segunda-feira, 30 de maio de 2016

Semana do meio ambiente - 2016

Rodolfo Juarez
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Governo de Angola anunciaram em Paris, no dia 10 de dezembro de 2015, a nomeação do país-sede para as celebrações do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 2016. Um dos motivos que levou à escolha de Angola como país-sede foi o rol de ações tomadas pelo governo angolano para conservar e reconstruir a população de elefantes.
O Dia Mundial do Meio Ambiente (WED, na sigla em inglês) é o dia mais importante de ações positivas sobre o meio ambiente em todo o mundo e é comemorado no dia 5 de Junho. Para 2016, o tema abordado será a luta contra o comércio ilegal de animais silvestres.
Esta é uma questão de particular importância em Angola, onde a caça furtiva ameaça os esforços para reconstruir uma população de elefantes dizimada por uma guerra civil de décadas, que começou em 1975.
O Dia Mundial do Meio Ambiente começou a ser comemorado em 1972, como uma das conquistas da Conferência das Nações Unidas, realizada em Estocolmo, em 1972, com o objetivo de promover atividades de proteção e preservação do meio ambiente e alertar o público mundial e governos de cada país para os perigos de negligenciarmos a tarefa de cuidar do meio ambiente.
Todos os anos, as Nações Unidas dão um tema diferente ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Os temas são uma maneira de dar ideias para atividades de conscientização das populações e de proteção do meio ambiente, desde os mais complexos, como os tratados internacionais, a atividades individuais como: pintar um mural sobre a natureza, limpar uma praia, usar material reciclado, plantar uma árvore, utilizar material reciclado, separar o lixo a ser coletado, limpar uma praça ou um parque público, são atividades adequadas ao Dia do Meio Ambiente.
Divulgar frases ou mensagens apropriadas também contribui com o meio ambiente natural, tais como: "É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve". - Victor Hugo; "Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja". - Chico Xavier; "Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome". - Mahatma Gandhi.
No Estado do Amapá, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Amapá, através da Comissão do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, que tem como presidente o advogado Paulo Sérgio Sampaio Figueira e como vice-presidente a advogada Luciana Uchoa Ribeiro realizará de 1 a 4 de junho, no auditório da OAB/AP, como parte das programações da Semana Anual do Meio Ambiente, uma série de mesas redondas tratando do tema “As Perspectivas Jurídicas e Sociais para o Meio Ambiente do Estado do Amapá e o Desenvolvimento Econômico”.
Serão 4 mesas redondas que serão realizadas nas primeiras horas das noites dos dias 1.º, 2 e 3 de junho, desenvolvendo temas relevantes da atualidade ambiental do Estado do Amapá e com a presença de cientistas do setor ambiental, gestores públicos e professores universitários debatendo cada um dos temas selecionados.
As consequências das instalações das hidrelétricas e da criação de búfalos no vale do rio Araguari, a Mineração no Estado do Amapá, gestão das Unidades de Conservação e a transferência das terras públicas para o Estado do Amapá, são questões que estarão no centro das discussões.

Ainda como parte da programação da OAB/AP haverá, na tarde do sábado, dia 4 de junho, uma “pedalada ecológica” e “plantio e doação de mudas”.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Dia da Indústria: um dia para reflexão

Rodolfo Juarez
Esta semana marcou o Dia da Indústria e do Industrial.
Se o momento é de crise no setor industrial nacional é de penúria no setor industrial local, onde houve derrocada da indústria extrativa mineral, dificuldades desafiadoras na indústria da construção civil e na indústria química e de transformação, implicando em paralisia forte do setor e grandes dificuldades para aqueles que fazem da indústria o modo de desenvolvimento da sociedade.
O desacerto atingiu, em cheio, as organizações industriais patronais, principalmente os sindicatos, que com honrosas exceções conseguem manter-se vivo na luta pela organização do setor, mas o grande desfalque do setor no período recente é a Federação das Indústrias do Estado do Amapá, entidade sindical de grau superior, que não conseguiu vencer os embalos políticos a que foi e está, até agora, submetida.
A carência de políticas públicas claras e adequadas ao desenvolvimento desse setor levou ao fechamento de fábricas e ao recuo na oferta de vagas de emprego, levando a situação de pleno emprego no Amapá ao um dos últimos colocados na oferta de oportunidades e sem alternativa, em curto prazo, de fazer constar da lista, vagas no setor industrial.
Os setores da indústria que têm como insumos a madeira, como a indústria de pequenos objetos e de mobiliário em geral, inclusive escolar, foram dizimados e deixando uma grande parcela de industriais e industriários sem ter o que fazer e nem mesmo a especialíssima qualidade de carpinteiros experientes foi apresentada às maquinas modernas que baixam custos e tornam competitivos os seus produtos.
Da mesma “doença” sofreu o setor industrial gráfico, um dos mais importantes do Amapá, que não teve os seus parques modernizados, preferindo deixar-se engolir pela voracidade dos métodos propiciados pelos modernos computadores e pelas formas de comunicação entre pessoas físicas e jurídicas.
A panificação, um dos setores mais avanças de todo o país no item qualidade, demonstra que a indústria de alimentos é uma alternativa viável para quem está disposto a enfrentar o improviso das leis e o humor das fiscalizações, sem as necessárias continuidades e consolidações. Nesse item, indústria de alimentos, houve recuo e a industrialização da carne bovina, da carne suína, do pescado, do frango, entre outros deixou o tempo consumir as oportunidades.
A construção civil, um das indústrias que mais emprega, apesar de ter autonomia e viabilidade no setor privado, com a verticalização e os condomínios privados, não foi correspondido pelo setor público que cortou dos seus programas de gestão os investimentos, adotando a alternativa do aluguel de prédios inadequados para funcionamento de repartições públicas, ao invés de avançar no incentivo à industria da construção civil, conhecida por gerar empregos em altos volumes.
O Dia da Indústria é um dia para reflexão principalmente quando exemplos deixados pela criatividade de um industrial, da indústria da construção civil, Roberto Simonsen, mentor do SESI e do SENAI para universalizar o atendimento social e a educação profissionalizante voltados para os industriários e suas famílias.
No Amapá é preciso restaurar a Federação das Indústrias, fortalecer o Sindicato da Indústria da Construção e revigorar as outras organizações sindicais voltados para idústria, além de prestigiar as empresas e os empresários locais que adotam o setor para servir de força no sentido de propiciar o desenvolvimento do Estado.

As estruturas públicas são importantes nesse viés da economia, dando condições, através de políticas públicas para o desenvolvimento do setor no Amapá de forma organizada e comprometida com os interesses da sociedade.

terça-feira, 24 de maio de 2016

A gestão está turva

Rodolfo Juarez
O aperto que os administradores estão recebendo por parte dos funcionários efetivos, principalmente os lotados na Secretaria de Estado da Educação e na Secretaria de Saúde, está desnudando o executivo estadual na intimidade de outros ambientes, igualmente importantes, mas não necessariamente referente às relações de emprego.
A administração está turva por causa das dificuldades que enfrenta por questões do dia-a-dia e, também, pela falta de uma diretriz que fique de frente para os problemas atuais, ao mesmo tempo em que poderia indicar saídas para o futuro da gestão.
Como está não vai ficar. Isso é fato.
Ninguém quer o Estado do Amapá encolhendo na sua condição de ambiente para a população que, mesmo nas dificuldades, tem demonstrado paciência que surpreende e compreensão que anima.
Por outro lado o Amapá precisa encontrar um caminho que indique soluções que possam resolver de vez os seus problemas e não deixar o tempo passar e o que de bom ainda tem, ser consumido pelo tempo e pela paciência dos que aqui moram.
As atividades econômicas estão completamente retraídas e o Governo se ocupa totalmente com os seus próprios problemas gerencias e deixa de coordenar uma proposta de desenvolvimento sócio-econômico que venha reinserir no processo todos aqueles que podem contribuir com a melhoria.
As disputas políticas e de egos repartiram demais as forças que estão levando a resultantes próximos da nulidade com o afastamento da cooperação ou da interação de esforços, conforme está previsto nas regras que estrutura o Estado e que oferecem os direitos de cada um dos que aqui habitam.
Senadores para um lado, deputados federais para outro, deputados estaduais seguindo fisiologismo e oportunidades, e vereadores completamente esquecidos, não podem construir um legislativo que possa compor o desenvolvimento do Estado.
Governador próximo dos prefeitos apenas nos discursos e muito distantes na prática, criam um ambiente imprópria para qualquer relação de confiança e “inventam” ambiente que favorecem o predomínio de pessoas que não têm boas intenções e, mais, estão dispostas a explorar as fragilidades para de ela tirar o maior proveito que puder, pouco se importando com os interesses da população.
A cada dia os Poderes do Estado, apesar dos discursos, mostram na prática que, através dos seus dirigentes, preferem exercer as pressões frente às compreensões, ocupando um ao outro em temas que não interessam ao estado e apenas massageiam o ego impulsivo dos seus dirigentes.
Enquanto isso os órgãos federais, que têm representação no Estado, mais se afastam da realidade estadual, evitando a “contaminação” de suas gestões pelos problemas que são próprios do Estado.
Se não houver um esforço muito grande que supere os egos ou a incompreensão dos dirigentes de todas as organizações públicas que têm endereço no Amapá, a ocupação de todos será com o binômio cobrança/obediência (ou desobediência), com profundas marcas na gestão de cada um.
A imprensa também tem papel fundamental na história atual da administração pública local. Acostumada a ter parte dos seus custos mantidos pelo dinheiro público, precisa compreender que deve receber pela sua justa contribuição à sociedade e não pela pressão que faz ou a necessidade que alguns têm de “aparecer bem na foto”.
Ninguém, sozinho, tem possibilidade de ser o “salvador da pátria”.

O povo, entretanto, tem sob seu encargo a sua ação e a possibilidade de começar a corrigir isso, dentro da regra, sem necessitar de qualquer artifício, compreendendo a realidade e escolhendo certo já nas eleições de outubro.

sábado, 21 de maio de 2016

O Estado precisa definir políticas públicas para as rodovias.

Rodolfo Juarez
O Amapá precisa definir uma política de estado para colocar em execução atendendo, de forma sistemática, as necessidades das rodovias estaduais sob pena de ver atado um nó tão resistente e sem condições de ser desatado.
Uma das justificativas do empréstimo junto ao BNDES, superior a um bilhão de reais, fora a “revitalização e construção de rodovias estaduais” “dando infraestrutura para o desenvolvimento local”.
Evidente demais que isso não está se confirmando na dimensão anunciada e, por isso contraria técnicos, alguns dirigentes e a população que continua caminhando por caminhos nunca imaginados e muito menos admitidos pelo Governo do Amapá.
Mesmo antes do empréstimo, o governo estadual anunciava vários projetos que daria infraestrutura ao Estado e entre eles, melhorias nas condições de uso das rodovias estaduais. Foi assim com a Rodovia Duca Serra, a Rodovia JK e a Rodovia Alceu Paulo Ramos, as três consideradas formadoras dos eixos principais no catálogo de rodovias do Estado do Amapá.
As promessas para melhorar a estrutura da Rodovia JK nem saíram do papel a não ser o frustrado projeto de “lama asfáltica” que foi iniciado e não concluído por absoluta falta de condições técnicas para atender as necessidades da rodovia. O mesmo aconteceu com a Rodovia Duca Serra e a Rodovia Alceu Paulo Ramos sequer foi concluída no seu projeto inicial.
Um sistema de rodovias não é constituído apenas pelos eixos principais e é, por isso que se identifica o conjunto como “malha rodoviária”. Assim, faltam projetos e alguns até estudos preliminares para a construção das vias que comporiam a rede e que, há muito tempo são usadas como caminho precário de serviço ou de falsa rodovia, pela população que precisa da estrada para deslocar-se e participar do desenvolvimento do Estado do Amapá.
Nesse momento ninguém desconhece a necessidade de mudar o padrão de atendimento da Rodovia Duca Serra. Usá-la transformou-se em uma decisão de alto risco devido às condições físicas da própria rodovia e a carga de veículos que rolam sobre o asfalto da estrada. Além disso, a sinalização para o trânsito de veículos e pedestres é precária, não tendo alternativa para o pedestre, muito embora em boa parte do seu eixo existam condições para alargamento de pista, construção de variante e, até de empréstimos para construção de pavimento.
Dos poucos menos de 18 km de extensão da Rodovia Duca Serra, 10,4 km ainda têm possibilidade de identificação de faixa de domínio onde poderia caber uma rodovia com dupla caracterização: a de escoamento o introdução de mercadorias e serviços e de ligação entre os dois principais núcleos urbanos do Estado do Amapá – Macapá e Santana.
A Rodovia JK, que tem o seu uso estabelecido pelo peso de carga máxima definidos para a ponte sobre o Rio Fortaleza, limite entre os territórios dos municípios de Macapá e Santana, já demonstra pontos com flagrantes sinais de esgotamento e precisando de recuperação.
As rodovias secundárias e as estradas de penetração precisam compor esse espectro para que o sistema rodoviário estadual não se restrinja àquelas rodovias ou àqueles caminhos que estão próximos de Macapá. Todos os outros municípios precisam ter uma indicação de como esse sistema está projetado para ser construído.
Essa definição é importante porque os sistemas rodoviários municipais, apesar de serem seletivos, são qualificados conforme o desenvolvimento de cada localidade, inclusive aquelas que estão distantes da sede do município.

A definição de uma política de estado, entretanto, é insubstituível para enfrentar, inclusive, as nomeações políticas que contrariam os setores técnicos que são responsáveis pela qualidade e o custo das obras rodoviárias. 

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Muros e forros, mas não é só isso.

Rodolfo Juarez
Desde meados de abril e durante todo o mês de maio estamos nos defrontando com notícias que precisam ter suas causas exploradas, principalmente quando se trata de obras abertas, mas também nas obras fechadas, e que são destinadas a receber pessoas durante períodos que deveriam ser curtos, mas que estão se alongando, contrariando as pessoas e, até aqueles que podem ser responsabilizados pelas ocorrências.
A queda do muro de uma praça na sede do município de Oiapoque, a queda do muro da Escola Estadual São Benedito, em Macapá, e a queda do forro da sala de espera de uma clínica aqui na Capital acabaram por chamar atenção dos técnicos da área de engenharia e daqueles que são responsáveis pelo funcionamento daqueles espaços.
Uma visão expedida na queda dos muros induz a uma reflexão de como estão sendo executadas e fiscalizadas essas obras e a queda do forro remete à necessidade de um plano de inspeção, além daquele executado pelos técnicos do Corpo Bombeiro Militar.
As regras impostas pelos legisladores e cobradas pelas organizações de fiscalização externa ao Executivo acabam fazendo uma exigência subliminar que não está sendo observada: a segurança do objeto contratado.
De repente se está prestando atenção apenas para o aspecto legal da formalização dos contratos de serviço, desde a cotação de preços, licitação e contrato propriamente dito, do que para a execução, deixando essa importante etapa sem a cobertura técnica necessária.
Fora do Amapá se tem o resultado desastroso de uma obra viária no centro de Belo Horizonte, um prédio de vários andares no Rio de janeiro e, mas recentemente, a queda da ciclovia projetada para ser um legado dos Jogos Olímpicos de agosto deste ano.
As prefeituras têm demonstrado dificuldades para manter equipes técnicas e exigir, seja lá de quem for, acompanhamentos que definam, claramente, as responsabilidades técnicas.
Até agora ninguém foi responsabilizado pela queda do porto de minério em Santana onde morreram 6 pessoas, duas das quais sem, sequer, ter o corpo encontrado nas buscas realizadas pelos órgãos oficiais e pela própria empresa responsável.
As perícias técnicas nunca são concluídas e a sociedade começa a duvidar da capacidade dos técnicos envolvidos na construção, manutenção e os responsáveis pela definição de riscos.
Já tivemos problemas nas barragens, inclusive com morte na que está sendo construída em Laranjal do Jarí e desastres ambientais provocadas pelas que estão no rio Araguari e, mesmo assim, o tempo passa e vai deixando esse rastro para outras obras que estão por terminar ou que terminadas não estão recebendo a manutenção necessária.
Um desses pontos é todo o passeio da orla do Perpétuo Socorro, integrante da orla da cidade de Macapá e que está em uma situação absolutamente crítica, precisando, urgentemente receber reparos que, a cada dia que passa, são mais caros devido o progresso do desgaste que se nota a olho nu. Vale observação também para o terminal do píer 2 do bairro Santa Inês.

O próprio parque do forte, conhecido como Lugar Bonito, precisa de urgente atenção. Os equipamentos estão destruídos, faz tempo, e seria interessante e necessário que ao completar 10 anos de funcionamento, o que ocorre no dia 10 de junho, estivesse em condições de lembrar o que levou o parque forte a ser chamado de Lugar Bonito no dia da inauguração.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Propaganda enganosa mascara a realidade

Rodolfo Juarez
Recentemente tenho observado que as administrações dos municípios de Macapá e Santana retomaram a prática da divulgação incompatível com a realidade que a população sabe não retratar o que percebe no dia a dia.
O caso de Santana, então, é o que mais agride o cidadão, quando o prefeito, utilizando o tempo da sua nova sigla partidária, procura incutir na cabeça dos que são obrigados a ver e ouvir o que diz na inserção que o partido tem direito, informações absolutamente em desacordo com o que a realidade demonstra.
Os últimos espelhos desse comportamento estão se quebrando a partir daqueles que construíram a fantasia para o Brasil, quando da campanha para a reeleição da presidente Dilma Rousseff que descrevia um Brasil sem problemas, absolutamente em contraste com o que, realmente, acontecia.
O resultado veio através de ações e operações policiais que identificaram os responsáveis pela má informação, custeada por dinheiro de origem duvidosa, muito embora, até agora, ainda não se tenha conhecimento da dimensão do estrago que trouxe para o país.
A mesma coisa é por aqui nas eleições de 2014.
A população aqui reagiu muito à tentativa de mostrar um Estado virtual do que ao resultado que era apresentado pelo governante, muito embora uma coisa estivesse interliga à outra e se autosustentando.
Esta propaganda enganosa e que prejudica a interpretação da realidade, acaba por desorientar o eleitor que não avalia o mandato que está acabando e nem as condições daqueles que estão pretendendo chegar ao Poder.
Neste aspecto a propaganda eleitoral não tem cumprida a sua missão. Continua servindo para desequilibrar a disputa e favorecer os endinheirados que contratam os sues marqueteiros, que muito antes de divulgar a verdade, trabalham para escondê-la e a reproduzir uma mentira, atendendo a máxima de que “uma mentira dita muitas vezes pode encobrir a realidade”.
O que o prefeito de Santana, candidato à reeleição, divulgou há poucas semanas pelo rádio e pela televisão protegido pelo manto de um partido político, no horário gratuito que dispõe esse partido, foi uma tentativa de enganar a população de Santana, afirmando situações que não passam de ficção e que o prefeito sabe ou deveria saber, mas de que qualquer outra pessoa, de que está procurando iludir o eleitor porque é candidato à reeleição.
Menos pior em Macapá, onde o prefeito não foi para um vexame desses, mas permitiu que atores informassem sobre realidades virtuais e que não teriam quaisquer condições de estar acontecendo pelas lamúrias devido a queda na arrecadação anunciadas pelos principais assessores que o prefeito conta na Prefeitura.
Há absoluta necessidade de todos entenderem que essas propagandas institucionais, além de não serem verdadeiras, são exageradas e pagas com o dinheiro do contribuinte.
Por essa e por outras que a permissão para reeleição para cargos executivos precisa ser descartada e os mandatários puderem ter toda a sua atenção para a governança e não para a governabilidade.

Quem continuar pensando que o leite das tetas da administração pública não acaba está absolutamente enganado. 

segunda-feira, 9 de maio de 2016

É competência federal a definição da data limite para pagamento de salário

Rodolfo Juarez
Está na Assembleia Legislativa do Amapá, em tramitação, a proposta do governador do Estado, em forma de emenda à Constituição Estadual, para que o caput do artigo 64 da Carta Magna Amapaense seja modificado. Na essência o governador pede que os deputados aprovem a emenda que propõe e que muda o limite de tempo para o pagamento do salário dos servidores públicos do estado.
A Constituição do Estado do Amapá foi promulgada em 20 de dezembro de 1991 e passou por uma ampla reforma em 2006, quando foram promulgadas as emendas de números 35 e 36, respectivamente em março e agosto daquele ano.
Seguindo a Constituição Federal, a Constituição do Estado do Amapá é classificada, quanto à estabilidade, como rígida, ou seja, é uma constituição que só pode ser alterada mediante processo solene, tendo que cumprir exigências formais e especiais, diferentes e mais difíceis do que os determinados para leis estaduais complementares e leis ordinárias.
O governador valeu-se da autorização que lhe dá o artigo 103 da Carta, quando orienta que “a Constituição pode ser emendada mediante proposta: (...) II – do governador do Estado;”.
Este artigo da Constituição tem cinco parágrafos. No parágrafo quarto a ordem da Constituição é a seguinte: “não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (...) III – os direitos e garantias individuais;”.
Parece claro que o constituinte, quando promulgou a ordem constitucional que consta do artigo 64 da Constituição do Estado do Amapá, levou em consideração o inciso XXXVI, do artigo 5.º da Constituição Federal, que preserva o direito adquirido para receber “até o 5.º dia útil o salário do mês subsequente ao da aquisição do direito” é um direito adquirido pelos “servidores públicos, inativos ou pensionistas do Estado e das autarquias”.
O Decreto-Lei n.º 5.452, de 1.º de maio de 1943 (CLT), no artigo 459 manda que “o pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a um mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações.”. O parágrafo 1.º do mesmo artigo 459 da CLT manda que “quando o pagamento tiver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o 5.º dia útil do mês subsequente ao vencido.”.
A alteração proposta pelo pode ser considerada muito mais uma providência acautelatória de defesa contra prováveis alegações de crime de responsabilidade, pelo não cumprimento de uma ordem constitucional (pagamento do salário dos funcionários até o quinto dia útil), com visíveis prejuízos aos planos apresentados à sociedade e que foram mal dimensionados, resultando em uma Lei Orçamentária Anual deficitária e um Plano Plurianual fora das reais condições do Estado, devido a utilização de parte da receita para saudar contas correntes mal dimensionadas.
Na realidade o Governo do Estado do Amapá está pagando uma folha que não tem condições de pagar, principalmente devido aos salários de alguns servidores públicos que estão além do razoável para a capacidade financeira do Poder Executivo. Pelo menos 170 servidores estáveis ganham bem mais que o próprio governador do Estado.
Nesse momento de dificuldades por falta de bem dimensionar a realidade, o mais indicado é melhorar a eficiência para que a sociedade não seja punida, como está sendo, pela falta de consideração com a população que vive na incerteza das ameaças de greve em vários setores do Governo.
O assunto é complexo e não pode ser resolvido apenas com a força política e é preciso entender que a governança não pode depender da governabilidade e que, ao que nos parece, as questões de prazo para pagamento são objetos da CLT e não de legislação estadual.

A ordem que está na constituição do Estado é apenas uma reprodução do que está na Consolidação das Leis do Trabalho, que atende a competência federal de definições sobre data limite para pagamento de trabalhadores, independentemente do tipo de vínculo.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Estamos sendo bem governados?

Rodolfo Juarez
Segundo Houaiss governar é exercer autoridade soberana e continuada sobre os interesses de um ente federativo. É controlar e dirigir a formulação e a administração da política que se adota para esse ente.
Governar é administrar, dirigir, gerir, ministrar, reger, regrar, superintender, cultivar, dispor, lavrar, preparar, chefiar, comandar, conduzir, dominar, acompanhar, aduzir, direcionar, encaminhar, guiar, levar, manobrar, trazer, aproar, controlar, encabeçar, sobrepujar, aconselhar, ensinar, proteger, predominar, decretar, derivar, despachar, despedir, determinar, exigir, prescrever, executar, trabalhar, aferir, condicionar, entre tantos outros verbos que tipificam a função.
E, acrescente-se, melhorar continuamente a qualidade de vida dos cidadãos em todas as áreas, desde a educação até ao emprego, da saúde ao ambiente, da segurança à justiça.
Já faz algum tempo que olhando a nossa volta, comparamos e concluímos que algo está errado. Podemos resumir este sentimento em uma expressão simples: estamos sendo mal governados.
Anos após anos muda-se secretários, presidente de empresas, se extingue secretarias para criar outras. Fecha-se institutos e outras entidades com justificativa de que se está modernizando a administração. E nada dá certo ou apresenta os resultados anunciados.
Boa vontade parece haver, mas estamos sendo bem governados?
Será que os nossos estudantes saem da escola com uma preparação melhor?
Será que o abandono escolar diminuiu?
Não parece!.
Todos os anos se alteram as regras, se mudam professores, criam-se e eliminam-se formas de avaliação. Discute-se sem parar, mas melhoramos?
Na saúde cada novo secretário tem os mesmos problemas: falta de médicos e enfermeiros no interior. Cada vez temos mais médicos estrangeiros, não porque os nossos não sejam bons, mas porque são escassos.
Estamos sendo bem governados?
Todos os anos se editam mais leis, mais regulamentos, mas não melhoramos.
Estamos sendo bem governados? 
Cada vez pagamos mais impostos, mas não vemos efeitos proporcionais. Será que o nosso dinheiro está sendo bem aplicado?
Todos os dias nascem decretos, leis, resoluções, regulamentos. São milhares em cada ano. Como é que isto melhora a nossa vida?
Estamos sendo bem governados?
Todos dizem que é preciso fazer isto e aquilo. Os governantes antes, nas campanhas políticas, dizem que sabem o que fazer para governar bem o estado, o município e o país e que vai governar melhor do que os que os antecederam.  
Tantas e tantas explicações inteligentes, bem fundamentadas, tanta autoconfiança, com tanta tranquilidade para nos garantir que tudo vai melhorar.
E durante cada ciclo de 4 anos discutimos sem parar, usa-se a média para nos convencer ou para nos sobressaltar.
Mas estaremos realmente escolhendo o melhor para nos governar?
Precisamos seguir em frente, honrar nossa história que contém bons registros de desenvolvimento. Para isso sabemos que além de precisarmos ser bem governados, também precisamos de governantes excepcionais, exigente, ambicioso e com os olhos no futuro.

É preciso olhar para o futuro e fugir da meia luz sob a qual nos encontramos.