Rodolfo Juarez
Esta
semana aconteceu o Nono Congresso Estadual de Profissionais do Amapá,
organizado e executado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do
Amapá, com apoio institucional e financeiro da Mútua, que é a Caixa de
Assistência dos Profissionais do CREA, e do Confea – Conselho Federal de
Engenharia e Agronomia.
O
evento tinha entre os seus objetivos específicos a definição dos delegados
estaduais que estarão representando a Engenharia e a Agronomia do Estado do
Amapá no Congresso Nacional de Profissionais que acontecerá em Foz de Iguaçu,
Estado do Paraná, de 29 de agosto a 3 de setembro deste ano.
Antes
do encontro do dia 29, três encontros preparatórios havia ocorridos, sendo dois
em Macapá e um em Santana, tendo entre seus objetivos o recebimento de
propostas apresentadas pelos profissionais de Engenharia e Agronomia, visando o
fortalecimento profissional e institucional, dentro de três eixos
pré-definidos: “defesa e fortalecimento da Engenharia e da Agronomia junto à
sociedade”; “tecnologia e inovação” e “carreira e prerrogativas da Engenharia e
da Agronomia”.
Mesmo
com todas essas atrações temáticas e com objetivos bem definidos, muitos
profissionais não participaram, as alegações são as mais diversas, mas todas
sem deixar de reconhecer a importância da realização e com a promessa de
participação nos próximos congressos, depois de perceber que este é um dos mais
eficazes caminhos para que os profissionais da Engenharia e da Agronomia sejam
reconhecidos pelo seu insubstituível conhecimento e importância social.
Alguns
fatos recentes que chocaram a sociedade e que tiveram como centro referencial a
Engenharia, não deixam dúvidas quanto a necessidade de um cuidado especial,
principalmente dos gestores públicos, na relação que estabelece com os
profissionais da engenharia.
No
Estado do Amapá várias questões estão exigindo tratamento melhor e que têm como
principal agente o profissional da Engenharia e da Agronomia.
Os da Engenharia
para auxiliar a população no conhecimento e tomada de providências, entre
outros, em episódios como o do desmoronamento do Porto da Empresa de Mineração
Anglo, em Santana, onde seis pessoas perderam a vida.
Os da
Agronomia para ser o seu “olho” nas questões das terras que foram transferidas
da União para o Estado e que estão sendo vendidas à terceiros com a mensagem de
inicio de uma fronteira agrícola e que precisa, naturalmente, ser muito bem
explicada para a sociedade, que financia os estudos dos Agrônomos de forma
permanente, possa ver esses profissionais inseridos nas decisões, algumas de
difícil compreensão.
De um
modo genérico pode-se afirmar que os engenheiros e agrônomos ainda padecem a
falta de comunicação com a sociedade, muito embora já se note um esforço de
alguns em não se submeter ao império do poder político que, muitas vezes,
mutila o resultado técnico e vulgariza o resultado social, através da mídia
publicitária que massacra e distorce a realidade.
O que
se observa é uma tímida, mas crescente, vontade dos profissionais de Engenharia
e Agronomia voltarem a se comunicar com a sociedade, perdendo, de vez, o
acanhamento que tem com relação a oferecer os seus serviços profissionais e
divulgar a importância que cada um tem na conformidade de uma sociedade
completa e justa.
Os
gestores públicos também podem virar alvo desse novo momento da Engenharia e da
Agronomia, para que reconheça a sua importância técnica e não o considere
apenas um assessor, do qual pode afastar os seus conhecimentos para torná-lo
apenas um instrumento da Administração.
Muitas
coisas ainda faltam ser feitas, mas eventos como o Congresso Estadual de
Profissionais de Engenharia e Agronomia do Amapá é uma excelente oportunidade
para a retomada, em nome do conhecimento, da ciência e do resultado social.