Rodolfo
Juarez
O
momento é de total atenção para a decisão da Administração Estadual que
parcelou o pagamento dos funcionários públicos do Estado, muito embora esse
momento seja o reflexo de uma série de erros de gestão que vêm sendo perpetrado
contra o que pode ser classificado como interesse primário do Estado.
Depois
de vir à reboque de uma onda de crescimento na qual viveu o Brasil desde meados
da década passada, os dirigentes públicos locais, todos eles, se sentiram em
uma zona de conforto que imaginavam jamais acabar. Nos primeiros sacolejos,
entretanto, os “jerimuns” se agasalharam e o que restou foi um ambiente onde os
dirigentes se perderam.
Já no
segundo mandato do governador Waldez se tinha as primeiras indicações de que os
ventos estavam mudando. Isso não foi percebido e a transição para o governador
Pedro Paulo, além de não ter o entendimento político dos agentes, a área
econômico-fiscal foi relegada a planos inferires, apesar do alerta de alguns
daqueles que se propuseram a gerenciar os interesses do setor.
A
eleição de 2010, cheia de fatores influentes externos, levou ao comando dos
interesses do Estado, Camilo Capiberibe que encontrou um estado já em
dificuldades econômicas, mas ainda arrastado pela onda do desenvolvimento
nacional.
Os
empréstimos junto aos bancos públicos foram entendidos como a tábua de salvação
para a administração que se instalara. As primeiras medidas foram até à
autorização da Assembleia Legislativa dos empréstimos junto ao BNDES e à CAIXA
ECONÔMICA, suficiente para maquiar as dificuldades.
Com um
discurso populista o povo elegeu em 2014 Waldez Góes, prometendo cuidar das
pessoas e das cidades. Logo que assumiu o governo se valeu do velho costume de
colocar a culpa pelas dificuldades daquele momento na gestão que acabara de
sair do comando do Estado.
Ao
invés de cuidar da administração, cuidou muito mais da judicialização do que
considerava erros administrativos cometidos pelo seu adversário político
preferencial.
No
outro viés o povo já dava um aviso importante: renovou mais da metade dos
deputados da Assembléia Legislativa e quase todos os deputados federais, além
de eleger um senador da República que não se aliara durante a campanha ao
governador eleito e empossado.
A
vitória eleitoral foi fragorosa, apesar disso, a equipe não conseguiu
identificar os problemas que deveriam ser tratados com prioridade, como a real
possibilidade da retração na economia implicando na queda da receita.
As
desculpas do primeiro ano de mandato foram colocadas nos problemas selecionados
da gestão anterior. As providências urgentes não foram tomadas e não houve
reconhecimento da realidade que tinha obrigação de identificar, no mínimo sendo
cauteloso no trato daquelas questões.
Apesar
de ter todas as condições de apoio popular para diminuir o tamanho do estado e,
em consequência o custo Amapá, não o fez e, ao contrário, imaginou um Estado
maior onde caberiam mais custos.
Erro
fatal!
A
Receita Estimada não se confirmou nos primeiros meses de 2016 levando o Governo
do Estado à necessidade de rever os seus princípios, mesmo assim não fez,
preferiu chamar para o problema os funcionários do Estado e com eles as
particularidades de cada um. Outro erro!
Agora
se vê em um beco sem saída, com receita insuficiente para cobrir as despesas e
o Estado caminhando para a insolvência econômica, tendo uma conta para pagar
maior do que a sua capacidade de pagamento.
Optou
por não fazer quando podia e agora tem que fazer quando não pode.
O
dilema está posto!