhou tem outros propósitos.
No caso, a rejeição do candidato Camilo Capiberibe superava a metade da vontade do eleitor e, por mais que houvesse cem por cento de acerto na outra ponta da campanha, não alcançaria a maioria necessária para reelegê-lo governador do Estado.
A aposta foi alta, mas o erro foi grosseiro!
Não se deu atenção para a rejeição, ou se teve essa atenção foi equivocada, tanto que o resultado final não deixou qualquer dúvida.
Reconhecer os pontos fortes do adversário, mesmo sendo considerado inimigo, é também, uma obrigação de qualquer coordenador de campanha. E as preferências do eleitor estavam muito claras e, até, davam as dicas de como poderiam ser estancadas. Outra falha que não deixou o candidato da situação avançar.
Do lado da oposição, que tinha Waldez Góes como referência, havia uma  simpatia popular que se consolidava com cada agressão e com cada enxovalho que era praticado pelos adversários políticos.
Waldez Góes antes mesmo de ser candidato já havia sido vitimizado na avaliação da maioria do eleitorado que passou a se instalar como um exército de defesa de alguém que é agredido sem ter a condição de defesa.
Isso não foi percebido pelos “agentes” da situação.
Sem mudar a estratégia de luta e sem considerar a rejeição da maioria, cada dia ficava mais difícil avançar e cada dia da campanha ficava mais difícil mudar o cenário favorável, a priori, para quem faz a oposição.

As urnas serviram a penas para a prova dos noves.

sábado, 25 de outubro de 2014

Eleições 2014 e outras tiras

EM DIMA DA HORA
Os eleitores indecisos esgotaram o seu prazo de espera e decididos ou não vão às seções eleitorais neste domingo ou ficam de fora apenas torcendo pelo resultado. No primeiro turno a abstenção foi superior a 10% e, pelos fatores próprios do segundo turno de votação é de se esperar que esse número aumente, até pela falta de motivação, pois, além de não haver o apelo dos demais candidatos, a campanha no segundo turno não foi atraente.

VALE LEMBRAR
Uma abstenção de 12%, por exemplo, implica na ausência de 54.644 eleitores, número que fará falta na contabilidade do Tribunal para a eleição do Governador e do vice-governador. Os indecisos não entram em conta nenhuma, mas os que preferirem votar em branco ou anular o voto participam do processo, muito embora o seu voto não seja contado como votos válidos.

ESFORÇO
Foi grande o esforço dos organizadores das eleições deste ano para que o eleitor vá votar hoje. Acreditam que quanto menor a abstenção (falta do eleitor na seção de votação) mais legitimidade terá o eleito. Explicar isso para o eleitor está sendo difícil, a campanha dos candidatos não ajuda e as dificuldades que o eleitor enfrenta normalmente serão sopesadas no domingo.

IDENTIFICAÇÃO BIOMÉTRICA
Os eleitores também esperam não ter que passar por constrangimento na hora da identificação biométrica. Ocorre que na votação do primeiro turno, um dos responsáveis pelas filas que se formaram e o atraso no encerramento da votação, foi a dificuldade que o equipamento tinha para ler a digital recentemente registrada na base do Tribunal Regional Eleitoral.

BANDEIRADAS
O local preferido para as bandeiradas dos candidatos continuou sendo a orla de Macapá, principalmente os arredores do Forte São Jose de Macapá. As famílias que já tinham eleito o local como o preferido para o lazer do final de semana têm sido visto saindo, praticamente expulso do local que, apesar de ser público, já havia um costume da população de, aos sábados e aos domingos, ir para aquele local.

COMEMORAÇÃO
Nesse domingo já sabem que nem adianta ir para lá coma intensão de lazer familiar, pois o local é o preferido para a festa dos vencedores e a lamentação dos perdedores. Todas as correntes festivas tomarão aquele caminho e os órgãos de segurança sabem disso e já tomam as providências para que tudo amanheça bem na segunda-feira.

INTERIOR
Do interior do estado, principalmente nas concentrações urbanas mais significativas, chegam a informação de que o voto é buscado de forma irregular e sem qualquer respeito à chamada decisão livre e soberana do povo. Segundo as informações, a forma como foram feitas as campanhas não têm nenhum disfarce para que ela seja exercida contrária ao que manda a legislação eleitoral.

HOMENS & MULHERES
Dos 445.514 eleitores aptos a votar no domingo, 222.408 (48,825%) são de homens e 233.106 (51,175%) são de mulheres. Mesmo com a maioria nenhuma das chapas concorrentes no dia 26 tem o apelo de uma candidata mulher. Chapa PSB/PSOL tem dois homens, o mesmo acontecendo com a chapa do PDT/PP que também tem dois homens.

FAIXA ETÁRIA
Os eleitores estão divididos em 10 faixas etárias que possibilita uma análise bem próxima das intensões da população. A maior concentração do eleitorado esta na faixa entre os 25 e os 34 anos, com 127.388 eleitores (27,966% do eleitorado) e a faixa dos eleitores acima de 70 anos, com 1.850 eleitores (0,406 %)  é a que apresenta menor índice.

CURIOSIDADE
Do total de eleitores (455.514) , que representa 0,319% do eleitorado brasileiro, 343.319 foram cadastrados como solteiros (75,370%); casados 92.892 (20,393%); viúvos 8.061 (1,770%); separados judicialmente 3.427 (0,725) e disseram-se divorciados 7.815 (1,716%).

HORÁRIO DE VERÃO
Mesmo estando em período de horário de verão, em Macapá, como em todo o Estado do Amapá, não há modificação no horário de início e término da votação, isto quer dizer que o horário local vai ser a referência para a eleição no Amapá, ou seja, os trabalhos de votação começam às 8 horas e terminam às 17 horas.

ATENTOS
A fiscalização das eleições de 2014 estará atenta para a questão do transporte de eleitores que não poderá ser realizado por ondem de qualquer dos candidatos. Qualquer situação duvidosa será investigada pela fiscalização com a ajuda das forças nacionais que foram solicitadas pelo Tribunal e que estarão atuando em cinco municípios do Estado durante todo o dia da votação.

OS VICES
Os vices são os substitutos eventuais dos titulares eleitos pelo povo, entretanto, as coordenações de campanha não ligam muito para o vice e o deixam distante do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, mesmo assim o médico Papaléo Paes (PP), vice de Waldez e Rinaldo Martins (PSOL), vice de Camilo, quando tiveram oportunidade de participara da propaganda eleitoral o fizeram bem feito.

SEGUNDO TURNO
Tomara que o Tribunal Regional Eleitoral tenha dado um jeito para que a votação no segundo turno não tenham todos os problemas que foram listados no primeiro turno, principalmente com relação a identificação biométrica. Foi dito ao eleitor que era mais seguro e ele acreditou e não fica bem ele chegar lá e ter que fazer as 10 tentativas possíveis para que a máquina reconheça.

VOTAÇÃO
A votação no segundo turno será apenas para Presidente da República e Governador do Estado, por isso, bem mais rápido do que as cindo votações do primeiro turno. O eleitor está votando para um dos candidatos a presidente, anulando o voto ou votando em branco; o mesmo procedimento vai ser para a votação para governador do Estado: um ou outro, ou ainda branco ou nulo.

FALANDO EM VOTO NULO...
Para votar nulo o eleitor não dispõe de tecla, como no caso do voto em branco, mesmo assim pode anular o voto. A melhor maneira de registrar essa vontade é digitando, para cada votação – presidente ou governador – a tecla zero e confirmando. Assim você anulou o seu voto. Na votação de domingo serão apurados, para decidir o pleito, apenas os votos nominais. Brancos e nulos apenas para estatística.

OS VOTOS NULOS DO PRIMEIRO TURNO
No primeiro turno o eleitor anulou 29.895 votos quando votou para o Senado; 20.023 votos quando votou para governador; 10.706 votos quando votou para deputado federal e 7.771 votos quando votou para deputado estadual. Menos votos anulados refletem um maior número de votos válidos é por isso que, quando o assunto é voto válido, a votação para o senado foi a menor e a votação para estadual foi a maior.

RESULTADO
O resultado da eleição para governador do Estado do Amapá sai antes do resultado para Presidente da República, isto porque o Tribunal Superior Eleitoral terá que esperar a acabar a votação nos estados que têm duas horas de diferença de fuso horário para poder anunciar a primeira parcial. Isso quer dizer que o anuncio da primeira parcial será com mais de 50% dos votos apurados.

NO AMAPÁ

Apesar das dificuldades para chegar em algumas localidades onde foram instaladas seções eleitorais para votação, a questão foi superada com providências que vão dar condições para a transmissão de dados direto para o TSE que fará a totalização. Assim a Justiça Eleitoral espera terminar o processo de apuração para governador antes das 21 horas.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Uma incógnita

Rodolfo Juarez
Está terminando um período importante que entrará para a história do Amapá não se sabe como.
Se tomarmos por base o que foi a campanha eleitoral está muito difícil projetar como será historificado esse período principalmente o limitado pelos períodos da campanha eleitoral.
Não foi um bom exemplo!
Essa pode ser a escolha dos historiadores, devido às acusações, ofensas e, principalmente, a falta de discussão de propostas para um Estado que precisa entrar, administrativamente, nos eixos.
A situação atual traz para esse tempo as histórias do primeiro governador do Estado do Amapá que não fez um exemplo de governo durante os seus quatro anos de administração, entretanto não teria dificuldades para se reeleger.
As defesas quase impossíveis do PSDA do Governo seguinte, o Plano de Desenvolvimento Sustentável, deu respaldo para que o governador seguinte fosse reeleito. Foi nesse mandato que houve o jeitinho para que os eleitos para governar os estados, a União e os municípios pudessem concorrer a mais um mandato.
Depois foi eleito para a chefia do Governo Estadual do Amapá o candidato que havia feito várias tentativas. Ganhou o primeiro mandato e não teve problema para levar, no primeiro turno, o segundo mandato.
A segunda geração chegou em 2010.
Houve uma confusão danada no Estado que acabou favorecendo a um terceiro que apostava no impossível e o impossível aconteceu de forma clara no segundo turno, virando uma eleição que fora dura no primeiro turno.
E agora acompanhamos essa disputa com muito mais dificuldades da parte dos candidatos. Dificuldades, principalmente para driblar a rejeição. O interessante é que os que apresentavam maior rejeição no primeiro turno acabaram passando para o segundo turno para ir à disputa final.
Os candidatos, desde o momento em que deixarem de ser candidato e passar a ser governador eleito já devem saber que terá uma missão muito difícil pela frente, pois, além das limitações orçamentárias, irá comandar um estado onde as principais cidades estão precisando de socorro.
Se o eleito não responder logo no começo do ano às necessidades da população corre o risco de desaparecer o cenário político. Ele e seu partido.
A campanha não ajudou muito o futuro. Ela serviu muito mais para declarar a situação presente, coisa que ajudou pouco os partidos disputantes e os candidatos a desenhar a caminhada que precisam fazer.

O futuro do Amapá, em qualquer hipótese, continua uma incógnita.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Um direito e um dever

Rodolfo Juarez
Às vésperas do segundo turno de votação o eleitor se prepara para registrar a decisão que tomou. De nada adianta reclamar sobre os candidatos. Isso não vai mudar o quadro agora. A regra estabelecida é que se não for definida a eleição no primeiro turno de votação então que seja realizado o segundo turno.
E estamos nos aproximando do dia da votação desse segundo turno. Tudo acontece no dia 26 de outubro, domingo.
De pouco adianta não priorizar a votação, naquele dia, na sua agenda de compromissos, até porque não há justificativa que suporte uma tomada de decisão, a não ser que seja por justa causa e que não seja inerente à sua vontade.
O compromisso do eleitor, no domingo, é votar.
A ausência das seções eleitorais se não prejudica o processo, pois a abstenção é prevista na própria lei, pode perfeitamente prejudicar o que você deseja que o mandatário tenha como plano.
A cobrança legítima do empenho do eleito tem muito a ver com a sua participação. A ausência pode ser alegada como falta de compromisso com o Estado, mesmo apresentando a lista de razões que você tiver.
A eleição para governador é muito importante.
Os eleitos podem, a partir da posse, iniciar um mandato que atenda os interesses da população que, convenhamos, vem se sentindo fora do processo e nem mesmo as ações mais repetidas servem de exemplo para as questões que são apontadas como prioritárias para a população.
Vivemos momentos de dificuldades na saúde, na educação, na segurança, na economia, no emprego e em mais uma série de questões de interesse público, e cada uma delas será tocada por um agente público escolhido pelo eleito que basta ter vergonha na cara para fazer o certo ou deixar o cargo.
Ninguém escolhido pelo eleito é obrigado a permanecer.
Garanto que será bem pago pelo sistema que, nestes últimos anos aumentou significativamente os vencimentos dos auxiliares nomeados para os cargos de confiança. Aliás, esse é um dos motivos, no meu modo de ver, da busca pela vitória a qualquer preço, às vezes, prejudicando o próprio candidato.
O eleitor deve pensar que esse é o momento de contribuir com o Amapá para, depois, exigir que sejam cumpridas as promessas feitas e, até, a proposta que foi apresentada à Justiça Eleitoral no momento do pedido do registro da candidatura.
Também é dever ir à seção eleitoral. Não imaginar que o número apurado no primeiro turno e que mediu a abstenção dá qualquer margem de segurança e de que você pode faltar desta vez. Aqueles mais de 10% que não foram votar devem ter os seus motivos, não podemos contribuir para que este número aumente.

Votar domingo é um direito da pessoa um dever do cidadão!

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Apenas migalhas!

Rodolfo Juarez
A meia-noite de sábado para domingo os relógios serão adiantados em uma hora em algumas regiões do país. No Amapá teremos duas meias-noites no sábado.
Na prática, para nós do Amapá as mudanças são muito mais consequência da desigualdade regional - física e econômica -, do que por qualquer outro motivo.
Mas que vai ser um transtorno para a população isso vai.
Bancos e horários da televisão são o que mais chama a atenção da população e nada da economia de energia que motiva a providência tomada pelo Governo Central. Em alguns estados da federação houve disputa entre os seus dirigentes para definir qual horário seria adotado.
Por aqui, no Amapá, o assunto nunca foi polêmica, até porque a população sente muito mais a alteração no lazer do que na economia ou no aspecto físico do dia.
Mesmo assim movimenta a paciência da população.
O Amapá ainda é visto como sem importância pelos dirigentes nacionais. Para aqueles dirigentes pouco importa o que os amapaenses pensam sobre o assunto.
A influência do nosso comportamento para diminuir o consumo de energia é nenhuma e isso basta para que os que pensam para o Brasil. O que é profundamente lamentável.
As desigualdades regionais, apesar de todo o discurso, continuam sendo aumentadas e provocando um abismo intransponível entre os mais abastados e os menos abastados. Claro que somos os menos abastados.
Então isso remete a uma condição que serve de discurso para demonstrar que a região norte, por exemplo, está sendo integrada na economia nacional. As usinas hidrelétricas, que estão alterando completamente o ciclo de vida dos rios, da flora e da fauna que o cercam, em troca de menções insignificantes.
A energia gerada aqui na Amazônia vai direta para o que chamam de distribuidor nacional, perdendo a sua origem, de forma proposital, para que ninguém cobre pelos danos que por aqui fica.
Por aqui, contam com alguns integristas que facilitam as coisas, seja na elaboração dos relatórios de impacto ambiental, seja nos estudos de impacto ambiental ou na operação dos empreendimentos.
A geração de energia feita na Amazônia – só o Amapá vai gerar um milhão de megawatts – vai entrar para uma conta comum exatamente para não especificar onde está sendo gerada aquela energia. Passa a ser propriedade administrativa do operador nacional.
Enquanto isso os paulistas reclamam que a falta d’água em São Paulo é culpa da população da Amazônia, que “deixa derrubar as florestas”.
Isso é uma mostra o quando estamos a cada dia e cada ano, mais distante das regiões brasileiras que recebem estação de passageiros, aeroportos, metros e transporte de massa muito mais em conformidade com a realidade dos trabalhadores.

Para o Amapá, por enquanto, nem o resto, apenas migalhas!

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dia do Professor

Rodolfo Juarez
Mais uma vez o Dia do Professor vai passar sem as homenagens daqueles que deveriam homenageá-los: os alunos, os pais de alunos e os agentes públicos das três esferas de governo.
A rusga que foi criada e que provocou um afastamento dos professores da convivência social-pública, cria uma instabilidade indesejada e que prejudica não a relação entre os empregadores públicos e os mestres, mas de todos e os professores.
Os professores no Brasil e especialmente no Amapá precisam ser tratados como agentes de desenvolvimento, pois, afinal de contas, são eles que transmitem o conhecimento para as crianças, os jovens e os adultos que se dispõe a aprender questões, as mais diversas.
Mais uma vez o que se vai observar são comemorações patrocinadas pelo sindicato da categoria, sempre com um dia de lazer e com um dia de folga que se dão do trabalho e da sala de aula.
O professor deveria comemorar o seu dia na sala de aula, primeiramente com os seus alunos e depois com a família desses alunos, dando exemplo de cidadania na presença dos seus orientadores, que muito antes de serem chefes, são pessoas que precisam ser parceiras dos professores, dos alunos e dos pais de alunos.
Tomara que haja uma consciência de que as brigas não servem para nada, a não ser para irritar os professores e deixar os alunos sem saber o que fazer.
A missão de devolver a paz aos mestres e seus alunos é da direção do sistema educacional público, sem a diferença de vínculo, se com o município o estado ou a União. Chega de comparações egoístas, cheda da falta de responsabilidade com o resultado.
Os diretores perderam o rumo. A maioria não sabe se fica do lado da administração educacional ou do lado do desenvolvimento pedagógico da proposta dos currículos das unidades de ensino.
No meio disso, professores, alunos e pais de aluno já não sabem mais o que fazer. Há sempre a insegurança, a possibilidade de uma greve e, com isso, do alongamento do calendário e a certeza de que os prejudicados são os alunos.
O Dia dos Professores poderia servir para esse exame de consciência, tanto dos professores sindicalizados, como da direção dos sindicatos, mas principalmente por aqueles que se dispõe a organizar a satisfação dos mestres.
Para os professores vale o mesmo princípio de qualidade, comum a todas as outras profissões. É preciso que o professor, além de ter a garantia do emprego, seja bem pago e tenha prazer em ministrar a sua aula.

Os professores, nesses tempos da Amapá, têm enfrentado guerras que não são suas e, como não são preparados para isso, sucumbem juntamente com seus alunos e deixam longe a qualidade de ensino e da aprendizagem.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Eleições 2014 - Resultado (1º turno)

ELEIÇÕES 2014
A VOTAÇÃO NO PRIMEIRO TURNO
A disputa dos cargos eletivos, tanto executivos, como parlamentares, foi forte nas eleições de 2014 (1º turno).  Dos 455.368 eleitores aptos a votar, compareceram 407.846 eleitores (86,56% do total) e 47.522 eleitores (10,44% do total) não compareceram, e foram considerados os formadores a abstenção. Esses votos estavam 1.461 seções com urna.

OS CAPEÕES DE VOTO
Foram os seguintes os campeões de voto, conforme o cargo que disputaram no Amapá: Waldez Góes (governador), 161.550 votos (42,18% dos votos válidos); Davi Alcolumbre (Senador), 131.695 votos (36,26% dos votos válidos); Roberto Góes (Deputado Federal), 22.134 votos (5,73% dos votos válidos); e Marília Góes (Deputada Estadual), 11.747 votos (2,99% dos votos válidos).

VOTOS DE LEGENDA
O voto de legenda é aquele que o eleitor dá diretamente para o partido e só é possível para a escolha de deputado federal, deputado estadual e vereador.  Nas eleições de 2014, portanto, os votos de legenda só seriam contados para deputado federal e deputado estadual e o resultado foi o seguinte: deputado federal, 18.023 votos; e para deputado estadual, 19.437 votos.

QUOCIENTE ELEITORAL
O quociente eleitoral é número que serve de base para definir o número de deputados (estadual ou federal) proporcionalmente ao número de votos obtidos pelo partido ou pela coligação. Para deputado federal o quociente eleitoral foi de 48.260 votos; e para deputado estadual foi de 16.383 votos. O partido ou coligação que não alcançou estes números ficou de fora da distribuição de vagas.

COLIGAÇÕES E PARTIDOS
As coligações (ou partidos) campeãs de votos nas eleições proporcionais foram: deputado federal a coligação “A força do Povo” (PP/PDT/PMDB) com 96.182 votos (sendo 5.204 votos de legenda); deputado estadual a coligação “Para o Amapá avançar” (PR/PRB/PHS) com 71.967 votos (sendo 2.264 votos de legenda)

OS DEPUTADOS FEDEAIS ELEITOS
Dos 8 deputados federais, 2 se reelegeram e 6 vão para o primeiro mandato. São os seguintes os deputados federais eleitos: Roberto Góes (PDT), Janete Capiberibe (PSB), Luiz Borges (PMDB); Vinicius Gurgel (PR); Marcivânia Flexa (PT); André Abdon (PRB); Marcos Reategui (PSC) e Joziane Rocha (PTB).

OS DEPUTADOS ESTADUAIS ELEITOS (PARTE I)
Dos 24 deputados estaduais eleitos, 11 não tinham mandatos. A lista está em ordem decrescente: Marília Góes (PDT); Antônio Furlan (PTB); Michel JK (PSDB); Júnior Favacho (PMDB); Jaci Amanajás (PROS); Max da AABB (PSB); Pastor Oliveira (PRB); Cristina Almeida (PSB); Augusto Aguiar (PMDB); Jory Oeiras (PRB); Charles Marques (PSDC) e Mira Rocha (PTB).

DEPUTADOS ESTADUAIS ELEITOS (PARTE II)

Os outros 12 deputados estaduais eleitos são os seguintes: Ericláudio Alencar (PRB); Roseli Matos (DEM); Jaime Peres (PRB); Luciana Gurgel (PHS); Moisés Reategui (PSC); Edna Auzier (PROS); Maria Góes (PDT); Raimunda Beirão (PSDB); Kaká Barbosa (PT do B); Fabrício Furlan (PSOL); Pedro da Lua (PSC); Paulo Lemos (PSOL). 

sábado, 4 de outubro de 2014

Agora é só votar!

Rodolfo Juarez
E chega o final de mais uma campanha eleitoral. Agora é só esperar o dia da votação e a apuração da vontade do eleitor. O resto é perfume!
Mas para chegar até esse momento, foi preciso que 25 partidos políticos, quase 20 coligações, mais de 500 candidatos e uma agenda de campanha para cumprir, obediente ao calendário eleitoral, elaborado peto Tribunal Superior Eleitoral, para que fosse diminuída (??!!) a influência do poder econômico no equilíbrio do pleito.
As escolhas de cada partido são de responsabilidade dos partidos. As decisões de coligar ou não, para esta ou aquela disputa, também são dos dirigentes partidários, que estudam a arrumação que mais pode atender os interesses do partido e dos seus filiados.
Não foi a melhor campanha já protagonizada pelos mesmos partidos e pelos mesmos dirigentes. As limitações constantes da regra da eleição e as intimidações vindas das equipes de fiscalização e análise acabaram inibindo alguns candidatos que só “se soltaram” na última fase da campanha.
Na eleição para governador, foi interessante a decisão dos comandos de campanha quando perceberam que um dos concorrentes havia se desgarrado do grupo da disputa pelo primeiro lugar e, então, a luta se concentrou, de forma inteligente, nesse aspecto, na disputa pelo segundo lugar e o crescimento dos outros concorrentes, alimentando a possibilidade de um segundo turno de votação no dia 26 de outubro.
Ficou a impressão que a estratégia, mesmo não combinada, deu certo. Todos os que estão disputando o cargo de governador, passaram a ser mais objetivos em seus discursos e começaram a juntar votos, importantes para que seja alcançado o primeiro objetivo – necessidade de segundo turno de votação.
Para senador, como não tem segundo turno de votação, a luta ficou mais aberta, nem sempre dentro dos limites da ética e, ao contrário do que se imaginava, mais agressiva de que a disputa para o cargo de governador.
Esse tom inibiu a eleição considerada mais difícil, onde os candidatos são considerados “cabos eleitorais” das eleições majoritárias. Houve uma espécie de revolta entre os candidatos das eleições proporcionais e cada um foi para seu lado, com as devidas e honrosas exceções.

No domingo, a vez de cumprir as regras é do eleitor. Todos estão avisados que além do título de eleitor também devem levar um documento com foto. “Sei não”, como a votação é biométrica, a questão da foto está vencida, pois é preciso que o eleitor leve as digitais para conferir antes de votar.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Decisão inteligente

Rodolfo Juarez
Pela primeira vez os as coligações, os partidos e os candidatos resolveram ser mais práticos e racionais no enfrentamento da realidade de uma campanha eleitoral, concentrando as ações para que haja segundo turno de votação na eleição para governador do estado do próximo domingo.
E mais, a grande disputa passou a ser pelo segundo lugar, para saber quem se credenciará para enfrentar aquele que está sendo apontado, principalmente pelas pesquisas de intensão de votos, como o virtual primeiro colocado.
Isso não é comum. Noutros tempos simplesmente a tendência apurada nas pesquisas não era aceita pelos concorrentes e verdadeiramente ignorada, com os candidatos com maior potencial, através de suas coordenações de campanha, acreditando que venceriam o pleito.
Uma atitude amadora certamente, mas que distorcia os objetivos traçados para a campanha levando alguns aos desesperos quando do final da apuração.
As eleições para governador do estado deste ano estão equilibradas também por isso. Dos sete candidatos, pelo menos quatro estão na disputa real, com vantagem natural daquele que a pesquisa aponta como favorito, mas que deixa a indicação de que um segundo turno de votação pode acontecer no dia 26 de outubro.
A concentração dos esforços para ser o segundo colocado é a decisão inteligente. Reconhece dois adversários, estuda os seus pontos fracos e procurar mostrar para o eleitor. Algumas vezes a raia do exagero é superada, trazendo a campanha para o baixo-nível, com claros prejuízos para os autores desse baixo nível. Reconhecer esses limites pode ser decisivo para a conquista do segundo lugar, doutra forma, será o passaporte para o resumo histórico das lamentações de uma campanha perdida.
Uma experiência interessante, mas real no caso do Estado do Amapá, na eleição para escolha do governador.
A participação efetiva da militância passou a ter um caráter fundamental, no sentido de motivar os eleitores indecisos e, até mesmo, convencer o eleitor vacilante que mudar não é nenhum pecado.
Estão as caminhadas e bandeiradas, principais forma de manifestação externa, além dos programas e inserções gratuitos no rádio e na televisão, passaram a ser a demonstração obrigatória como se o eleitor estivesse conferindo as quantidades de pessoas e bandeiras para poder decidir-se.

A adaptação foi interessante, o comprometimento dos candidatos que fazem parte das coligações ou são aliados de última hora, também engrossam as fileiras porque, nesse caso, número de pessoas e bandeiras passou a ser importante demais.