Rodolfo Juarez
O
equilíbrio deve ser o “fio condutor” das análises de tempos difíceis e que
provocam desconforto para a maioria das pessoas que forma uma população.
Há
necessidade de reconhecer a vontade de mudança que toma conta de um povo e as
dificuldades que os dirigentes têm para reconhecer que estão com prazo de
validade vencido em um modelo que acostuma os dirigentes a trabalharem com
projetos de poder e não com projetos de gestão.
Poucos,
nos últimos 16 anos, escaparam dessa vontade de usufruir das mordomias e,
alguns, do dinheiro que o poder dá através de subsídios e salários além da
representação e da responsabilidade de interpretar a realidade e ajustá-la para
os interesses da sociedade.
Os
desajustados de nascença ou pelo modelo que adotaram, passaram a usar o
dinheiro público como se seu fosse, sem levar em consideração que os desvios
atrofiavam os setores mais frágeis destinados a manter o equilíbrio e a
satisfação social: a segurança, a educação e a saúde.
Por
isso analisar 2016, e os anos imediatamente anteriores, passou a ser uma tarefa
que exige equilíbrio e observação aguçada, pois, do contrário, poucos sobrariam
para ver o que foi feito por uma geração de gestores e representantes políticos
contaminados pela corrupção, sem dúvida, a maior força de destruição social
promovida por agentes públicos eleito ou que se aproveitaram da eleição.
As
operações policiais se transformaram na esperança da população que abriu mão do
seu próprio poder e reconheceu a usurpação pelos grupos políticos que se
combinavam entre si e com grupos empresariais para garantirem-se na má-gestão,
enganando os interesses da população, mas explorando a ganância do homem e a
irresponsabilidade dos mandatários.
Agora
os indicadores econômicos, sociais, financeiros, cambiais, estatísticos,
históricos, comparativos e da forma como entender identificar, apontam para uma
terra arrasada, onde os governos dos estados, mesmo os tidos como ricos, não
conseguem pagar os funcionários e continuam atendendo precariamente a
população.
Algumas
celebridades das grandes e pequenas “paróquias” foram retiradas de cena sem a
certeza de que o espetáculo da corrupção seja estancado devido às diversas
faces que essa conduta criminosa apresenta e os disfarces que impregnou nos
núcleos sociais dominantes.
Por
aqui, entre nós, não há certeza de que os ícones do espetáculo da corrupção
sejam retirados de cena, nem mesmo os disfarçados e que ainda se mostram como
paladinos, dizendo-se dispostos a continuar representando ou dirigindo a
sociedade que experimentou em 2016 dificuldades espetaculares e situações
jamais imaginadas.
Todos
devem estar atentos, acompanhando o movimento de cada um desses agentes
indesejados que insistem em permanecer com seus “botes”, dando a impressão que
acreditam que tudo não passa de um modismo.
O
importante é que os tempos são outros, a realidade é outra, difícil, mas outra.
A luta agora exige novas armas, novos conhecimentos, novas estratégias e os que
não se adaptarem correram os maiores riscos de ficarem pelo caminho, abatidos
pela situação, entretanto, os que compreenderem a realidade podem ser vistos
como os guias que a sociedade precisa e os Estado necessita.
Temos o
direito e a necessidade de esperar um ano de 2017 melhor e com melhores
dirigentes e representantes.