sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O desperdício do momento

Rodolfo Juarez
Mais uma vez os responsáveis pela gestão dos interesses de Macapá e Santana desperdiçaram uma oportunidade de firmar um dos principais fenômenos astronômicos como item de atração turística com reflexo direto na economia.
No dia 23 ocorreu o Equinócio de Setembro!
Um momento muito especial e que só não é único porque tem outro assemelhado que acontece em março, entretanto, sujeito às chuvas comuns no período e às dificuldades que isso implica
Não sei se por falta de estudo ou por falta de interesses, ou por querer se posicionar como os da idade antiga, que preferiam reter as informações que tinham à distribuí-las com a população, para demonstrar sabedoria ou considerar-se detentor de poderes especiais e, para alguns, até mágicos.
Faz tempo que a magia e a sabedoria “do comum de todos” deixaram de influenciar comportamentos, mesmo assim, por aqui, se nota esse descuido ou burrice, quando procuram definir o momento.
Primeiro os gestores de Macapá, que têm um ponto para desenvolver os seus motivos turísticos e, depois, os de Santana que, embora não tenham esse ponto definido com a mesma imponência de Macapá, conta com a dedicação de pessoas como Miguel Duarte que querem apenas despertar a consciência popular para o fenômeno astronômico.
O equinócio é definido como o instante em que o Sol, em sua órbita aparente, isto é, como vista da terra, cruza o plano do equador celeste, implicando em noites iguais, ou seja, a ocasião em que o dia e a noite tem o mesmo tamanho quanto à medida é o tempo.
O desafio ao conhecimento é tanto que, nomina-se aqui em Macapá, o equinócio de setembro como equinócio da primavera. Ora, no equador não tem equinócio da primavera. Estamos utilizando uma linguagem imprópria, ou destruindo um dos momentos especiais que poderia ter a cidade, se alinhando em definições dadas pelas rádios, televisões e jornais das regiões sudeste e sul, onde realmente se verifica o equinócio da primavera.
No mesmo momento em que se comemora o equinócio da primavera na região sudeste, também se comemora o equinócio de outono para as regiões, em outros países, naturalmente e que estão no hemisfério norte do planeta Terra.
Não faz muito tempo que um dos responsáveis pelo programa encarregado de destacar o equinócio referiu-se da seguinte maneira:
“- Uma pena. Já passou a hora do equinócio.”
Esses absurdos se repetiram esse ano, com os organizadores continuaram lamentando a ocorrência do fenômeno no final da madrugada.
Se observarem o calendário de eventos desse período poderão notar que aquele que recebeu menos importância foi o equinócio que, ao contrário, poderia ser a grande referência para o VII Encontro de Contabilidade da Amazônia Legal, para a Semana de Valorização com a Pessoa Idosa e para tantos projetos sociais que estão em fase de realização e que não se referem ao equinócio.
Os paraense fazem os eventos importantes durante o Círio de Nazaré, todos se referindo à festa religiosa que à tornou o grande momento turístico e econômica da capital paraense.
E o que se faz ainda por aqui tem o chamamento dos dirigentes estaduais, sem conseguir (!) chamar a atenção dos dirigentes municipais que mais deveriam se interessar.
A programação é ruim e a divulgação mal feita. Ninguém do povo tem o seu interesse despertado pelo evento.
As enquetes respondem a todas essas perguntas, entretanto, não listam os motivos que provocam dos municípios de Macapá e Santana tamanha ausência.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Não é um dia qualquer.

Rodolfo Juarez
Os que moram no Amapá, nascido ou que para aqui migraram, puderam comemorar no dia 13 de setembro mais um aniversário de criação desta unidade da Federação e o dia que a Constituição do Estado reservou para ser a Data Magna do Estado do Amapá.
O 13 de setembro foi, por muito tempo, um dos grandes momentos do desenvolvimento da cidadania, do patriotismo e da vontade de querer melhorar esta parte do Brasil, onde brasileiros acreditam que podem construir o seu futuro.
Não é mais só por negligência de muita gente e pelas às mudanças pelas quais passamos todos, desde a busca de alternativas para o desenvolvimento até o exercício para compreender o que os dirigentes estaduais querem para o Amapá, que podemos ser considerados derrotados.
A inexistência de um plano de desenvolvimento e o pouco interesse demonstrado pelos políticos que assumiram o comando do Estado, quando o assunto é a busca de condições próprias para desenvolver a região têm sido sistematicamente apontados como as principais doenças deste corpo que sofre agressões, mesmo estando debilitado ao pondo de não reclamar de nada.
A juventude, que está pronta para reagir, não recebe as orientações dos seus professores, alguns muito preocupados em manter o seu status, não percebendo que as alternativas dependem das orientações desses professores.
Também as direções escolares e os conselhos escolares e de educação não desenvolvem estudos para que o morador do Amapá se habilite a produzir as condições que são necessárias para o desenvolvimento que traga o que está faltando para o Amapá, inclusive a estabilidade econômica.
O dia 13 de setembro, Data Magana do Estado, não era para ser apenas mais um feriado. Era para ser o dia da renovação da esperança, onde a população, os dirigentes e representantes, estivessem juntos, organizando um elenco de atividades que possibilitariam confiar na atualidade e no futuro.
Essas reflexões não são feitas. Essa realidade não é vista por quem deveria ver. Ao contrário, servem apenas para que as repartições públicas permaneçam fechadas e não se desperte o sentimento de amapalidade tão necessário para o desenvolvimento de todos.
Ainda bem que ano que vem tem, outra vez, o dia 13 de setembro. Ainda bem que os dirigentes terão mais uma oportunidade para se redimir e fazer deste dia um momento importante para o Amapá, exatamente como os deputados estaduais constituintes, em 1991, definiram na Constituição Estadual.
O 13 de setembro é para ser mais que um momento de festas, pois, nele está inserido o que todos desejam, especialmente com relação à melhoria das condições de vida e à qualidade de ensino e da oferta dos serviços de saúde.
Deixar para depois, para qualquer dia, é mesmo que se desinteressar pelo futuro do povo de um Estado que tem tudo para ser desenvolvido e não viver como vive, sem ambições, a não ser de cumprir, se der e puder, as regras gerais já posta nas leis que organizam a administração pública.
Compreender o dia 13 de setembro como oportunidade de recomeçar para um bom futuro para o Estado está tão difícil que ninguém, sequer, liga para isso!

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Olhos arregalados

Rodolfo Juarez
O país e naturalmente o Amapá, está vivendo uma das maiores crises políticas, econômicas e éticas já registradas neste século. Os problemas se agigantam com a diminuição da capacidade de reação do Governo Central e a permanente ameaça de aumento de impostos e queda na qualidade dos serviços para os contribuintes que ficam sem saber o que fazer.
Aliás, até que poderiam saber o que precisam fazer, mas sempre esperam que os seus dirigentes e representantes se antecipem e ajam por eles, conforme está disposto nas regras administrativas do Brasil.
O dragão da inflação se apresenta voraz depois de ter sido mantido distante dos interesses dos brasileiros por muito tempo. Desperta com vontade e testa o sempre descuidado e desprevenido gestor brasileiros que, voltado para um “tal” Plano de Poder, deixa de se preparar para as emergências e de entender que nem sempre dá para continuar no rumo que tinha escolhido para orientar o governo que tem a responsabilidade de dirigir.
O problema desce para as partes do Brasil e seus entes federativos que, da mesma forma como os da administração federal, também são apanhados desprevenidos e insistindo no enfrentamento a nova “guerra” com as armas que não tem na atualidade.
Ninguém abdica dos seus projetos pessoais. Ninguém larga os meios que a mordomia dos cargos que ocupam oferece. Dá a impressão que os problemas são apenas dos outros e nada têm a ver com a Administração do Estado.
Qualquer dos que formam a população amapaense estão dispostos ao sacrifício desde que observem que o Governo do Estado e seus vinculados também demonstrem que estão dispostos a modificar os hábitos, adaptando-os à realidade.
Retirar a mordomia, em tempo de necessidades como agora, onde a Receita Pública teima em não chegar aos patamares previstos, deixando o tacho raspado todo final de mês, seria uma das medidas possíveis e imediatas.
Enxugar os salários seria outra medida que ofereceria imediato resultado como também extinguir as diárias, ajuda de custo, disponibilidade de combustível para burocratas e os veículos que usam e são pagos com o dinheiro do contribuinte, também seria uma medida desejada e possível, sem qualquer sacrifício para as famílias.
O Governo, como as demais instituições mantidas com orçamento cuja receita tenha origem no que paga o contribuinte em tributos, tinha que adaptar aos tempos atuais, redefinindo as suas condições para continuar existindo, exatamente como estão fazendo as famílias e as empresas.
As famílias estão dando o grande exemplo para os gestores!
Os chefes de família estão se desdobrando, procurando alternativas, cortando despesas e buscando novas receitas para que o padrão de vida não modifique; os empresários estão cortando custos, trinando melhor as suas equipes; aprimorando o seu processo de compras e, de todas as formas, buscando a eficácia das suas ações.
Por que o Estado não faz isso?
Os prefeitos dos pequenos municípios, tão acostumados a viver no limite, já conhecem bem os termos carência e crise. Sabem que não poder oferecer emprego, não poder contratar e não fazer o até o que precisa ser feito; as dificuldades agora são para os demais prefeitos e os governadores e suas respectivas equipes.
Por que é muito difícil para estes dirigentes?
O clientelismo ou a “tal” da governabilidade são mais fortes do que às necessidades da população?
Por que construir um estado fantasioso, ou um município fantasioso, onde os problemas são jogados para debaixo dos tapetes, sem tentar encontrar as soluções para os problemas?
Os governantes do Amapá vivem essa crise de identidade, dando a impressão que não percebem o que está acontecendo, a não ser no final do mês quando soma as colunas da receita e da despesa e vê, de olhos arregalados, que as despesas estão maiores que as receitas.

Um choque de realidade é necessário para salvar o resta, inclusive a raspa da confiança da população em seus dirigentes.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A falta que a confiança faz

Rodolfo Juarez
Os governos federal, estadual e municipal, já há algum tempo, vem divulgando que a mobilidade urbana é uma necessidade atual para atender às exigências que os grupos sociais fazem todos os dias.
As necessidades são indiscutíveis, basta considerar a ordem constitucional que começa mandando que entendam que todos são iguais perante a lei. Ora essa igualdade não pode ficar apenas na letra constitucional e na imaginação de algumas pessoas que lutam para que se transformem em realidade.
Precisa fazer parte do cotidiano de cada um. Mesmo assim se observa que os prédios públicos estão, na sua imensa maioria, precisando de adaptação para permitir que as pessoas com limitações tenham acesso.
Aqui em Macapá um dos exemplos é o Palácio do Setentrião, sede do Governo do Estado que, depois de muitas adaptações e reformas ainda não percebeu que o acesso das pessoas com limitações é quase impossível, nunca deixando de ser constrangedor e limitador de seu direito de ir até ao Gabinete, por exemplo. Só tem acesso até à portaria, depois de vencer muitos obstáculos físicos e de pessoas.
Mesmo assim se continua tendo como palavra chave, para algumas justificativas de serviços, a mobilidade.
Até mesmo para justificar a criação da secretaria de desenvolvimento das cidades esta palavrona esteve presente nas justificativas. O reparo, entretanto, precisa ser feito na cabeça dos dirigentes ocasionais que continuam fazendo apenas discurso e pouco ligando para essa questão de atendimento geral, aparentemente elementar, mas que tem se constituído em um problema de interpretação para os gestores.
Alguns imaginam que fazer uma rampa na entrada é suficiente. Outros pensam que atender com dó, desde quando o necessitado aparece, é a sua função e que isso bastaria para responder a todas as perguntas que do cidadão com limitações.
Agora, outra vez, com o discurso da mobilidade, está o Governo fazendo os seus representantes saírem dos gabinetes e se apresentarem para mostrar projetos eletrônicos que servem para convencer, mas que não se implantam por si só.
É preciso entender que mobilidade urbana é complexa, que não se efetiva apenas com a vontade e com as promessas. A mobilidade precisa de dinheiro para dar condições elementares para a população e, principalmente, não gastar dinheiro agora em serviços que, logo em seguida, terá que ser desfeito ou destruído devido à falta de uma logística de compatibilidade que precisa fazer para de qualquer plano.
O primeiro passo é entender que o que precisa ser feito não será feito em um, dois, quadro ou dez anos. Precisará de muito mais tempo e, concomitantemente, deve contar com a volta da confiança, elemento subjetivo que não está fazendo parte, no momento, do entendimento da população.
Tudo pode ser uma mais uma proposta inviável!
E não adianta reclamar, a população tem razões de sobra para duvidar. E se explica: nem nos tempos de excesso de arrecadação, com recursos disponíveis para fazer, o governo se atrapalhou e não fez.
As razões foram variadas, mas não fez!
Agora, em tempo de crise, sem qualquer novidade, sem qualquer inovação na gestão, afirmar que vai investir um bilhão de reais, tendo a principal fatia destinada para a mobilidade, parece ser mais um dos sonhos irreais.

Recuperar a confiança, conquistar a população, organizar o discurso, mudar o comportamento são procedimentos indispensáveis para que os projetos de agora tenham sucesso. Mas começando sem considerar a origem dos recursos é, a primeira vista, um novo erro que pode sair caro para a população e ser irremediável para os gestores.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

O mentiroso

Rodolfo Juarez
Na semana passada tratamos aqui de um tema que revelou a indignação de muitos dos leitores que não aceitam o comportamento do puxa-saco. Pois bem, agora vamos tratar de outro comportamento, também importante, o do mentiroso.
O mentiroso é diferente do puxa-saco!
Enquanto aquele se esmera em cuidar para atender o “chefe”, o mentiroso pode ser o próprio “chefe” ou utilizá-lo como porta-voz daquele que sabe não ter condições de realizar, mas que promete com tanta convicção que ninguém duvida.
Você pode encontrar o mentiroso em qualquer parte da cidade em que vive, em qualquer grupo em que tenha relacionamento, ou mesmo disperso por ai, apenas mentindo, às vezes de forma tão descarada que a primeira impressão é que se trata de um verdade inconteste.
Aliás, o mentiroso mais perigoso é aquele que mente sem alteração em qualquer músculo, qualquer lugar do corpo. É tão treinado que dá a impressão que ele mesmo acredita no que está dizendo, muito embora ele mesmo saiba que tudo o que diz não passa de uma irremediável mentira.
Livrar-se do mentiroso é muito difícil. Ele atinge grupos pequenos de pessoas, mas pode, perfeitamente, atingir multidões, não deixando quaisquer dúvidas entre aqueles que atentamente ouvem as suas mentiras.
Os mentirosos são perigosos!
O mentiroso profissional é muito mais perigoso ainda, pois, além de mentir, ele tem a capacidade de treinar para que a mentira não deixe qualquer dúvida e os interlocutores só descobrirão a falseta quando forem, depois de algum tempo, conferir aquilo que foi prometido e não foi realizado ou cumprido.
Por ser perigoso é preciso ter muito cuidado com os mentirosos. E eles não são poucos, estão sempre soltos por ai, esperando uma oportunidade para mostrar a sua nova “peça”, sempre com adornos adequados aos interlocutores.
No Poder, os mentirosos fazem estragos!
E não são poucos aqueles que conseguem, utilizando subterfúgios, convencer de que a sua proposta é boa para uma coletividade.
Esse tipo de mentiroso é mais comum quando pretendem ascender a um cargo de mando, seja em um grupo de pessoas, ou de uma coletividade. Apesar de todo cuidado que se venha ter com os mentirosos, sempre há a possibilidade de todos serem iludidos pelo mentiroso para alcançar os seus objetivos.
Basta observar que nenhum mentiroso assume a sua condição, muito embora alguns deles sejam profissionais, esteja sempre do seu lado, ou circulando às suas proximidades. Isso não significa de que não está sujeito à uma mentira daquele que se tronou em um profissional mentiroso.
Afastar-se dele pode até não ser a melhor decisão.
Ele vai atrás, apanhá-lo desprevenido e assim, além de mentir para você vai iludi-lo a tal ponto que quando descobrir já está na casa do sem jeito.
Procure observar, olhar ao seu redor e perceber que tem mais mentiroso do que você imaginava e que são ativos, são persistentes e sempre dispostos a inovar na mentira, ser criativo no convencimento, não importando qual o veículo que utilize ou qual o cargo que ocupe na sociedade.
Você conhece algum mentiroso?
Experimente fazer uma lista e, certamente, você vai perceber o número é bem maior do que aquele que havia imaginado no início. Afinal de contas, pode-se garantir: tem mentiroso para todas as ocasiões.
Também faça a lista de mentiras que vê contar e vai perceber que se trata de uma quantidade muito maior do que aquela que imaginava.
Pense nisso!

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Mudar os métodos é preciso

Rodolfo Juarez
A União já enviou para o Congresso Nacional a proposta de seu orçamento para o ano de 2016 contendo um déficit de mais de 30 bilhões de reais. Uma situação impensável até o ano passado, considerando as metas da campanha eleitoral da então candidata Dilma Rousseff e agora presidente da República.
O Governo do Estado prepara a sua proposta para encaminhar aos deputados estaduais na Assembleia Legislativa e se forem levados em conta as diretrizes que constam da LDO, por aqui não haverá na proposta do orçamento déficit, mas, uma precaução especial na estimativa da receita para o ano de 2016.
É certo que o orçamento não ultrapassará o total das despesas e receitas propostas para este ano, com grandes possibilidade, de ser mais realista e cauteloso, o que pode recuar para um valor inferior a 5 bilhões de reais.
As explicações estão nas recomendações dos responsáveis pela arrecadação e pelo planejamento governamental, feitos sistematicamente a todos os que gerem as dotações no Governo do Estado, pedindo sempre para que economizem, evitem contratações e, agora, para que encerrem os contratos de fornecimento de veículos.
Diga-se que os secretários de governo que entraram em janeiro, seguiram o mesmo padrão daqueles que estavam em dezembro, ou seja, preferiram carrões zero quilômetro, na maioria das vezes para ir de casa para o trabalho e do trabalho para casa.
Outras despesas também foram recomendadas saírem da lista das secretarias e outros órgãos de gestão, aliás, bastante numerosos, chegando contagem de 63unidades, considerado um absurdo para aqueles que analisam a estrutura administrativa estadual.
Contudo isso não está descartada, pelo menos até agora, a possibilidade do pagamento do salário dos servidores em parcelas, para que não haja significativo atraso no pagamento daqueles salários.
O mesmo problema está contaminando as contas das prefeituras. As menores já começam a sentir o peso da regra devido estarem ultrapassando o limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
A Prefeitura Municipal de Macapá, por exemplo, já estuada o plano de contingenciamento para que seja possível chegar em outubro e estar com os pagamentos em dias. A situação, segundo uma fonte interna da PMM, ainda continua muito crítica e todos os esforços estão sendo feitos para que o pagamento dos salários não seja afetado.
O gigantismo do Estado, com um leque improvável de órgãos de gestão, dando oportunidade para que, em cada um deles haja um chefe e dois adjuntos, além de toda uma equipe de apoio, às vezes, apenas à pessoa do secretário, sem uma função que atenda os interesses da população.
Até agora está sendo muito difícil cortar despesas, principalmente aquela com pessoal, mantendo os serviços (que passaram a ser alvo do segundo golpe) e deixando de lado os investimentos, todos capazes de produzir empregos e gerar renda para os setores produtivos do Estado.
O único setor que está apresentando resultado no Brasil é o da agroindústria, exatamente aquele que não tem significado econômico no Amapá, que ainda se debate com as estórias contadas por ambientalistas, sem qualquer proposta que inclua a população.
Mudar de rumo é preciso! Buscar alternativas é necessário!

Não basta fazer economia, tem que produzir ou então comunicar os problemas diretamente para o cidadão que pode tomar a decisão que entenda mais acertada. No momento, os métodos são os mesmos, então, os resultados serão, também, os mesmos.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Erro de Estratégia

Rodolfo Juarez
A burocracia e a falta de cuidado com o conhecimento da realidade estão levando os técnicos que atuam na área pública a cometer seguidos erros de interpretação, imaginando que a população ainda está no tempo em que só tinha a informação oficial.
Já faz algum tempo que as redes sociais trouxeram a oportunidade para que a população tomasse conhecimento da realidade dos governos, dos estados e das cidades no mesmo momento em que elas são reveladas.
Não há mais a espera pelo pronunciamento oficial. Aquelas informações passadas por longos discursos ou por leitura de relatórios que se transformavam em palavra final da autoridade, quando a população ficava sem tempo para reagir.
Quem não lembra as manifestações, hoje fora de moda, dos presidentes quando, em rede nacional, apareciam na televisão para anunciar ou o sequestro de dinheiro da poupança, ou a experiência de um novo plano econômico?
Agora não dá tempo!
Não hora em que está acontecendo alguém já coloca em uma rede social a informação que é multiplica para milhões de aparelhos, entre eles os celulares, que dão visibilidade a tudo.
Isso é bom ou é ruim?
Claro que é bom.
Ficou muito mais difícil a população ser enganada. Ela sabe de quase tudo em tempo real e avalia a situação, atribuindo responsabilidade para o governante de momento ou àqueles agentes públicos que foram ou são responsáveis pelo ocorrido.
Mesmo assim, alguns burocratas, acostumados ou seguindo os costumes já há muito vencidos, se lançam em discussões onde os assuntos são listados como se a realidade fosse outra.
O recente encontro dos secretários de meio ambiente das capitais, em um fórum para discutir as questões ambientais na Amazônia, como o objetivo de atender um protocolo da Organização das Nações Unidas, manteve o patamar anterior, resumindo em uma “carta” as conclusões a que chegaram os secretários.
Não que essas autoridades não tenham que discutir os problemas ambientais da Amazônia, tem sim. O que é estranho é a exigência técnica que sempre é repassado para uma consultoria, quase sempre alienígena às questões locais, e que acabam definindo o eixo da discussão e, até, redigindo a carta.
A “Carta de Macapá” contém os mesmos vícios de todas as cartas escritas no século passado, muito embora se possa reconhecer o esforço de alguns que trouxeram elementos locais para serem considerados, mas que foram misturados às questões nacionais e que pouco interpreta a realidade atual.
Concluir uma carta com indicações de que precisa encontrar formas de financiamento da União, atualmente é um descuido sem tamanho e uma declaração explicita de que está fora da realidade.
As questões técnicas vêm sendo tratadas como se só tivesse um caminho aquele que serve à dependência da política.
Esse caminho está completamente congestionado e com o local visado completamente desaparelhados e sem condição de atender as questões locais, uma vez que o último modelo de desenvolvimento atende um programa que não contempla micro regiões.
As questões ambientais precisam ser tratadas de forma localizada, com os municípios tendo uma estrutura com objetivos perfeitamente definidos e a exigir o plano para o país e não regras gerais que não podem ser aplicadas nos locais mais remotos.

O momento precisa de decisões técnicas para ser impulsionadas pela política e não decisões políticas para serem efetivadas pelas competências técnicas.