sexta-feira, 28 de abril de 2023

Minha mãe, linda e maravilhosa, completa 95 anos de idade

Rodolfo Juarez

Toda vez que alguém pergunta para minha mãe, dona Raimunda Pureza Juarez, como ela está, sempre responde, com um ar de alegria e satisfação, que está linda e maravilhosa.

Pois bem, essa mulher, nascida nas entranhas da floresta amazônica, no dia 28 de abril de 1928, completa hoje 95 anos de idade, depois de ter dado vida e luz  a 12 filhos, a maioria nas dificuldades e facilidades do interior. Minha mãe sempre foi compreensiva e decisiva quando de andanças da família que não parou de crescer desde quando, aos 18 anos de idade, ouviu o choro do seu primogênito, eu.

Choros que foram mudando de autor conforme o tempo passava. Foram 12 nascimento, “aparados” por parteiras, estas educadas pela prática e pela necessidade, afinal de contas, até hoje, o Norte do Brasil aparece nas estatísticas como a região com menor índice de médico por habitante. Essa estatística é de hoje, imaginem nas décadas de 40, 50 e 60.

Sou eu o primeiro filho da dona Raimunda e nasci em 1946. O Guanacy é o último e nasceu em 1967.

O casamento, aos 16 anos com o meu pai Heráclito Juarez Filho, foi marcante e à moda da floresta, sem luxo, mas com o firme propósito de cumprir o que ouvira no momento do casamento: “até que a morte os separe”. Guardou consigo a orientação e nunca a esqueceu.

E foi assim. Mesmo com a morte separando o meu pai da minha mãe no dia 3 de dezembro de 1973, ele com 51 anos e ela com 45 anos, foi minha mãe quem assumiu o comando da família e se fez com extrema habilidade e competência, fazendo do esmero e qualidade as suas referências principais.

Uma caminhada longa e com várias etapas. Evidente que houve necessidade de adaptações para cada uma dessas etapas da vida, mas, em nenhum momento, deixou de focar no objetivo principal que determinava a qualidade e a direção da vida que queria.

Quando meu pai faleceu, minha mãe, dona Raimunda, tinha completado 45 em abril. Naquela data, apenas 4 dos 12 filhos eram maiores, ou seja, haviam completados 21 anos (regra de então), os outros 8 filhos, portanto, eram menores de idade.

Analisa, minha mãe, a condição de como o n.º 4 faz parte da distribuição dos filhos: 4 nasceram no interior do Afuá; 4 nasceram na sede do município de Afuá, e 4 nasceram em Macapá, capital do Amapá, além de outas coincidências.

As fazes da vida de minha mãe podem ser separadas, mas, sempre com forte interferência de uma na outras fazes. A primeira fase  da criança e da adolescente, desde o nascimento em 1928, até 1944;  a segunda fase, de dona de casa e da maternidade, 1945 a 1969; a terceira fase, de dona de casa e empresária, de 1970 a 1980; a quarta fase, de dona de casa, de 1981 a 1988; e a fase atual, desde 1989 até agora.

Cada fase demonstra inteligência, competência e capacidade para lidar com uma grade família, equilibrando as dosagens de amor e configurando um ambiente onde todos merecessem o mesmo carinho e recebesse a mesma importância.

Neste momento, quando alcança a marca de 95 anos, minha mãe já tem dificuldades para lembrar de todos, mas, de cada um ela sabe tudo. As vezes faz que não sabe e deixa a todos boquiabertos quando revela que sabe e, sabe muito.

O Edward, seu 7.º filho, avalia que a mamãe está na fase da “testemunha perfeita”: só lembra o que ela quer e só sabe o que lhe convém.

Minha mãe, graças a Deus, depois de 95 anos, me abençoa como a todos os que lhe pedem benção, lucidamente e tranquilamente.  

segunda-feira, 24 de abril de 2023

O crescente número de moradores de rua em Macapá e Santana

Rodolfo Juarez

Macapá vem mostrando pontos comuns, notados em cidades do seu porte, pela população e anotados pelas organizações públicas e particulares, as primeiras responsáveis sociais e, as outras cooperadoras sociais, para apresentar uma solução à aqueles que escolheram ou foram forçados a morar nas ruas.

Os motivos apresentados pelos que moram nas ruas são diversos e muitos desses motivos são reais outros, ao que parece, funcionam para justificar uma decisão tomada por aqueles que aqui vieram aventurar nova vida ou simplesmente para esquecer problemas que passaram a enfrentar na sua localidade de origem.

Nesse momento, quando a população moradora de rua ainda procurar entender a condição dos que escolheram para morar, o governo estadual e os governos municipais já contam, com proposta administrativa e unidades de gestão voltadas para realidades dos moradores de rua, mas, ainda não contam com profissionais que se voltem para uma atuação preventiva, desde dispor de uma abrigo apropriado para manter e orientar essa população  para o mercado de trabalho, ou atende-lo em suas necessidades atuais até que possam voltar para a sua localidade de origem, com a informação de todas as suas necessidades.

No momento, o atendimento aos pets está mais avançado do que o atendimento aos moradores de rua. Já faz algum tempo que pessoas se voltam para acolhimento, proteção, tratamento e destinação dos  pets em muito maior número do que aquelas que olham para o acolhimento, proteção, tratamento e destinação dos moradores de rua.

Pode ser que a preferência pelos pets seja uma decisão tomada em virtude de identificar que, tanto no Governo do Estado como no Governo do Município, se identifique unidades de gestão, a nível de secretaria de governo, voltadas para as questões sociais. Aquelas secretarias da área social são voltadas para a observação da sociedade com foco em suas necessidades.

O morador de rua, nas duas principais cidades do estado, Macapá e Santana, é uma realidade, muito embora essa realidade ainda não tenha chamado a atenção das autoridades do setor e, se chamaram, as ações são tímidas e, ainda, inadequadas para que os técnicos da área social se voltem para a definição de medidas que possam atender às necessidades daquela população de moradores de rua.

Se sabe que ainda há tempo, muito embora não muito,  para que os técnicos discutam e estabeleçam uma estratégia, com base em um programa, através do qual se apresentem os projetos, sociais e de infraestrutura, para que, já no próximo ano, os governos do estado e do município, contem com uma estrutura de acolhimento desses moradores, com fornecimento de alimentação, orientação e, por ação social, possam contribuir com a correção de rumo e do futuro dessas pessoas.

Os motivos alegados pelos moradores de rua para desistir de lutar por um local para morar, ou mesmo, quando não desistindo, ter preferido a alternativa de ser morador de rua, precisam ser apurados pelos técnicos que são responsáveis reais ou em potencial para oferecer dignidade e inclusão para aquelas pessoas.

Apenas para citar como exemplo, as pessoas que estão morando, isso há bom tempo, mais de 5 anos, sob as arquibancadas de um campo de futebol, na área nobre e abandonada da cidade, no prolongamento da área da Residência do Governador, sem uso no momento, até o cais de arrimo na frente da cidade, estão ali sem rumo, sem futuro e sem atendimento. 

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Afinal, qual o limete para as redes sociais?

Rodolfo Juarez

A imprensa, no Brasil, já foi claramente destacada como o quarto Poder da República, se alinhando no mesmo patamar dos poderes Executivo, Legislativo e o Judiciários e aos outros que lhes são complementares ou indispensáveis, como Ministério Público e a Advocacia.

Com a disseminação rápida das redes sociais e os erros estratégicos, especialmente de leitura, cometidos pelos órgãos de comunicação tradicional como a televisão, o rádio e o jornal escrito, facilitaram a busca, pela população, de informações nas redes sociais e quando não as tinham, criavam a informação.

As redes sociais se tornaram, assim, o principal instrumento de comunicação entre as pessoas que tinham ao seu dispor a informação literalmente à mão, com o uso do telefone celular.

Os mais jovens, impetuosos e curiosos por natureza, foram os primeiros a deixar o rádio, a televisão e os jornais para trás devido a natural facilidade que encontravam para interagir, verticalmente, entrando em contato com as fontes da notícia e, transversalmente, com os intérpretes da mesma notícia.

O jornal escrito foi o mais afetado porque, além de necessitar de um processo industrial para ser feito, o leitor ainda tinha que pagar pela informação no momento da aquisição ou como assinante.

As dificuldades se acentuaram conforme se disseminavam as redes sociais que, nos últimos anos, passaram a revelar o seu poder através de novidades inexploradas tanto pela televisão como pelo rádio e que aproximaram as redes sociais do milionário mercado publicitário.

Já no desespero, vendo as despesas superarem as receitas, jornais, rádios e televisão, abandonaram a independência editorial e passaram a buscar alinhamento político e, em muitos casos, político-ideológico para buscar condições para continuar no mercado.

Grandes conglomerados estabelecidos perceberam a necessidade de modificar os procedimentos que adotavam desde a sua instituição, reduzindo o valor dos contratos ou simplesmente dispensando suas “estrelas” ou se alinhando, primeiro discretamente, depois escancaradamente com um ou dois poderes da República com o objetivo de garantir a sobrevivência no mercado

Para quem era o quarto Poder, o alinhamento com quaisquer dos outros poderes instalados compromete a sua isenção, perdendo a sua independência e alinhando a sua linha editorial com este ou aquele Poder.

A relação alinhada entre a conhecida “imprensa escrita, falada e televisionada” e o Poder Executivo, caso mais comuns, passaram a comprometer a isenção da informação, seja ela de grande relevância ou sem relevância para a população.

Nesse momento e de forma atabalhoada, os do Poder Executivo vão buscar âncoras na legislação vigente e não as encontram e, por isso, vão ao Poder Legislativo para “criar novos  caminhos para antigas questões” e, para tanto, “negociam” a forma que atende aos dois, o que pode, a final, não atender os interesses da população que, através dos tributos, os paga a todos e espera que seus interesses sejam atendidos.

O fato é que as redes sociais continuam crescendo e os meios tradicionais de comunicação continuam em dificuldades para manter a sua missão original e estão sacrificando a sua independência, buscando arrego nos outros poderes e procurando influir para que a liberdade antes apregoada para as redes sociais não continue.

 

segunda-feira, 17 de abril de 2023

Teatro das Bacabeiras em Macapá

Rodolfo Juarez

Em minube.com.br encontrei a identificação e a qualificação do Teatro das Bacabeiras, no centro de Macapá: localizado à rua Cândico Mendes, n.º 1087, no Bairro Central, o Teatro das Bacabeiras é o único teatro de Macapá.

Em questões mais técnicas, ele é o tipo de caixa de ciência do estilo italiano, e é feito suportar espetáculos cênicos, musicais, dança e cinema com capacidade para 705 pessoas sentadas.

Teve a sua fundação no ano de 1990 no bairro central e hoje é considerado um grande patrimônio arquitetônico da cidade. A referência do nome dato ao Teatro das Bacabeiras vem de uma palavra da língua Tupi. Macapaba significa “terra de muitas bacabas” e que deu origem também ao nome da capital do Estado, Macapá.

O teatro foi feito para movimentar a cultura amapaense com atrações locais e nacionais, possibilitando investimento em shows de Stand-Up Comedy e pelas teatrais de atores conhecidos por todo o Brasil.

Por fim, o Teatro das Bacabeiras é um excelente lugar para levar a família e desfrutar de bons espetáculos e da magia que envolve todo o encanto dos palcos, seja acompanhado, em grupo, ou mesmo sozinho, afinal, cultura é sempre de menos e quanto mais, melhor.

Em 6 de março de 2006, Vitor Chagas editou o texto de Carol Assis, de São Paulo, escrito em 4 de março de 2006, que assim se manifestou sobre o Teatro das Bacabeiras: dos teatros da Amazônia, o Teatro das Bacabeiras, em Macapá - cidade das bacabas (tipo de palmeira) - é provavelmente o mais novo, e um dos poucos que não remete a um período histórico da cidade.

Sua construção teve início em 1984, e a inauguração aconteceu em 9 de março de 1990. Àquela época, o Bacabeiras ainda se chamava Cine Teatro de Macapá, já que o mesmo espaço utilizado para a encenação era aproveitado para exibição de filmes - o que hoje não acontece mais.

Achou-se, então, mais adequado rebatizar a casa.

A mudança foi oficializada em 9 de março de 1992, por ocasião do segundo aniversário do prédio. O teatro – sob gestão da Fundação Estadual de Cultura do Amapá (Fundecap) - tem, além do espaço principal com 705 lugares, salas secundárias que seriam destinadas à realização de oficinas, à projeção de filmes e aos ensaios dos espetáculos, mas estão sem atividades.

A manutenção do espaço é feita através de pequenos reparos num recesso anual, que acontece sempre em janeiro, mês em que o teatro fica fechado.

Não havia em Macapá outro teatro destinado a pequenos espetáculos. Isso tornava a marcação de pautas no Teatro das Bacabeiras um problema para grande parte dos grupos artísticos, a maioria amadores, que precisavam disputar, com eventos de maior público, uma vaga para apresentação.

Com a formação do conselho de cultura do Estado do Amapá, espera-se mudanças neste sentido. Inclusive há a intenção de transformar o Centro de Convenções Azevedo Picanço em teatro experimental para atender à grande demanda.

Neste momento, 18 de abril de 2023, o Teatro das Bacabeiras está fechado e com aspecto de completo abandono, como não fizesse falta para o desenvolvimento da cultura local. É ou não é preciso mudar esse quadro

Em breve volto ao assunto!

 

quinta-feira, 13 de abril de 2023

As novas necessidades sociais no ambiente da segurança pública no Amapá

Rodolfo Juarez

Uma luz, ainda distante, começa a aparecer no fim do túnel. As autoridades, ao que parece, começam a se interessar pela realidade socioeducacional instalada no sistema, muito embora indesejada por todos.

Os recentes acontecimentos havidos em diversas localidades pelo Brasil e, pelo menos um desses acontecimentos abortados aqui em Macapá, quando jovens e não tão jovens, em ações suicidas ou sem explicação razoável, invadem escolas públicas e particulares, para assassinar alunos, alunas, professores e aqueles que estivessem à sua frente no momento.

Estarrecidos, na qualidade de telespectador, ouvinte de rádio, ou ativos em redes sociais, as pessoas acompanham as notícias, sofrem com o que recebem como informação e ficam sem saber o que fazer.

Esses mesmos telespectadores, ouvintes ou usuários das redes, se apercebendo da gravidade do assinto e querendo fazer alguma coisa, contribuindo, agindo, ou movimentando-se no sentido de definir de quem seria a responsabilidade para que, agindo preventivamente, pudesse intervir no planejamento dessas ações criminosas.

As pessoas usuárias das redes sociais já perceberam que, pelo menos os preparativos das últimas ações criminosas foram divulgados, se não diretamente, mas indiretamente, exigindo conhecimentos adicionais tecnológicos e interpretativos para ser eficaz na cessação do plano criminoso, ainda na fase de planejamento.

A evidência, o medo e o sentido de responsabilidade, já despertados até o ano passado, com o episódio de Blumenau (SC), quando 4 crianças foram mortas e outras 5 lesionadas por um maníaco de 25 anos de idade, colou um alerta no cérebro e no coração de cada pessoa.

A movimentação das autoridades, pelo Brasil e, também aqui no Amapá, no sentido de encontrar um meio de ser mais eficiente e ágil do que os criminosos, criando condições de conhecer os planos assassinos antes da sua consumação e intervir evitando a morte de inocentes, no mais puro sentido da palavra, e deixando famílias completamente destruídas para todo o tempo em que ainda viver.

É preciso que haja uma interpretação dos fatos e uma rápida intervenção na organização daqueles que estão responsáveis, não apenas pela segurança nas escolas e em todas as repartições e ambientes públicos, mas que tenham a capacidade de construir uma estratégia capaz de ser eficiente.

O Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Amapá, surgir por uma necessidade social, agora a sociedade amapaense precisa de um Batalhão de Operações Especiais para as redes sociais, onde se sabe, planos são divulgados e que permanecem publicados, sem chamar a atenção daqueles que são responsáveis pelo sistema de segurança pública do Amapá.

Seria um BOPE diferente, com mais tecnologia do que arma, mais análise do que ação, mais precaução do que mira. Seria um pelotão da Segurança Pública voltado para as redes sociais, acompanhando tudo, selecionando as ações que podem evitar os massacres que estão acontecendo.

É urgente e necessário! 

segunda-feira, 10 de abril de 2023

A Caixa Econômica deixa do lado de fora, sob sol ou chuva, seus clientes

Rodolfo Juarez

Algumas importantes questões, aquelas que influem diretamente no dia a dia de grande parte da população, principalmente aquela parte que tem mais dificuldades para ver suprida as suas necessidades e daqueles por quais tem responsabilidade direta de fazê-lo, como é o caso daqueles que se deslocam de distantes bairros da cidade para enfrentar filas, ao relento e, por isso, sujeitos ao sol ou a chuva, nas laterais dos bancos, sem qualquer proteção contra a intempérie da vez.

Os bancos públicos, exatamente aqueles entes que deveriam zelar pelos seus clientes e, no caso específico, também proprietários do banco que tem a preferência para receber o dinheiro dos contribuintes, guardá-lo em segurança, manter o seu valor de compra e, quando possível, render o suficiente para pagar funcionários do próprio banco, gerentes e presidente da instituição bancária.

Mas são eles, os que mais precisam e que menos condições têm para se deslocar com o objetivo de receber a ajuda, na forma de bolsa, financiada pelos tributos que os contribuintes pagam a cada colherada no feijão com arroz que comem, ou da calabresa, da linguiça, da ossada ou da carne ou peixe em conserva e, até mesmo, do chibé de farinha d’água, que têm que vir para ficar ao lado do banco, em uma situação ambiental reconhecidamente humilhante e hostil.

Dentro do prédio, do outro lado da parede, estão os funcionários e gerentes, em um ambiente com ar-condicionado, com direito aos intervalos regulamentares para descansar a mente, alimentar-se e, quando considerada restaurada as suas condições, outra vez sentar-se e char “a próxima senha”.

A Caixa Econômica Federal, que tem o slogan “banco do povo”, é a que mais desafia as autoridades e, principalmente, aquelas pessoas responsáveis por defender o direito do consumidor dos maus serviços que são prestados a esse consumidor. Mesmo assim, os dirigentes da CAIXA, não se toca e ainda se consideram “os donos da situação”, não aceitando reclamação daqueles que estão do lado de fora da agência bancária, sob sol escaldante ou debaixo de chuva torrencial.

A prefeitura do município, “dona” da cidade, ou pelo menos a responsável direta por não permitir mal tratos à população, se considera, ao que parece, impotente para intervir e mudar a situação à que é obrigada submeter-se a população.

Os vereadores, alguns com atendimento preferencial, não consegue enxergar os seus eleitores nas filas e nem percebem que a responsabilidade pelo que deixa pra lá, também é dele, como agente público escolhido para zelar pelos interesses de cada cidadão  do município.

Os próprios gestores da Caixa dão a impressão que não olham para o lado de fora da agência, ficam míopes, pouco ligando para as pessoas que estão na fila, algumas com filho no colo, humilhadas e cansadas, para receber o que lhe foi prometido pelo governo e suprido com o que o próprio governo arrecada, inclusive daqueles que estão ali, na fila, esperando a sua vez.

Que tal disponibilizar um espaço digno aos clientes que, mesmo sem querer, estão se vendo forçado a ficar como ficam, humilhados, desrespeitados e, até sem saber, agradecendo sem saber o que. 

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Prefeitão ou prefeitinho?

Rodolfo Juarez

Em Macapá, esta semana, dois professores-doutores da Universidade Federal do Amapá, José Alberto Tostes, professor titular da Unifap, atuando no curso de Arquitetura e Urbanismo, nas áreas de Projeto, Projeto Urbano, Urbanismo, e Marco Antônio Augusto Chagas, atuando na coordenação do Curso de Ciências Ambientais, dedicando-se à pesquisa, se manifestaram sobre o tapume da Beira Rio, a obra que já deveria estar terminada e os prejuízos que a situação causa para a cidade e a população, sob as vistas do principal responsável, o prefeito de Macapá.

Os dois professores-doutores que estavam em passeio de bicicleta pela cidade, resolveram acessar à parte interna do canteiro da obra e foram surpreendidos pelo que viram.

Obra completamente paralisada, placa de obra informando que a obra já deveria, há bastante tempo, estar concluída e foram instados a avaliar os prejuízos que a população e a própria cidade estão tendo com aquela situação.

Os dois professores, com formação profissional em urbanismo e meio ambiente, se viram no compromisso de atestar a situação e denunciar a quem interessar, as condições como a obra, importante para a cidade, vem sendo cuidada pelo seu principal responsável, o prefeito de Macapá.

Depois de lamentar a situação e mostrar alguns dos prejuízos que estão afetando a vida da população macapaense, rebaixam a “patente” ou “nome político” do atual prefeito de Macapá, que se esforça para emplacar o aumentativo de “prefeitão” e que os professores-doutores, com toda autoridade que têm, preferem identificá-lo como “prefeitinho”.

Assim se manifestam no vídeo:

Dr. professor Marco Chagas: pessoal, estamos aqui na frente da Praça do Coco, entramos aqui no local da obra onde está o tapume, aqui atras a placa da obra, que já deveria ter encerrado, essa é uma obra da prefeitura, do prefeitão, mas aqui para a gente ele é um prefeitinho, não consegue terminar as obras. Então, prefeitinho, nós estamos aqui para mostrar para a população que as obras não estão andando. Então, botaram o tapume aqui, receberam a primeira parcela, a tal da instalação do canteiro da obra, e a obra não está tendo andamento.

Dr. professor Tostes: Bom, nos estamos aqui em frente à placa relativa a essa obra, ela deveria ter iniciado no dia 8 de abril de 2021 e encerrado em outubro do mesmo ano e nos já estamos em abril de 2023. O fato deste lugar estar tudo cercado gera um prejuízo enorme para a sociedade, pois, como se pode perceber não tem nenhuma movimentação de obra após dois anos de instalada a placa e fechada a área. Isso gera um prejuízo para todos os vendedores do entrono e da população que não tem acesso. Se a obra não está andando pelo menos a prefeitura tem, ao menos, que responsabilizar quem ganhou a licitação para executar esses serviços para tomar as providências. Como podemos mostrar nas imagens não tem nada, absolutamente nada, de movimentação de obra, de atividades durante todo esse período. Apenas, entulho, lixo e o prejuízo gerado para todos. Esse é o cenário do lado de dentro do tapume na Beira-Rio, ao lado do Trapiche.

Dr. professor Marco Chagas: se toca aí prefeitinho.

(Encerra o vídeo).

Nesse momento, várias áreas estão cercadas, por tapume, na cidade de Macapá, ao que parece, escondendo ou não querendo que ninguém veja, que nada ou pouquíssima coisa ali está se fazendo.

Pertinente, sobre todos os aspectos, a manifestação e a consciente revolta daqueles que esperam a melhoria da cidade, em velocidade adequada à necessidade que tem a população.