quarta-feira, 30 de abril de 2014

Na base do engana

Rodolfo Juarez
Eis que o desafio foi vencido!
E não tinha outra perspectiva. O jeito como as questões vêm sendo tratadas ao longo dos últimos anos indicavam que o acontecimento era apenas uma questão de estação e de pouco tempo.
A cidade foi para o fundo!
Bastou uma chuva um pouco mais forte para que houvesse o inevitável acontecimento, considerando os maus tratos a que a cidade está submetida, dando a impressão que não tem governo agora e muito menos percepção de que esse estado de coisas pode levar a cidade a um caos completo.
Com os bueiros cheios de terra e lixo, com a tubulação de drenagem quebrada e com os canais abarrotados de lama, a água da chuva ficou perdida, sem saber para onde ir e resolveu ficar nas ruas, dentro das casas, uma vez que as suas passagens naturais para o rio estão obstruídas.
Enquanto isso o prefeito surfa em sua moto-lancha, pelas águas do rio, refrescando-se pela brisa que vem soprada do oceano.
As montagens nas redes sociais ficaram um espetáculo: o prefeito, completamente entregue ao ócio, passando, sorridente, pelas ruas alagadas de Macapá, sem qualquer constrangimento e sem qualquer senso de responsabilidade, deixando entregue à própria sorte e a cada chuva, os moradores que, representados pela maioria, o escolheram para se interessar pelos problemas da cidade.
Que nada! Apenas um passeante, sem muito compromisso com a cidade.
Dai imaginar como está o interior do município começa a dar dor de cabeça em todos aqueles que gostariam de ver uma administração eficiente, sem ter que estar contrariando tudo o que disseram os seus agentes durante os momentos em que pediam oportunidade, dizendo que estavam dispostos a trabalhar melhor pela cidade e estar sintonizado com os problemas da população.
Coisa nenhuma, inocente!
A cidade precisa ser revisada, pelo menos tratada, para que as águas das chuvas não continuem revelando a forma como estão sendo tratadas as entranhas do sítio urbano macapaense.
Dava para imaginar. Afinal de contas se nem o asfalto, que fica por cima, dando acabamento nos serviços, são bem tratados, imaginem o que fica por baixo e que é custo invisível e que representa qualidade da cidade para dar qualidade de vida para a população.
Grande parte da cidade foi, literalmente, para o fundo depois de duas horas de chuva mais “pesada” havidas na manhã da última segunda-feira de abril deste ano, dia 28. E entre essas partes, muitas delas estavam a considerada “área nobre” de Macapá, deixando os carros de alguns engravatados cheios de água.
Até agora ninguém assumiu a responsabilidade pelo ocorrido. Parece até que tudo ficará na conta de São Pedro. Nem mesmo uma “notinha” da secretaria de comunicação do município veiculou qualquer explicação. Dá a impressão que nada tem a ver com a prefeitura e com o prefeito!
É preciso encarar, de frente, pelo menos esse tipo de problema!
Nada justifica Macapá não ter um sistema de drenagem pluvial que funcionem muito bem, pois, o rio Amazonas está ai para receber os canais que cortam a cidade, que estão prontos para receber as canalizações que deveriam ficar prontas junto com as vias.
Estamos na raspa! Sem dirigentes de verdade e sem programas urbanos que interessam.

Tudo está na base do engana. Até pescar, como na Floriano!

terça-feira, 29 de abril de 2014

Pensa mais com a barriga...

Rodolfo Juarez
Os eleitores estão vendo cada vez mais próximo o dia de voltar às urnas e escolher os seus dirigentes e representantes para os próximos quatro anos.
Está uma verdadeira confusão na cabeça de cada um desses eleitores pela profusão de informações e contra informações daqueles que querem ganhar a representação ou a gestão a qualquer custo ou a qualquer preço.
Não são poucas as vezes que os candidatos não medem o tamanho da responsabilidade que estão assumindo, não se preparam para assumi-la e erram demais quando estão autorizados a exercer aqueles cargos.
Ninguém escapa!
Vê-se esse comportamento em todas as esferas, seja do gerenciamento, seja da representação.
Ser candidato a governador de um Estado ou do Distrito Federal não exige qualquer preparação, basta que seja filiado a um partido político, tenha apoio desse partido que nada mais é exigido.
Também pouco importa a equipe que teria em uma eventual eleição para exercer o cargo. Só pensa nisso depois de eleito e o que se tem visto são erros repetidos e que atrasam o desenvolvimento e atravancam a administração.
Ser candidato a senador ou a deputado estadual ou federal, que seriam os representantes dos interesses da população e do próprio Estado ou do Distrito Federal, se tiver um bom discurso, serve.
Os exemplos de equívocos estão por ai, nos parlamentos estaduais e federais, apresentando resultados inesperados e, alguns deles, indesejados, muito embora candidatos a entrar para o abarrotado ambiente do anedotário político.
“Se dar bem” tem sido o lema muitos daqueles que são eleitos com a proposta de que vai trabalhar pela população. Muito embora se conheça depois, que nunca tenha sua lista de proposta aquelas que interessam à população.
É um faz de conta e tanto!
O eleitor é, entretanto, que avaliza esse comportamento. Quem diz para o candidato “vá em frente!”, é quem lhe abre o caminho.
É certo que esses candidatos têm todo interesse em encobrir e disfarçar as sua verdadeiras intensões, mas, por outro lado, cabe ao eleitor ter todo o interesse de evitar com que esses disfarces driblem os interesses da sociedade.
As chances dos candidatos serem iguais são muito grandes, assim como a esperteza de ocupar um lugar desocupado, também.
Não é atoa que cada um deles vai contratar uma equipe de marketing para estudar o ânimo do eleitor e conforme a conveniência do candidato - e não do eleitor -, atacar os pontos fracos ou fragilizados desses eleitores.
Claro que o eleitor terá que escolher entre aqueles que se candidataram. Mas que a escolha seja feita depois de uma avaliação mínima, mesmo que para isso tenha que contrariar o que diz um ex-presidente da República de que o eleitor “pensa mais com a barriga do que com a cabeça”.
No caso do Amapá o eleitor tem mais uma oportunidade para errar menos.
Um estado jovem, mas que já vai experimentar a sua sétima escolha para governador e que já teve a experiência de ver seus escolhidos saírem antes de terminar o mandato para atender outras propostas pessoais, já começa a não ter desculpas para os erros.

Tomara que no dia 5 de outubro os eleitores assumam a responsabilidade que sabem que têm e não deixem para cobrar depois a responsabilidade que deram ao eleito. O momento é o da hora do voto e ainda tem muito tempo para refletir!

sábado, 26 de abril de 2014

Os vereadores precisam reagir

Rodolfo Juarez
Enquanto a cidade de Macapá atravessa um dos seus piores momentos em toda a sua história, os vereadores assumem uma atitude passiva e omissa como se nada tivessem com essa história ou pudessem fazer para melhorá-la.
Nem mesmo o aumento do número de vereadores, ocorrido a partir da atual legislatura, serviu de motivação para que aqueles representantes do povo repartissem a responsabilidade e apontassem caminhos para resolver os problemas que Macapá enfrenta.
Escondem-se das evidências!
Procuram ficar afastados dos problemas e, dessa forma, jamais terão condições de conhecê-los e certamente, de participar das soluções deles, muito embora tenham assumido a indelegável missão de evitar o pior para a cidade e seu povo.
São os grandes ausentes!
Parece até que, na medida em que aumenta o número de vereadores, o Poder Legislativo Municipal vai perdendo a sua importância, deixando pelo caminho o papel que a sociedade lhe entregou quando da eleição municipal.
Os vereadores precisam reagir!
Apresentarem-se para os munícipes, compreenderem que também são responsáveis por grande parte das dificuldades por quais passa a população de Macapá.
De pouco adianta deixar tudo nas mãos do prefeito e, pior, deixar que ele faça o que quer, como se tudo estivesse uma maravilha e as intervenções da gestão estivessem programadas e de acordo com o que a população esperava.
Os vereadores precisam entender que estão no papel de representantes da população do município e que a cidade é muito mais responsabilidade deles do que de qualquer outra instituição pública ou privada, porque é o vereador quem está com o megafone na mão, exatamente para falar mais alto e ser ouvido.
O vereador precisa se impor!
Não impondo a sua vontade particular, mas impondo a vontade da população que vive na cidade, que habita o município e que sabe onde o “calo aperta”.
Chega de inércia ou esperar dois dias da semana para estar na tribuna da Câmara de Vereadores para expor o que interpreta que a população sente. Chega de alinhar-se em alas para defender este ou aquele gestor.
Quem precisa se alinhar com o que define a Câmara é a prefeitura, quem precisa seguir as ordens dos vereadores é o prefeito e seus auxiliares. O que se observa, entretanto, são os vereadores seguindo o que o prefeito diz, aliás, manda como se todos fossem cordeirinhos domados e caseiros.
A população precisa da ação dos vereadores, pois, afinal de contas, os vereadores foram eleitos para representar a população na administração e não para ser observador privilegiado da procissão de problemas que se movimenta em frente à prefeitura.
O problema de cada morador precisa ser o problema da Câmara e de todos os vereadores.
A atual legislatura mostra-se absolutamente passiva, aceitante das dificuldades, perdendo a guerra sem lutar, preferindo manter o paletó limpo, mesmo que a alma esteja suja pela incapacidade de intervir para melhorar o que a população reclama.
A Câmara Municipal de Macapá, como de resto a maioria das câmaras municipais, passou a ser um órgão onde se desenvolve a burocracia, se alimenta o rei, nem que para isso tenha que deixar os súditos aborrecidos, desassistidos e debilitados para enfrentarem, mesmo sozinhos, as lutas do dia-a-dia.
É preciso reagir!

E essa reação depende, em grande parte, da efetiva participação dos vereadores, escolhidos para serem os representantes do povo, nos bons e nos maus momentos.

Os candidatos estão mudos

Rodolfo Juarez
Nem mesmo a aproximação das convenções partidárias que serão realizadas no período de 10 a 30 de junho está soltando a língua daqueles que se dizem dispostos a concorrer, no dia 5 de outubro, ao cargo de Governador do Estado.
Todos agem como se mudos fossem!
Pode ser que faça parte de uma estratégia particular, muito embora todas as notícias e informações sobre o assunto indiquem que o comportamento deve ser completamente diferente.
As desculpas para ficar calado não faltam. Vão desde aquelas ligadas diretamente à questão da fiscalização eleitoral, até aquelas que se vinculam à questão financeira, pois, segundo alguns dos candidatos, os cabos eleitorais são os primeiros a avançar e ficam com aqueles que pagarem mais, prometerem mais, ou convencerem mais.
Para não perder o ânimo os candidatos estão preferindo ficar de boca fechada, dizem eles, mesmo tendo avaliações que indicam que, alguns deles, não têm mesmo o que dizer para o eleitor.
Continuar mudo é, portanto, uma estratégia do candidato, muito embora seja prejuízo para o partido, para os aliados e, principalmente, para a população, que só vai conhecer a opinião do marqueteiro do candidato e não o que pensa o candidato.
Um candidato precisa ser testado antes de ser escolhido pelo eleitor na hora de votar. É preciso que a população conheça a sua proposta, os seus aliados e, principalmente, os princípios de que se vale para mostrar-se ao eleitor e dele receber o seu voto.
Quando o eleitor deixa para conhecer o candidato apenas durante a campanha, corre o risco de errar com relação à personalidade do candidato, imaginando uma coisa quando está sendo levado por mensagens de profissionais contratados para definir a forma de apresentação para defesa e para ataque do pretendente ao cargo eletivo.
São muitos os casos em que a figura que você vê na tela da televisão ou no autofalante do rádio é completamente diferente da figura que limita, de verdade, a pessoa candidata.
É uma das falhas do processo de divulgação midiática permitido pela regra eleitoral e que foi adequada para a modificação do modo de ver os currais eleitorais que não foram desfeitos e que se transformam em quartéis para alguns personagens que avaliam a importância do poder muito mais para si do que para o povo.
A opção de ficar mudo tem sido a preferencial dos 13 candidatos. Isso mesmo, 13 mudos que não dizem seus planos, não mostram o que pretendem fazer, não apresentam solução para quaisquer dos problemas que o Estado enfrenta no momento e daqueles que ainda entrarão nesse rol.
E tem faladores no meio deles!
Mesmo assim optam por nada dizer deixando a impressão que não prepararam nada para falar e confiando que se mantendo mudo eles estão garantindo não errar, não dizer mentiras e não alertar os ouros. Isso mesmo, alguns acreditam que manter escondido alguns de seus projetos é uma estratégia que pode gerar votos.
Os candidatos precisam tomar cuidado!
Os eleitores já perceberam que alguns não falam agora e não vão falar depois, a não ser se para alinhar-se com a maioria, perdendo, completamente, a oportunidade de ser o guia da comunidade, o líder de uma população, aderindo ao mais fácil “maria-vai-com-as-outras” e abdicando do verdadeiro sentido de ser aquele líder do qual, faz tempo, a população se sente órfã.

A opção de ficar mudo pode ser também, a de ficar sem voto!

quinta-feira, 24 de abril de 2014

A crise urbana que toma conta de Macapá

Rodolfo Juarez
Os números que foram colhidos a partir da publicação recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, são os indicadores de que o Município de Macapá e, em especial da cidade de Macapá, através dos seus dirigentes, precisam entender o que está acontecendo.
Não dá mais para ignorar a forma como a população macapaense chegou às 437.256 pessoas, a partir de um incremento populacional que corresponde a 11.843, por ano, nos últimos 13 anos, período compreendido entre 2000 e 2013.
A cortina levantada entre os dirigentes e as necessidades urbanas, constituída pelos problemas que não foram resolvidos e aqueles emergentes, estão mantendo os administradores reféns de necessidades que passaram a ser de todos e não apenas localizados neste ou naquele setor do município ou da cidade.
A cada ano os problemas vêm aumentando de complexidade e de tamanho, interagindo com alguns já existentes e constituindo, de certa forma, o constrangimento daqueles que imaginaram sucesso na gestão dos interesses da cidade e de sua população. Até agora ninguém acertou o caminho e todos estão sendo desmoralizados pelas circunstâncias, sem reação ou perspectiva de reação.
Um incremento populacional anual de quase 12 mil pessoas é um desafio mesmo se todos os problemas urbanos e municipais de Macapá estivessem equacionados, mas uma das verdades que pode ser constatada é que a maioria daqueles problemas urbanos ou municipais não está sob o controle da administração municipal.
A realidade está exigindo compreensão de todos.
Os dirigentes do Estado e da União precisam compreender o que acontece em um centro urbano, como Macapá, que vê a sua população “inchar” como está inchando, sem qualquer contrapartida que possa garantir emprego ou ocupação para a juventude e mesmo para os adultos que chegam e contribuem para o aumento populacional.
O desacerto habitacional, a falta de transporte, a situação das vias, a falta de escola, os aperreios da população nas unidades de saúde e a sensação de insegurança são desafios que não deixam tempo para quem quer que seja da administração municipal, pensar nos meios que podem utilizar para resolver esse problema ou essa crise.
É importante considerar que não há condições de “fechar as portas” da cidade para o migrante que sempre tem a esperança na terra nova, na nova fronteira, para garantir a sobrevivência sua e dos familiares.
Reconhecer a crise é o primeiro passo para não deixar a crise se instalar definitivamente. Compreender que precisa ser feito alguma coisa para enfrentar essa crise é a lição de casa para cada um e para todos.
Ninguém ficará ao largo dessa necessidade que implica na queda vertiginosa da qualidade de vida, muito embora haja aqueles que ainda acreditam que a solução do problema pode estar contida em uma boa desculpa ou na omissão de agentes públicos que fazem parte da população da cidade e negam, veementemente, a obrigação que têm como membro da sociedade.
A crise urbana por qual passa Macapá precisa ser enfrentada com técnica, profissionalismo e dedicação.
Por mais paradoxal que possa parecer, o momento não é para atitudes políticas. O momento é para tralho organizado e ação compartilhada para evitar a decadência que a cidade experimenta pelas forças dos “motores” da crise.

Para que o tempo não seja eleito o grande vilão dessa situação, cabe o entendimento dos homens para esse momento especial por qual passa a cidade de Macapá, experimentando uma crise urbana sem precedentes.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Macapá precisa de uma administração profissional

Rodolfo Juarez
A divulgação do total da população do Estado do Amapá e de quantos habitantes cada município tinha no final de 2013, além de ser um recado importante, é uma chamada para que todos prestem atenção no que está acontecendo.
No período entre o ano 2000 e o ano de 2013 o Estado do Amapá teve um incremento na população residente correspondente a 287.964 habitantes, equivalente a 54,07%, não uniforme entre os municípios, mas com a necessidade de análise social, urbana, administrativa e de desenvolvimento.
Esse número, em média, durante os 13 anos, cresceu 19.844 habitantes, relativamente um número que está muito acima do crescimento da população brasileira e que, por isso, precisa ser analisado, de forma detalhada, para que esse crescimento não se volte contra o equilíbrio que a sociedade local busca e espera.
A cidade de Macapá, nos últimos 13 anos, de 2000 a 2013, teve um incremento populacional médio de 11.843 habitantes por ano, o suficiente para exigir construção de 2.369 residências por ano o que equivale à disponibilização de 148 quadras, cada quadra com 16 lotes, no tamanho mínio (10m x 20m), necessários 29.600 m2 de área, além da parte reservada para os equipamentos urbanos como vias (ruas e avenidas), praças, parques e locais para construção de escola, posto médico e centro comunitário. Cálculo baseado em famílias com 5 membros.
Macapá, do ano 2000 ao ano 2013 cresceu de 283.308 habitantes (2000) para 437.256 habitantes (2013), correspondente à 54,3%.
Todos os 16 municípios amapaenses apresentaram crescimento da população. Todos sem exceção. Aliás, apenas o Amapá e Alagoas não tiveram município com encolhimento da população.
Esse registro também indica que a população está alcançando idades jamais experimentadas e que os idosos precisam, naturalmente, de ambientes onde possam ter melhor condição de vida, pelo menos equivalente àquele plus que está ganhando pela evolução dos dados sobre os quais não tem qualquer domínio.
Apenas para possibilitar melhor análise dos dados, é importante lembrar que, em todo o Brasil, 1.178 municípios (21% do total), nesse período entre 2000 e 2013, viram as populações encolherem.
No Estado do Amapá, o município de Pedra Branca do Amapari cresceu 220% e o segundo município brasileiro a apresentar esse crescimento populacional. Perde apenas para o município turístico de Rio das Ostras, no Estado do Rio de Janeiro, que viu a sua população crescer em 235,5%.
Essa situação está exigindo uma ação diferenciada dos agentes públicos no Amapá, principalmente aqueles vinculados ao Governo do Estado e às prefeituras municipais, para que, daqui a pouco, o problema não esteja completamente fora do controle.
O que está acontecendo em Macapá já é reflexo do tamanho do problema, com tamanho suficiente para mostrar que o Município, sozinho, não tem mais condições de resolver os problemas atuais, que estão com tendência de crescimento e assustando aqueles que deveriam resolvê-los.
Se os administradores do município de Macapá não equacionarem o problema até 2015 e mantendo a tendência populacional apurada pelo IBGE, muito provavelmente, os dirigentes não darão mais conta de resolver os problemas dos municípios.

É hora de começar debater abertamente a situação atual. Buscar descobrir os meios que poderão ser utilizados para resolver as questões e, principalmente, equacionar essas questões para serem resolvidas à longo prazo, sem a preocupação com os votos e com a implantação de uma administração profissional, onde o foco seja a população e os objetivos sejam os princípios urbanos e rurais verdadeiramente adequados aos municípios do Amapá. 

sábado, 19 de abril de 2014

Os 'comunicadores' temporários

Rodolfo Juarez
Já faz algum tempo que os governos, todos eles, federal, estaduais e municipais elegeram a área de comunicação como prioritária para a administração e uma das que, relativamente, mais se “investe” na distribuição dos escassos recursos dos respectivos orçamentos públicos.
Por isso a comunicação se transformou em uma das unidades administrativas prioritárias e uma das válvulas de escape para atender os “comunicadores” que se afinam com a ideologia do partido que está no poder ou que simplesmente, trabalhou em um dos carros-som do partido vencedor ou de um partido aliado.
Essa regar, no começo, serviu para “informar” o eleitor, mas, não faz muito tempo que, devido o aprimoramento das equipes de divulgação, passou a iludir também os “chefes” que são completamente envolvidos pelos argumentos dos publicitários, alguns nem tão éticos, passaram a não colher mais os resultados que lhes são prometidos.
Tornou-se comum o mandatário eleito escolher, para fazer a divulgação do governo do qual é mandatário, aquele que foi o responsável pela elaboração da campanha ou um indicado dele. Uma espécie de bônus pelos serviços prestados e bem pagos durante a campanha.
É importante considerar que, em caso de vitória, o pessoal do marketing da campanha se considera vencedor com igual ou mais importância do que o próprio candidato, o partido e os seus aliados.
É uma forma de entrar com mais força e mais poder de mando no governo e ver o corredor do gabinete do mandatário aberto para o agente da publicidade se comunicar com o “chefe”, tenha ele interesse ou não no assunto.
As verbas da área de comunicação de um governo, de qualquer dos níveis, é sempre pequena e nunca atende os “sonhos” mirabolantes dos seus mentores, que deveriam não ser sonho, mas uma proposta que desse a informação correta para o contribuinte, afinal de contas, a justificativa do gasto é exatamente a necessidade de informar, para o contribuinte, esses gastos.
Hoje, uma das metas das agências de publicidades é ter a conta de um governo.
Um disfarce de gasto que precisa mudar, pois, desde o começo da ação administrativa que seria para selecionar uma empresa, que as forças invisíveis dirigem a escolha exatamente para aquela empresa que trabalhou na campanha e, a partir dela, se organiza a festa de distribuição de dinheiro para os “comunicadores” , principalmente para os donos de empresa de comunicação, depois para aqueles aliados que estiveram juntos na campanha eleitoral e que, agora, mesmo sendo o dinheiro público, querem a recompensa.
São programas diversos que se assentam nas grades de programação das emissoras de televisão e de rádio. São “comunicadores” desconhecidos que entram na mídia e passam a ser os intérpretes do que a população quer e gosta.
Dai para frente a guerra se instala pois, para não perder espaço, os contrários também escolhem os seus programas, agindo de forma a combater as afirmativas dos “colegas” feitos, algumas vezes, no mesmo veículo.
Mesmo assim, com todo esse “planejamento” ainda ocorrem as desavenças. A falta de pagamento e é um tira-e-bota programa no ar, conforme o paga-e-não-paga daquilo que foi acertado ou quase acertado.
Os que ficam em cima do muro, em alguns momentos até levam vantagem, recebem mais, falam mais, gritam mais. Mas nem todas as vezes e nem com todos acontecem assim. Para alguns a sua “credibilidade” e a credibilidade do programa que apresentam é uma fantasia que dura, exatamente, o tamanho do espaço de mando do governante.

É por isso que se ouve e se vê muitas bobagens ocupando os espaços nas emissoras de rádio e televisão. Espaços das oportunidades e, certamente, das irresponsabilidades.

Me engana que eu gosto!

Rodolfo Juarez
Os dirigentes dos partidos políticos estão encontrando dificuldades para definir o caminho que têm que tomar nas eleições de 2014.
Faltam menos de 60 dias para as convenções e as coligações estão muito distantes de serem resolvidas. Nem mesmo as mais repetidas têm certeza de que estarão, este ano, outra vez, no mesmo palanque, defendendo o mesmo candidato e as mesmas ideias.
Por isso, provavelmente, o número de candidatos ao cargo de governador do estado continuem crescendo. Até este momento, 11 dos 32 partidos políticos registrados no Tribunal Regional Eleitoral do Amapá, insistem em apresentar candidato ao cargo de govenador, em um ambiente que poderia ser favorável àqueles que estarão pedindo a inscrição de um dos seus filiados.
A indefinição do PSB e do PT é emblemática.
Apesar dos dirigentes estaduais do PT afirmarem que vão coligar com o PSB, nem mesmo os dirigentes do PSB têm essa certeza, devido aos troncos e barrancos que o Partido dos Trabalhadores, em nível nacional vem enfrentando e que o coloca como sujeito de alianças que possa minimizar os prejuízos eleitorais nacionais do que os prejuízos eleitorais em uma região como a do Amapá.
Ainda a poucos dias, durante o lançamento da pré-candidatura do nome do PSD ao cargo de governador do Estado, o presidente nacional do partido, garantiu para o presidente estadual do mesmo partido que ele tem garantido, não só o apoio, mas o palanque do PT para as eleições de 2014.
Falou isso, considerando a necessidade que o PT, nacionalmente, tem nesse momento, de proteger a sua candidata à reeleição para o cargo de presidente de República.
Mas não é só essa indefinição que está deixando os dirigentes partidários preocupados. Até agora são muitos os partidos que dizem que estarão coligando, por exemplo, com o PDT, muito embora aqueles partidos mantenham os seus candidatos ao cargo de governador ou vejam, sem nada falar, os seus filiados que têm mandato, em mesas de trabalhos onde se trata de alianças partidárias e na qual não está presente o PDT.
Dizem até que a fase do “me engana que eu gosto” está indo muito mais longe do que o que era esperado. Sabem, entretanto, que além do jogo eleitoral, há uma observação comportamental do eleitor e os dirigentes partidários sabem que os eleitores estão muito atentos a tudo o que está acontecendo.
Aliás, que os eleitores amapaenses que tiveram a oportunidade de se cadastrar biometricamente, já sabem que a eleição, por aqui, terá a identificação do votante através da biometria em todo o estado do Amapá e, até o município de Oiapoque, onde não foi alcançada a meta geral proposta pelo TSE, também vai adorar a identificação biométrica.
Os outros candidatos estão esperando a melhor oportunidade para colocar a cabeça para fora e dizer “eu estou aqui”, pronto para receber a sua atenção. Se ainda não fizeram é porque estão desconfiando das pretensões dos eleitores ou porque sabem que o eleitor está disposto a cobrar bem mais.
Não são todos ainda os que estão olhando para o que pode ou não pode o candidato fazer. Ainda estão ocupados com a comparação daqueles que já tiveram, ou estão tendo a oportunidade de mostrar o seu talento, muito embora, todos saibam, nem tudo, nesse caso, é uma questão de talento.

Muitos candidatos indefinidos, alguns dirigentes partidários que ainda não sabem o que vão fazer e com o eleitor atento, o cenário não é bom para bravatas ou anúncios milagrosos.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

A orla de Macapá está desabando

Rodolfo Juarez
Já faz algum tempo que a população da cidade de Macapá vê agonizar alguns pontos importantes da cidade.
Mesmo com o discurso de mudança, utilizado nas campanhas eleitorais, e que atuaram de forma decisiva na motivação dos eleitores que votam em Macapá, paradoxalmente nada mudou na prática, ao contrário, em linhas gerais, tudo permaneceu como antes, sem controle e sem qualquer responsabilidade com a cidade e as coisas que a população tem como referencia e utilidade.
Um exemplo é o muro de arrimo de toda a extensão da orla da cidade que se estende este o Araxá até o Jandiá onde alguns trechos estão, literalmente, caindo e “deitando” na lama da praia da frente da cidade.
Um patrimônio que não pode ser desperdiçado desta maneira e, mais, uma patrimônio que não pode ser perdido, não só pela garantia física da própria cidade, como pela qualidade de vida que a população acredita que melhorou quando foi feita a obra, exatamente como está descrito nas justificativas dos projetos.
Mas o muro continua caindo e sob a vista dos próprios responsáveis que, de vez em quando estão por perto e, mesmo com vergonha de olhar, acabam vendo o resultado de seus descasos e de suas irresponsabilidades.
Pouco a pouco vai desmoronando, levando com ele parte do calçamento e do asfalto que cobre as vias de acesso. No lugar estão surgindo vãos livres desafiadores e buracos perigosos, capazes de “engolir” um carro.
Basta um agente público correr a orla, levantando o problema atual, para perceber o grande prejuízo que já está na conta da coletividade e a velocidade como, todos os dias, esse prejuízo aumenta.
Os responsáveis precisam agir para salvar a orla!
Já que o projeto não prosseguiu. Já que não houve condições para continuar a urbanização das áreas contíguas, pelo menos que sejam mantidas as realizações de outros tempos, construídas com recursos dos mesmos impostos que continuam sendo pagos pelo contribuinte.
Ninguém se conforma com o que está acontecendo na orla.
Todos sabem da importância daquela área da cidade e não compreendem a omissão do poder público, deixando os problemas aumentarem, as obras desabarem, sem qualquer ação dos agentes públicos pagos, e bem pagos, para resolver esse tipo de problema.
É tipo do assunto que está às claras, pronto para ser analisado pelos agentes públicos e que, de forma inexplicável, não dão uma palavra pelo rádio ou televisão, uma linha pelos jornais ou redes sociais. Essas mesmas redes sociais que são usadas para acirrar brigar, pregar a discórdia, alardear vantagens e tentar transformar mentiras em verdades.
Cuidar da orla da cidade é também cuidar da cidade; ser responsável por quaisquer das partes da administração é também ser responsável pela cidade; assim como morar na cidade, cuidar dela deve ser um compromisso individual e inerente à função que cada um exerce.

Não podemos deixar a orla ser destruída e junto com ela a alegria de dispor dela como referência que a torna diferente, humana, aceitável e sintonizada com a esperança daqueles escolheram esta cidade de Macapá para viver.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Chega de hipocrisia

Rodolfo Juarez
As recentes explosões, seguidas de incêndios com perda total de embarcações, havidas no rio Matapimirim, no Igarapé das Pedrinhas, no Igarapé do Perpétuo Socorro, deixando trabalhadores mortos e muitos deformados pelas queimaduras que lhes marcaram para o resto da vida, não pode ser mais e apenas uma questão de falta ou ausência de qualquer fiscalização.
Faltam condições de segurança para que os embarcadiços exerçam as atividades que, se não foram as profissões que escolheram, faram as que lhes atribuíram para participar da corrente social com dignidade e humanidade.
São muitos e cada vez mais, considerando o crescimento do mercado que é atendido pelos que usam as pequenas embarcações para atravessar o rio, em forma de baia, de lá para cá e de cá para lá.
Pequenos motores são os auxiliares dos braços fortes dos homens que todas as marés enfrentam o perigo da travessia, o vento forte e as ondas que o rio levanta como dificuldade a ser vencida todas às vezes, pelas pequenas embarcações.
Os pequenos motores são a explosão, como os dos carros - movidos à gasolina ou a óleo diesel -, e as embarcações são equivalentes aos caminhões de carga que circulam pela cidade e viajam pelas rodovias, de município para município.
Acontece que os condutores e trabalhadores dos carros têm uma infraestrutura para atender às suas necessidades, entre elas as ruas e vias estruturadas ou em estruturação; postos de combustível preparados e os veículos têm tanques apropriados para transportar o combustível.
E os ribeirinhos, bravos pescadores e produtores que trabalham, em suas pequenas embarcações, não têm esse direito?
É possível atender às suas necessidades com as críticas que são feitas pela forma como transportam o combustível?
É correto culpa-los por esta situação?
Claro que não!
Eles não têm culpa se os gerentes sociais lhes ofereceram vasilhame inapropriado para transportar o combustível. Se eles ficaram abandonados nas suas casas na beira dos rios da Amazônia, sem assistência e com a falta do oferecimento do direito que é de todos os brasileiros e não apenas daqueles que moram nas cidades.
Os ribeirinhos são submetidos aos altos riscos, inclusive de explosões como as havidas naqueles locais, tombando morto ou saindo com queimaduras por todo o corpo e vendo seu patrimônio e de suas famílias serem consumidos pelo foto, ficando apenas com a dor e a certeza que é ele que tem que fazer tudo o que já tinha feito; vencer tudo o que já tinha vencido.
É hora das autoridades deixarem de ser imediatista, colocando a culpa em quem menos tem culpa. Afinal de contas lhes restou exatamente o meio que estão usando para atender às suas necessidades.
Ninguém pode culpar aquele que trabalha em uma embarcação pelo que tem acontecido. Eles não têm culpa alguma, a não ser a vontade de trabalhar para educar os filhos que já estão nas cidades; procurar a saúde para seus familiares, que também só tem na cidade e comprar o motor que está na loja e o combustível que está no posto de combustível localizado de forma a aumentar a insegurança física dos que estão por perto, inclusive os que abastecem as embarcações.
Os ancoradouros do Igarapé das Mulheres, do Igarapé do Jandiá, do Igarapé das Pedrinhas, do Igarapé da Fortaleza, do Igarapé do Matapimirim e todos aqueles onde as pequenas embarcações atracam precisam ser adequados às necessidades dos ribeirinhos.

Se não querem respeitar o trabalho destes homens, nestas embarcações, pelo menos que respeitem o direito à vida que lhes é garantido na Carta Magna.

domingo, 13 de abril de 2014

Governo não é teta

Rodolfo Juarez
Não tenho mais nenhuma dúvida com relação à absoluta necessidade de mudança no modo de exercer do próximo mandato de governador do Estado.
O modelo atual chegou à exaustão e deve ser encerrado indicando os rumos que o gestor precisa tomar a partir do dia 1º de janeiro de 2015 que possa começar a recuperação do Estado, não aquela dita nas peças publicitárias, mas aquela feita no âmago do governo, na proposta do governador e na essência da administração.
Não dá mais para imaginar que o governo é uma pizza e que o governador é aquele que tem o compromisso de dividi-la entre os seus parentes, amigos e conhecidos, ouvindo a canção do seu partido e os aplausos daqueles que apadrinha.
Chegou a hora de trabalhar pelo povo do Estado.
Não tem mais como imaginar que a Administração é uma ação entre amigos e apropriada para pagar bons salários àqueles desempregados que grudam nas luzes do governo cobrando, desesperadamente, os serviços que diz ter prestado na campanha eleitoral.
Chega de auxiliares do tipo “sim senhor”, que faz tudo para agradar o “chefe” da forma como o chefe gosta. Se for juntinho, segurando a caneta com o bloco de recados, é assim que ele vai; se for distante, fazendo-se presente pelas ondas do rádio, também serve.
Não cabe mais assumir o comando da administração e dai em diante, passara a colocar a culpa no antecessor, mesmo para providências que jamais o antecessor poderia ter tomado.
Não cabe mais, também, chamar todos os amigos desempregados e pedir para que faça a escolha onde quer ficar. Inclusive em casa serve.
Não dá para assumir no dia primeiro e já no dia 2 estar imaginando os conchavos e as alianças que precisa fazer para garantir a próxima eleição ou a escolha para ser mandado para um órgão público, colegiado, de preferência um daqueles que tenha vitaliciedade como prerrogativa do nomeado.
A partir do dia 1º de janeiro de 2015 o governador deve adotar uma postura profissional, mesmo que isso lhe custe apenas um mandato, que lhe custe abortar o plano de poder, de eleger um familiar ou o cônjuge ou ficar rico o suficiente para nunca mais precisar trabalhar.
O governo não é teta de vaca que só sirva para alimentar os seus filhotes. Primeiro porque os governantes não são filhos do governo e depois porque esse plano nunca é discutido com os eleitores.
Funcionando assim, funciona errado e não sai do lugar ou fica contando passo de um lado para o outro, sem qualquer resultado.
É preciso o governante que assumir no dia 1º de janeiro de 2015 olhe para dentro governo, recorra aos servidores do Estado e oriente para a elaboração de um plano de desenvolvimento local, duradouro, responsável e que seja do interesse da população.
Dar exemplo para as administrações municipais também faz parte da administração estadual. Já deu para perceber como os prefeitos têm facilidade de copiar o modo de administrar do governador do Estado.
Centrar, ter um objetivo, principalmente um que supere o narcisismo a que são acometidos governadores, prefeitos e outros executivos públicos, que sentem necessidade de que deles seja sempre falado bem, mesmo que para isso tenha que pagar os donos das emissoras de rádio e televisão e de jornais, como também escalar pessoas para ficar nas redes sociais postando avaliações distorcidas, incompletas e que não servem para orientar a população.

Afinal de contas o governador que assumir no dia 1º de janeiro de 2015 precisa dar chance para o Estado, chance para o povo desse Estado.

sábado, 12 de abril de 2014

Virar a mesa é preciso!

Rodolfo Juarez
Está passando da hora das autoridades e todos aqueles que têm responsabilidade com o futuro do Amapá e de seu povo, reagirem e começarem a vencer as dificuldades que se apresentam todos os dias.
A impressão que está se fixando é de que todos estão errando a batida do martelo e que de nada tem valido o esforço, alguns absolutamente anormais, para tentar reorientar o caminho do desenvolvimento local.
Aqui, seguramente, não pode ser a terra onde nada dá certo!
Ou só dá certo para os espertos, os malandros, aqueles que não têm compromisso com as pessoas e o próprio Estado.
Os erros novos são justificados como se fossem consequências dos erros passados e jamais poderão ser vencidos.
Percebe-se que poucos são aqueles que mostram preocupação com o futuro, pois, deforma nenhuma, constroem um presente que possa suportar a exigência que virá.
O desrespeito aos princípios lógicos passou a ser virtude e a cara-de-pau, ou o que for, passou a ser a figura frequente e importante voltada aos interesses de meia-dúzia de pessoas que, certamente, não estão fazendo plano continuar morando por aqui.
A atitude de alguns é de despedida, mas não aquela despedida com sentido de até logo, mas de um “nunca mais”. Algumas pessoas, importantes para a atualidade estadual, estão fazendo questão de sugar tudo o que for possível, juntar tudo o que puder, virar as costas e nunca mais por aqui aparecer.
Não tem outra explicação para tanto desleixo.
Mas eles haverão de perceber que a população está com outra vontade, está sabendo que precisa reagir. Mostrar desde logo o rascunho que tem pronto para cá e que sabe que poderá transformar em um desenho, em um projeto para mudar a realidade.
O momento é difícil!
Aliás, Macapá e o Estado do Amapá, jamais experimentaram um momento tão difícil como este. Um ambiente onde a dificuldades avançou sobre todos os setores da vida local, pública ou privada, das crianças ou dos idosos, atingindo de maneira muito forte a força de trabalho, que se encontra travada, sem operar os resultados, reconhecendo as dificuldades, mas sem qualquer perspectiva de modificar o cenário sem que haja uma ação proativa de todos.
Até os meios de comunicação social experimentam um momento jamais mostrado aos profissionais que, mesmo percebendo que são usados, ainda não descobriram que há outros caminhos que não esse da subserviência, da obediência, levando a um nivelamento que prejudica o presente e turva o futuro de cada um e de todos.
O sentimento de andar para trás é terrível!
Perceber que o “hoje” está pior de que o “ontem” e que nada garante que o “amanhã” vai ser melhor do que o “hoje” é frustrante, mesmo para aqueles que já desistiram e que não acreditam mais em nada.
O sentimento de perda precisa ser eliminado!
Ninguém tem condições de produzir sem sentir a perspectiva de melhora ou de que ainda há ambiente para melhorar, mas é preciso que todos compreendam isso, mesmo aqueles que já decidiram matar a galinha dos ovos de ouro.
O Estado do Amapá precisa ser cuidado, precisa ter um projeto para desenvolver-se e não ficar se sustentando em projetos puramente políticos, alimentado por esforços ocasionais, feitos para as vitórias eleitorais e que se transformam em frustrações administrativas e gerenciais que, certamente, não é o desejo dos próprios políticos.

Virar o jogo é preciso! Nem que para isso tenha que virar a mesa.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

A volta dos três deputados

Rodolfo Juarez
Estão de volta às poltronas do Plenário do Legislativo os deputados Bruno Mineiro, Cristina Almeida e Agnaldo Balieiro.
Há um ano e três meses se propuseram a assumir secretarias do Governo do Estado, frustrando os seus eleitores, que não contavam com isso, cumprindo uma designação política dos partidos aos quais pertencem.
O argumento principal é de que, cada um, foi “cumprir uma missão”.
A pergunta atual é a seguinte: cumpriram a missão?
Não custa nada relembrar a situação em que receberam as respectivas secretarias e a forma como as deixaram. Claro que é uma análise a partir da visão de fora para dentro, mas é essa a visão que tem a população.
Logo na primeira avaliação se pode afirmar, com absoluta segurança, que nada de extraordinário foi feito.
Cada um fez, apenas e tão somente, o que qualquer outro gestor faria. Isso quer dizer que de nada valeu a “lista de clamores”, pedidos e rogos que cada um levou quando deixou o cargo de deputado para assumir o cargo de secretário de estado.
Não há dúvida que, pelo menos dois dos três, são melhores deputados do que executivos.
É possível que tenham descoberto que o tempo que lhes foi dado não foi suficiente para alterar o perfil de uma repartição pública com tantos problemas para resolver e com tão pouco dinheiro e pessoal especializado para repartir as atribuições.
Mas nem isso ficou resolvido.
Os gestores que herdaram a sequência administrativa estão afirmando que têm os mesmos problemas que foram identificados no começo do atual governo e, também, no começo do período de gestão de cada uma dos três deputados que viraram secretário.
Será que foram 15 meses perdidos?
Até em respeito ao labor individual de cada um dos três deputados - Bruno Mineiro, Cristina Almeida e Agnaldo Balieiro -, era preciso que eles mesmos se reportassem, destacando os pontos que possam considerar como relevante na administração.
Voltaram para a Assembleia Legislativa como se tivesse ido passar uns dias no interior.
Não estão contando nenhuma boa novidade!
No setor de transportes, as rodovias - se pode garantir -, estão piores do que há 15 meses, e onde se projeta melhorias, é fácil perceber que o tempo foi curto. Mesmo assim as decisões tomadas em nada favorecem o desempenho da gestora que herdou o cargo de secretário de estado.
Na Secretaria de Agricultura prevaleceram foram os micros projetos, que são muito mais atividade do que investimento. Nada ficou que possa garantir a sequência de trabalho por mais de 3 meses. Além do que, a preocupação eleitoral foi dominante em todos os encontros.
Na Administração, centro nervoso da gestão estadual, onde a modernização depende de iniciativas do órgão “cabaça do sistema” não se notou qualquer evolução. A herança do sucessor é a atividade burocrática, que ficou misturada com a atividade política logo no começo e depois escapou das pautas por absoluta falta de objetividade.
Como o cargo de deputado estadual foi dado a cada um dos três pelo eleitor, nada mais do que oportuno uma prestação de contas para justificar os meses que o parlamentar “virou” executivo.
Se não fizer é melhor candidatar-se ao cargo de secretário de estado e não de deputado estadual.

Certo ou errado?  

terça-feira, 8 de abril de 2014

Muita calma nessa hora

Rodolfo Juarez
Está fechado um importante prazo para os que pretendem candidatar-se aos cargos públicos oferecidos nas eleições regionais e nacionais deste ano.
Para ser candidato aqui no Amapá é preciso que o candidato seja eleitor daqui do Amapá e filiado a um dos 32 partidos regularmente registrados no TSE. Então, este é o primeiro requisito que o eleitor que quer ser candidato identifique que tem.
Atendo a esses requisitos é preciso observar a sua condição atual, se não está exercendo qualquer cargo que tem o seu exercício incompatível com a condição de candidato.
Foi por isso que alguns gestores tiveram que deixar os cargos que estavam exercendo, em atividade executiva, no último dia 5 abril, para poder permanecer apto ao atendimento do registro de candidatura.
Mesmo nesse tempo, o eleitor que pretende ser candidato deve procurar o seu partido e apresentar-se, informando das suas vontades para que esteja na lista de candidatos que serão definidos nas convenções do partido entre os dias 10 e 30 de junho.
Toda a regra dessa escolha, através de uma reunião que se chama convenção, está definida no Estatuto do Partido, que deve ser a orientação de todos os filiados e, principalmente, dos candidatos, para que ele não tenha problemas e para que o partido o escolha e o apresente para a disputa.
É também nesse momento, que os candidatos devem ficar atentos e conhecendo todos os passos dos dirigentes partidários, principalmente o presidente e o secretário geral do partido, para que entenda as alianças e compreenda que deve defender a sua condição de candidato e dimensionar a sua capacidade de voto.
De nada adianta participar de uma eleição onde, de saída, se reconheça que suas chances são pequenas, a não ser que haja a impregnação do entendimento partidário e a confirmação de que os eleitos do partido continuarão partidários, tendo como objetivo, inclusive, o reconhecimento da contribuição que o candidato, não eleito, deu para o partido e para a coligação ao qual ficou vinculado.
A história tem mostrado que não tem repercussão partidária ou social, o fato de um filiado-eleitor candidatar-se apenas para ficar longe do seu trabalho ou do seu serviço, durante o período da campanha. Essa postura não contribui para o processo e muito menos para a formação política do militante partidário.
De nada adianta, também, aquele que pretende ter o seu nome apontado pelo seu partido, em junho, para ser candidato e sair por ai fazendo campanha desde logo. A fiscalização da Justiça Eleitoral está atenta, e com orientação, para barrar todos aqueles que fizerem campanha eleitoral fora do período definido na legislação.
Seria um desperdício de tempo, dinheiro e esforço, tentar burlar o processo eleitoral, imaginando que pode tirar vantagem ou “sair na frente”.
A hora, agora, é de avaliação partidária interna, conhecimento das regras da eleição, efetividade nas ações partidárias coligadas e muita calma para não ver o seu pedido de registro de candidatura negado pela Justiça Eleitoral.

domingo, 6 de abril de 2014

As plumas do cargo público

Rodolfo Juarez
Foi postado recentemente nas páginas no Facebook um dos programas exibidos no horário eleitoral gratuito da televisão, durante a campanha para prefeito realizado em 2012.
Vale a pena ver!
Não para avaliar o que o candidato diz, mas para medir o tamanho do compromisso que os políticos têm quando se manifestam na telinha, com o objetivo de conquistar o voto.
Parece que tudo tem coerência no que diz, se encaixa no que precisa e é o mais obvio procedimento que tomará, considerando, inclusive o seu comportamento anterior, no desempenho de outra função pública.
Lá na peça publicitária o que é dito tem tudo a ver com a cidade, com o município, e o interesse da administração e da população. Promessas que parecem perfeitamente factíveis, sem grandes dificuldades e que podem levar a resultados que coincidem com a vontade do povo.
Uma verdadeira manifestação de simplicidade pessoal e administrativa, colocando no colo do eleitor desesperado, de volta a esperança a qual já tinha esquecido há algum tempo e que nem mais acreditava que alguém lhe diria de novo.
Pois bem, foi-lhe dito de novo!
Mas só dito, só relembrado.
Passados 19 meses da promessa e 15 meses desde quando assumiu a administração, tudo aquilo que está na peça publicitária foi completamente negado no período, colocando o gestor no mesmo patamar do anterior, ou abaixo dele, considerando as circunstâncias atuais.
Nada do que foi dito pelo candidato se confirmou. E boa parte das promessas não dependia de mais ou menos dinheiro, dependiam de atitude, de demonstração de compromisso e, principalmente, da aproximação com a população?
Será que as plumas do cargo são as responsáveis pela mudança de comportamento e de ideia do administrador eleito?
Não é possível. A formação social que trazem e a preparação administrativa que fazem dão a impressão que serão barreira que evitariam o distanciamento do gestor dos problemas e da população.
Doutra forma, basta observar que até a roupa utilizada na campanha, identificando o candidato, foram abandonadas logo no dia seguinte àquele em que se conheceu o resulto do pleito.
Um exercício interessante seria o eleito e empossado no cargo executivo rever o que disse na campanha.
Quem sabe se, com essa medida, digamos elementar, ele não relembraria o que disse e tentaria, pelo menos tentaria cumprir uma partezinha do que prometera durante a campanha e perante boa parte da população eleitora.
Não pode ser planejado. Não pode ser resultado das dificuldades que são alegadas quando estão com a responsabilidade de resolver o problema. Seria muito simples e até desumano para com os eleitores, que se sentiriam enganados.
Há a hipótese de que os eleitores também sabem de tudo e gostam de ser enganado. Até agora ainda não conheço qualquer notícia que confirme essa hipótese, muito embora haja alguns indicadores que apontam para esse lado, mas são também os mesmos indicadores gerais da irresponsabilidade.
Uma certeza, entretanto, nos parece bem evidente. A de que no dia em que os administradores passarem a administrar e não fazer campanha, nesse dia eles ganharão mais confiança e terão melhores resultados.

Por enquanto, não passam no teste da verdade e da competência!