Rodolfo Juarez
Na
terça-feira, dia 27 de fevereiro, os funcionários públicos foram para a rua
protestar tendo às mãos uma pauta de 20 pontos, em que um deles é o pagamento
dos funcionários públicos de uma única vez.
Entendem
que basta de promessas não cumpridas e da falta de explicação para uma situação
que se arrasta por mais de um ano, prejudicando o planejamento familiar,
tornando-os desconfiados das verdadeiras intenções que o chefe do governo
estadual tem para com os seus colaboradores.
A
estória que levou ao parcelamento do pagamento dos salários dos servidores
continua mal explicada, além de muito mal fundamentada. Tudo foi feito em nome
de uma crise que não teve reflexos na receita do setor público local, tanto que
o orçamento público do Estado do Amapá para 2018 cresceu 20,33% quando
comparado com o do ano passado (2017).
Nem
mesmo a transposição de funcionários da folha do Estado para a folha da União,
que teria resultado em uma economia de 300 milhões de reais para o Governo do
Estado teve reflexo na conta de pagamento de pessoal do governo estadual que,
ao contrário, manteve uma tendência de crescimento a cada mês.
Todas
as perdas acumuladas na receita própria do Estado, decorrente da baixa
capacidade de compra do consumidor, o que levou uma queda nas operações de
vendas no comércio, desaceleração das atividades industriais e retração na
prestação de serviços, foram compensadas pelas transferências constitucionais
que se mantiveram crescentes.
Sem
qualquer aumento desde 2015 quando começou o governo atual, os funcionários
cobram os retroativos correspondentes à reposição da inflação, assunto
considerado intolerável pelos dirigentes do Estado que, entretanto, viram os
outros poderes e os órgãos acessórios receberem significativos aumentos nas
transferências que oportunizaram repor o equilíbrio nos salários dos servidores
daqueles órgãos do próprio Estado.
Para
completar dois episódios deixaram os funcionários públicos do Governo do Estado
em alerta quando foram surpreendidos pelo envio pela Administração Estadual
para a Assembleia Legislativa de um projeto de emenda à Constituição Estadual
que estava propondo congelar quaisquer das correções que implicasse em aumento
de salário.
Uma ação
rápida da união sindical, que congrega sindicatos e entidades de classe que
representam os funcionários públicos do Estado do Amapá, pressionou os
deputados e o próprio governador que decidiu pedir a devolução da proposta que
havia feito e que seria analisada em regime de urgência pelos deputados.
Esta
ação foi considerada, por componentes da União Sindical, uma traição àqueles
que vinham debatendo todos os assuntos de interesse dos funcionários público em
uma mesa de negociação e que havia percebida a retirada, a francesa, do Governo
daquela mesa de negociação desde meados do ano passado.
A
expectativa da população é de que esse entrevero entre o Governo do Estado e os
funcionários do próprio Governo do Estado não torne ainda mais complicada a
gestão pública atual, que não demonstra pressa na solução dos problemas que
precisam ser resolvidos e que são do interesse da população.