quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O fio condutor para 2017

Rodolfo Juarez
O equilíbrio deve ser o “fio condutor” das análises de tempos difíceis e que provocam desconforto para a maioria das pessoas que forma uma população.
Há necessidade de reconhecer a vontade de mudança que toma conta de um povo e as dificuldades que os dirigentes têm para reconhecer que estão com prazo de validade vencido em um modelo que acostuma os dirigentes a trabalharem com projetos de poder e não com projetos de gestão.
Poucos, nos últimos 16 anos, escaparam dessa vontade de usufruir das mordomias e, alguns, do dinheiro que o poder dá através de subsídios e salários além da representação e da responsabilidade de interpretar a realidade e ajustá-la para os interesses da sociedade.
Os desajustados de nascença ou pelo modelo que adotaram, passaram a usar o dinheiro público como se seu fosse, sem levar em consideração que os desvios atrofiavam os setores mais frágeis destinados a manter o equilíbrio e a satisfação social: a segurança, a educação e a saúde.
Por isso analisar 2016, e os anos imediatamente anteriores, passou a ser uma tarefa que exige equilíbrio e observação aguçada, pois, do contrário, poucos sobrariam para ver o que foi feito por uma geração de gestores e representantes políticos contaminados pela corrupção, sem dúvida, a maior força de destruição social promovida por agentes públicos eleito ou que se aproveitaram da eleição.
As operações policiais se transformaram na esperança da população que abriu mão do seu próprio poder e reconheceu a usurpação pelos grupos políticos que se combinavam entre si e com grupos empresariais para garantirem-se na má-gestão, enganando os interesses da população, mas explorando a ganância do homem e a irresponsabilidade dos mandatários.
Agora os indicadores econômicos, sociais, financeiros, cambiais, estatísticos, históricos, comparativos e da forma como entender identificar, apontam para uma terra arrasada, onde os governos dos estados, mesmo os tidos como ricos, não conseguem pagar os funcionários e continuam atendendo precariamente a população.
Algumas celebridades das grandes e pequenas “paróquias” foram retiradas de cena sem a certeza de que o espetáculo da corrupção seja estancado devido às diversas faces que essa conduta criminosa apresenta e os disfarces que impregnou nos núcleos sociais dominantes.
Por aqui, entre nós, não há certeza de que os ícones do espetáculo da corrupção sejam retirados de cena, nem mesmo os disfarçados e que ainda se mostram como paladinos, dizendo-se dispostos a continuar representando ou dirigindo a sociedade que experimentou em 2016 dificuldades espetaculares e situações jamais imaginadas.
Todos devem estar atentos, acompanhando o movimento de cada um desses agentes indesejados que insistem em permanecer com seus “botes”, dando a impressão que acreditam que tudo não passa de um modismo.
O importante é que os tempos são outros, a realidade é outra, difícil, mas outra. A luta agora exige novas armas, novos conhecimentos, novas estratégias e os que não se adaptarem correram os maiores riscos de ficarem pelo caminho, abatidos pela situação, entretanto, os que compreenderem a realidade podem ser vistos como os guias que a sociedade precisa e os Estado necessita.

Temos o direito e a necessidade de esperar um ano de 2017 melhor e com melhores dirigentes e representantes. 

domingo, 25 de dezembro de 2016

O tempo em que os distantes se aproximam

Rodolfo Juarez
O vai e vem do Natal é espetacular. As pessoas realmente acreditam que é um dia diferente e fazem-no ser um dia diferente, não obstante as dificuldades de cada um e a suficiente informação de que não está sendo conduzido, da forma como foi imaginada, os interesses da população.
As compras e, especialmente os presentes ganham importância, espaço e funcionam como o grande desafio da capacidade de pagamento de cada pessoa ou de cada família. Neste dia até mesmo os preços têm relevância relativa, deixam de ser o desafio para ser um instrumento de comparação.
Para os amapaenses o Natal, apesar de perder um pouco do seu sentido, acabou mostrando um consumidor mais cauteloso, procurando ser consciente e construindo proteção que lhe dê um mínimo de segurança nos dias que seguirão ao do Natal, desconfiando de condições que possam demonstrar a sua alegria, mas diminuir a felicidade nos dias e meses seguintes.
Mais gente nas lojas, mais compras sendo fechadas e algumas dificuldades sendo “plantadas” sob a forma de dívida para os meses seguintes sem a certeza de que vai ter condições de pagar no prazo que acordou.
Precisando renovar os estoques, uma vez que estoque velho é problema certo para o comerciante, o consumidor aceita produtos não tão modernos e nem tanto úteis por causa do preço, mesmo sabendo que o uso é efêmero ou que, como se trata de um presente, vale a máxima de que “cavalo dado não se olha dos dentes”.
Logo este ano de 2016 que nos fez o favor de colocar o Natal em um domingo, deixando a semana toda como desafio à resistência do consumidor para dar o presente que poderia deixar o destinatário feliz, nem que fosse por pouco tempo.
Além disso, tem a culinária de época. Exatamente aquela que é a preferida da família e que aproveita o período para fazer as receitas que já não usa por causa do preço dos ingredientes ou dos temperos. Ver os membros da família falando alto e abraçando-se entre si é o imponderável que não precisa de esforço para ser justificado.
Também as histórias de família, tantas e surpreendentes, que passa a ser uma atualização do que aconteceu nos últimos meses, ou anos. Os bebês são apresentados para os outros da família, que ficam encarregados de comparar se parece com a mãe ou com o pai e, os maioreszinhos para saber se as preferências já mudaram, se a voz já está grossa e para dar provas de que realmente cresceu nos últimos meses ou anos.
“Amigo oculto”, gritaria e troca de presentes não faltam nesse momento que antecede os apertos dos primeiros meses do ano.
O valor da subjetividade dos encontros não é computado como ganho ou custo para muitos, entretanto é o que fica gravado na mente das pessoas: um abraço, um jeito que vira jeitinho, uma benção de pai, tia, tio, padrinho entra para a lista invisível da mente, garantindo que, mesmo na lembrança o diferente estará com os dois, ou mais de dois que se confraternizaram.

O Natal é um momento especial onde os distantes se aproximam e os próximos se unem para fazer valer a verdadeira confraternização. Isolar-se não é bom, principalmente durante a noite onde o clima de festa impregna a alma das pessoas e garante lembranças que valem a pena viver.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

2016 além de ser um ano difícil foi um ano perdido

Rodolfo Juarez
O ano de 2016 está terminando e com ele a esperança de que também termine o clima de desconfiança que foi cultivado desde o começo de 2015.
Não é possível que técnicos - alguns com experiência comprovada -, e outros absolutamente sem esta experiência, mas com alguma vontade, não encontrem saídas para o desenvolvimento do Amapá.
Afinal de contas são disponibilizados para o Estado e gastos pelo Estado, em média 500 milhões de reais por mês de cada um dos últimos 4 anos. É bastante dinheiro para tão pouco resultado social.
Além dos problemas internos dos Poderes – Executivo, Legislativa e Judiciário – e do Ministério Público Estadual, com reclamações do seu maior patrimônio que são seus funcionários, há um cultivo à desigualdade na distribuição dos salários por grupo de profissionais que não se conformam e montam na porta dos prédios sedes dessas instituições, protestos que, no mínimo, incomodam os administradores e surpreendem a população.
A lentidão no trato das questões de interesse da população é um problema que precisa ser vencido, mesmo que para isso se mude a forma de encarar e atacar cada um dos problemas em cada um dos poderes.
É praticamente impossível explicar aos servidores dos Poderes essa brutal diferença que existe entre os salários de poucos privilegiados, alguns estourando o teto salarial, enquanto outros não conseguem explicar a necessidade de repor, pelo menos, a inflação.
É importante que os dirigentes desses Poderes, alguns com novos titulares a partir do começo do ano que vem, compreendam que não estão agradando. Essa constatação é dos próprios servidores que, em alguns casos, perdem o respeito, quebram a salutar hierarquia e estabelece um caminho muito difícil para o entendimento.
Compreender que o dinheiro para pagar cada um dos funcionários públicos do Estado do Amapá, de qualquer dos Poderes, é resultado do que os contribuintes pagam sobre o consumo, produção e outros meios que giram a roda da Economia local, sob a forma de tributos: impostos, contribuições e taxa.
O ano de 2016 está terminando deixando para 2017 a busca da solução para alguns problemas crônicos do Estado do Amapá como, por exemplo, a situação da Assembleia Legislativa, que atua sob um severo olhar de desconfiança da população.
Muito embora essa situação não esteja concentrada apenas no Poder Legislativo, há também questões semelhantes no Executivo e em outros Poderes do Estado.
Em termos de desenvolvimento e se analisarmos a Administração que começou no dia 1.º de janeiro de 2015, é penoso concluir-se que se trata de dois anos perdidos em confusão e falta de iniciativa; com as receitas encolhendo e sendo o Governo do Estado obrigado a lançar mão de empréstimos vultosos para “respirar” um pouco mais.

O ano de 2017 precisa ser diferente: primeiro para não entrar para a estatística de mais um ano perdido; e depois para mostrar aos profissionais da Administração Pública a necessidade de melhorar os resultados das tomadas de decisão.

domingo, 18 de dezembro de 2016

Os apelidos dos "donos" do Poder

Rodolfo Juarez
A semana que passou ficou marcada pelo vazamento e exaustivo noticiário na grande imprensa, da documentação sigilosa entregue ao Ministério Público Federal pelo funcionário da Odebrecht S.A., Claudio Filho, responsável pela diretoria de relações institucionais daquela empresa.
Segundo o próprio Claudio Filho, primeiro delator funcionário da Odebrecht, na condição de colaborador com a Operação Lava-Jato, a área de relações institucionais da empresa é a responsável pelas áreas de relações institucionais e presidentes das demais empresas do grupo,sendo certo que estes possuem agendas institucionais próprias junto aos entes e órgãos públicos, incluindo o Congresso Nacional.
 A colaboração premiada – da qual a delação é uma espécie -, constitui o eixo da Nova Justiça Criminal Negociada no Brasil. Nova em razão da regulamentação dada pela Lei 12.850/13 e que vem se consolidando na jurisprudência dos tribunais. Segundo os especialistas, os advogados que a rejeitam, simplesmente jogam fora uma das possíveis estratégias de defesa do réu.
Pois bem, os advogados de Claudio Filho se valeram dessa estratégia e estão provocando um abalo entre os poderosos atuais, com pelo menos 77 pessoas do alto escalão da República, ou que recentemente estavam nessa condição, sendo citados no documento seria sigiloso e que vazou para a imprensa brasileira e mundial.
Nove empresas do grupo, segundo o delator, através dos seus diretores institucionais, além do setor que estava sob sua responsabilidade atuavam, também, em Brasília e,sempre que precisavam, recebiam o apoio de Claudio Filho, entre elas a Odebrecht Agroindustrial, Enseada do Paraguaçu, Odebrecht Ambiental, Odebrecht S.A., Braskem, Odebrecht Internacional, Odebrecht Properties, Odebrecht Defesa e Tecnologia e Infraestrutura Brasil, além do relacionamento que tinha com os responsáveis pelas relações institucionais das empresas OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa.
A descrição de como ocorre o apoio de parlamentares às demandas legislativas que tinham direto interesse da holding, através de suas respectivas empresas, seguia, em regra, os seguintes passos: 1) surgimento do interesse da demanda legislativa; 2) monitoramento das proposições; 3) identificação e inserção em debate; 4) apoio às ações de inserção de cada setor na agenda do Congresso; e 5) apoio às entidades e empresas nas ações de convencimento do pleito.
Antes de oferecer a delação propriamente dita, Claudio Filho fez questão de fazer a seguinte afirmação: “relatarei em seguida os eventos que contaram com minha participação ou conhecimento preciso. Quero, antes de tudo, esclarecer que apresento, neste momento, relatos totalmente refeitos e revisados, frutos de grande esforço de detalhamento e recuperação de fatos e datas. Também trago fatos que podem ser relevantes fontes para alavancar novas linhas de investigação. Tenho convicção de que, com meus relatos, deixarei clara a forma pragmática como funcionava a política nos bastidores do Congresso Nacional”.
As interferências no sentido de atender aos interesses das empresas os parlamentares atuavam em troca de dinheiro, propina pura, sempre com a alegação de que seria para gastos de campanha política. Medias Provisórias, Projetos de Emenda Constitucional, Projeto de Resolução, no Senado, apenas com Romero Juca, como referência, foram negociadas e pagas pelo delator Claudio Filho 22 milhões de reais.
Romero Jucá pertencia (ou pertence) ao que chamou de núcleo dominante do PMDB, formado pelo próprio Romero Juca (codinome “Caju”), Renan Calheiros (codinome “Justiça”) e Eunício Oliveira.
Na Câmara o Núcleo do PMDB era formado por Michel Temer, Eliseu Padilha e Moreira Franco. Outro elo importante na ligação era Geddel Vieira Lima (codinome “Babel”).
Alguns dos outros codinomes como eram conhecidos e registrados os políticos: Eduardo Cunha (“Caranguejo”), Eliseu Padilha (“Primo”), Moreira Franco (“Angorá”), Ânderson Dornelles (“Las Vegas”), Gim Argello (“Campari”), Ciro Nogueira (“Piqui”), José Agripino (“Gripado”), Inaldo Leitão (“Todo Feio”), Paes Landim (“Decrépito”), Heráclito Fortes (“Boca Mole”), Lídice da Mata (“Feia”), entre tantos outros.

Claudio Filho, em sua delação, não citou nenhum parlamentar amapaense, como beneficiário direto ou como pertencente ao núcleo do poder do PMDB e concentrou as suas delações sobre os membros do maior partido do Brasil. Apenas Jacques Wagner, do PT, teve espaço considerável na delação. 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Estagnação e colapso de uma instituição importante

Rodolfo Juarez
Ontem, dia 14 de dezembro de 2016, a Federação das Indústrias do Estado do Amapá – Fieap completou 26 anos de fundação, sem qualquer festa e fazendo muita falta para o desenvolvimento do Amapá.
Fundada em 1990 com o objetivo de participar, diretamente, de todo o processo de instalação do novo Estado, que fora o resultado da transformação do Território Federal do Amapá em Estado do Amapá, pela Constituição Federal promulgada em 1988 e responsabilizar-se, do lado patronal, pelo desenvolvimento da indústria e do serviço no Estado do Amapá.
Todos os estados da Federação, inclusive o Estado de Roraima, que teve a mesma justificativa para ser mais um ente federativo e o Estado do Tocantins criado também visando o desenvolvimento de uma região econômico-administrativo, que passaram a integrar a Federação Brasileira contam, com exceção do Amapá, com uma ativa participação da Federação na gestão das questões de interesse do setor industrial e de serviço, atendendo as necessidades sociais dos trabalhadores e as necessidades técnicas das empresas do setor.
Dos 26 anos de existência da Federação das Indústrias do Estado do Amapá os 15 primeiros, de 1990 a 2005, pode-se afirmar que foram produtivos; em seguida, de 2006 a 2012 foram de estagnação e nenhuma evolução, para, a partir de 2013, a gestão entrar em colapso, com desligamento da Fieap da Confederação Nacional da Indústria e uma intervenção nos departamentos regionais, provavelmente a mais longa da história da CNI, do Sesi e Senai no Amapá, além da desativação, por inanição administrativa e financeira, do Instituto Euvaldo Lodi.
Uma desarticulação que desde 2013 faz com que estejam desativados os Conselhos Regionais do Sesi e do Senai, implicando em administrações alienígenas de interventores do Departamento Nacional, nos Departamentos Regionais do Sesi e do Senai do Amapá
O período da estagnação e do colapso administrativo coincide com a motivação dos dirigentes eleitos, muito mais interessados em dividendos políticos eleitorais do que no desenvolvimento do Amapá, no gerenciando os interesses da indústria e dos serviços amapaenses.
Quando os dirigentes passaram a ser indicações de deputados federais e com os conselheiros interessados em resolver as suas questões pessoais, inclusive aquelas com referencia ao resultado de suas empresas, começaram a deixar os sindicatos reais fragilizados e os imaginários, criados a cada eleição, sem representação que pudesse impor uma diretriz que interessasse verdadeiramente à industria e ao serviço no Estado do Amapá.
Os interventores no Sesi e no Senai limitam-se à burocracia e ao cumprimento programas idealizados longe dos interesses da indústria e dos serviços amapaenses, especialmente do atendimento ao trabalhador e filhos dos trabalhadores daqueles setores da produção.
O resulta é a completa falta de participação da Federação na definição dos grandes interesses do Amapá, devido a mediocridade com que são tratados os assuntos e a falta de conhecimento por parte dos seus agentes em condições de contribuir com o setor público, seja o do planejamento a médio e longo prazos, ou na forma de atendimento aos trabalhadores e seus dependentes.

Está fazendo falta para a sociedade uma gestão competente para a Federação das Indústrias do Estado do Amapá, como dos seus instrumentos que assistem os trabalhadores e empregadores em suas necessidades.

domingo, 11 de dezembro de 2016

O Programa Regional de Desenvolvimento Integrado está sem o controle social

Rodolfo Juarez
O Programa Regional de Desenvolvimento Integrado (PDRI), concebido com o objetivo de ampliar e modernizar a infraestrutura social e econômica do Estado do Amapá, está dividido em 14 componentes, que são títulos de um programa financiado com os recursos do empréstimo feito pelo Governo do Estado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que não está atingindo os seus objetivos e começa a preocupar até mesmo os atuais gestores.
O PDRI tem uma estrutura orgânica com a responsabilidade de executar o projeto em um tempo definido e com os recursos previstos oriundos do empréstimo do Governo do Estado junto ao BNDES e a contrapartida do Executor, o Governo do Estado.
Além de uma equipe do próprio Governo, ainda foi contatada uma empresa privada, a STCP Engenharia e Projetos Limitada pela Secretaria de Estado do Planejamento, a Seplan/Ap., para executar “os serviços de apoio técnico e gerenciamento da implantação do Programa Amapá/BNDES: desenvolvimento humano regional integrado (PDRI) e do PROINVEST, sob a responsabilidade do Governo do Amapá, utilizando-se dos recursos oriundos do BDBES”.
O contrato é o de número 001/2014 e o valor é superior a 18 milhões de reais (R$ 18.136.691,52) para ser realizado em um prazo de 24 (vinte e quatro) meses. A Ordem de serviço definiu como data de início o dia 18 de março de 2014 e a data de término no dia 17 de março de 2016.
As 14(quatorze) componentes estão discriminadas e valoradas no PDRI, indicando um custo estimado de um bilhão e noventa bilhões de reais, para ser aplicado em quatro anos e prevê a participação do empréstimo do BNDES com 980 milhões de reais e uma contrapartida do Tesouro Estadual de cento e dez milhões de reais.
De acordo com o PDRI os 14 componentes do programa são os seguintes com seus respectivos totais disponíveis:
1) modernização da gestão pública e tecnologia da informação (R$ 63,89 milhões);
2) ampliação da infraestrutura e modernização da educação (R$ 138,80 milhões);
3) regionalização, ampliação e modernização dos serviços de saúde (R$ 90,10 milhões);
4) saneamento básico (R$ 106,74 milhões);
5) habitação de interesse social (R$ 23,60 milhões);
6) integração do sistema de segurança pública e direitos humanos (R$ 40,48 milhões);
7) modernização da assistência social e erradicação da extrema pobreza (R$ 47,92 milhões);
8) ampliação da infraestrutura e modernização da arrecadação tributária (R$ 11,23 milhões);
9) rodovias de interligação municipal (R$ 244,30 milhões);
10) mobilidade urbana (R$ 66,00 milhões);
11) competitividade e desenvolvimento econômico (74,54% milhões);
12) desenvolvimento das economias do turismo, esporte e cultura ( 74,54 milhões);
13) gestão territorial (R$ 23,40 milhões);
14) gerenciamento e monitoramento do programa (25,00 milhões).
Cada uma dessas componentes está discriminando os projetos que se propõe a desenvolver e executar. Assim é que, por exemplo, na terceira componente, que conta com noventa milhões e cem mil reais, cinco projetos estão previstos: melhoria e modernização da rede de urgência e emergência; regionalização da rede hospitalar de média e alta complexidade; reforma e ampliação e melhorias da rede de média complexidade; reforma e ampliação dos centros de referência estaduais; e reforma e ampliação dos centros de apoio aos serviços de saúde. Além disso ainda estão reservados nessa componente, dois milhões e cem mil para elaboração dos projetos executivos.

O PDRI portanto, é um programa que requer um acompanhamento especial das autoridades públicas e sociais, e da sociedade como um todo. Precisa também estar sob um rígido controle social par que os seus propósitos não sejam prejudicados e seus executores, também. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Dia do Engenheiro, um dia para reflexão!

Rodolfo Juarez
Domingo, dia 11 de dezembro, é o Dia do Engenheiro.
Um profissional que vem contribuindo para desenvolver, entre outras questões, condições que dê melhor qualidade de vida para a população em diversos ambientes que forma a sociedade amapaense.
Interpretar a importância desse profissional é uma tentativa que tem provocado muitos acertos e alguns erros, pela diversidade de atribuições que tem o engenheiro e que, por isso, se vê divido em muitas especialidades sem, entretanto, deixar de ser identificado como aquele profissional que sempre está inovando, buscando, cada vez mais, a segurança das pessoas e a melhor forma de abriga-las e permitir que se desloquem.
Desde a revolução industrial a profissão de engenheiro ganhou muito destaque. Inicialmente a principal formação em engenharia era a de engenheiro civil, que se tornou uma das profissões fundamentais do mundo moderno, atuando como responsável por novas construções e obras civis.
A evolução da sociedade passou a exigir novas demandas para os engenheiros e, para facilitar o acesso das pessoas ao que a sociedade sabia que podia exigir, a atuação dos engenheiros foi ampliada para a indústria metalúrgica, elétrica, aeronáutica, computação, química, meio ambiente, produção, entre outras, que necessitam de mão de obra especializada para o desenvolvimento e acabaram por consolidar diversos ramos da engenharia.
No Amapá os engenheiros têm desempenhado papel de relevância desde às suas primeiras necessidades quando teve que construir a Fortaleza de São José de Macapá. O responsável pelo projeto foi de Henrique Antônio Gallucio, que, guardadas as devidas adaptações à realidade local, adotou o modelo de bases defensivas conforme fora idealizado por Sebastién de La Preste, o francês Marquês de Vauban e por Manoel de Azevedo Fortes.
Quando uma área do Estado do Pará foi discriminada para ser um novo território federal – o Território Federal do Amapá -, inicialmente com previsão de ser a Vila do Amapá, no Oceano Atlântico, a capital e, depois, a Vila de Macapá, na margem esquerda do Rio Amazonas, outra vez os engenheiros estiveram presentes com suas habilidades para trabalhar a infraestrutura urbana, identificar os polos rurais de desenvolvimento e conceber e construir as edificações, inicialmente a dos prédios públicos.
São dessa época os primeiros planos de desenvolvimento urbano que definiu o sistema viário que hoje tem bons reflexos técnicos nas ruas, avenidas e praças de Macapá, e as primeiras ligações rodoviárias com núcleos de concentração de pessoas e produção de bens e alimentos do interior do então Território Federal, além da definição das áreas comuns. Tudo serviço de engenheiros.
Hoje a engenharia está dividida em muitas especialidades nas quais é possível seguir carreira, dependendo das mudanças no mercado e do desenvolvimento tecnológico esse número se expande a cada necessidade.
Entre tantos ramos podemos citar a engenharia civil, que é a responsável por obras e construções; engenharia mecânica, que atua no ramo da mecânica, metalurgia, indústria automotiva e outras indústrias; engenharia da computação, que atua no ramo da informática, seja na construção de novos softwares ou hardwares; engenharia ambiental, que ganhou grande visibilidade com a crescente preocupação com o meio ambiente; engenharia de alimentos, que atua em indústrias alimentícias ou em pesquisas que envolvem alimentos.
Além de outras especialidades como engenharia de petróleo e gás, que com a constante necessidade de geração de energia e potenciais crescimentos na extração de petróleo, tornam esse profissional necessário e por consequência, bem valorizado; engenharia de segurança do trabalho, que atua de forma a seguir as normas de segurança do trabalho, que a cada dia se tornam mais rígidas; engenheiro de produção, que tem como objetivo gerenciar processos produtivos; entre outras diversas, por exigência das indústrias, dos serviços e das pesquisas que necessitam de mão de obra especializada.
O Dia 11 de dezembro é um dia para reflexão, para procurar compreender a realidade atual e entender a melhor maneira de continuar contribuindo com a sociedade, desempenhando esse papel, quase um sacerdócio que é ser engenheiro.

Parabéns a todos os engenheiros que trabalham no Amapá e contribuem com a sociedade amapaense. 

sábado, 3 de dezembro de 2016

Poucos sabem e ninguém tem certeza

Rodolfo Juarez
Estamos no último mês do ano de 2016 e, dezembro sempre foi o momento para que as avaliações socioeconômicas, administrativas e políticas fossem preliminarmente feitas e submetidas a testes, antes da consolidação dos dados do ano, uma vez que isso, só por costume, é anunciado apenas durante o primeiro trimestre do ano seguinte.
Está evidente que os dados consolidados são anunciados no decorrer do primeiro trimestre apenas por descompromisso das autoridades com a realidade, o momento e, provavelmente, o pouco caso em se valer dos instrumentos tecnológicos de agora para tornar instantâneo e participativo todo o processo de avaliação.
Mesmo preliminarmente as autoridades não reservam tempo para informar a forma como vão fechar os seus balanços reais e, principalmente, avaliar o que prometeu no inicio do ano, demonstrando o que fez e o que não fez e por que.
Seria um bom desafio, afinal de contas estamos no inicio de dezembro, onde as principais ocupações poderiam estar voltadas para o anúncio dos resultados em substituição dos planos “do que fazer” nos recessos, nas licenças não autorizadas e nas férias que são as preferidas do período.
O que poderia ser escrito sobre o desempenho socioeconômico do estado, através de suas unidades administrativas estaduais e municipais?
Disposição não é o que falta. Ao contrário todos se mostram dispostos demais, tanto que os protestos se multiplicam, as justificativas se amontoam e as promessas são adiadas sistematicamente adiadas para um tempo futuro e sem qualquer certeza.
O que se sabe é que não estamos bem: governo com dificuldades para pagar o salário dos servidores, torrando receita extra com despesas de custeio e, ainda emprestando dinheiro com a mesma justificativa já apresentada – e atendida -, em momentos anteriores.
E os resultados administrativos do ano?
Os resultados oferecidos para a população são insuficientes quando se avalia os correspondentes gastos feitos para alcançá-los. Nenhum setor demonstra estar satisfeito. Pode cotejar...
A saúde publica, em constante estado de emergência, não se recupera do caos; a educação, com o maior gasto da receita pública, esbarra na segurança dos prédios onde funcionam as escolas, com os assaltantes desafiando toda a estrutura administrativa do Governo. Assim se estende pelos demais setores que, sem resultados, os efeitos anunciados e esperados não chegam à população. Afinal um Governo que, há dois anos ganhou a eleição prometendo que ia cuidar das pessoas e das cidades, não concretizou nada disso.
E os resultados políticos?
Nem mesmo os aliados têm explicação para o baixo desempenho total daqueles que há dois anos exercem os 11 mandatos federais, os 26 mandatos estaduais, e há quatro anos exercem 198 mandatos municipais, com as raras exceções para confirma a regra.
Um contingente de 235 mandatos que atuam desconectados, demonstrando que precisam modificar o comportamento, olhando para aqueles que os elegeram, descendo o palanque para passar a trabalhar no sentido de atender às necessidades da população e não de amigos, ou grupos políticos ou de fornecedores de serviços e material, travestidos de empresários.
Nem mesmo o orçamento anual, principal instrumento da gestão dos recursos públicos, foi dado a conhecer. O plano plurianual, que consumiu tanta mídia, dá a impressão de que para nada está servindo e, mais uma vez, sem consulta pública, o Governo do Amapá tem a vontade de compromete o Estado do Amapá com um empréstimo de mais 300 milhões de reais.

E como vai ser 2017 para o Amapá e a população do Estado? Poucos sabem e ninguém tem certeza.