sábado, 31 de maio de 2014

Copa do Mundo

Rodolfo Juarez
Daqui a menos de duas semanas começa a Copa do Mundo da Fifa. Um momento muito esperado e também, muito importante para medir os desafios que o povo brasileiro está disposto a enfrentar.
Dentro do país foram construídas mensagens que viajaram o mundo, pregando uma situação que nem os brasileiros conheciam.
Pelo menos essa é a impressão que se pode ter daqueles que fizeram as primeiras análises, ufanistas ao máximo, chegando a descaracterizar a alegria dos brasileiros, acreditando os responsáveis que o povo está alienado e embebido pela própria Copa.
Os brasileiros, entretanto começaram a ver que estavam com um andor de barro nas mãos e que, aos poucos, ele ia crescendo, chegando ao tamanho que o torcedor desconfia que não pudesse aguentar devido o peso.
As primeiras ordens para “parar para ver como está” vieram no ano passado, às vésperas da Copa das Confederações, quando os brasileiros, de cara limpa na maioria dos casos, foram para as ruas cobrar explicações.
As explicações não vieram, os aborrecimentos aumentaram, os mascarados aproveitaram a confusão para colocar nas mãos da força pública as justificativas para os confrontos com as balas de borracha, spray de pimenta, gás lacrimogênio, tudo com o objetivo de afastar as teses reivindicadoras dos responsáveis pelas forças nacionais, que passaram a agir em nome da Copa.
O Congresso Nacional foi acionado, as forças da justiça foram convocadas, as elites do futebol foram refinadas e o que se percebeu como resultado dessa mistura foi a blindagem de algumas pessoas dos temas centrais da copa.
A mobilização urbana, mesmo a mais simples, passou a fazer parte dos cortes devido ao deslocamento de verbas para a conclusão dos estádios, sempre mal planejado com relação ao tempo de obra e precisando ser testado devido a sua funcionalidade.
O prestígio da presidente do Brasil foi diretamente abalado pelo disse-me-disse e o resultado pode ser atestado nas pesquisas de opinião pública que mexeram na tangência das curvas de medição apresentada pelos pesquisadores.
A economia reagiu, a inflação se apresentou forte, os mecanismos de contenção falharam e a intensidade da luta dos controladores passou a ser para conter a bolha que se agiganta e faz o desequilíbrio do que estava mais protegido.
Esportivamente a Copa do Mundo da FIFA não mudou em nada. Continuou com a mesma proposta do dia do anúncio que vestiu de verde-amarelo o egoísmo do presidente Lula e sua equipe.
Agora, daqui a duas semanas, os últimos esforços serão feitos para acalmar a população que já sabe que não vai assistir ao espetáculo, a não ser pela televisão, mas de forma a não ter todas as informações.
Reconhece o torcedor e o brasileiro de um modo geral, que a Copa do Mundo é feita para os organizadores ganharem dinheiro, nem que seja parte do rico dinheirinho, suado e que o ex-dono passou um mês inteiro para ganhar.
É por isso que os discursos de algumas autoridades foram tirados de foco. A providência é para que não se repita o que aconteceu na abertura da Copa das Confederações, quando a presidente do Brasil e o presidente da FIFA foram vaiados por longos cinco minutos.

Que o superfaturamento já detectado em algumas das obras da Copa do Mundo da FIFA não tenha corroído as entranhas da seleção, que tem tudo para ser vitoriosa, desde que dela se exija dela apenas jogar futebol.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Tapa na cara

Rodolfo Juarez
Os gestores públicos precisam entender o seu papel na sociedade ou, pelo menos, conhecer as suas atribuições no conjunto de atividades dos diferentes órgãos da estrutura dirigente montada por eles mesmos.
Não é possível imaginar que alguns desses gestores não se importem com os problemas que seus colegas estejam enfrentando, como se todos não tivessem responsabilidade pelo bem-estar da população.
O Estado do Amapá, paga bem para esses gestores.
A população faz um sacrifício sobrenatural para manter as condições desses gestores, sem reclamar dos tributos que paga proporcional ao que adquire e consome.
A esperança é de que, no conjunto, haja pelo menos uma expectativa de melhora e todos os problemas que possa levar a piora devam ser resolvidos e completamente anulados, para que a garantia mínima de estar, ir ou vir, seja percebido e usufruído pelo contribuinte-pagador.
O Estado precisa oferecer garantia para aqueles que decidem que o domingo é o momento para fazer as coisas diferentes, contemplar o que a vida oferece.
Ninguém desconhece que a orla de Macapá é um dos locais aonde as pessoas vão para contemplar o belo: seja o rio, seja a própria orla, seja ambos.
Pois bem!
O relaxamento natural dos visitantes, próprio daquele que está disposto a apreciar a vida, exige que tenha a segurança que paga à sua disposição.
Não está sendo assim. São comuns as cenas de furto, de roubo e de assalto, quando não de lesão corporal ou mesmo assassinato.
Os protagonistas são menores que sabem o que estão fazendo e se valendo dos equívocos dos legisladores que decidiram que furto, roubo, lesão corporal ou assassinato, para o menor, são punidos com a mesma pena.
Os menores infratores sabem, perfeitamente, que esses crimes, em tese e no caso deles, são crimes com a mesma pena, então arriscam até a extrema ação – a morte.
E para onde vão aqueles que queriam apenas namorar, contemplar, reanimar a alma e animar o corpo?
A lesão corporal praticada no final de semana na orla da cidade, às proximidades do Trapiche Eliezer Levi, quando um jovem, no começo da vida saiu ferido por causa de um assalto protagonizado por pivetes é uma afronta a capacidade funcional dos agentes públicos do Estado que são garantidores da paz naquela área.
Foi um “tapa na cara” do sistema de segurança, do sistema turístico e gestão estadual que, mesmo assim, se contentou com as providências policiais, muito embora saiba que essas providências não preveem nada, não garantem qualquer mudança e que só piora o conflito entre as pessoas.
Já passou a hora de mudar essa situação, mudar esse comportamento, essa parcimônia oficial. Enfrentar o problema é um dever de cada um daqueles que recebe do erário, sem qualquer atraso, o pagamento do que disse que estava disposto a fazer, que sabia fazer e que faria pela população.
Ora, que perspectiva é deixada para a população pelos órgãos oficiais, se o momento já está muito prejudicado?
Que confiança esse sistema demonstra?

O assunto é extremamente grave e está deixando a população, cada vez mais, com vontade de testar outros modelos.

terça-feira, 27 de maio de 2014

A grande chance

Rodolfo Juarez
Os agentes públicos não podem ser tão ruins assim.
É provável que haja, da parte de alguns, interesses inconfessáveis que cultivam uma “horta de problemas” interessados em criar confusão sem perceber a imensa responsabilidade de que foram investidos pelo povo.
Não é possível que o eleitor erre coletivamente e tenha “costas largas” o suficiente para receber a pecha de que não sabe votar, não sabe escolher e que, por isso, é o responsável pelo que de ruim acontece.
Esses premiados: governador, senadores, deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores, além daqueles que, mesmo não recebendo o prêmio do povo de forma direta, de forma indireta, ocupam os cargos de confiança nas diversas formas de administração do Estado, não têm respeitado o eleitor, pois bastaria uma breve verificação no número de votos que receberam na eleição para saber que é muito mais do que os minguados números que estão disponíveis para as passeatas, servir de massa de manobra, mesmo que seja para pagar as ocupações eventuais nos momentos de irresponsabilidade e de barulho.
Observa-se que essas pessoas não respeitam o eleitor, não respeitam o morador. Tomam decisões importantes sem ouvir ninguém, dão ordens a partir das torres dos mandatos para intervir na vida das pessoas e das organizações.
Esse ano, por exemplo, os eleitores estarão indo às urnas para escolher algumas das pessoas da sociedade para as quais vai entregar, por quatro anos, a sua confiança, a sua força, transferir o seu poder de decisão.
A eleição tem a possibilidade de distribuir os mandatos entre pessoas de diversos modos de pensar, de diversas maneiras de agir, desde que todos eles sejam pelo bem comum.
Quando o candidato ao mandato se inscreve para ser observado pelo eleitor, mostra-se de um jeito amoldado àqueles eleitores, depois, quando eleito, nem lembra mais o que disse ou o que, às vezes, de mãos postas, prometeu.
Nesse momento o eleitor é ofendido na sua confiança e, algumas vezes, ouvem a acusação de que “não sabe votar”. Essa observação é feita sempre por aquele que se candidatou e não logrou êxito na eleição.
Mas porque dizer que o eleitor não sabe votar?
O eleitor sabe votar sim. O que tem acontecido é que alguns candidatos são pessoas mutantes: quando na campanha é um; quando eleito é outro.
Então é o candidato que se acostumou a não cumprir o que prometeu ou a não exercer o papel que disse que estava pronto para exercer em caso de vitória.
O que se tem visto nos últimos anos, principalmente no Amapá, é esse descompromisso dos mandatários que preferem se alinhar a estranhos, às vezes adversários, ao invés de se aliara com o povo, exatamente aquele povo para o qual fez as promessas durante a campanha.
A grande chance de começar a resolver essa questão se repete de quatro em quatro anos e, agora, no dia 5 de outubro, mais uma vez o eleitor pode definir um novo rumo, fazendo novas exigências, algumas que possa brecar a irresponsabilidade daqueles que receberem o diploma em dezembro.
Quem pode mudar o rumo de tudo é o eleitor.
Não há como deixar-se abater pelas mazelas de agora, pois não dá para culpar a democracia pela oportunidade.

Quem sabe se isso não é um truque daqueles que não deram certo e que reconhecem as dificuldades quando até para ouvir a verdade.

domingo, 25 de maio de 2014

Os momentos decisivos

Rodolfo Juarez
As eleições de 2014 estão como primeira pauta da agenda dos políticos, muito diferente do que antes fora imaginado devido a cortina da Copa do Mundo.
Ao que parece a Copa da FIFA não está emplacando como imaginavam alguns administradores nacionais e muito dirigentes regionais, tanto que alguns deles tiveram que desistir do calçamento de sua candidatura em eventos da Copa, desaparecendo e buscando fôlego, desanimados pelas medidas anticopas que surgiram, objetivando sobreviver na política, como foi o caso do governador do Rio de Janeiro.
Pois bem, essa mesma ventania passou pelo resto do Brasil e, no Amapá, fez com que todos se recolhessem sem ter que alimentar a euforia de ninguém e, muito menos, ter que colocar lenha na fogueira da campanha.
Quem quiser chegar perto dos mandatos nas eleições de 2014, aqui no Amapá, deve falar muito pouco de Copa do Mundo e muito mais de outas disputas importantes, de verdade, para a vida das pessoas que moram aqui no Estado.
Mesmo assim, a campanha eleitoral só começa depois da Copa do Mundo, não porque os partidos políticos e os candidatos estejam pacientes para esperar o jogo decisivo, dia 13 de julho; ou para esperar os registros das candidaturas até sete dias depois do pedido de registro das candidaturas aprovadas nas convenções partidárias que avançarão até o dia 30 de junho.
Esse panorama favorecerá a quem?
Ninguém tem ainda essa resposta. Mas se pode garantir que o fracasso no futebol vai estar diretamente aliado ao fracasso nas urnas. Por aqui, principalmente, quando o futebol profissional de 2014 ficou muito murcho e foi punido pelos torcedores que não foram despertos para a competição mais importante do Estado.
Assim vai ser nas eleições.
Uma questão de lado, sem choro e nem lamentações. Se a seleção brasileira perder, o desconto do eleitor vem na costa dos candidatos que estão no poder, pois as cobranças interrompidas serão todas ampliadas devido os resultados que não vierem em campo.
O brasileiro espera e aceita, com reclamação, mas aceita: o aumento da inflação, o aumento dos juros, da falta de emprego, mas não está preparado para aceitar uma eventual perda da Copa do Mundo.
Houve muito oba-oba e a seleção atingiu o ponto máximo antes de começar o primeiro jogo da Copa. Isso além de ser ruim, vai exigir muitas quebras de princípios já consolidados.
Vai ser bom para o eleitor!
O eleitor-torcedor ou o torcedor-eleitor vai ter duas oportunidades para descobrir a verdadeira personalidade de cada candidato: desde aqueles que ficam naquele oba-oba, até os que imaginam que depois de eleitos podem fazer o que nem está na lei.
Para o Amapá vai ser bom o eleitor ter duas oportunidades, afinal são duas provas espetaculares e difíceis: uma no dia 13 de julho e outra no dia 5 e outubro.
O que não perde a importância é o resultado para nenhum dos dois eventos, principalmente o do dia 5 de outubro, quando poderá ser definida uma nova frente de dirigentes e representantes para o Amapá que tenha condições de colocar do avesso e na frente os interesses da população.

São poucos os que estão suportando o estado de dificuldades que foi escolhido para o Amapá. Como os dirigentes não se entendem e a corrupção continua vigorosa, o comportamento individual daqueles que servem ao que seria a relação de interesses dos que formam no mesmo time, a população e a administração, sem que para isso sustente a proibida senha de levar vantagem em tudo, ou de imaginar, que o público é privado. 

sábado, 24 de maio de 2014

O máximo da violência

Rodolfo Juarez
A violência é um assunto que precisa ser combatido com eficiência, persistência e conhecimento. Não se pode imaginar que violência derive ou sirva como principio para a segurança ou fundamento para a criminalidade.
A violência por si só deixa as suas marcas de forma profunda na sociedade e, grande parte dela é praticada por marginais sociais, mas também significativa parcela decorre da falta de atenção e cuidado dos administrados que não ouvem e muito menos interpretam o que quer dizer o povo.
Faz tempo que, por uma só voz o povo fala reclamando da manutenção de um ambiente social onde a desconfiança predomina e sempre cresce; e onde os agentes públicos responsáveis apenas justificam e nada fazem.
Tornou-se comum os estrategistas da defesa da sociedade, que são pagos pela própria sociedade para ocupar-se só com isso, colocarem a culpa na população quando usam, por exemplo, o aparelho celular em via pública, considerando essa ação, com se fosse uma provocação ao criminoso, uma espécie de desafio para os defeituosos de atitude.
Os ensinamentos públicos animam muito mais os infratores, que passam a ter o suporte indireto daqueles que estão se omitindo em agir na qualidade de provedor e, de certa maneira, sujeitos a serem responsabilizados pelo crime de omissão indireta.
Evoluir do furto para o roubo e dai para a lesão corporal e o homicídio é uma escalada que o marginal ou o desassistido social faz, às vezes como forma de se impor no grupo criminoso do qual faz parte.
Pois é assim que está funcionando.
Para o menor, tanto faz se ele comete um crime mais ou menos grave com relação à pena que ficará sujeito; mas para a hierarquia do grupo, quanto mais grave o crime, quanto mais covarde, hediondo, ou tenha a classificação que quiser mais poder o elemento passa a ter no grupo criminoso que imagina pertencer.
A morte da professora às proximidades da parada do ônibus, a duzentos metros do Quartel da Polícia Militar e a bem próximo do primeiro conjunto habitacional construído no Amapá, para onde os criminosos correram, é a demonstração de que a população está completamente desprotegida.
A ocupação preferida dos agentes públicos, principalmente daqueles que foram eleitos pelo voto do povo, passou a ser difamarem-se uns aos outros: desde os senadores aos vereadores; desde a presidente aos prefeitos.
Entre eles os corneteiros, responsáveis pela amplificação das mentiras, das falsas informações, da disseminação das notícias ruins, algumas verdadeiras, mas que não constroem e não animam ninguém.
Enquanto isso uma professora, de vida exemplar e irretocável, mãe e vó, é assassinada em plena via púbica, por menores de idade, em conflito com a sociedade, alguns por opção, mas a maioria por falta dela.
Infelizmente o fato não é um episódio único. Vem na cadeia progressiva do aumento da violência, tanto no gênero como na espécie.
Como classificar um crime desse porte e nessas circunstâncias?
É evidente que não pode ser apenas a classificação que consta do Código Penal. É um crime de todos os responsáveis contra uma dona de casa, uma profissional da educação, essa categoria que tem sido tão massacrada mas que sobrevive pelo ideal, pela conduta, sempre aprendendo para ensinar e ensinando para não ver os seus “meninos” ao desamparo maior do que aqueles que estão decididos a sair por ai, desvalorizando a vida deles e dos outros.
Essa mudança precisa ser feita e não vai ser alcançada no clima de ressaca e briga entre os poderes, para saber quem é mais ou quem é menos, como se isso importasse para a população.
Importa apenas para eles mesmos, que cada vez mais brigam por mais; cada vez mais, perdem a compostura, não servem de exemplo e nem percebem que deixam a população órfã de comando, esperando passar o tempo, na expectativa de que a próxima alternativa dê conta do recado.

 Enquanto isso as pessoas ficam sem seus bens, aleijadas ou mortas.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Ninguém confia em ninguém.

Rodolfo Juarez
De pouco adianta as lideranças políticas se apresentarem agora, sem cumprir os seus compromissos políticos, e pedir para que o eleitor ou o povo em geral, tome essa ou aquela providência, com objetivos de estancar um avanço ou desviar uma marcha sobre um assunto ou uma pessoa.
O que os dirigentes de partidos que se intitulam de esquerda, construírem agora, tem o contrapeso dos erros, da falta de conquista e do desgaste do governador Camilo, pois entre estes partidos está o PSB que é o partido do governador, candidato que pretende renovar o mandato nas eleições de 2014.
Se torna necessário que sejam avaliadas as consequências políticas e administrativas em frente a situação familiar; é importante que não seja deixado virar o pano da irresponsabilidade sobre quem não merece.
Há da parte de alguns, com receio de perder o “emprego” a disposição de manter uma luta onde o grande desgaste será inevitável.
No momento o Amapá precisa de pessoas que estejam dispostas a oferecer alternativas outras para satisfazer as necessidades da população e não, mais uma vez, ver as pessoas locupletar-se das reservas públicas como se fossem donas ou estivessem donas das receitas públicas do Estado.
É bom que todos avaliem serenamente e completamente a situação do Estado para depois, quando entregar a administração estadual, a representação federal e a representação estadual a outros agentes porque, dessa forma, só restarão as lamentações.
O tipo de luta que está sendo experimentado já não convence ninguém.
De que adianta dizer para a população que está com uma lista para receber assinatura, seja lá quantas, se existe uma lei federal que trata das regras do orçamento.
Orçamento público não é um assunto estadual. O orçamento público não é um assunto para ser tratado pelos deputados estaduais e o que acontece aqui no Amapá não se repete no resto do Brasil.
O orçamento é para ser cumprido por todos.
Aqui, por se tratar de uma comunidade pequena, esperançosa e que confia em seus “chefes” políticos, há uma espécie de barganha dos poderes para, espichando daqui, espichando de acolá, arrumar um maior número de recursos para esse ou aquele órgão, sem deixar claro para o dono do dinheiro, o povo, em que vai ser aplicado esse recurso.
A regra do “ninguém confia em ninguém” propicia comportamentos impensáveis, desgastes monumentais e perdas irreparáveis para a sociedade.
Os políticos não são aceitos para animar brigas! A não ser se for pelos seus “terceiros”.
Os que têm mandato têm a obrigação e o dever de, sem fugir dos limites da lei, serem construtores de uma nova sociedade.
As pessoas até esquecem que precisam confiar naqueles que escolheram, pois eles acabam criando tantos problemas que prejudicam a população que herda dívidas impagáveis, projetos que de nada servem.
Senadores, deputados federais, deputados estaduais, governadores e presidente da república vão enfrentar o eleitor em outubro e olham para traz se perguntando: o que eu fiz?
Claro que bate o desespero, afinal já acostumados a serem chamados de deputado, senador, governador ou presidente, imaginam-se no ar, sem paraquedas, mas sabendo que tem que descer.
E agora? Lembra nesse momento do que prometeu e não fez; o que podia ter feito e apenas falou?

terça-feira, 20 de maio de 2014

Sangrando até a última gota

Rodolfo Juarez
A recente “descoberta” de uma irregularidade que instada há muito tempo na esfera administrativa do Município de Macapá, pode ser que inicie um processo de aproximação da lei de tantos outros semelhantes que estão distribuídos por diversos setores da administração pública local.
Toda vez que se quer avaliar uma instituição lá se vão as equipes fazer o levantamento de quanto ganham os agentes públicos, funcionários ou servidores, colaboradores ou ocupantes de cargo de confiança, sempre encontrando, sem muito esforço, pessoas pagas com dinheiro público com valores acima daquele que seria o teto máximo constante das regras.
Sempre tem alguma justificativa, por mais imoral que seja, mas acobertada por uma “legalidade” disfarçada que vem fazendo com que o erário seja sangrado até a última gota, mesmo que apresente como consequência a falta de recursos para a saúde, a educação, a segurança pública, para melhoria da mobilidade urbana, entre outros.
Aquele que recebe sempre acha justo, perde completamente a medida do escrúpulo, muito embora sofra da chamada vergonha contida ou senvergonhice escancarada, pois, queira o não, sabe que será rejeitado e, se tivesse carapaça, dentro dela estaria todo o tempo.
Mas desta feita pode ser diferente e, por isso, pode ser que se inicie um processo de moralização ou equalização entre o poder de pagamento e o merecimento do pagamento entre o órgão público e os serviços que prestam.
Que serviço estaria valendo tanto se prestado por um agente público lotado na Câmara Municipal de Macapá e pago pela Prefeitura Municipal de Macapá; ou o contrário?
Que especialidade colocaria bons resultados para a sociedade que justificasse um recebimento mensal, por pessoa, superior a 67 mil reais?
O Município de Macapá tem condição de pagar, pelo menos um salário desse tamanho?
Pois bem, os dois órgãos municipais, a Prefeitura e a Câmara, apresentaram justificativas que não justificam nada, como se o arrecadado tanto para manter a Prefeitura como a Câmara de Vereadores de Macapá não fosse feito do mesmo contribuinte.
Fazia tempo que não se ouvia uma justificativa tão imbecil, como a que foi apresentada por cada um dos dois órgãos.
Onde se pode aceitar uma justificativa de que não pode deixar de pagar errado porque quem controla a folha é outro órgão?
Ora, a lei que orienta a todos nós, em todas as nossas ações, a Constituição Federal, diz para ninguém passar de um limite. Leis infraconstitucionais definem a proporcionalidade que devem adotar os máximos de vencimentos de salários.
Então não tem justificativa válida que driblem a Ordem Principal.
No caso a situação piora porque a Unidade Federativa é reconhecidamente carente de recursos e não pode esbanjar e, até, errar nos gastos eventuais e, além disso, passa por um momento delicado conforme pode ser observado pelas péssimas condições de manutenção que apresentam as suas vias, praças, escolas e unidade de saúde.
Os agentes do Judiciário Brasileiro estão preocupados com isso, com a demanda como essa, decorrente dos erros da administração pública que é levada para ser resolvida no âmbito do judiciário.
Mas, desta vez pelo menos, trata-se de uma questão de interesse geral e que está prejudicando a imensa maioria da população em troca da satisfação de um grupo de pessoas que vive perto de nós, usufruindo daquilo que é de todos.

O prefeito e seus auxiliares, o presidente da câmara e seus pares, poderiam ter evitado essa aberração, mas nada, até agora regaram essa irresponsabilidade com o suor dos que trabalham no Município de Macapá.

domingo, 18 de maio de 2014

Nas profundezas do esquecimento

Rodolfo Juarez
Este ano vai ser um “daqueles” para o eleitor.
Ainda bem que tem uma Copa do Mundo entre as convenções partidárias e o começo da campanha, mesmo assim as projeções não são nada agradáveis e os candidatos nos estados estarão, no início, ocupados em busca por uma posição onde possam ver e serem vistos pelos candidatos nacionais.
 No caso do Amapá, muito mais para ver do que para ser visto, devido a significação numérica que os nosso 448.622 eleitores representam para quem precisa de dezenas de milhões de votos.
Mesmo assim vai ser interessante!
Por aqui os 13 pré-candidatos ao governo só anunciarão alinhamentos na convenção e, apesar da fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral, mais uma vez e principalmente desta, as atas continuarão debaixo do braço, sem fechar, como se tornou comum e natural para os dirigentes.
Claro que isso é irregular. Mas a partir desse ponto os partidos políticos são assumidos pelos seus “donos” e, quando tem o dono e não tem o partido, esse “dono” espera, com se diz, até aos últimos minutos da prorrogação.
E o eleitor?
Será que o eleitor vai esperar de braços cruzados?
Será que esse eleitor não está pensando em dar uma volta nos candidatos acostumados a mentir?
Tomara que eles aproveitem a chance e se lembrem de tudo o que está acontecendo agora, seja na administração pública, seja na sua rua, na sua cidade ou com um parente ou vizinho seu!
Vai ter a hora do eleitor...
Isso está escrito. Ninguém sabe como, mas a impressão que nos passa cada um é de que esse ano vai ser diferente.
Eu não tinha muitas perspectivas com relação a esse pleito. Imaginava que isso poderia acontecer a partir das eleições para prefeito em 2016, mas o que tenho visto é um eleitor entendendo que precisa agir... E logo!
O fato é que os políticos e seus auxiliares, que voltarão a ser bonzinhos logo depois da copa, precisam estar com muita disposição pra ouvir poucas e boas do eleitor. Esses últimos anos foi de fracasso completo e as consequências estão com as pessoas e as cidades.
Ah! A cidade não é obrigação deste ou daquele governante.
É, sim.
A cidade é responsabilidade de todos. Afinal de contas os que não moram na cidade, nela vêm buscar o apoio para a sua vida, seja na escola, no posto médico, no hospital ou na maternidade. Mas vem para a cidade.
As ocupações são muitas, acontece que tem muitos políticos e mandatários que não querem assumir a sua parte. É por isso que os deputados federais e senadores têm dificuldades para se posicionar diante da população e escondem-se nos gabinetes refrigerados e, aqui e acola, falam alguma coisa que pensaram em fazer.
Muitas decepções podem construir uma barreira intransponível entre o eleitor e os atuais políticos e entre a população e aqueles agentes públicos que insistem em tirar vantagem da posição que ocupam em cargos efetivos.

Quero acreditar que ser trata de um pesadelo o que a população está vivendo, mas que passe logo e deixe nas profundezas do esquecimento, apenas para ser lembrado quando for para comparar outra vez.

sábado, 17 de maio de 2014

Olhares irresponsáveis

OLHARES IRRESPONSÁVEIS
Rodolfo Juarez
Apesar dos problemas que a organização da unidade estadual local passa o mais importante é falar dos reflexos desses problemas que, de forma impiedosa, está deixando desesperançado o povo dessa terra, desiludido pelas propostas que são utilizadas para resolver os problemas.
Não que as origens devam ser deixadas de lado, não declaradas ou declaradas ao sabor do humor ou do vento. Precisam ser combatidas, mas, agora, nesse momento, o que está mais perturbando é o ambiente a que a população está sendo levada pelas autoridades, onde pouca coisa é pura. A imensa maioria está viciada, desprovida da verdade e serve de calço para aqueles que precisam dizer alguma coisa e não tem nada para dizer.
Macapá, como Santana, Laranjal do Jari ou Pracuuba - como de resto todos os aglomerados urbanos locais -, estão abatidos por uma nuvem de desleixo que transforma esses núcleos em grupos sociais desassistidos, desprotegidos e que têm que lutar muito para não perder a identidade e a motivação.
Os gestores municipais estão esperando que a população se acostume com a sujeira, a imundice e a ouvir justificativas sem fundamento.
Já sociedade já percebeu que os seus representantes estão os está representando. Já percebeu, também, que os gestores não estão gerindo o patrimônio comum na direção da justeza e da justiça.
Todos os dias são anunciados problemas sociais, urbanos e aqueles advindos da relação de confiança.
A população está perdendo a paciência e por aqui não tem a desculpa da copa. Passamos longe, muito longe dos anúncios feitos na base do sonho que apontava Macapá, por exemplo, como um ponto de apoio para a delegação de um dos 32 países que vêm para a disputa futebolística.
Nem conseguiram usar o lado bom da competência para valorizar a estada do troféu da Copa do Mundo da FIFA, deixando que ela por aqui passasse sem que o povo tivesse a oportunidade de reverenciá-la.
Nossas cidades estão atingindo categorias que não são previstas nos manuais e nas normas nacionais. Nenhuma das cidades, nem mesmo a capital, tem recebido o tratamento, rigorosamente pago pelo o contribuinte para que os administradores e seus auxiliares cuidem dela.
Não há um plano de contenção da derrocada. Parece que os gestores desistiram das cidades, enquanto o tempo, inexorável, vai fazendo a sua parte, mostrando os pontos que precisam ser recuperados antes de serem totalmente destruídos.
Ruas, avenidas, meio fio, linha d’água, calçada, limpeza pública, água, esgoto, transporte coletivo, atendimento social, praças, parques, jardins, canais, rios, orla, rodovias, iluminação pública e mais uma série de problemas estão imponto uma fragorosa derrota a um time defensivo, fraco e sem inspiração para mostrar reação.
São muitas as formas que os administradores utilizam para enrolar o contribuinte que, já percebeu que o fraco resultado tem muito a ver com desempenho, competência e, até, interesse.
Tem muita gente apontando o seu dedo para a cara dos outros e nem percebem que os outros estão fazendo a mesma coisa.
Há uma busca permanente pelo poder, pelo voto, nem que para isso tenha que ser mentiroso, cara-de-pau, ou corrupto.

Esse é o memento para o trabalho, para buscar resolver os problemas e não para alimentar discussões que levaram o Amapá ao ponto que está e deixa-lo continuar, descendo a ladeira, sob os olhares dos irresponsáveis gestores.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

O eleitor tem a última palavra

Rodolfo Juarez
Já este mês tive oportunidade de demonstrar, em um artigo, escrito aqui mesmo, alertando de que o Estado do Amapá se encontrava em risco.
Encontrava-se em risco, naquela época, e continua em risco agora!
Os órgãos estão rachados entre si. Executivo, Legislativo e Judiciário não se entendem; Tribunal de Contas não serve de apoio e o Ministério Público Estadual funciona mais como agente provocador e disseminador de problemas, do que o agente fiscal do cumprimento das leis que servem para todos.
A vontade de governar o Estado ou permanecer como governador está destruindo a capacidade organizacional daqueles que recebem a incumbência de governar o Amapá que, ao contrário do que alguns fazem questão de propagandear, é viável e tem um povo que não exige tanto.
Afinal de contas aceitar justificativas para a situação da saúde, da educação e da segurança que a população do Amapá experimenta é a demonstração de que nenhum povo confia tanto nos seus governantes como o amapaense.
Acontece que os governantes não têm merecido essa confiança, mesmo assim sempre demonstra a população que confia no jeitinho e na capacidade de entendimento que imagina ter os dirigentes.
Uma situação, entretanto, é comum entre aqueles que já governaram e querem governar o Amapá: não gostam da verdade!
Para eles a verdade é a deles!
Um erro que não tem sido perdoado por ninguém.
Acostumaram a governar sem plano, a gerir sem objetivos, a seguir o caminho exclusivo da política, onde o voto “da próxima eleição” é o que interessa, mesmo que tenha que ser comprado.
E agora.
Como controlar a corrupção?
Se não fizer isso ninguém escapa. Todos irão para a vala comum. Gritando por justiça, mas não escaparão daqueles que, continuam falando em nome da moralidade e da ética púbica, escapando para ir por último, mas vai também para a vala.
Ninguém pode esquecer de que é o povo que tem a última palavra.
Os poderosos, ou os que assim se sentem, precisam compreender a importância da honestidade, assegurar - para todos -, a confiança na justiça, mas saber que todos precisam de um líder. E esse líder vai aparecer.
Seria muito mais fácil para aqueles que já detêm o poder, entretanto, para que isso aconteça precisa que essa pessoa tenha uma nova leitura da realidade, um novo comportamento e compreenda que além dele tem muito mais gente para ser feliz, para viver melhor, para gritar, saudar e declarar a sua vontade de viver.
É possível que a deriva em que se encontra o Estado seja o resultado da sensação de desconfiança que todos pregam em cada um.
Pode ser porque ainda não houve a separação entre o que é público e o que é privado, para aqueles que teriam que fazer isso.
Muitos são culpados, mas, infelizmente, poucos pagarão o preço da culpa!
Falta humildade e, também, falta autoridade para aqueles que se arvoram ao trabalho sem estar preparado para ele.

É preciso haver compreensão, entendimento dos novos tempos e acabar com a fantasia, encarar a realidade, para o bem até de quem vir a ser derrotado. 

terça-feira, 13 de maio de 2014

Agora quem está com a palavra é o eleitor

Rodolfo Juarez
O Tribunal Superior Eleitoral, através dos tribunais regionais eleitorais, divulgou no final da semana passada os números nacionais e regionais de eleitores que estarão aptos a votar.
Toda a movimentação feita no Amapá, devido ao tamanho do contingente de eleitores e o pequeno número de municípios, passou por uma prova que constava da revisão cadastral de todo o eleitorado, com a modificação da identificação do eleitor na hora de votar, buscando, naturalmente, consolidar a confiabilidade das urnas eletrônicas em um ambiente totalizado de uma unidade da Federação.
As autoridades do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá aproveitaram o momento e se propuseram a tal feito.
Conseguiram alcançar as metas do desafio, em torno de 80%, recadastrando e criando condições para a identificação biométrica de todo o eleitorado que havia votado em 2010, a exceção do eleitorado inscrito no município fronteiriço de Oiapoque, que já vinha apresentando dificuldades no registro de presença de eleitores no dia das votações, com abstenções que já ultrapassavam 35%.
Seria o local de maior problema, nada que não pudesse ser resolvido com uma das justificativa padrão daqueles que moram no norte do Brasil, como: dificuldade de acesso, vivência nômade, proximidade dos garimpos, um curso diferente para a economia e, em consequência para as famílias, questões todas de fácil anotação nos trabalhos de migração e emigração próprio da região e das pessoas que estão sempre em busca de “aventura”.
O fato é que as autoridades do TSE também vivem de estatísticas e essa era uma boa delas para motivar as partes nacionais com mais condições, mas com muito menos disposição.
Os números a serem confirmados ou batidos estavam nos registros das eleições de 2010 e apontavam que no Amapá, em outubro daquele ano, estavam aptos a votar 420.331 eleitores nas zonas dos 16 municípios do Estado do Amapá.
Ao final dos trabalhos, no dia 7 de maio, depois de serem ultrapassadas datas como “definitivas”, a exemplo da do dia 29 de novembro de 2013, finalmente chegou o trabalho foi dado como concluído e conferido um total de 448.622 que estarão aptos a votar em outubro.
Macapá, com 263.593 eleitores é o município que, em duas zonas, registrou o maior número de eleitores. Representa 58,76% de todo o eleitorado amapaense; Santana, com 66.034 eleitores, concentra 14,72% do eleitorado, fazendo com que os dois municípios, abriguem quase ¾ do eleitorado de todo o Estado.
Pracuuba (0,54%) e Serra do Navio (0,69%) abrigam os dois menores colégios eleitorais do Estado, sendo que os dois municípios, juntos, tiveram habilitados pouco mais de 5.500 eleitores.
Com o recadastramento a tendência é haver uma queda no índice da abstenção que se repetia em torno de 15% nas eleições regionais. Espera-se para as eleições de 2014 uma abstenção em torno de 12%.
O cenário de candidatos é que não apresentará alterações significativas, muito embora seja esperada alteração mais importante entre os nomes eleitos.
As eleições proporcionais, que dependem ao número de votos das unidades partidárias, ou seja, dos próprios partidos que concorrem “solteiros” ou das coligações construídas pelas dirigentes partidários, tem elevado o quociente eleitoral que, para deputado estadual deve ficar em torno de 16 mil votos e para deputado federal, em torno de 48 mil votos.

De agora em diante a bola está com os eleitores para contribuir na construção de um Estado saudável, sem brigas e sem intrigas.

sábado, 10 de maio de 2014

Está na hora de baixar a bola.

Rodolfo Juarez
O enfrentamento que importantes órgãos do Estado resolveram protagonizar está prejudicando o resultado das atividades desses órgãos no desenvolvimento da máquina pública do estado, pelo desafio que fazem à população que, atônita, vê tudo acontecer com vontade de intervir, mas vendo que os mecanismos republicanos que lhes são colocados à disposição não serem eficientes para combater os erros.
Apesar do combate mais acirrado e sem trégua se verificar entre o Ministério Público e a Assembleia Legislativa ou entre membros desses dois órgãos, todos são, ao final, muito prejudicados na confiabilidade com a sociedade que é sacrificada pela falta da eficiência nos resultados naturalmente esperados pela população.
Os principais reflexos desse enfretamento sem fim são distribuídos entre os demais órgãos do Estado e, em última análise, prejudicam os serviços que são prestados à população.
É assim que o Poder Executivo, o Poder Judiciário e o Tribunal de Contas se vêm diretamente envolvido, mesmo por aqueles que se negam a aceitar que a crise está instalada na administração pública estadual com fortes ramificações para as administrações municipais que sentem falta dos instrumentos de apoio e são exigidos em questões para as quais não podem contribuir positivamente.
Pode ser por isso que a população não poupa a administração do atual governador das baixas avaliações, mesmo querendo reconhecer os serviços que presta; pode ser por isso que, até agora, o Tribunal de Contas não teve devolvidos os seus conselheiros para trabalhar e ganhar, por enquanto apenas recebem do erário; pode ser pois isso que os problemas se cravem no coração do Tribunal de Justiça, colocando juízes contra desembargadores e desembargadores contra juízes, em um disputa inglória e descabida.
Uma porção de problemas está instalada nas organizações públicas locais, movidos muito mais pelo tamanho do egoísmo de cada dirigente ou protagonista do que pela necessidade para qual foram escolhidos ou eleitos.
Enquanto isso a população vem sendo o depositário de muitos problemas, a maioria distribuída por toda ela, sem dispensar ninguém, mesmo aqueles que, no momento, sentem-se protegidos por capas transparentes e intransponíveis.
É hora de baixar a bola!
A eleição regional não pode mais ter o seu dia contaminado por informações falsas, produzidas nas usinas da maldade e covil das mentiras.
A hora é de pensar na população, em cada uma dos mais de 700 mil habitantes desse estado e imaginar que há um passivo social que não pode mais ser mantido afogado, sem respirar e, ao contrário, precisa ver seu coração ativado, ganhando fôlego para enfrentar as dificuldades próprias das condições, cada vez mais insalubres, que são deixados para a população.
O tempo que se gasta para administrar as brigas entre os componentes dos diversos órgãos públicos do Estado precisa ser reservado para equacionar os problemas que são mostrados, todos os dias, pela população e que são atribuições indelegáveis das autoridades ocupadas em deszelar pela qualidade de vida.
Apesar de ser fácil imaginar que o mundo que queremos é fácil dele dispor, na realidade, está sendo muito difícil até criar as condições para que um mundo desse tipo seja conquistado.
Todos precisam ter seus objetivos voltados para o interesse comum, deixado os interesses individuais e a demonstração de importância ou força, para aqueles doentes e que estão sempre dispostos a fazer da luta inglória o seu objetivo.

Precisamos voltar ter comportamento compatível com as necessidades comuns e não com as necessidades pessoais, mesmo que para isso tenhamos que voltar a ser comparados a pessoas que pensam.

De cócoras

Rodolfo Juarez
Abriram-se as cortinas e a plateia pode ver a realidade de um espetáculo dantesco com as ordens de direção e produção sendo dados por diretores e produtores vindos de fora e que se valiam dos componentes - donos do teatro -, para fazê-los ficar na mais das vexatórias posições: de cócoras!
Todos em um canto do palco, indefesos, faziam da sua própria casa um ambiente que não lembrava a imponência e a importância que devia ter. Através deles mesmos, dos que ali estavam para fiscalizar e dar a última palavra havia a autofagia e ainda defendiam os algozes, completamente tomados pelo feitiço a que estavam submetidos.
Quem tinha que mandar, era mandado; quem tinha que fiscalizar, era fiscalizado; todos os seus sons estavam abafados pelos sons das vizinhanças.
As portas da frente completamente fechadas, reservadas apenas para receber as más notícias, deixar entrar os agentes policiais, chefiados por delegados com das mais diferentes representações, em busca de malfeitos ou de feitos maus, alguns patrocinados e outros plantados.
Nenhum deles pretendia deixar dúvidas quanto a vontade de errar daqueles que ali estavam, mesmo que lá estivesses por ordem do povo ou por necessidade do órgão. Não deixar ninguém de fora era a ordem.
O espaço estava reservado para ser ocupado pela mente de outros muito embora no corpo daqueles atores aterrorizados, atemorizados, cheio de medos e sem qualquer disposição para reagir à altura da agressão ou, mesmo, para manter a dignidade.
Despois do reconhecimento e a verificação de que a maioria se conformava em continuar assustada, de boca fechada e sem reação, até os comunicadores mais desprestigiados, resolveram eliminar a última faixa de respeito necessário e que deve fazer parte da armadura de cada um.
Com a maioria de cócoras, quase todos despidos e completamente dominados, o plano de desmoralização continuava, imaginando que desmoralizar uma parte do todo nada influencia no todo.
Ledo engano!
As questões foram piorando, as relações de respeito acabando. A confiança teve atestado de óbito expedido. Quase nada restava!
Quando a desmoralização tentada foi considerada alcançada, que toda a estrutura estava deteriorada, todo o alicerce comprometido e quase todos padeciam da mesma doença – a desmoralização.
Só havia um jeito: tentar impor a disciplina pelo grito e pela desinformação. Uma orquestração precisava ser montada para a defesa de todos, mesmo assim ninguém estava livre do sacrifício.
Todos pagariam caro pela imprevidência e falta de visão.
O resultado já era medido e conhecido por todos. Quase nada restava para fazer e de pouco adianta espernear dentro de casa ou sair por ai gritando, querendo que todos o ouçam, mas ninguém quer mais ouvir.
A credibilidade passa a ser chamada como convidada. Clamada para não ser esquecida. Xavecada para não ser debochada.

Os resultados desastrosos só serão recuperados quando os deputados estaduais do Amapá se colocarem em pé, falarem de frente, impuserem a ordem, afinal eles são os representantes do povo no ambiente republicano.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

O Estado do Amapá está em risco

Rodolfo Juarez
A repercussão do artigo “Fragilização do Poder Legislativo Estadual”, publicado no começo da semana, me impressionou pela forma como os leitores se posicionaram e se dispuseram a colaborar, mostrando outros pontos que prejudicam o desenvolvimento local e a administração pública estadual.
Nenhuma das partes do artigo teve qualquer pretensão científica, mas todas elas foram analisadas em diversas vertentes interpretativas, desde as mais afloradas até aquelas que funcionam como artérias internas de irrigação da ciência.
O fato é que se trata de um assunto complexo e que se experimentar tratá-lo sem levar em consideração parâmetros obrigatórios, pois, quase todos eles, permeiam todas as etapas da administração pública de um Estado.
O esforço para dividir corretamente as atribuições das exigências da administração dos interesses de uma coletividade, não dispensa, em nenhum momento, a participação do órgão encarregado para fazer o controle funcional externo do conjunto, seja no aspecto técnico, seja no aspecto político.
A Assembleia Legislativa é o órgão do Estado que tem a atribuição de exercer a função controladora dessa gestão pública, definindo o padrão político e apresentando as regras técnicas do controle funcional, esta etapa através do Tribunal de Contas do Estado.
A insegurança administrativa, demonstrada pela inexperiência dos agentes escolhidos pelo povo nas conturbadas eleições de 2010, principalmente devido às consequências da Operação Mãos Limpas, mostrou-se favorável para aqueles que precisavam conter o sua particular incerteza.
Essa percepção, que pode ser decorrente de ações involuntárias, começou a deixar marcas que, aos poucos, foram sendo apagadas pelo dinamismo da administração pública, que precisava ter respostas urgentes daqueles que não estavam preparados para dirigir o interesse público.
O defeito havido em uma dos órgãos do Estado precisava de um tapume para não ser visto claramente, pelo órgão responsável pelo controle funcional estatual, no caso a Assembleia Legislativa, formada por 24 deputados.
Os deputados não perceberam o que estava acontecendo e, aos poucos, foram sendo dominados, sob as mais diversas alegações: desde a fidelidade político-partidária, até às acusações individualizadas de improbidade.
Foi criado o clima de completa confusão administrativa, aquele onde ninguém respeita ninguém. Incentivado por todos, pois, assim, favoreceria aos interesses particulares de cada qual e a população ficaria “chupando o dedo” sem ver os seus interesses trabalhados e equacionados.
Mesmo com o caos na saúde, as greves na educação, o aumento na criminalidade e a falta do avanço nos projetos de infraestrutura, tudo parecia estar bem e nada era discutido pelos “representantes do povo” cada vez mais submissos e cada vez mais atacados.
Os deputados passaram a ter medo de tudo, mas mesmo assim, autorizaram empréstimos bilionários, não fiscalizaram a instalação das hidrelétricas no Amapá e ainda deixaram, em tempos de crescimento de receita orçamentária, baixar o percentual de transferência para o Poder Legislativo.
O resultado mostra conselheiros do tribunal de contas e deputados estaduais afastados e outros agentes públicos investigados ou processados.
O Estado devendo como jamais deveu durante toda a sua existência, governador com baixa aceitação popular, população reclamando todos os dias de diversos serviços, dificuldades para todos os lados.

O Estado do Amapá está em risco!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Fragilização do Poder Legislativo Estadual

FRAGILIZAÇÃO DO PODER LEGISLATIVO ESTADUAL
Rodolfo Juarez
Está terminando a atual legislatura estadual e, seguramente, deve entrar para a história do parlamento local como uma das mais improdutivas na comparação com as demais já havidas.
As intervenções externas e a aceitação passiva dos deputados pode revelar um caminho para nunca mais ser percorrido.
A desmoralização foi buscada todos os dias e se não houvesse uma história para ser contada de um passado recente, certamente não se entenderia o papel dos deputados e a função da instituição.
Houve uma espécie de aceitação dos deputados à situação do sai-não-sai de membros da parte mais importante da Casa, a Mesa Diretora.
Fragilizar a Mesa Diretora da Assembleia é mesmo que faltar leme para guiar o barco. Com a fragilização foi-se a importância e começaram as explorações, por terceiros, dos caminhos proibidos, mas que constituem alternativas para a direção do próprio Estado.
A divisão do Estado em órgãos exige que as ações públicas sejam complementares. Não é uma exigência apenas da constituição estadual, mas uma exigência da composição do Estado.
De nada adianta se ter os outros poderes ativos, livres para fazer o seu papel, se, em um deles, não há comando legítimo, verdadeiro, completo. Todos sentem falta da estrutura do Estado que, assim, não está completa e, pior, tem uma “porta” estraçalhada, sem proteção e com fumaça indicando que tem focos de “incêndio” e que precisa ser combatido a cada momento.
Os próprios deputados ficaram sem saber o que fazer.
Não tinham a quem fortalecer na própria Assembleia e corriam atrás de lideranças outas, aquelas que lhes servia pessoalmente, não para resolver questões de interesse da população, mas aquelas que serviam à oportunidade que se apresentavam.
Ninguém queria ser responsável por nada!
Será que ficou melhor assim para o parlamento estadual? Para o povo que havia escolhido aquelas pessoas para representa-las?
Claro que não, a fragilização do poder interessava, em alguns momentos, a outros poderes, também órgãos do mesmo estado, que se aproveitavam da fragilidade do parlamento para tirar vantagem.
Em seguida percebia que por maior que fosse a vantagem, não supria contar com um parlamento forte, coisa que sempre esteve muito longe nessa legislatura.
Ainda bem que vai acabar!
Faltam ainda 8 meses. Tem muita coisa para fazer, inclusive uma campanha eleitoral, quanto todos os deputados indicam que estão com vontade de renovar o mandato.
Tomara que não tenham se acostumado com o poder fragilizado. Tomara que estejam dispostos a compreender que estão representando o povo e que não vão se submeter a esse jogo de entra-e-sai nos principais cargos de comando do Poder Legislativo Estadual.

Da mesma forma como os eleitores terão cuidado na hora de eleger os seus representantes, é necessários que os outros agentes públicos dos outros poderes, também percebam o quanto é ruim, principalmente para o povo, um órgão estadual fragilizado, com seus membros atacados e com o seu trabalho sufocado.