quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

O estrago que a campanha deixou para o prefeito de Macapá, no Amapá

Rodolfo Juarez

As despedidas do ano de 2022 dos dirigentes do Município de Macapá como prefeito, secretários, técnicos e colaboradores têm sido em tom dissonante, uma aparência do que foi todo o segundo semestre deste ano.

Desde que assumiu o cargo de prefeito, no começo do ano de 2021, e nomeou os colaboradores que escolheu, o prefeito da Capital vinha surfando uma onda tranquila, dispondo de dinheiro de emenda parlamentares e de aprovação de projetos nos ministérios, em Brasília, suficiente para abrir frentes de trabalho na parte que mais agrada a população: o asfaltando e sinalização de vias urbanas.

Havia recebido, do gestor anterior, um sistema de atendimento à saúde básica funcionando na plenitude, com prédios novos ou recuperados e abastecidos de medicamentos e correlatos, com médicos e paramédicos atuando nos postos de saúde e nas unidades básicas de saúde, fazendo com que a população alcançasse um grau de satisfação e confiança só visto em tempos já distantes.

Mesmo com desentendimentos administrativos havidos nos primeiros seis meses da gestão, provavelmente uma consequência do grupo heterogêneo que compunha o primeiro escalão da administração municipal, com forças políticas emergidas na campanha e que se agruparam, no segundo turno, com objetivo de vencer o pleito.

Passados os primeiros seis meses, o segundo semestre de 2021 foi considerado tranquilo pela administração municipal da Capital, com o prefeito e equipe convivendo com um verão amazônico colaborativo e inaugurações de pequenas obras que deram grande visibilidade para o principal gestor, o prefeito.

Havia uma espécie de preparação para o ano de 2022, quando seriam realizadas as eleições nacionais, escolhendo o presidente da República, e as eleições regionais, escolhendo o governador do Estado, um Senador da República, 8 deputados federais e 24 deputados estaduais.

O ambiente foi considerado, pelo prefeito e seus colaboradores mais diretos, como perfeito para avançar na política local, se firmando como uma grande liderança e, para tanto, entendeu que tinha que apresentar e apoiar candidatos a todos os cargos oferecidos nas eleições regionais.

O seu partido, o Cidadania, é um partido político de alinhamento entre a centro-direita e a centro-esquerda, fundado e registrado em 1992 com o nome Partido Popular Socialista (PPS), por iniciativa de parte dos membros do antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB), e que, para as eleições de 2022 formou federação com o PSDB.

O resultado da eleição regional não foi o almejado pelo prefeito: apoiou o candidato do PSD ao cargo de Governador e perdeu; apoiou a candidata do MDB a uma vaga no Senador e perdeu; laçou (federação com o PSDB) candidatos a uma das 8 vagas na Câmara Federal e nenhum se elegeu; e lançou candidatos a uma das 24 vagas na Assembleia Legislativa e elegeu uma deputada.

O ambiente que se desenhava perfeito para investir no prestígio político nascente não se confirmou, além do afastamento administrativo que sempre é prejudicial ao resultado, perdeu apoios importantes que vinham inflando a gestão que imprimia no município.

Sem dinheiro do orçamento e sem o apoio de outrora, restou a tentativa frustrada de um empréstimo (não aprovado pelos vereadores), atraso em importantes projetos para a estrutura administrativa e, ainda, perdeu aliados dispostos a turbinar a sua administração.

O inverno do 1.º semestre de 2023 é o desafio do momento. Os problemas próprios do período já começaram. Resta botar o pé no chão e tentar recuperar o estrago que a campanha deixou.  

domingo, 25 de dezembro de 2022

Waldez sai de cena depois de quinze anos e três meses

Rodolfo Juarez

Está terminando o mais longo dos períodos em que o Estado do Amapá teve um mesmo chefe de governo à frene da governança estadual.

O dia 31 de dezembro, último dia do mandato do atual governador Antônio Waldez Góes da Silva, é próprio para que se registre o nome daquele mandatário como detentor do mais longevo período administrativo de um governador à frente do Governo do Amapá e, também, aquele que, por mais tempo ficou à frente comando administrativo do Estado, desde quando essa Unidade da Federação recebeu a sua autonomia política somando, em dois mandatos, 15 anos e 3 meses.

O primeiro mandato, Waldez Góes assumiu no primeiro dia de janeiro de 2003. Os dois primeiros anos, 2003 e 2004, deste primeiro mandato, foram de muito mais “baixos” do que “altos”, inclusive com riscos ter contra si a votação de um impedimento na Assembleia Legislativa. 

Os dois anos seguintes, 2005 e 2006, Waldez turbinou sua representatividade política com a inauguração do Lugar Bonito, uma obra começada durante o segundo mandato de seu antecessor e principal adversário político, João Alberto Rodrigues Capiberibe.

A obra do Lugar Bonito, integrando o entorno da Fortaleza de São José de Macapá, desde o Araxá até o Trapiche Eliezer Levy, gerava uma grande expectativa, mas, vista pronta, o impacto foi maior do que o esperado pelo Governo do Estado.

A retirada dos tapumes depois de mais de 6 anos protegendo a obra, mas encobrindo a visão do Rio Amazonas, e a divulgação que antecedeu o dia da inauguração, 10 de junho de 2006, deixou o governador Waldez em uma condição tão favorável que, a reeleição, em outubro de 2006, foi um verdadeiro passeio eleitoral. Waldez ganhou a reeleição “com os pés nas costas”.

Impedido, pela regra vigente, de disputar as eleições em 2010, deixou o governo no fim do mês março de 2010 para candidatar-se ao cargo de Senador da República. Uma operação policial, cheia de pirotecnia e às vésperas do pleito, lhe tirou as condições eleitorais favoráveis que tinha e, em consequência, perdeu a disputa.

Depois de quatro anos sem mandato, candidatou-se, mais uma vez, ao cargo de governador do Estado em 2014, e venceu as eleições. Em 2018 foi para a reeleição e, a despeito da rejeição acumulada, venceu a eleição.

Em 2022, com a conjuntura política extremamente modificada, escolheu ficar no Governo até o fim do mandato e apoiar aliados e correligionários para os cargos de Governador do Estado, Senador da República, Deputado Federal e Deputado Estadual, obtendo sucesso na estratégia.

O seu candidato ao cargo de Governador do Estado venceu no primeiro turno e, ainda, o candidato que apoiou para o Senado da República, também venceu, além de ver eleitos 3 deputados federais e três deputados estaduais do seu partido, o PDT, e ainda ver eleito o candidato que apontou para vice-governador.

Deixa o cargo de Governador do Estado para que os eleitores e a História Política avaliem o seu desempenho político, mas, certamente, não deixa a militância política. Com 61 anos de idade, Antônio Waldez Góes da Silva, um gurupaense nascido no dia 29 de outubro de 1961, filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), sai de cena por uns momentos, pelo menos é o que dizem seus aliados.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

O último capítulo das eleições regionais de 2022 no Estado do Amapá.

Rodolfo Juarez

Na segunda-feira foi escrito o último capítulo da história das eleições regionais de 2022 realizada no Estado do Amapá, quando foram disputadas uma vaga para governador, uma vaga para vice-governador; uma vaga para o cargo de Senador, duas vagas para suplente de senador, 8 vagas para o cargo de deputado federal e 24 vagas para o cargo de deputado estadual.

O processo foi aberto no primeiro dia de outubro de 2021. Daí em diante as regras válidas para as eleições de 2022 foram divulgadas e os partidos políticos acionaram as condições para definir os candidatos que fariam parte da lista que seria levada à convenção do partido.

Encerrado o prazo das convenções e com a definição da lista de candidatos, cada partido apresentou essa lista no Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Amapá para que fossem habilitados os nomes que haviam passado nas convenções partidárias.

Foram apresentados no TRE/AP, ao final do prazo, 557 candidatos às 37 vagas, uma média de 15 candidatos para uma vaga. A maior quantidade candidatos por vaga foi registrado na disputa para deputado federal: 19 candidatos para uma vaga.

Foram apresentados 6 candidatos ao Governo do Estado, 7 candidatos a vice-governador, 8 candidatos ao Senado da República, 9 candidatos ao cargo de 1.º suplente de senador, 9 candidatos ao cargo de 2.º suplente de senador, 154 candidatos aos 8 cargos de deputado federal e 364 candidatos ao cargo de deputado estadual.

As eleições realizadas no dia 2 de outubro de 2022 definiram os eleitos: Clécio Luiz (governador), pelo Solidariedade; Teles Júnior (vice-governador) pelo PDT, Davi Alcolumbre (senador), pelo União Brasil; Josiel Alcolumbre (1.º suplente de senador), pelo União Brasil; Breno Chaves (2.º suplente de senador), pelo União Brasil; os deputados federais: Josenildo Abrantes, Dorinaldo Malafaia e Professora Gorete, pelo PDT; Vinícius Gurgel, Sonize Barbosa e Sílvia Waiãpi, pelo PL; e Acácio Favacho e Dr. Púpio, pelo MDB.

Os 24 deputados estaduais eleitos foram os seguintes: Delegado Inácio, Jesus Pontes e Aldilene Souza, pelo PDT; Alliny Serrão, Roberto Góes e Hildegard Gurgel, pelo União Brasil; Jack JK e Deise Marques, pelo Solidariedade; Júnior Favacho e Diego Senior, pelo MDB; Kaká Barbosa e R. Nelson, pelo PL; Edna Ausier e Luan Barreto, pelo PSD; Liliane Abreu e Paulo Nogueira, pela Federação PT/PCdoB/PV; Sr. Vitor e Fabrício Furlan, pela Federação Rede/Psol; Telma Nery da Federação PSDB/Cidadania; Zeneide Costa, pelo PODEMOS; Pastor Oliveira, pelo REPUBLICANOS; Jory Oiras, pelo PROGRESSSISTAS; Jaime Peres, pelo PTB; e Rayfran Beirão, pelo PROS.

A diplomação dos eleitos aconteceu no dia 19 de dezembro, encerrando o processo eleitoral.

As posses do governador e do vice-governador estão marcadas para a madrugada do primeiro dia do ano de 2023, enquanto a posse do senador e dos respectivos suplentes, dos deputados federais e dos deputados estaduais estão marcadas para o dia 1.º de fevereiro de 2023. Os deputados estaduais tomarão posse aqui em Macapá, na Assembleia Legislativa, no dia 1.º de fevereiro de 2023. 

domingo, 18 de dezembro de 2022

Liminar da Justiça suspende aumento na tarifa de nergia elétrica no Amapá.

Rodolfo Juarez

A recente autorização da Diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), liberando a Equatorial Energia – Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA para praticar, desde 13 de dezembro de 2022, o aumento médio de 36,08% na tarifa de energia elétrica praticada para todo o Estado do Amapá, recebeu forte combate do consumidor amapaense.

O assunto viralizou na internet, invadiu as redações de jornais escritos, mesmo tendo pouco impacto nas redações dos jornais televisivos. Uma surpresa!

A autorização da Diretoria da ANEEL veio em decorrência da decisão tomada na 47ª Reunião Pública Ordinária da Diretoria da Agência realizada no dia 13/122022. A apresentação técnica dos cálculos considerados recuperativos foi feita por um servidor da Superintendência de Gestão Tarifária (SGT) e a sustentação oral feita por um representante do Conselho de Consumidores de Energia do Amapá, o Gastão Pereira (José de Nazaré Pereira).

Através da Resolução Homologatória n.º 3.163/2022 tudo foi consumado e a autorização expedida para tristeza dos consumidores e alegria dos recém adquirentes do direito de distribuir a energia elétrica para os 212 mil consumidores do Estado do Amapá.

No dia 16 de dezembro de 2022, o Ministério Público do Estado do Amapá protocolou uma Ação Civil Pública, com pedido de liminar, em face da Equatorial Energia – Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA, para determinar que a concessionária de serviço público se abstivesse de implementar o reajuste na tarifa de energia elétrica até que se profira nova decisão, com efeito retroativo até a data da implementação do reajuste, sob pena de multa diária no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) para a hipótese de descumprimento.

A Ação Cívil Pública foi assinada pela Procuradora-Geral de Justiça, Ivana Cei e por José Leite de Paula Neto, Promotor de Justiça substituto.

No dia seguinte, 17/12/2022, a Juíza de Direito da 4.ª Vara Cível e de Fazenda Pública de Macapá, Alaíde Maria de Paula, deferiu a liminar “para fim de determinar para que a demandada Equatorial Energia – Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA, se abstenha de implementar o reajuste na tarifa de todos os consumidores do Estado do Amapá, até ulterior decisão do Juízo, com efeitos retroativos à data da implementação do reajuste, sob pena de multa diária de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) até o limite de R$ 15.000.000,00 (quinze milhões), para a hipótese de descumprimento”.

Na decisão ainda ficou determinado que seja realizado a audiência de conciliação, ao fim do recesso forense, que ocorre no dia 6 de janeiro.

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Estado do Amapá (OAB/AP) através do seu presidente Auriney Brito, também está acompanhando o desenrolar da pretensão da Equatorial Energia – Companhia de eletricidade do Amapá - CEA, considerando que se trata de um assunto público tratado sem a transparência necessária e sem levar em consideração o histórico recente da distribuição de energia para os consumidores amapaenses.

Os pontos fundamentais que levaram à autorização da ANEEL para a pratica do aumento que está sendo enfrentado por todos precisa ser explicado, com detalhes, e conhecer os termos da sustentação oral do membro do Conselho de Consumidores de Energia do Amapá – Conceap. 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

O absurdo aumento de 36,08% na tarifa de energia elétrica no Amapá

Rodolfo Juarez

Pronto!

Você que imaginava que a situação da energia elétrica em todo o Estado do Amapá não pioraria, piorou!

Na terça-feira que passou, dia 13 de dezembro de 2022, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), durante a reunião pública ordinária da Diretoria da Agência, em Brasília, homologou e autorizou a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) a praticar novos preços para a tarifa de energia elétrica, a partir daquele mesmo dia 13 em diante.

E não foi um aumento que tenha qualquer relação com os índices inflacionários verificados em 2022, foi absurdamente maior, sendo fixado o valor médio do aumento em 36,08%. Imagine: trinta e seis virgula zero oito por cento (36,08%), indo de 33,29% para os consumidores de Baixa Tensão, até 44,87% para os consumidores de Alta Tensão.

Note-se que a luta dos dirigentes da Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA, quando ainda estava como uma autarquia que tinha o Estado do Amapá e os municípios de Macapá, Mazagão, Amapá, Calçoene e Oiapoque como sócios e, até mesmo quando CEA prestava serviço para a Eletrobrás, não conseguiram o aumento tarifário que não chegava a esse patamar.

Agora, privatizada, a Agência (ANEEL) pauta para a 47ª Reunião Pública Ordinária da Diretoria exatamente o aumento tarifário que pode devolver a escuridão para muitos consumidores, caso não haja reversão desse aumento absurdo, completamente fora de propósito e, veja muito bem, a favor de uma empresa privada que pretende enriquecer às custas da pobreza da população amapaense.

O aumento da tarifa vai alcançar os mais de 212 mil consumidores que dependem do fornecimento da energia distribuída pela CEA, agora CEA Equatorial.

De forma estimativa e com parâmetros bem-comportados e utilizando o nada comportado aumento de 36,08% autorizado, o faturamento da CEA, a partir de janeiro (lembre-se que o aumento já está valendo desde o dia 13/12) deve crescer na “bagatela” de R$ 30,5 milhões por mês ou R$ 366 milhões por ano.

A situação é grave e precisa ser enfrentada pelas autoridades do Estado, inclusive os representantes (senadores e deputados federais) no Congresso Nacional e os deputados estaduais, eleitos este ano e que precisam, na qualidade de representantes do povo, em conjunto com os administradores-executivos do Estado, dar resposta para uma população que está assustada com o valor que projeta para as suas contas mensais de energia elétrica.

A mesma situação precisa ser enfrentada pelas organizações empresariais, pois, dessa forma, nenhum investidor vai atravessar o grande rio e chegar à margem esquerda para fincar os seus objetivos, gerando emprego e desenvolvendo essa parte do Brasil e, mesmo as já instaladas, mandarão parte dos seus lucros, que poderiam gerar mais empregos, para uma empresa que pagou R$ 50.000,00 pelo espólio da CEA Amapaense.

domingo, 11 de dezembro de 2022

Brasil cai nas quartas-de-final da Copa do Catar

Rodolfo Juarez

A seleção brasileira, desde o planejamento da viagem para o Catar, sede da Copa do Mundo de 2022, já apresentava pouco interesse pelos treinamentos entendendo que os jogadores que atuavam na Europa, a maioria deles, vinha cansado pela disputa da primeira fase da Champion Ligue.

Alegação logística e procurando aumentar o grau de satisfação dos jogadores, a comissão técnica da seleção escolheu Turim, uma grande cidade da Itália, para juntar os jogadores e ali fazer o que chamou a primeira parte da preparação.

Os jogadores provavelmente não entenderam nada, principalmente que se tratava do início da preparação da etapa final para estrear na Copa.

E por que se diz que os jogadores convocados para compor a seleção brasileira de futebol não entenderam?

Foi a impressão que ficou para os jogadores e membros da comissão técnica que compunham a delegação uma vez que todos sabia se tratava de uma das fazes mais importantes da preparação para a estreia em uma Copa do Mundo que poderia quebrar o jejum que todos levavam na bagagem: o fardo de não participar de uma final de copa desde 2002.

Então, os jogadores levaram os familiares para a Turim desviando o foco da Copa para turismo em família e, depois de cinco dias seguidos, fazendo de conta que treinavam no centro de treinamento da Juventus, a Velha Senhora, os jogadores ainda ganharam folga na sexta-feira, antes da viagem para o Catar, liberando todos os jogadores para dormirem fora da concentração, sendo que antes deveriam passar em uma churrascaria brasileira de sucesso na cidade italiana.

A reapresentação ficou marcada para sábado logo pela manhã para, em seguida, embarcarem em um voo fretado para o Doha, no catar, com previsão e chegada 15 minutos depois das 17 horas, pelo horário de Brasília. Na quinta-feira a seleção brasileira estrearia, contra a Sérvia, na Copa do Mundo.

Um técnico demissionário, uma convocação derradeira contestada por grande parte da crônica especializada, uma fase final de preparação que nada preparou e a preocupação da emissora que detinha a exclusividade para transmitir a copa, preocupada em justificar o que afirmou no momento da assinatura dos contratos de patrocínio, deixou o torcedor desorientado e apenas com as meias verdades sobe a seleção.

Como ganhou os dois primeiros jogos, apostou em uma prova usando os atletas reservas para jogar a 3.ª partida. O resultado de 1 X 0 para o adversário, a seleção de Camarões, mostrou para todos que, pelo menos no banco, a seleção brasileira não tinha solução para atender uma emergência.

Sabendo disso, o técnico demissionário foi para o jogo eliminatório das oitavas de final, ganhou bem por 4 x 1 o time da Coreia do Sul. No jogo seguinte, pelas quartas de final, perdeu para a Croácia nos pênaltis, depois de empatar em 1 x 1 no tempo normal.

O fracasso da seleção deixou os brasileiros muito triste e, desta vez, não foi difícil encontrar o responsável: o técnico.

O técnico, demissionário desde muito, fez tudo errado, chegando inclusive a convocar um jogador lesionado e outro que, há meses, não jogava.

Acabou sedo a copa para os brasileiros, houve queda na audiência da emissora detentora da exclusividade e, o pior, tristeza para o torcedor que já estava triste.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

O silêncio que preocupa

Rodolfo Juarez

A transição de governo é um dos momentos mais importantes para o desempenho do governo que assume imediatamente após a posse.

Mesmo quando se anuncia que a transição corre pacificamente, não fica claro assim entender. A primeira pergunta que cada um se faz é de como está sendo considerado o Plano de Governo registrado no Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Amapá, mote de campanha para o governador eleito Clécio Luis?

No final do mandato se sabe que a pressão sobre o orçamento aumenta. Afinal, o chefe do Poder Executivo quer garantir que seus aliados vençam as eleições e assumam o maior número possível dos postos de poder.

O Estado do Amapá, de enormes mazelas sociais, agradar a grande massa da população significa oferecer-lhe empregos, bens de primeiríssima necessidade e obras públicas, ou, o que dá no mesmo, gastar mais dinheiro público.

De outro lado, o déficit entre receitas e despesas e, dele consequente, a dívida pública, vem sendo ambos cada vez mais recusados pelo pensamento econômico hoje hegemônico; tanto isso é verdade que o superávit primário e a dívida pública têm sido tão importantes quanto a inflação, o desemprego e a melhoria da qualidade de vida, em qualquer nível de governo.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000) antepõe limites a gastos em ano eleitoral, sobretudo no tocante às despesas de pessoal e a gastos sem cobertura financeira; isso sob o forte argumento do enquadramento penal.

Fundamentada na isonomia de oportunidade entre os candidatos e, portanto, na moralização do processo eleitoral, a Lei nº 9.504 de 1.997 resulta na contenção da despesa pública. Sua transgressão indica multas, tipificação de improbidade administrativa e, se for o caso, cassação de registro ou do diploma do candidato.

Resta assim patente a importância de os dirigentes atentarem, com redobrado rigor, para as despesas vedadas em fim de mandato.

O silencio das equipes de transição não deixa tranquilo ninguém uma vez que, em outras circunstâncias, tanto a equipe do governo que sai, como a equipe do governo que entra, estariam fazendo uma espécie de defesa antecipada das suas dificuldades no desenvolvimento das etapas públicas do futuro governo.

Se imagina que a situação não está controlada o suficiente para deixar todos tranquilos, tanto os executivos que entram como aqueles que deixarão os seus cargos até o dia 31 de dezembro.

O momento de comunicar ao contribuinte, o patrão de todos, a real situação econômico-financeira do Governo do Amapá é agora, não deixar para depois. Afinal o governo que sai completará no dia 31 de dezembro um ciclo de 8 anos ininterruptos, o maior já experimentado por um mandatário amapaense.

O silencio pode indicar muita paz, se fosse um convento, mas não é. Como também não é um retiro espiritual para todos voltarem no dia 1.º de janeiro. No primeiro dia do ano que vem apenas uma equipe vai permanecer no Palácio do Setentrião.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

A esquisita tabela da Copa e as Fan Fests

Rodolfo Juarez

Nenhum outro momento é tão importante para o brasileiro, estando ele onde estiver, como aquele em que a seleção brasileira joga uma partida de futebol.

Os locais programados para concentração de pessoas conhecidos como Fan Fest que, se traduzido literalmente, significa Festival dos Fãs, e que ganhou força depois que a nomenclatura foi adotada pela FIFA, com distribuição de telões nas áreas próximas aos estádios de futebol onde são realizadas as partidas, para atender aqueles que não têm o ingresso para ver o jogo de dentro do estádio.

A Federation Internationale de Football Association (Federação Internacional de Futebol), mais conhecida pela sua sigla, FIFA, é a instituição internacional responsável por dirigir associações de futsal, futebol de praia e futebol associado e que, desde o dia 20 de novembro realiza a Copa do Mundo no Catar.

Aqui em Macapá, desde o primeiro jogo, contra a seleção da Sérvia, que os torcedores da seleção brasileira vêm testando as Fan Fests disponibilizadas na cidade. Pelo menos duas são públicas, uma na Praça do Coco e outra no Residencial Macapaba.

Na sexta-feira que passou, dia 2 de dezembro, aconteceu um fato novo em Macapá: pela primeira vez a zona do comércio ficou completamente sem movimento, com o comércio fechando as portas um pouco antes da hora do jogo (16 horas) e esse fenômeno se estendendo para as indústrias e prestadores de serviço.

Da forma como foi, absolutamente total, ainda não havia sido registrado em Macapá, mesmo quando a Copa do Mundo foi realizada no Brasil. Na sexta-feira, depois das 16 horas, todas as portas do comércio que fica no centro comercial estavam arriadas e as ruas completamente desertas, com todos, ou na Fan Fest ou em casa para ver o jogo da Seleção Brasileira contra a seleção da República de Camarões.

A derrota do time brasileiro por 1 x 0 arrefeceu um pouco, mas não interrompeu o entusiasmo dos torcedores que repetiram o comportamento no jogo de ontem, contra a Coreia do Sul, já na fase “quem perde sai”.

Em 1962 os jogos da Copa do Mundo foram transmitidos, de forma ampliada e pública, para o comércio de Macapá, que se concentrava ao longo da Cândido Mendes e de frente para o Igarapé da Fortaleza. Os torcedores se concentravam ao longo das vias do comércio e ouviam a narração dos locutores de algumas das rádios do sudeste brasileiro, especialmente de São Paulo. A retransmissão era por um sistema de alto-falantes que tinha a Rádio Difusora de Macapá como geradora dos áudios para o que hoje se conhece como “radio poste”.

As fotos do jogo só eram vistas uma semana depois quando as revistas “O Cruzeiro”, “Fatos e Fotos” e “Manchete” aqui chegavam.

Este ano o caminho do Brasil, pelo lado direito da tabela ficou confortável. Não está na reta dos seus grandes adversários em copas. O outro lado, o esquerdo já marca dois jogos das quartas de final entre seleções que já disputaram final da Copa do Mundo, uma delas é a atual campeão, a França, as outras duas, Argentina e Inglaterra, já venceram a competição.

 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Exploradores, travestidos de defensores, estão chegando à Amazônia

Rodolfo Juarez

Depois de analisar com cuidado e parcimônia, sendo cauteloso nas ações, não me permitindo exageros, mas apenas buscando o essencial e suficiente para suprir determinadas necessidades, entendo que estou em condições de apresentar os sérios riscos que os “benfeitores” trazem para a Amazônia.

Tenho observado um revanchismo de poucos, mas que distorcem completamente a realidade da região, envolve personagens que não falam a verdade e apresentam oportunistas vingativos como se fosse um informante confiável, na clara intenção de fazer valer a máxima de que “uma mentira dita muitas vezes passa a ser verdade”.

Tenho a convicção que uma mentira é mentira o tempo todo, não muda e não se transforma em verdade. Buscar a verdade, então, é a maior dificuldade do momento em que, todos, precisamos estar atendo ao que se divulga oficialmente em nome do mercado, da tecnologia ou da diplomacia.

Os oportunistas estão na espreita para continuar ações criminosas pelo interior da Amazônia que sofre ataques dos quais precisam ser defendidos Amazônia e seu povo.

Não adianta implantar qualquer projeto na Região se não levar em conta os costumes e as condições dos ribeirinhos que vêm mantendo o enigma amazônico protegido, quase intacto e capaz de responder pelo que se precisa para o equilíbrio do clima no Planeta.

A forma como países europeus, que já estão com empresas estatais instaladas na Amazônia Brasileira explorando, essa é a palavra certa, o subsolo regional, retirando riquezas de suas entranhas, transformando-as em commoditie a cada vez mais valorizada no mercado internacional.

O financiamento de organizações não governamentais com o objetivo de manter cientistas explorando mais e mais o subsolo não pode ser considerado um apoio para a preservação, mas sim a definição de pontos futuros que possam garantir a permanência das estatais internacionais na exploração da riqueza brasileira, com a falsa informação de que presta um serviço, oferece emprego e garante royalties para a unidade federativa onde a empresa está instalada.

O pano de fundo comum para justificar a permanência de uma empresa multinacional, ou possibilitar a instalação de uma delas, é o desmatamento da floresta, justificadas com a repetição de imagens gravadas ou fotos que, vistas de vários ângulos, parecem diferentes, mas só representam a parte da verdade.

Uma organização financiada por empresas estrangeiras ou por governos estrangeiros não se apoiam nos interesses da Nação brasileira. Buscam, isso sim, aparecer bem nos relatórios dos governos mantenedores das ONGs e acumular, no seu país de origem ou nos países financiadores, as riquezas que são, muitas vezes, clandestinamente retiradas do subsolo brasileiro ou da própria floresta.

Deixar que o governo central do Brasil ou os que se dizem “defensores da floresta” dar a última palavra é abrir espaço para que da floresta tudo se tire recebendo em troca, absolutamente nada, tanto para a própria floresta como para o povo ribeirinho, o maior prejudicado pelas propostas “inovadoras” que são colocadas pelos governos estrangeiros e o próprio governo brasileiro, através dos seus parciais representantes, travestidos de defensores.