terça-feira, 1 de setembro de 2020

IBGE ou TSE: um dos dois entes passou informação impossivel

Rodolfo Juarez

O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou no último dia 27 agosto de 2020, a estimativa da população brasileira no dia 31 de julho deste ano.

Os censos demográficos são planejados para serem executados nos anos de final zero, ou seja, a cada dez anos o censo é realizado pelo Instituto. Desta forma o último censo foi realizado no Brasil foi em 2010 e o próximo estava programado para este ano (2020). Previsto para ser realizado entre agosto e outubro de 2020.

Pelos planos do IBGE seriam visitados todos os domicílios do país e qualquer morador capaz de fornecer as respostas às perguntas do questionário poderia responder ao recenseador por todos os demais moradores daquele domicílio.

Mas veio o novo coronavírus e mudou o plano do IBGE que teve que adiar a coleta de dados na forma que se tornou regra através da estimativa da população como nos anos de não coleta e sempre apurados em julho com divulgação em agosto.

A estimativa da população é feita por fórmulas aritméticas relativamente simples, tomando por base os números apurados em 2010. A distância do ponto zero da realização do censo de 2010 para o ano de 2020 tem possibilidade muito forte de definir números que estão fora da atualidade populacional real do município, com severa implicação nos números da população brasileira.

O adiamento do Censo de 2020 obrigou o IBGE a programar o censo para 2021 tendo como referência a data de 31 de julho de 2021. A coleta está prevista para ser realizada entre 1º de agosto e 31 de outubro daquele ano de 2021. O concurso com 208 mil vagas destinado para a realização do levantamento em 2020 foi suspenso.

No Censo 2010, mais de 190 mil recenseadores visitaram 67,6 milhões de domicílios nos 5.565 municípios brasileiros.

Por que o censo é importante? 

O censo é importante para que cada um possa conhecer melhor o país, os estados e os municípios. Os dados de um censo permitem responder, em um nível geográfico detalhado, a perguntas como "Quantos somos?", "Como somos?", "Onde vivemos?", "Como vivemos" etc.

Com as informações do censo, o Governo pode, por exemplo: 1) identificar os locais onde é mais importante investir em saúde, educação, habitação, transportes etc.; 2) descobrir lugares que necessitam de programas de incentivo ao crescimento econômico, como instalação de pólos industriais; 3) distribuir melhor o dinheiro público, dos Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios.

A sociedade em geral também usa as informações do censo: 1) para escolher onde instalar suas fábricas, supermercados, shopping centers, escolas, cinemas etc.; 2) para conhecer melhor os trabalhadores brasileiros - quem são, o que fazem, como moram etc. Essa informação é muito importante para os sindicatos, associações profissionais e entidades de classe; 3) para pedir a atenção dos governos para problemas específicos, como a expansão da rede de água e esgoto, a instalação de postos de saúde e assim por diante.

Quanto mais afastado do ponto zero do último censo, mais defasados ficam os dados populacionais e podem suscitar dúvidas ou erros como a que está posto no Estado do Amapá, onde o município de Itaubal, por exemplo, apresenta essa impossibilidade: sua polução em 2020, pelo IBGE, é menor que o número de eleitores inscritos para votar em 2020, pelo TSE. O IBGE afirma que são 5.617 moradores no município e o TSE conta 7.365 eleitores aptos a votar no dia 15 de novembro.

Isso é impossível!

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