sábado, 28 de fevereiro de 2015

A nova geração.

Rodolfo Juarez
Na opinião do desembargador Luiz Carlos que recentemente foi aposentado compulsoriamente, tem uma tese de que a sua geração, que também é a minha, cumpriu o seu papel quando tiveram que gerenciar os interesses do Amapá.
Uma tese que não é solta e está sustentada em evidências que podem ser marcadas fisicamente e, também, intelectualmente.
Os compromissos daqueles que tiveram nas mãos decisões importantes sobre o Amapá era evidente, com cada qual se completando, mesmo considerando as poucas exceções para que a regra se apresentasse dominante, altaneira e com a preocupação de dar ao “amanhã” condições melhores do que “aquelas que tinham hoje”.
Foi assim que se dotou o Amapá da infraestrutura necessária para receber o Estado, com a construção dos prédios que iriam abrigar os poderes e se treinou o pessoal para desenvolver os planos, programas e projetos que seriam exigência para que não houvesse retrocesso ou arrependimento da população, grande foco dos gestores daquele momento no Amapá.
Mesmo assim havia as correntes contrárias, muito mais pelo medo da mudança do que pela novidade que se aproximava.
Os intelectuais foram, aos poucos, aderindo a tese de que não havia como o Amapá continuar como “filhinho” da União, sem crescer, sem tomar as suas próprias decisões, muito embora alguns quisesse isso naquela época, com receio de perder o que havia conquistado nos anos de Território Federal.
O desembargador, que viveu todas as questões políticas e institucionais que formavam o Amapá desde o seu nascedouro, não tem dúvidas quanto a nomes, procedimentos e condições.
Mas faz um alerta!
Está observando que a geração atual não apresenta todo aquele compromisso técnico que foi decisivo na orientação da criação do Estado do Amapá. Está retraída e com poucos líderes que possam servir de guia.
Entendo que o desembargador tem razão. Principalmente ele que viveu todos os bons e maus momentos do Território Federal, que foi um instrumento importante para a consolidação de toda a preparação para que o Amapá fosse o que é hoje.
Se não é como ele mesmo imaginou, tenho certeza que ele tem algumas das chaves que podem abrir as portas que se fecharam por descuido de todos nós, ocupados com novas missões ou confiantes naqueles que precisavam de liberdade para fazer a sua parte criativa.
O desembargador Luiz Carlos, depois de deixar as preocupações de suas ocupações mais recentes, está avaliando o Amapá e afirma que já disse para seus filhos que agora é a vez deles, pretendendo que essa mensagem seja também daqueles que, junto com ele, participaram dos momentos de lutas e conquistas dessa parte do Brasil.
Uma questão que me parece lógica...
Como o Amapá, com tanta escassez do capital intelectual, principalmente do capital intelectual experimentado e que deu certo, pode deixar escapar, sem de ele obter as orientações que só ele tem.
Os outros que já venceram a primeira parte do compromisso, não podem pensar que esse compromisso era apenas essa parte. Estão no mercado, desperdiçados pela sociedade, vivendo as suas vidas, sem a provocação de continuar servindo à valente população desse Estado.

Que tal os dirigentes atuais ouvir o que tem a dizer o desembargador e seus colegas que prepararam o Amapá para ser Estado?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Carnaval 2015 - Resultados

MACAPÁ
Piratas da Batucada vence o Carnaval de 2015 do Grupo Especial
A Escola de Samba Piratas da Batucada venceu o carnaval amapaense de 2015 depois de somar 179,8 pontos na apuração realizada no final da tarde da quarta-feira de cinzas.
A Universidade de Samba Boêmios do Laguinho ficou com o vice-campeonato (178,3 pontos), seguido de Maracatu da Favela (178,1), Piratas Estilizados (177,8), Unidos do Buritizal (177,8) – o desempate foi nos critérios estabelecidos pela Liga -, Cidade de Macapá (176,5) e em sétimo e último lugar, a escola Império da Zona Norte com 176,2 pontos.
Piratas da Batucada foi campeã com o enredo “Quem conta um conto, aumenta um ponto”, fácil de entender e muito bem distribuído na avenida, deixando todos satisfeitos com o desfile e, principalmente, após a apuração das notas, com o titulo de Campeão do Carnaval 2015.
Piratas da Batucada foi a penúltima escola se apresentar no domingo, dia 15, segundo dia de desfile das escolas no Sambódromo.

Solidariedade vence o Grupo de Acesso e ganha o direito de estar no Grupo Especial em 2016.
A escola de samba Solidariedade conquistou pela quarta vez o título do grupo de acesso do carnaval amapaense. O resultado foi divulgado na quarta-feira, dia 18, durante apuração no sambódromo de Macapá.
A agremiação levou para avenida Ivaldo Veras no sábado (14) a trajetória de vida do desembargador Gilberto Pinheiro, do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap).
A Solidariedade  alcançou a nota 175,7. A segunda colocada foi a escola Emissários da Cegonha com 175.3 pontos.
A última colocação ficou com Império do Povo, com 156.2.  Além do título, a Solidariedade conquistou uma vaga para concorrer no grupo especial, em 2016.
A agremiação do bairro Jesus de Nazaré, da Zona Central de Macapá, contou no sambódromo a trajetória de vida do desembargador Gilberto Pinheiro, do Tribunal de Justiça do Amapá. A escola buscou a estratégia de iniciar o desfile em ritmo lento, mas acelerou o passo após trinta minutos de tempo corrido.

RIO DE JANEIRO
Deu Beija-Flor pela 13.ª vez no carnaval do Rio de Janeiro
A escola de Nilópolis, na Baixada Fluminense, resgatou neste carnaval a exaltação da cultura e a alma africana, tema que já deu à azul e branca vários campeonatos, inclusive este de 2015.
Foi a terceira escola a entrar na Sapucaí no segundo dia de desfile das escolas do Grupo Especial do Rio, a Beija-Flor defendeu o enredo: "Um Griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade".
Com o título de 2015 a Beija Flor chega ao seu 13.º título no carnaval carioca, e optou mais uma vez pelo luxo e tradição, sem recorrer a grandes inovações ou recursos tecnológicos, apostando na perfeição técnica e na empolgação dos seus integrantes apaixonados para esquecer o 7º lugar do ano passado.
Embalado pela voz única e marcante de Neguinho da Beija-Flor, que neste ano completa 40 anos de escola, o samba-enredo foi ponto alto e ajudou a manter a empolgação dos 3.700 componentes, que vieram distribuídos em 42 alas, 7 carros e 1 tripé.

SÃO PAULO
Vai-Vai vence o carnaval de São Paulo
A escola de samba Vai-Vai venceu o carnaval 2015 em São Paulo. A taça foi conquistada com uma virada no quesito evolução, último da lista. Até a abertura dos quatro envelopes finais, a Mocidade Alegre liderava, mas terminou em segundo com 269,6 pontos. A campeã somou 269,9.
Foram rebaixadas Mancha Verde, com 267,9 pontos, e Tom Maior, com 267,7. A Mancha Verde celebrou o centenário do Palmeiras. Já a Tom Maior defendeu o enredo "Adrenalina".
Penúltima a entrar no Anhembi, a Vai-Vai fez um tributo à cantora Elis Regina, que completaria 70 anos em 2015. A vice Mocidade, fez uma homenagem à Marília Pera.

No Grupo de Acesso, Unidos do Peruche levou o título. Ela sobe para o Grupo Especial acompanha da Pérola Negra, vice-campeã. A escola de samba Tricolor Independente foi rebaixada.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Tiro no pé

Rodolfo Juarez
A primeira semana dos novos parlamentares federais, seis deputados federais e um senador, foi cheia de mimos e de afagos. Afinal todos eles estavam convocados para eleger os membros da mesa que administrará os poderes da República legiferante durante os próximos dois anos.
Dependendo dos votos dos parlamentares da Câmara Federal, estavam os candidatos a ser o terceiro na linha de sucessão na Presidência da República e, além disso, muitas tomadas de decisão que dependem exclusivamente do Presidente da Mesa Diretora da Câmara Federal.
Depois da surpresa do principal partido do Governo, o candidato de oposição, mesmo sendo do PMDB, venceu as eleições e definiu prioridades que não foram antecipadamente combinadas com o Planalto.
Na outra Casa Federal, o Senado da República, os opositores à situação, apesar de apresentarem um candidato considerado bom para presidir o Senado, veio o candidato da situação, que já ocupava o cargo, e com a força da máquina estatal conseguiu vencer as eleições, permanecer no posto, muito mais para dizer “sim senhora” do que para mostrar independência com harmonia.
Mas esse é o jogo político que se instalou e quer ficar por muito tempo, independentemente do que foi dito nas ruas pelos candidatos e respondido nas urnas pelos eleitores.
O Brasil está passando – tomara que seja passando – por uma fase ruim, onde o crescimento projetado para este ano é zero, a inflação alta, aumento do imposto descontrolado, escalada dos preços sem freio e o desemprego, entre outros pontos, correndo para índices indesejados.
Tomando por base o que aconteceu na primeira semana no Congresso Nacional em Brasília, ninguém sabe do futuro de ninguém. De repente uma reviravolta pode arriscar todas as conquistas e os aloprados serão citados apenas nas linhas dos livros de história e não como referência para aqueles que os estarão substituindo no comando do Brasil.
Enquanto isso há uma disputa ferrenha para saber quem assume a coordenação da bancada federal do Amapá em Brasília. Uma invenção que não tem contribuído em nada para modificar a eficiência das transferências voluntárias federais para o Amapá, por qualquer título, inclusive as emendas parlamentares.
Nem mesmo o Orçamento Impositivo é aprovado.
Ora, se os parlamentares não contarem com o Orçamento Impositivo não contarão, certamente, com as emendas, isso porque, a não aprovação da obrigatoriedade é o fortalecimento das emendas como moeda de troca entre os membros do parlamento e os agentes públicos do Governo e com vantagem para estes.
Cabeça no lugar, trabalho em equipe, busca de apoio em outras bancadas não são decisivos por si só pra resolver os problemas, ainda mais uma bancada dividida, com representantes do povo do Amapá trabalhando contra representantes do povo do Amapá.

Esse é o chamado e caracterizado “tiro no pé”.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Carnaval e seus riscos

Rodolfo Juarez
Apesar de não ser uma unanimidade o carnaval é tido como a grande festa do povo brasileiro.
No Amapá as escolas, os blocos e o povo comungam da ideia de que é preciso brincar o carnaval para depois dar a sua opinião.
É um tempo de muito trabalho para o sistema de segurança social que, com o passar dos anos, vem se acostumando com a situação e preparando uma verdadeira operação para garantir a segurança dos que brincam e daqueles que não brincam e preferem atuar com espectador.
O trânsito ganha atenção especial por causa dos maus condutores, aqueles que não aprendem a lição vendo e arriscam tudo, chegando ao cúmulo de assumir o volante de veículos depois de ingerir álcool imaginando que o que acontece com os outros não acontece com ele.
Ledo engano!
Infelizmente muitas famílias têm marcas desse período de Momo. Muitas vidas foram perdidas ao longo do tempo por causa da imprudência de condutores que não cumpriram as regras básicas do trânsito e desrespeitaram a lei da vida.
Tomara que este ano haja mais consciência. Que as campanhas que não foram feitas surtam os seus efeitos e que os trabalhadores do sistema de segurança tenham paciência e compreensão para evitar que o pior aconteça.
É verdade que não é fácil dar explicações para algumas questões básicas nacionais, como a permanência de Macapá entre as 50 cidades mais violentas do mundo e se todos souberem disso, pode até influenciar e todos colaborarem para que Macapá saia, em 2015 dessa lista.
Uma questão semelhante é registrada como perigosa neste período de carnaval. Acontece que vários jovens entendem que é também tempo de libertinagem. Vários jovens e muitos adultos. E o resultado está no aumento dos registros de jovens e pessoas adultas, mas principalmente os jovens, acometidos pelo vírus HIV.
A distribuição da camisinha pelas instituições públicas e não públicas, sem o devido esclarecimento, acaba funcionando como um estímulo e um convite para que haja a libertinagem e, nem sempre com a proteção à vida.
As drogas ilegais e até as legais, como as bebidas alcoólicas, acabam sendo a motivação para os descuidos e para os grandes prejuízos sociais que destroem o sacrifício dos órgãos de segurança social e os planos dos dirigentes públicos que vêm nos índices, resultados de desobediências absurdas.

Então, o carnaval é uma festa que seria agradável no futuro se não houvesse as imprudências do presente.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Amapá: cai a representação do povo na Assembléia Legislativa

Rodolfo Juarez 
Está começando a sétima legislatura da Assembleia Legislativa do Estado do Amapá. Está começando mais uma oportunidade para que os representantes do povo amapaense bem representem os interesses de cada um da população, conforme está proposto nas regras e conforme cada um dos eleitos disse que faria.
Os problemas havidos com a 6.ª legislatura foram politizados ao extremo e isso prejudicou a administração do Poder, desgastou os deputados e criou um ambiente desfavorável para que pudesse ser alcançado um dos princípios da repartição dos poderes de um entre federativo brasileiro – a harmonia.
É inegável que houve persistência e insistência da Mesa Diretora daquela Casa de Leis, mas acontece que o parlamentar nunca se prepara para o enfrentamento e, sempre que isso acontece, os prejuízos são consideráveis, isso pouco importando quem seja o adversário.
No caso o mais evidente e aparente foi o Ministério Público, muito embora desse cabo de guerra outros órgãos do Estado, subliminarmente ou escancaradamente, se aproveitassem para levar vantagem como se isso fosse o mais importante.
A sétima legislatura que foi instalada com a posse dos deputados estaduais no dia primeiro de fevereiro e através da recondução do deputado Moisés Souza à presidência do Poder, demonstra que está disposta a confirmar os princípios de independência que precisa ter a Assembleia Legislativa, não admitindo a interferência no seu dia a dia e muito menos nas suas regras.
Trata-se de uma legislatura que apresenta menor representação que a da legislatura imediatamente anterior que tinha dentro do Plenário, 155.122 votos que o eleitor distribuiu entre os 24 deputados que elegeu para a 6.ª legislatura, com 45,21% dos votos válidos apurados na eleição de 2010. A média de votos por deputado na legislatura que se encerrou no dia 31 de janeiro foi de 6.463 votos por deputado.
Na legislatura que começou no dia primeiro de fevereiro, no domingo que passou, os números indicam que a representatividade caiu, pois, os 24 deputados que tomaram posse naquele dia somaram 144.527 votos, com uma representatividade de apenas 36,76% dos votos válidos apurados em outubro de 2014. A média de votos por deputados é de 6.022 votos.
O que levou a essa queda na representatividade, mesmo quando considerado de forma absoluta?
Na eleição de 2010, dez dos vinte e quatro deputados ficaram acima da média de votos e na eleição de 2014, apenas sete dos vinte e quatro deputados conseguiram ficar acima dessa média, indicando maior concentração de votos e um menor grupo de deputados.
Essa análise considera a forma de definição atual para eleição proporcional, onde candidatos com mais votos não se elegem, enquanto que outros, com menos votos, acabam se elegendo.
O grande número de votos desperdiçados pelo eleitor, considerando o voto dado para o candidato que não se elegeu, deve-se ao grande número de candidatos que prevalece por causa da falta de planejamento dos partidos e a diluição das lideranças.

No final a população fica prejudicada pela falta de seu representante preferido na Casa do Povo. 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O Amapá e o Parlamento

Rodolfo Juarez
No momento que inicia a nova legislatura não há como fugir do tema posse dos eleitos no dia 5 de outubro.
Dessa forma e sempre na expectativa de que uma legislatura apresente melhores resultados que a anterior, os eleitores de um modo muito especial, e a população contam com novos propósitos dos parlamentares, tanto os que ficam aqui como aqueles que mudam para Brasília onde têm que exercer os seus respectivos mandatos.
No Senado da República a posse de um jovem político para os padrões daquela Casa, representando o Amapá, traz novas expectativas, não só pela condição em que foi eleito, como também pela posição que vai ficar no Plenário do Senado, em outro lado político que não aquele ao qual pertencem os outros dois representantes do Amapá na Câmara Alta.
A responsabilidade do senador Davi Alcolumbre transcende à normalidade, devido às circunstâncias que enfrentou na campanha, mas pelo desafio de substituir o senador mais experiente da república, inclusive que foi presidente da República, na fase de democratização do País. A juventude do senador não pode traí-lo e imaginar que estão na outra casa – a Câmara dos Deputados.
Entre os deputados federais que representam o Amapá, se registra a maior renovação do grupo recente de oito deputados. De uma só vez, são seis novos parlamentares, eleitos pelo eleitor amapaense, que se juntam aos dois que conseguiram renovar o mandato, para continuar o trabalho que já se propuseram na legislatura anterior.
É importante os dois veteranos calçarem a sandália da humildade e procurar compreender os novos, orientando-os no sentido de não cometer os erros a que sempre são levados todos os estreantes em qualquer função ou cargo público. É bom prestar a atenção que, desta feita, os novatos estão em número maior que os veteranos.
Ficaram para tomar posse aqui os 24 deputados estaduais eleitos no ano passado com uma expectativa que não pode frustrar o eleitor e a população. Afinal de contas os onze novatos deputados, de certa forma conhecem o parlamento. É certo que a visão por dentro é muito diferente da visão de fora e os que renovaram o mandato são a maioria que pode conter as propostas renovadoras dos estreantes.
Que é preciso uma renovação comportamental dos deputados, isso ninguém nega, e parece que o ambiente é favorável para isso. Um governador experiente, bancadas relativamente equilibradas e aquele que não se preparar para esse novo tempo pode ter dificuldades para contribuir como, certamente, pretende contribuir para a melhoria da condição de vida da população.
Os eleitores e a população do Amapá estão na expectativa. Querem analisar o comportamento dos seus representantes, indagá-los sobre os seus projetos e acompanhar a execução de cada um.
Ao que parece, a nova composição da Assembleia Legislativa vai precisar se adaptar aos novos tempos, à transparência dos seus atos, indo além do que manda a lei e chegando aos meios que possam garantir que a confiança tem seu motivo e os que fazem a propagando do caos precisam estar errados.

Tenho que desejar boa sorte a todos os novos representantes do povo amapaense, pois a esse apelativo, se somam as outras incumbências burocráticas e funcionais.