quinta-feira, 30 de julho de 2015

A verdade é insubstituível

Rodolfo Juarez
Em tempo de transparência – ou quase -, falsear informações ou modifica-las é um risco muito grande em qualquer circunstância, principalmente quando se trata de liberação de recursos resultante empréstimos vinculados à obras físicas, perfeitamente definidas, e que podem ser verificada a qualquer momento.
Toda a confusão criada na semana passada, quando foi divulgada a notícia truncada de que, ações de parlamentares do Amapá teriam sido decisivas para a não disponibilidade de um recurso que o Estado foi autorizado a emprestar e que está sendo liberado por parte.
O momento econômico crítico, o situação de emergência em alguns setores do Governo, o contingenciamento das despesas em outros, criam um ambiente claro de crise e, na crise, todo cuidado é pouco no sentido de otimizar os recursos escassos e caros, no momento de gastá-lo, ainda mais quando se sabe que o tempo é longo para pagamento e os juros são muito altos.
Desfeita a confusa, reposta a notícia verdadeira, faltaram apenas os órgãos executores e de acompanhamento, apresentarem para o cidadão, o plano de investimento que será desenvolvido com esse dinheiro emprestado.
Observe-se que não se está, sequer, pedindo prestação de contas sistematizada e transparente, se quer apenas a lista de obras ou serviços, com os respectivos preços, para ser criada as condições primárias de acompanhamento.
Quem sabe se esse plano ainda não está sendo preparado ou, então, uma lista de obras para substituí-lo, destacando as empresas contratadas, os prazos e a previsão de desembolso?
Afinal o dinheiro tem destinação específica, mas o pagamento será feito, agora com recursos emprestados do BNDES, mas depois, com o suado e aumentado tributo de cada cidadão amapaense que já sabe que terá uma dívida para filhos e, até, netos.
Como se trata de um empréstimo para o Estado e não para o Governo, mas com a execução sob a responsabilidade do Governo, cabe ao governo executor criar as condições mais favoráveis para que haja o acompanhamento do desembolso pela população.
Será pedir demais?
Será que se entende, dentro do Governo, que a população não precisa saber como está sendo o gasto o dinheiro que ela vai pagar as empresas executoras?
Claro que precisa saber, até para evitar os contratempos e o disse-me-disse havido na semana passada quando foi colocada em dúvida a notícia veiculada pelo Governo, com fortes indícios de que não seria verdadeira, criando um ambiente desfavorável para todos e que acabou ficando o dito pelo não dito, mas a população teve a sua atenção despertada para a questão.
Esse processo além de ser desgastante pode ser perfeitamente evitado, basta que se estabeleça que a verdade é insubstituível e que a mentira deve ser banida, definitivamente, da prática dos auxiliares que gostam de agradar ao chefe.
Tomara que a lição tenha sido apreendida e que sejam tomadas as providências para a prestação de contas dessa parcela e daqueles que ainda estão pendentes e que precisaram de um liminar benevolente de um ministro do STF, falando pelo povo amapaense – ou melhor, no castigo que o povo não merecia -, para conceder um liminar e o BNDES pudesse liberar os recursos que todos estão pagando.
Juízo nas ações e respeito com o povo deve ser o lema do momento.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

A verdade deve ser diata

Rodolfo Juarez
Em tempos de crise tudo o que poderia ser encarado com normalidade e como erro eventual passa a constituir-se resultado superavaliados e, especialmente, cheio de penduricalhos prontos para serem colocados no pescoço de um e de outro, conforme a preferencia daqueles que ficam encarregados de dar as desculpas.
O envolvimento emocional, principalmente dos dependentes diretos - ou quase -, é construído de forma a dar a nítida impressão de que o responsável pelo resultado não é o responsável e aquele nada tinha a ver com o caso para ser o principal reflexo do que poderia ter sido e que não foi.
O episódio da liberação do recurso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que consta do plano de desembolso atual do banco para pagamento futuro do Estado do Amapá se transformou em um mistério, cheio de hipóteses, cada uma mais escabrosa, mas funcionando sempre como cortina para a inapetência daqueles que já tinham avisado aos chefes e, principalmente, aos diretamente favorecidos, de que tudo estava devidamente resolvido.
Que nada!
Em tempos de crise as questões são tão instáveis que não dão trégua para nenhum gestor negligenciar quando às providências, mesmo as mais primárias e obvias, no sentido da classificação do que realmente está resolvido.
A gestão financeira das organizações públicas caminha no caminho crítico dos gráficos de desembolso tocando, de vez em quando, nas barreiras que são criadas como garantia para a informação correta e a minimização da taxa de erro.
Então, para garantir a confirmação de todas as informações, é preciso que sejam levados em consideração os elementos próprios do tempo de crise. O exemplo do desembolso do BNDES é apenas mais um e que precisa ser analisado, principalmente quando não há espaço para qualquer tipo de manobra ou retardamento.
A frustração daqueles que estavam certos de que tudo o que sabiam era confiável, foi trucidada pela cadeia de compromissos formados a partir da informação dita sem as ressalvas necessárias e sem levar em consideração todos os fatores, inclusive aqueles considerados irrelevantes.
Não adianta mais administrar com desejos ou vontades exclusivamente. É preciso que se reserve um espaço considerável para as decorrências da crise que afeta a todas as instituições e, como reflexo, em todos os cidadãos.
É bom considerar que a estabilidade será sempre buscada de cima para baixo, sem espaço para erros e sem centrar as atenções nos reflexos eleitorais. Os problemas precisam ser encarados com realidade e, principalmente, ditos com essa mesma honestidade, sem procurar “chifre em cabeça de cabalo”.
Muito embora se compreenda alguns comportamentos, nada pode superar os limites da coerência e do entendimento da realidade atual. De pouco está interessando para os executivos, o como era. Agora vale muito mais o “como é” e o “como será”.
Confiança no que faz e o exercício da verdade devem prevalecer para que os problemas não sejam dificultados ainda mais, por ação ou inação de um gestor que teria apenas que dizer a verdade, inclusive àquela que não agrada.
Tomara que as etapas desse episódio sirvam como lição e que a lição decorrente seja aprendida para que não seja aumentado, ainda mais, o desespero daqueles que estão convivendo com as suas próprias dificuldades e as dificuldades dos outros.
A verdade deve ser dita. A mentira precisa ser eliminada. E quem errar a escolha deve ser dispensado para que a população não seja, mais uma vez, a depositária dos maus resultados que estão expostos por ai.

terça-feira, 14 de julho de 2015

A Janela

Rodolfo Juarez
Em tempo de crise a criatividade e a competência devem superar o formalismo e a burocracia que são predominantes na administração pública aqui ou fora daqui.
Todos devem priorizar e enfrentar as dificuldades que a população mais pobre está passando e não ignorar a realidade e criar mais problemas para que essa mesma população desista de acreditar que é bom viver.
Se de um lado se vê os gestores alegarem as suas próprias dificuldades, de outro esses mesmos gestores, como que ignorando os problemas, colocam as suas próprias dificuldades nos ombros de uma população que, muito antes desses gestores, já calmavam por socorro, inclusive para atender às suas necessidades básicas.
Mas de pouco tem valido essa constatação.
Continua a exterminação da paciência da população através da asfixia de suas condições de sobrevivência e com isso desafiando as pessoas para um “salve-se quem puder” com consequências imprevisíveis.
Nem mesmo os gastos com a aquisição de viaturas para o sistema policial, inclusive um helicóptero, será suficiente para enfrentar, com eficiência, as consequências da falta de condição social a que muitas famílias serão jogadas.
Os aumentos nos preços públicos são cercados de irresponsabilidade social, mesmo que venha carregado justificativas econômicas.
Esse momento é para ser entendido e não para ser atiçado a piorar. Retirando das famílias as últimas gotas do suor e do sangue que dispões para manter vivo o sentimento de que vale a luta e que é preciso acreditar na melhoria das coisas a partir das instituições viciadas e mal dirigidas que hoje é lugar comum no Amapá e no Brasil.
A população está esgotada economicamente e mesmo assim, está sendo espremida para retirar a último pingo que precisa para conviver com a pobreza quase extrema, mas com dignidade.
É preciso acordar para a realidade!
Há muito que todos vêm sendo alertado para o mal que as salas refrigeradas estão fazendo para os gestores que não conseguem olhar por uma janela para o mundo o qual assumiram a responsabilidade de torná-lo melhor, com um mínimo de acolhimento para uma população que vê despertar o sentimento da enganação.
É preciso que seja baixado uma ordem de serviço obrigando aos que chefiam alguma coisa no Amapá ir para a rua, conversar com a população, conhecer o momento de cada um para, quando voltasse ao conforto da sala refrigerada, saber o que fazer visando encontrar a melhor maneira de cuidar das pessoas.
Todos estão falhando!
Nem mesmo o chefe escapa dessa mediocridade, enquanto a população segue sem guia a maioria, não entendendo o que está acontecendo, acreditando que ainda tem jeito e que, ao contrário do que acontece na Administração Central do País, não é preciso a interrupção de mandatos.
A sensibilidade, tão necessária nesse momento, está encontrando dificuldades para ser instalada na faixa de competência dos mandatários.
Há uma espécie de vazio, onde as quedas são absolutamente inevitáveis.
E os jovens?
Aqueles que são a esperança de qualquer povo, inclusive o amapaense, estão vendo tudo isso completamente caricaturado, distorcendo a avaliação de cada um deles, decepcionados com tudo o que assistem e deseducados das boas maneiras e formas, tateiam, sabendo das suas responsabilidades, mas irritados com os exemplos que ouve, vê e lê.

Os aumentos nos preços públicos da CEA e da CAESA são apenas mais dois na sangria dos salários estáveis, impossíveis de ser corrigidos, mas consumidos a cada dia pelo dragão da inflação.

domingo, 12 de julho de 2015

Rumos paralelos

Rodolfo Juarez
A sociedade civil precisa encontrar uma forma de influir nas decisões que os setores públicos, em todas as áreas, estão tomando e que interferem diretamente no modo de vida da população.
Não basta mais esperar que o governo acerte o passo ou que encontrem o caminho de um desenvolvimento inclusivo e amplo, onde todos sejam esperados para seguir como tripulante ou passageiro do mesmo barco.
Apenas esperar não tem sido uma boa estratégia. Os resultados obtidos estão quase todos, desagradando a população que se vê em rumos paralelos, onde o Estado segue numa via e a população em outra.
No Amapá a situação ainda é mais grave, pois, as janelas de comunicação entre os grupos que têm assumido a responsabilidade de trabalhar pelo povo, acabaram se fechando todas e se esqueceram de colocar as dobradiças para, pelo menos de vez em quando, abri-las mesmo que para o pedido de uma simples informação.
A torcida do quanto pior melhor para quem está de fora, criticando, não tem dado certo, uma vez que, ao lado desse grupo - mesmo que indiferente a ele -, está a imensa maioria da população.
Em uma situação assim torna-se inviável o alcance da eficiência, tão necessária em todos os ambientes públicos e privados da atualidade local e nacional.
Reconhecer as dificuldades pode ser atribuição de uma minoria, mas enfrentar essa mesma dificuldade é atribuição de todos. Ninguém pode ficar de fora. Todos são absolutamente indispensáveis ao trabalho que precisa ser feito.
É por isso que a sociedade tem que intervir. Afinal de contas é ela que chancela os seus representantes, quando através da maioria dos eleitores, escolhe os seus dirigentes e representantes. Se essa é a regra, então precisamos usá-la adequadamente, coerente com as necessidades e com o objetivo comum.
Se os dirigentes e os representantes não conseguem dar um rumo só para os interesses de todos, então é preciso que a sociedade intervenha de uma forma que não rompa as regras e que, ao contrário, obediente a todas elas, mostre os erros que os agentes públicos estão cometendo.
Já está na hora da sociedade reagir com os seus grupos sociais organizados e que compreendam o papel e as dificuldades que o setor público atravessa.
De pouco adiantaria tentar, por dentro da estrutura estatal, tentar alterar o rumo das principais questões que estão na pauta da população, uma vez que essas tentativas são frustradas pela incapacidade das autoridades compreenderem, primeiro as suas próprias dificuldades, depois as dificuldades estruturais e conjunturais, bem como os interesses primários de uma população.
A forma como está definida a estrutura da gerencia dos interesses públicos é preciso que haja otimização de recursos e tempo, exatamente o que a estrutura atual não consegue fazer, seja em um estado pequeno como o Amapá, ou mesmo na Federação de todos os estados brasileiros.
Os defeitos estão postos e cada vez mais propagandeados; os predicados permanecem ocultos e cada vez mais em desuso. Essa regra precisa mudar, pois, é exatamente ela que tem produzido os contrastes que são apresentados na interpretação dos interesses e das vontades.
Não é possível que o que todos estão vendo só não seja visto por quem deveria ver. Isso é menosprezar a inteligência das massas, dos grupos e das pessoas.
Errar continua sendo um dos predicados permitidos. O que não pode ser feito é errar quando esse erro influencia na vida daqueles que confiou no que está errando.

Com a participação efetiva da sociedade civil, mesmo que de forma transversa, é possível que os representantes e dirigentes, escolhidos pelo povo através do voto, mudem de linha e entrem no rumo do desenvolvimento social e econômico, exatamente como sempre esperou o povo. 

sábado, 11 de julho de 2015

Esperando a virada

Rodolfo Juarez
Quem disser que os setores do comércio e do serviço em Macapá, Santana e nos demais municípios do Estado estão com a sensação de que o dinheiro não circula mais nas praças daqui, está coberto de razão.
O movimento, muito pequeno, só é notado no dia seguinte ao pagamento e durante, no máximo, os três dias seguintes, o resto do mês é um é uma falta total da mola que move os municípios, o estão, União e as pessoas.
Todo o comércio está com dificuldade e os comerciantes aprendendo a lidar com a situação que vê agravar-se a cada dia e por uma razão quase às claras: sem receita não há como continuar com as despesas.
É preciso entender que há necessidade de uma reeducação empresarial, ou mesmo, uma preparação para enfrentar a crise. Uma preparação que passa por cortes profundos nos modos adotados até agora.
Sustentar os investimentos, mesmo para os grandes, e equacionar as despesas obrigatórias, passou a ser uma necessidade. Entender que o lucro cai, seja pela queda dos negócios, seja pela necessidade de diminuição da margem é uma obrigação.
E a perspectiva de mudança não é de curto prazo. Apenas daqui a doze meses é que, possivelmente, o nível dos negócios daquele futuro chegue ao nível dos negócios de doze meses atrás.
Outra questão é a pesquisa do mercado.
Se for necessário que o empresário mude o foco do negócio para poder sobreviver, que mude agora, não espere mais, pois, se assim proceder pode estar caindo em uma ribanceira negocial de profundidade desconhecida.
As implicações não se limitam aos custos do próprio negócio. Vão além e chegam à mesa do comerciante que precisa mudar o cardápio, adaptando por uma dieta mais econômica, fazendo de tudo para manter a qualidade.
Claro que essa é uma equação dificílima de ser resolvida, mas tentar deve ser a maneiro mais urgente para encontrar as incógnitas e evitar com que essa situação influa no humor e na qualidade do negócio que, para o empresário, continua sendo o único motivo de garantir a sobrevivência.
Essa perspectiva aclara que o homem empresário enfrenta, de saída, dois problemas independentes em suas consequências, mas irmãos siameses em sua origem, precisando manter o negócio com menor lucro e menos custos sem afetar a vontade de continuar sendo empresário e reduzindo os custos de tudo, inclusive da dieta.
A família toda tem que saber o que está acontecendo. Afinal uma inflação de quase 10% implica em uma desvalorização galopante das economias.
Imagine nesse cenário, um pequeno empreendedor.
O pequeno, por natureza, só ganha o suficiente para o seu sustento, nada sobrando para qualquer reserva. Precisa acreditar do desacreditado Estado; precisa confiar no descapitalizado cliente e ainda ter que suportar os aumentos das mercadorias da cesta básica.
Também nesse rol estão os prestadores de serviço que estavam com a sua via organizada, como taxistas, mototaxistas, carregadores e entregadores, entre tantos. Não havendo compras, não há deslocamento, não há serviço. E sem serviço o dinheiro fica distante, dando a sensação que ele desapareceu.
As explicações lógicas são dadas pelos economistas que, entretanto, não têm a varinha de condão para satisfazer as necessidades da população.
E qual a saída?

Apertar o cinto para reeducar-se socialmente e economicamente e esperar a virada que, um dia, certamente virá.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

O Amapá está em crise

Rodolfo Juarez
A crise econômica, com queda nas vendas e na produção industrial, que está instalada no Brasil atual está apresentando reflexos indisfarçáveis no Estado do Amapá, afetando o desempenho de todos, especialmente do setor público, tradicionalmente o que mais demora para reconhecer momentos como esses.
O setor empresarial, principalmente o de comércio e serviço, os dois mais importantes da estrutura econômica local, está aos poucos, se retraindo pela falta de negocio, onde o dinheiro dá a impressão que desapareceu.
Antes, por aqui, os setores extrativos inclusive o mineral, já tinham dados claros sinais de que cortaria as vagas que oferecera em outros anos e o setor agro industrial padece de uma indefinição histórica onde as políticas públicas não dão as garantias jurídicas necessárias para que os investidores executem os seus planos, especialmente aqueles que deram e estão dando certo em outras regiões e em outros estados da Federação.
As estratégias do setor público ainda são tímidas no enfrentamento da crise. Acabam não influenciando no resultado e não apresentam perspectiva confiável a não ser no que se refere à vontade.
Desta feita está fazendo muita falta um Plano de Desenvolvimento para o Estado do Amapá que se complica no meio do emaranhado de regras federais para enfrentar a realidade ambiental local, com alguns aventureiros se arriscando pelo meio daqueles que tem conhecimento de um determinado setor.
Como se não bastassem os problemas diretamente relacionados com a gestão pública diretamente, está longe a afinação entre os governantes e os representantes que a população mandou para Brasília.
Não consegue emplacar os projetos que poderiam estruturar o estado, em condições suficientes para enfrentar problemas como os quais agora se debate e tem dificuldades para alinhar os interesses comuns.
A própria Secretaria de Estado da Indústria, Comercio e Mineração se desdobra na construção de um sistema raiado na teoria, desordenado na prática, além de distante do médio e grande empreendedor pela falta elementos técnicos para fornecer àqueles que precisam orientar os projetos que estão propondo colocar em prática no Estado.
Nível de emprego definhando, recursos públicos muito escassos, terras com indefinição de propriedade, meio ambiente cheio de regras confusas e sem um programa de desenvolvimento, formam um cenário sem portas ou saídas para resolução da crise que avança sobre os empresários – pequenos, médios e grandes -, que insiste na luta contra a “maré vazante”.
Além das dificuldades por causa da crise econômica nacional e local, ainda a falta de confiança nas regras do Estado e na indisponibilidade de mão-de-obra. Muito embora seja um paradoxo: falta de emprego e falta da mão de obra.
A mão-de-obra desempregada precisa passar por uma preparação para atender as vagas oferecidas no novo modo econômico, com desenvolvimento de programas públicos de curto prazo para treinar a população economicamente ativa e que está desativada, vinda de outros setores da economia.
Sem dinheiro para atrair investidores o Estado se debate com projetos rápidos que propicie condições de pagar os funcionários. A queda na arrecadação estadual, combinada com a queda da arrecadação nacional, além da significativa sangria da dívida pública estadual combina uma resultante que parece avançar na construção de uma sociedade injusta e cada vez com mais problemas.
Um ano perdido por uma administração, em regra, precisa de dois para equilibrar o binômio necessidade/possibilidade. A situação, entretanto, torna-se exponencial, quando a perspectiva de dificuldades e retrações continuam por mais de um ano.

Compreender o momento de crise é importante. Mas todos precisam ter essa compreensão para que as dificuldades não aumentem.

sábado, 4 de julho de 2015

Manoel Brito: o novo nome no desembargo amapaense

Rodolfo Juarez
O Tribunal de Justiça do Estado do Amapá experimenta, mais uma vez, o exercício da recomposição de seus membros desembargadores.
Um colegiado de apenas 9 magistrados, devido às aposentadorias compulsórias, tem visto a renovação frequente de seus componentes, em uma tarefa quase impossível, de substituir os experimentados magistrados, devido à aposentadoria compulsória, por outros magistrados, naturalmente com outras ideias sobre as ciências jurídicas, mas com o mesmo princípio que visa a humanização da Justiça.
O Tjap ainda não está na plenitude de sua representação por causa do impedimento que enfrenta um dos seus membros que, bravamente, luta para lhe ser reconhecido o direito que tem ao desempenho pleno de suas atribuições conforme a nomeação que o levou a ser um dos mais combativos desembargadores amapaenses.
Os problemas só não são mais evidenciados porque a vaga que o impedimento implica, quando necessário, é ocupada por um magistrado do primeiro grau do judiciário local com conhecimento e experiência adequados às exigências do cargo.
O novo desembargador, além de ser um símbolo do pioneirismo, é um profissional competente, humano e conhecedor da maioria das dificuldades que a sociedade amapaense enfrenta no dia-a-dia.
Zeloso, absolutamente comprometido com as regras vigentes, Manoel Brito sempre soube a melhor forma de adequar as exigências da lei às necessidades da população, sem vergar àqueles que, de alguma forma, prejudicam o desenvolvimento local e nacional; a respeitabilidade das instituições e dos indivíduos; daqueles que têm menos informação daquele que é detentor do conhecimento.
Conhecedor da militância política, o desembargador Manoel Brito, na função de membro do Ministério Público local, não se furtou, em nenhum momento em contribuir com a distribuição da Justiça. Sempre deu demonstração de seu equilíbrio, mesmo quando na função de acusador, atribuição que lhe competia como membro do Ministério Público.
Tem a capacidade de compreender as dificuldades dos colegas gestores ou dos gestores de outros órgãos do Estado sem, entretanto, compactuar com qualquer erro, voluntário ou involuntário, velando pela diferença entre má-fé e a boa-fé.
A posse não será de um desembargador urbano, muito pelo contrário, será de alguém que conhece e entende a divisão política do Estado do Amapá, mas principalmente, o desejo que tem o povo de cada município em desenvolver, à plenitude, cada uma das unidades federativas, construindo um ambiente onde a qualidade de vida seja adequada aos direitos da pessoa humana.
O desembargador Manoel Brito certamente não entendeu a escolha dos seus pares do Ministério Público e dos seus futuros pares no Tribunal de Justiça, como prêmio, mas como resultado de uma série de indicadores de mérito que convenceram o governador Waldez Góes a escolhê-lo para o importante cargo.

Inteligente, experiente e experimentado, o novo desembargador está pronto para assumir as suas novas atribuições e destaca-las como as atuais mais importantes de sua vida profissional. É importante entender que o processo que define a escolha do desembargador, pelo menos desta vez, foi acatado no sua proposta, mas e principalmente, no seu resultado, demonstrado que é indiscutível o merecimento, como indiscutível é a oportunidade para que no Tribunal de Justiça do Estado do Amapá exerça, na plenitude, as suas atividades, contribuindo com o seu conhecimento para o fortalecimento do Pleno do Tribunal.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Jogo de xadrez

Rodolfo Juarez
O prefeito municipal de Macapá escolheu o momento certo para apresentar ao governador o Estado do Amapá as suas principais necessidades, considerando o encerramento do período chuvoso e a chegada do período sem chuva, onde o trabalho a céu-aberto é possível e muito mais em conta.
Apresentou o prefeito, vários planos ao governador, mas deu destaque para as necessidades com relação à restauração, recuperação e construção de vias; o término da construção do Hospital Metropolitano e, noutra área, os custos do programa da parte da educação básica que está sendo executado de forma compartilhada.
São tantos os outros casos, mas esses dois simbolizam o clamor da população que está querendo ver serviço, não os serviços que atendam a pontos isolados da sociedade, ou que resolvam pontos específicos e de grupos de pessoa.
Não tem como negar o apoio.
No caso e na oportunidade, diferenças partidárias, políticas, ideológicas ou históricas não contam. O que conta é o momento que a população está vivendo, ainda mais quando, historicamente o serviço de asfaltamento das vias dos núcleos urbanos amapaenses é executado com verbas do orçamento do Governo do Estado e soba a orientação técnica dos agentes públicos pagos pelo tesouro do Estado.
O mesmo ponto de vista pode constituir a avaliação dos serviços para conclusão da obra do Hospital Metropolitano na zona norte da cidade de Macapá.
Um prédio que já deixou de ser o “hospital do câncer” para ser hospital metropolitano e que mesmo assim, apesar de ver o tamanho das necessidades financeiras crescerem para a conclusão das obras do prédio, não manteve a motivação inicial e se encontra parado, muito embora coma justificativa de estar pronto e aprovado o projeto remodelador faltando os recursos para que as obras sejam retomadas.
Não falou o prefeito de limpeza da cidade, de auxilio para realizar o Macapá Verão 2015, de recursos para tapa-buraco. Esses “projetos” municipais já saíram de moda e, mesmo assim, deixaram uma série de problemas que os gestores não estão dispostos a resolvê-los em curto prazo.
Então que se cuide do asfalto e da obra do hospital metropolitano.
Nenhum dos dois dirigentes falou na obra do Shopping Popular, até agora o maior engodo oferecido à população, tanto pela administração municipal, como pela administração estadual, em um “deixa-que-eu-chuto” de fazer inveja para qualquer descuidado ou preguiçoso social.
É claro que os planos apresentados pela Prefeitura de Macapá precisam estar em condições de receber emendas, definição de prioridades e utilização de materiais adequados.
Desta feita não vai dar para o prefeito sair medindo a espessura do asfalto, falando o que não sabe e afirmando o que não tem nenhuma certeza. Mas é preciso convencer tecnicamente o governador de que o tema não será utilizado como mote para a campanha eleitoral de 2016, afinal, os planos dos gestores do governo passam pela prefeitura de Macapá, exatamente onde está Clécio Luís.
A opção pela população precisa estar muito clara e o entendimento de que esse não é o momento para sair capitalizando voto para 2016. Se entender assim, é possível que haja clima para iniciar a conversação, mesmo que a conversa seja “dourada” por expressões democráticas ou demagógicas e afirmações que “o momento não é para isso”.

E não é mesmo, o momento é de muito trabalho para aproveitar o período sem chuva, mas também agir sem enganação, falsidade e irresponsabilidade.