Rodolfo Juarez
Daqui a
menos de duas semanas começa a Copa do Mundo da Fifa. Um momento muito esperado
e também, muito importante para medir os desafios que o povo brasileiro está
disposto a enfrentar.
Dentro
do país foram construídas mensagens que viajaram o mundo, pregando uma situação
que nem os brasileiros conheciam.
Pelo
menos essa é a impressão que se pode ter daqueles que fizeram as primeiras
análises, ufanistas ao máximo, chegando a descaracterizar a alegria dos
brasileiros, acreditando os responsáveis que o povo está alienado e embebido
pela própria Copa.
Os
brasileiros, entretanto começaram a ver que estavam com um andor de barro nas
mãos e que, aos poucos, ele ia crescendo, chegando ao tamanho que o torcedor
desconfia que não pudesse aguentar devido o peso.
As
primeiras ordens para “parar para ver como está” vieram no ano passado, às
vésperas da Copa das Confederações, quando os brasileiros, de cara limpa na
maioria dos casos, foram para as ruas cobrar explicações.
As
explicações não vieram, os aborrecimentos aumentaram, os mascarados
aproveitaram a confusão para colocar nas mãos da força pública as
justificativas para os confrontos com as balas de borracha, spray de pimenta,
gás lacrimogênio, tudo com o objetivo de afastar as teses reivindicadoras dos
responsáveis pelas forças nacionais, que passaram a agir em nome da Copa.
O
Congresso Nacional foi acionado, as forças da justiça foram convocadas, as
elites do futebol foram refinadas e o que se percebeu como resultado dessa
mistura foi a blindagem de algumas pessoas dos temas centrais da copa.
A
mobilização urbana, mesmo a mais simples, passou a fazer parte dos cortes
devido ao deslocamento de verbas para a conclusão dos estádios, sempre mal
planejado com relação ao tempo de obra e precisando ser testado devido a sua
funcionalidade.
O
prestígio da presidente do Brasil foi diretamente abalado pelo disse-me-disse e
o resultado pode ser atestado nas pesquisas de opinião pública que mexeram na
tangência das curvas de medição apresentada pelos pesquisadores.
A
economia reagiu, a inflação se apresentou forte, os mecanismos de contenção
falharam e a intensidade da luta dos controladores passou a ser para conter a
bolha que se agiganta e faz o desequilíbrio do que estava mais protegido.
Esportivamente
a Copa do Mundo da FIFA não mudou em nada. Continuou com a mesma proposta do
dia do anúncio que vestiu de verde-amarelo o egoísmo do presidente Lula e sua
equipe.
Agora,
daqui a duas semanas, os últimos esforços serão feitos para acalmar a população
que já sabe que não vai assistir ao espetáculo, a não ser pela televisão, mas
de forma a não ter todas as informações.
Reconhece
o torcedor e o brasileiro de um modo geral, que a Copa do Mundo é feita para os
organizadores ganharem dinheiro, nem que seja parte do rico dinheirinho, suado
e que o ex-dono passou um mês inteiro para ganhar.
É por
isso que os discursos de algumas autoridades foram tirados de foco. A
providência é para que não se repita o que aconteceu na abertura da Copa das
Confederações, quando a presidente do Brasil e o presidente da FIFA foram
vaiados por longos cinco minutos.
Que o
superfaturamento já detectado em algumas das obras da Copa do Mundo da FIFA não
tenha corroído as entranhas da seleção, que tem tudo para ser vitoriosa, desde
que dela se exija dela apenas jogar futebol.