quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Os "bandeirantes" da próxima campanha.

Rodolfo Juarez

Por todo o Brasil os dirigentes estaduais e municipais estão procurando alternativas para enfrenar o preço da energia elétrica que, em média, supera os 30% de aumento em plena pandemia, com a economia patinando, o a qualidade do serviço ficando cada vez mais precário, especialmente em Macapá.

Não há política pública para impulsionar pesquisas locais que possam garantir condições técnicas e informações sociais capazes de incentivar o aproveitamento da energia solar, como já vem sendo feito em médios centros do nordeste brasileiro e, de resto, naqueles estados que buscam enfrentar, com tecnologia e inovação, o problema do preço da energia elétrica.

Estamos próximos do Equador, marcando o limite dos hemisférios norte e sul e indicando incidência de raios solares, por bom período, de forma ortogonal que permite, na prática a eliminação do desperdício.

Profissionais em engenharia o Governo do Estado do Amapá tem em seus quadros. E são profissionais muito bons, mas que permanecem “encostados”, sem um laboratório para desenvolver experimentos e a engenharia local. Bastaria prepara-los para o desenvolvimento de propostas para fontes alternativas de energia, que colocaria o Amapá em outro patamar.

Aqui no Amapá já existem experiências exitosas, uma delas buscadas pelo Tribunal Regional Eleitoral e aplicada no prédio da 10.ª Zona Eleitoral, na Zona Norte de Macapá. Como já tem um tempo razoável de geração de energia, certamente é um polo de observação técnica que serviria para aqueles que viessem a cuidar dessa tecnologia no Amapá.

Outro viés é o da energia eólica que é obtida através do aproveitamento do vento, que é o movimento das massas de ar. Para transformar a energia dos ventos em energia elétrica são usados, atualmente, aerogeradores, que possuem imensas hélices que se movimentam de acordo com a quantidade de vento no local.

Estando, por exemplo, Macapá do lado esquerdo do Rio Amazonas, recebendo o vento de frente, naturalmente essa fonte precisa ser estudada a partir da aplicação em Macapá.

O empoderamento dos profissionais da engenharia que estão lotados nas secretarias do Governo do Estado e da Prefeitura de Macapá, não se escusariam a preparar-se nos centros que já funcionam no Brasil, como em São José dos Campos, em São Paulo e em outros estados, e iniciar uma cruzada para aproveitar tanto a energia solar como a energia eólica.

Claro que uma iniciativa desse porte poderia acabar com os programas eleitoreiros, como aquele que paga energia elétrica para que consome até um total de Kilowatts, assim como outros programas que pretende deixar os jovens submisso e se acostumando a ganhar pouco, sem reclamar e sem se posicionar, desde que sejam “os bandeirantes” da próxima campanha.

Esse procedimento, certamente, é levado em consideração na hora de buscar evidências como um estudo que possibilite o uso da energia solar e da energia eólica e está arraigado no Governo do Estado e na Prefeitura de Macapá, faz tempo, e que recebe investimentos públicos catados lá dos tributos pagos por todos, isso sem explicar nada para os eleitores que elegem os deputados e vereadores a cada eleição.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

As mudanças no trânsito de veículos em Macapá

Rodolfo Juarez

Estão preparando dois momentos para modificar o trânsito na cidade de Macapá: um representa evolução; outro, representa retrocesso.

Não adianta, depois, os técnicos do município, no caso engenheiros de trânsito e tráfego, apresentarem desculpas pelos erros cometidos, pois, alguns desses erros, como o que está bem próximo de ser consumado, não tem perdão.

Não adianta, depois, culpar o gestor pela sua imprudência ou exigência. Neste caso, a última palavra é do engenheiro, do técnico.

Pois bem, as duas propostas que logo se tornarão realidade são: fazer funcionar o binário viário das avenidas Padre Júlio Maria Lombaerd e Cora de Carvalho e voltar a trafegar ônibus pela Rua Candido Mendes.

A primeira proposta vem deste 1974 quando a Fundação João Pinheiro, de Minas Gerais, apresentou o Plano de Desenvolvimento Urbano de Macapá, Santana e Porto Grande, ao então prefeito Cleiton Figueiredo de Azevedo, nomeado pelo governador do Território Federal do Amapá.

Naquele momento a Avenida Cora de Carvalho era alagada e tinha partes de ponte, necessitaria ser construída, com um sistema de drenagem de águas pluviais adequado para que não ocorressem os alagamentos que, até recentemente era constantes durante o período das chuvas, tendo repercussão do problema, inclusive, na Avenida Padre Júlio Maria Lombaerd.

No final do segundo mandato do prefeito Clécio Luís, no ano de 2020, finalmente a população foi informado que a drenagem fora concluída, depois de 46 anos de comprovada necessidade.

Segundo as informações da própria Prefeitura de Macapá aquela via, a Cora de Carvalho, estava em condições de receber o asfalto que recebeu e com o sistema de águas pluviais funcionando, o que precisava e precisa ainda é de um “teste in loco”, com as chuvas do período 2021/2022.

A segunda proposta, segundo informações da própria Prefeitura de Macapá, é uma reivindicação da Federação do Comércio que, na qualidade de porta voz dos comerciantes cujas lojas têm frente para a via reivindicaram autorização da prefeitura, através do seu órgão técnico, a CTMac, que autorizassem os ônibus urbanos voltar a trafegar pela Rua Cândido Mendes, pois, assim, entendem, haveria maior fluxo de pedestres e consequentemente, de clientes, com possibilidade de provocar aumento nas vendas nas lojas localizadas na Avenida Candido Mendes.

Destaque-se que a Rua Cândido Mendes é uma via de caixa estreita, com testada média de 20 metros, o que permite o planejamento de apenas duas pistas de rolamento, considerando que tem estacionamento dos dois lados, não tem acostamento e a calçada precisa ter, no mínimo, três metros livres para a circulação de pessoa.

Outra situação que precisa ser observada é a condição atual da estrutura da ponte sobre o Canal da Mendonça Júnior que, seguramente, não está com laudo técnico recente que garanta que a estrutura da ponte tenha condições de receber carga de ônibus urbano lotado.

A ponte tem mais de 50 anos, foi construída antes do Canal da Mendonça Júnior.

Tomara que os técnicos da Prefeitura de Macapá e da CTMac tenham certeza no que estão fazendo, liberando circulação de ônibus na Rua Cândido Mendes, onde também tem um sistema de drenagem antigo, mas que ainda funciona.

Será que aguenta a carga?

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Obrigado, meu amigo!

Rodolfo Juarez

Hoje vou fustigar minhas lembranças e ativar o meu reconhecimento pelo trabalho, a disposição e a vontade de servir de uma pessoa que foi muito importante para minha família e para mim.

Vou falar de um homem com grandes qualidades, de quilate diferenciado, com brilho nos olhos no exercício da nobre profissão que escolheu para contribuir com a sua comunidade, dando respostas adequadas, confortadoras e que inspiravam confiança em todos aqueles que buscavam seu conhecimento para resolver um problema.

Sempre atencioso com seus pacientes. Estivesse onde e como estivesse. Nunca deixou de priorizar o seu verdadeiro ministério. Comportamento que o diferenciava da maioria e que o levava para a maior consideração dos pequeninos e dos responsáveis por eles.

A formação trazida do berço apoiava a formação construída na juventude e estruturada quando acadêmico de Medicina.

Dedicado, mostrava essa dedicação todas as vezes que atendia o que considerava uma convocação de um membro da sua comunidade quando lhe levava uma questão para ser resolvida, o que fazia sempre com uma explicação convincente e uma orientação de credibilidade que passava a ser uma ordem unida praticada por todos de uma mesma família.

Antes de ser médico descobriu que tinha uma vocação professoral muito forte e escolheu praticá-la sendo um verdadeiro escoteiro e, até hoje não consigo definir se havia maior influência do lema “sempre alerta” da turma de escoteiro ou do juramento feito por ocasião de receber o grau de médico, na turma de médicos contemporâneos, que levou a sério quando disse: “juro, solenemente que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência, penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra”.

Sempre disposto a ajudar a quem precisava, exercitava paciência e confiança nas suas tomadas de decisão, mexendo com a mais íntima relação de confiança que pudesse ser estabelecida entre o paciente e o médico, entre o aprendiz e o mestre.

Foi assim o meu amigo Doutro José Roberto, médico pediatra com todos os predicados dos grandes profissionais. Atencioso, comprometido e sempre estudioso, falo com orgulho deste que foi um dos contemporâneos mais caros e sempre disponível a atender a qualquer chamado.

Foi médico de todos os meus filhos.

Sei que devo a vida de um deles, o Rodson, ao doutro José Roberto, quando praticando uma de suas mais importantes características médicas, a investigação, foi certeiro, como precisava ser naquele momento, apontando que meu filho estava acometido de uma otite e não de uma infecção intestinal como havia sido diagnosticado em um dos hospitais de Macapá e que tinha levado meu filho a dois choques anafiláticos.

O atendimento de urgência, em casa, foi tão preciso que bastaram duas horas para que o paciente apresentasse sensíveis melhoras e assim continuasse até ficar completamente curado com os medicamentos recomendados pelo médico José Roberto.

José Roberto nos deixou esta semana aos 71 anos de idade, quando partiu para outra dimensão onde já está para o merecido descanso.

Imagino que os anjos o levem para o melhor lugar, o lugar que merecia e que Deus o tenha como mais um anjo que prestou grandes serviços durante todo o tempo que esteve na Terra, entre nós.  

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Eleições 2022: A disputa pelas vagas de deputado federal no Amapá.

Rodolfo Juarez

As eleições de 2022 começam entrar na pauta da imprensa nacional e local. Aqui mesmo já analisamos a situação dos candidatos ao cargo de Governador do Estado, destacando quatro dos prováveis candidatos que já anunciaram a sua pré-campanha para viabilizar o nome no partido ao qual está filiado, com exceção do pré-candidato Clécio Luís que permanece sem partido. Os demais, Randolfe Rodrigues (Rede), Jaime Nunes (PROS) e Gilvan Borges (MDB) já foram apresentados.

Agora vamos destacar a eleição para deputado federal.

A eleição de 2022 para os oito cargos de deputado federal à Câmara Federal, em Brasília, que serão escolhidos pelos eleitores amapaenses, vai ser uma das eleições afetadas pela regra de 2017, a qual foi enfrentada, na atual legislatura, procurando reverter a exigência constitucional, voltando para a regara antiga em que coligações de partidos estavam permitidas.

Sem coligação, as estratégias de campanha modificam totalmente e a distribuição de votos será feita entre os partidos que apresentarem candidatos. Um modelo defendido, à muito, pelos próprios legisladores que viam os grandes partidos perderem vagas para os pequenos partidos.

Mas o legislador brasileiro sempre é criativo, estabeleceu uma saída sem qualquer antecedente em colégio eleitoral no exterior, ou na história do eleitoral brasileira. Desta feita a novidade é a Federação de Partidos. Segue o modelo sindical que uni os sindicatos de primeiro grau em uma federação, considerada de segundo grau sindical.

Agora é a federação de partidos que foi gestada pelos legisladores atuais: vários partidos podem se unir para uma eleição, desde que faça a promessa de permanecer em federação até o encerramento dos mandatos. E a federação é nacional, não pode haver federação local ou o partido participar de mais de uma federação. Uma vez definida a federação nacional, no âmbito regional os partidos estão em federação, gostem os dirigentes locais ou não. No certe, segue as mesmas regras da coligação.

Os partidos ainda tem que trabalhar as regras de barreira para terem o direito ao Fundo Partidário e a espaço na televisão. Para que isso se confirme, o partido precisa ter 2% da votação total para deputado federal e 1% da votação, em pelo menos 9 estados da federação brasileira.

Os deputados federais e seus respectivos partidos, eleitos em 2018 são: Camilo Capiberibe (PSB), Acácio Favacho (PROS), Vinícius Gurgel (PR), Aline Gurgel (PRB), Marcivânia Flexa (PC do B), Luís Carlos (PSDB), José Abdon (PP) e Leda Sadala (AVANTE).

Estes oito deputados federais eleitos e que tomaram posse no início de 2019, juntos somaram, 131.857 (36,13%) do total de votos válidos (nominal + legenda), que chegou a 364.871 votos apurados e divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral. Os outros votos, 233.014 (63,87%), foram atribuídos aos candidatos não eleitos.

As estratégias políticas e o modo de campanha não vão se repetir em 2022, considerando os procedimentos de 2018. Os motivos são variados: não é permitida coligações de partidos, há influência das redes sociais, partidos com pouca representação na Câmara Federal disporão de pouco dinheiro para campanha.

 

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Dia do Professor

Rodolfo Juarez

Hoje, dia 15 de outubro, é festejado o Dia do Professor, resultado da importância desses profissionais para toda a sociedade. Aliás, que essa importância torna igual todos que exercem essa espetacular profissão.

Estou hoje com 75 anos e mesmo sendo engenheiro, advogado e jornalista, posso garantir que a profissão que mais me ofertou formação social foi a de professor, a primeira profissão de todas que chegou à minha vida profissional, isso nos anos de 1965, quando assumi a responsabilidade para ensinar Matemática para as alunas do Ginásio Santa Bartolomea Capitâneo, então, eu, com 18 anos.

Lembro, perfeitamente do meu primeiro Dia do Professor, ocorrido em 15 de outubro de 1965, isso há 56 anos. Um dia em que voltei para casa com ânimo renovado pela forma como a direção da Escola e os alunos agradeceram, naquele dia, pelo que vinha tendo oportunidade de transferir os ensinamentos para as alunas (ainda era um colégio que recebia apenas alunas).

Até hoje ainda tenho lembranças ganhas naquele dia, guardadas como grande troféu e que me transporta, de vez em quando, para a sala de aula onde o respeito, o agradecimento e o reconhecimento estavam sempre presentes.

Foram dois anos (1965 e 1966) que marcaram a preliminar do meu ingresso no magistério que prosseguiu pelos 5 anos seguintes em que mantive a atividade de acadêmico de Engenharia Civil, na Escola de Engenharia da Universidade Federal do Pará e professor em escolas e colégios particulares e do Estado do Pará, ocupando a cadeira de Matemática no Ginásio Santo Afonso, no Bairro do Perpétuo Socorro, em Belém.

O professo é, certamente, um profissional de fundamental importância para a sociedade e o Dia dos Professores é um momento que celebra a importância do professor em nossa sociedade.

Oficializada, por decreto, pelo presidente João Goulart. Apenas na década de 1990 que a Unesco formalizou o dia internacional do professor estabelecendo a data de 5 de outubro para as comemorações. No Brasil como se percebe, “não pegou” e a data continuou 15 de outubro.

O dia 15 de outubro também se reporta a uma proposta de Salomão Becker, um apaixonado pelo magistério e que lecionou 49 anos, ininterruptos, na cidade de São Paulo, desde o ensino fundamental ao ensino médio e que pretendia usar o Dia do Professor para dar folga aos professores. A data também remete a um decreto sobre educação, emitido por D. Pedro I.

O 15 de outubro também é consagrado à educadora Santa Tereza de Ávila, freira carmelita, mística e santa católica do século XVI, que influenciou na vigência de um decreto imperial, criando o Ensino Elementar no Brasil. A primeira grande contribuição do decreto foi a determinação que obrigava as Escolas de Primeiras Letras, hoje Ensino Fundamental, a ensinarem para meninas e meninos a leitura, a escrita e as quatro operações de cálculo.

As autoridades e, especialmente aqueles que tem a responsabilidade pela educação das crianças, dos adolescentes e dos adultos, deixaram de prestar atenção na profissão que titubeia conforme a maresia política ou se esconde do aluno que, por sua vez, se tornou agressivo e desrespeitadores daqueles que são o seu orientador para o aprendizado e para a vida.

Presto homenagem, neste dia, à minha mãe Raimunda Pureza Juarez, minha primeira professora de Matemática, e para meu pai, Heráclito Juarez Filho, em memória, meu primeiro professor de Literatura.

Minhas homenagens aos professores, diretores de escolas, auxiliares escolares e dirigentes da Educação no Amapá.

  

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Dia das Crinaças

Rodolfo Juarez

Hoje é o Dia das Crianças. Um momento que cria motivo para movimentar o comércio local, afinal de contas as crianças são preciosidades dos adultos responsáveis por elas.

Mesmo em um ambiente como este, os empresários do comércio, com raras e honrosas exceções, não foram arrojados na comunicação com seus clientes costumeiros e potenciais, informando o que tinham de novidade e de inusitado para as crianças. As inserções na televisão e no rádio, patrocinadas, foram poucas e os clientes não tiveram oportunidade de conhecer o que havia nas lojas e que poderiam ser o objeto do seu presente para uma criança.

Também as redes sociais foram pouco usadas. E aqueles que já usam as redes de forma costumeira puderam comemorar as vendas online e ainda colocar, no seu cadastro, clientes potenciais para novas datas de interesse do comércio e, também, para o cotidiano ou quando o dinheiro der.

Quem deixou de participar deste momento de extrema importância para o meio social integral, foram os Poderes do Estado, onde estão concentradas as melhores condições salariais dos seus formadores e que, perderam o bom costume de, através das suas organizações associativas, promoverem momentos de encontro com a realidade das crianças que não recebem qualquer presente ou lembrança no seu dia - o Dia das Crianças.

Antes, e não faz muito tempo, o Governo do Estado, através de suas secretarias, aquelas que lidam diretamente com as propostas e soluções dos problemas sociais, tinham programas de atendimento às crianças, meninos e meninas, filhos dos seus funcionários mais pobres, um momento de atenção, conscientização social, festas e de entrega dos presentes.

Programa nesse mesmo sentido havia para as crianças, filhos de pais que não ganham o suficiente para o regular sustento das famílias, e que ficam impossibilitados de atender um simples pedido de seu próprio filho ou da sua própria filha.

Investir na segurança pública, no sentido de proteger o vizinho do seu vizinho, o home do próprio homem é apenas uma etapa, não sendo, seguramente, a mais importante, para a criação de um ambiente social adequado. Aliás, se assim fosse, a sociedade macapaense e a sociedade santanense, seriam aquelas que não precisariam testemunhar a dizimação de jovens, a pouco crianças, por investidas do próprio Poder Público e das conhecidas milícias e facções.

É preciso investir noutro sentido. Acreditar na força da organização social. Estabelecer programas sociais que possam ser avaliados com índices sociais, inclusive de satisfação social de pais e crianças. A reunião desses personagens, pais e filhos, com as autoridades sempre deu bons resultados.

Os resultados do modelo atual são sentidos nas estatísticas das polícias, nas aglomerações nas casas de saúde e, infelizmente, no cemitério.

O eleitor elege dirigentes para pensar, planejar e executar programas através dos funcionários admitidos de forma regular ou disfarçada no serviço público. Parte dessa responsabilidade é dos representantes do povo eleitos regularmente (deputados e vereadores) que recebem a incumbência, e não cumprem, de legalizar nesses programas e acompanhar a sua execução. Se não fizer assim, teria o Judiciário para fazer valer as regras vigentes e o Ministério Público para fiscalizar.

Quem está falhando?

Todos?

Dois destes órgãos, três destes órgãos?

Resta àqueles que precisam desta atenção, mesmo no Dia das Crianças, também verificar se estão fazendo o que a população esperava.

Se não estão...

 

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Meu Pai: 99 anos depois - Um pouco da biografia de um ribeirinho da Amazônia Brasileira

Por Rodolfo Juarez 

Meu pai completaria neste dia 7 de outubro de 2021, 99 anos de idade. Mas, prematuramente, teve sua vida encerrada no dia 3 de dezembro de 1973, tendo-lhe sido permitido viver por 51 anos e 37 dias.

Perdeu a luta lutando. Querendo viver!

Os médicos não tiveram forças para enfrentar o mal do qual fora acometido, e que fez os seus últimos dias de vida acontecerem em um leito da Beneficente Portuguesa, em Belém do Pará. Um homem que continua sendo referência para os que o conheceram e para aqueles que, com ele, conviveram.

Heráclito Juarez Filho nasceu em Alagoas, em 7 de outubro de 1922 e morreu em Belém do Pará, no dia 3 de dezembro de 1943, deixando a esposa, Raimunda Pureza Juarez e 12 filhos - 9 homens e 3 mulheres.

Filho de Heráclito Juarez de Araújo e Silva e Rosa Lima de Araújo e Silva, Heráclito Juarez Filho foi o 4.ª filho de uma lista de 8, formado por 5 homens e 3 mulheres.

Um pouco antes de casar, no começo de 1944, construiu a sua primeira casa nas margens do Lipo-Lipo, na confluência com o Rio Santana. Para a margem deste rio mudou-se em 1949, em um ponto do rio que permitia maior calado para ancorar embarcações do tipo regatão, comum naquela época nos rios da região.

No local comprava borracha de seringueira, na forma de bolão e pele, além do látex e do sernambi, com mercado certo em Belém do Para.

No porto próprio que construira, praticava uma espécie de troca de mercadorias. Na prática trocava castanha de andiroba, pracaxi, ucuúba, peles de animais e outros produtos da floresta, por açúcar branco, açúcar moreno, sal, aguardente, fósforo, remédio, tabaco, cigarro, rosca, biscoito, além de outros produtos como sal de cozinha e manteiga.

Também tinha compra regular de madeira, tipo dormente, juntados em jangada, para serem usados na construção e, depois, na manutenção da Estrada de Ferro do Amapá.

Em 1954, mudou-se para a sede do município de Afuá, na ilha do mesmo nome, para dar oportunidade aos filhos, em idade escolar, de estudar em uma escola regular, só oferecido, naquela época, na sede do município.

Em 1959, depois da conclusão do Curso Primário do primeiro Filho, no Grupo Escolar de Afuá, mudou-se com toda a família para Macapá, então capital do Território Federal do Amapá, tendo como principal motivação e justificativa a necessidade do filho mais velho, participar do Exame de Admissão para o Curso Ginasial do Colégio Amapaense.

No final da noite do dia 10, a embarcação em estava a família “entrou” na Doca da Fortaleza e esperou até amanhecer o dia 11 de dezembro pra desembarcar e ir conhecer a nova casa já providenciada pelo chefe da família, Heráclito Juarez Filho. A casa ficava no então Bairro do Elesbão, hoje Santa Inês, próximo da esquina da Avenida Pedro Baião, com a Rua São José.

Heráclito Juarez Filho sempre foi comerciante. Já nos tempos do Lipo-Lipo negociava e, do negócio, tirava o sustento da família. Se movimentava pelo rio de montaria, casco, batelão, primeiro a remo e faia, conforme a embarcação, depois com motor de popa.

Em Macapá, continuou a seu mister, negociando secos e molhados, em um armazém na esquina da Rua São José com Coaracy Nunes, onde a família já morava depois de passar por outras moradias, todas por menos de um ano.

Desde quando morava na sede do município de Afuá já fazia do transporte de suas mercadorias e, de terceiros, o seu ganha-pão. Levava o que coletava na sua micro região de influência para Belém do Pará e, trazia as mercadorias para abastecer o seu próprio comércio.

Dos terceiros, proprietários das mercadorias que transportava, cobrava o frete, essa cobrança correspondia aos serviços de carga, transporte e descarga no destino.

É pra este homem, um ribeirinho de verdade, preservador do ambiente e grade chefe de família que rendemos as nossas homenagens todos os dias e as declaramos, a todos, nestes momentos.

Um homem cada vez mais reverenciado pelos seus filhos, já veteranos, com os três primeiros superando a marca dos 70 anos de idade, todos reconhecendo a sua importância e o que significou para futuro que hoje vivemos.

Sempre é bom recordar de um homem dessa envergadura, com relevante percepção de futuro, compreendendo a sua missão com chefe de família, muito embora não pretendesse se tornar referência, espelho e exemplo. Se sabe hoje que estava à frene do seu tempo, propondo caminhos para os filhos, caminhos bons, seguros e sustentado pelo saber, sendo referência, hoje, para toda a família.

Obrigado meu pai! 

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Os pleiteantes do cargo de governador do Amapá

Rodolfo Juarez

O ano eleitoral começou pra valer dia 2 de outubro. Os eleitores já amiúdam as suas perguntas sobre os candidatos s suas possibilidades, especialmente os candidatos ao cargo de governador do Estado, uma vez eu todos sabem que o atual governador, Waldez Góes, terá que deixar o Palácio do Setentrião, para um substituto que pode ser do seu agrado ou não.

É certo que alguns pré-candidatos prepararam e se valem de um balão de ensaio para, em seguida, decidir-se se vai, ou não, apresentar o seu nome à convenção do partido no qual está com a certidão de filiação em dia.

A um ano do pleito cujo primeiro turno das eleições será realizado no dia 2 de outubro de 2022, alguns nomes ao cargo de governador do Amapá já são comentados nos partidos políticos, ensaiado pelo dono da vontade, ou esperados pelo eleitor.

Pelo menos 4 nomes já estão, com certa frequência, sendo defendidos e rejeitados nos corredores dos poderes, nos pontos de taxis e mototáxis, nas reuniões políticas, e entre os eleitores com direito a voto ou aqueles que ainda estão esperando para se habilitar para votar no dia 2 de outubro. Estes nomes são: do ex-prefeito Clécio Luiz, que continua sem partido; Jaime Nunes, atual vice-governador que faz tudo para não cruzar com o governador Waldez Góes pelos corredores do Palácio; o senador Randolfe Rodrigues que divide apoiadores devido à sua participação na CPI da Covid-19 e, o ex-senador Gilvan Borges, que, depois de longo “namoro” com o atual vice-governador, desistiu do noivado e anunciou que está solteiro, mas aberto a outras ligações.

O ex-prefeito Clécio Luiz, que deixou a Rede Sustentabilidade para seguir o seu próprio caminho, deve já ter percebido que é complexa a mudança de partido para as lideranças. Ninguém quer abrir espaço para uma liderança que pode prejudicar os planos daqueles que, há tempo “ralam” no partido, e que avaliam que ainda “não chegou a sua vez”. Essa situação prejudica, demais, o ex-prefeito Clécio.

O vice-governador Jaime Nunes, que se sentiu alijado dos planos do governador Waldez, do PDT, e que percebeu a vontade do seu vice, filiado ao PROS, no sentido de ganhar espaço no governo, tanto que teve, desde o começo, castradas as suas pretensões. Apesar de muito habilidoso nos negócios do comércio, tem pouca prática nos “negócios” da política.

O senador Randolfe Rodrigues, filiado à Rede Sustentabilidade, depois de ser o líder da oposição no Senado e confrontar com muitos “caciques” do Executivo, minguou a sua participação no direcionamento de verbas para o Estado do Amapá, deixando, mais 4 anos, sem sua participação nas realizações práticas. Essa avaliação deve pesar na hora de o eleitor decidir voto.

O ex-senador Gilvan Borges faz política “24 horas por dia”. Pertence a um dos partidos nacionais com mais tradição oposicionistas, mas que, no Estado do Amapá, conseguiu circular, com sua irreverência, por todos os caminhos da política local. É do MDB que ainda é considerado participante da administração da Prefeitura Municipal de Macapá, mas, às vezes, é mostra-se “guloso demais” na versão dos políticos.

Certamente ainda conheceremos outros pleiteantes ao cargo de governador do Amapá, afinal o imã do Poder é forte o suficiente para atrair todos. 

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Mais uma chance para praticar a democracia

Rodolfo Juarez

Hoje, dia 5 de outubro de 2021 já está inaugurado o ano das eleições nacionais e Regionais quando serão eleitos, para o mandato 2023/2026, o presidente da República e seu vice; o governador de cada um dos 26 estados e do Distrito Federal e seus respectivos vices; 1 senador da República e seus dois suplentes; deputados federais e distrital; e deputados estaduis.

Há quatro anos os eleitores brasileiros surpreenderam os políticos brasileiros e de fora do Brasil, os analistas políticos e a imprensa de todo o mundo, propondo um basta no que foi chamado a “velha política”, tendo como grande objetivo um combate, sem trégua, à corrupção.

O recado dado pelos eleitores considerou alguns pontos que acaram não se sustentando depois das posses e se confirmando a volatilidade como os políticos profissionais (e amadores) tratam as questões de interesse da população, quando percebem que terão que abrir mão de regras não normatizadas, mas que se constituem, inclusive, na manutenção da importância política e de seus status, sustentado à custa do dinheiro público.

As mudanças esperadas não se confirmaram. Os prejudicados começaram a falar em “democracia”, inclusive aqueles que não são democratas. Os comunistas, os socialistas e os oportunistas não deixaram por menos, tornando a “democracia” que inventaram como seu escudo.

Aqueles que teriam a responsabilidade de zelar pela democracia, como “o governo do povo”, foram sendo atingidos por todos os flancos, escancarando um país que tem, na corrupção, em todos os seus meandros, a manutenção, no poder, de políticos que usam o seu mandato para se defender as ilegalidades que comete.

Há uma confusão geral e, até os verdadeiros comunistas, socialistas e admiradores ficam confusos e, como tontos, começam a ter passos trôpegos e, aqui e acolá, se juntam à aqueles que não ficaram satisfeitos com a vontade do eleitor e, sorrateiramente, aramam moldes para confundir o eleitor, desorientando-o de tal forma que fica sem ter certeza de nada.

Parte da imprensa toma partido, parte dos poderes da República se divide querendo participar, opinando, naqueles momentos em que deveria apenas ouvir. Confundem a cabeça do eleitor que, agora, vai precisar buscar serenidade para mais uma tentativa como a de 2018.

Até a pandemia, que agrediu e matou uma boa parcela do povo brasileiro, serviu de motivação para escândalos de todo tipo, desde vacinas falsas até união de políticos, antes como água e óleo, que passaram a uniformizar a linguagem e assumir uma postura jamais imaginada antes do voto do eleitor.

A democracia, a verdadeira, terá mais uma chance. O eleitor se prepara para o dia 2 de outubro de .2022, para dar a resposta definitiva para aqueles que se esconderam durante o período da pandemia provocada pelo coronavírus, e que agora se movimentam na busca de mais uma “oportunidade”.

Nos últimos três anos, poucos foram aqueles que cumpriram com o papel, que receberam, de representante ou administrador dos interesses do eleitor e do povo brasileiro. 

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Solwnidade de colação de grau

Rodolfo Juarez

Na terça-feira, dia 28 de setembro, participei, como paraninfo da minha filha caçula Renata Juarez, da solenidade de colação de grau organizada pela direção da Estácio, faculdade que tem, no Amapá, um leque significativo de ofertas de curso regulares de formação profissional.

A solenidade programada para começar às 15h30 começou quando já havia ultrapassado as 16h00. Não sei porque, mas é sempre assim. Nunca começa no horário marcado e a regra é tão forte que até alguns dos organizadores chegam depois da hora marcada para o começo da solenidade.

O local escolhido foi a Associação dos Magistrados do Amapá – AMAAP, que desde maio de 1991 (completou 30 anos de fundação este ano) vem se constituindo em polo de qualidade adequado para receber eventos dessa importância e especial significação.

Minha filha Renata, formanda do Curso de Psicologia, estava radiante. O momento do “eu concedo” é especial, até mesmo quando o DJ, controlador do som, se empolga e deixa o volume da mesa além do meio, fazendo com que os presentes procurem se defender do som alto e desnecessário para o momento.

A chamada “mesa dos trabalhos” me chamou a atenção pela composição. Das 10 pessoas que a compunha, 9 mulheres, a maioria coordenadora de curso, e um homem, o diretor da faculdade.

A esperada chamada para receber o grau do presidente da mesa, teve antes o juramento dos formandos puxado por um deles que estava ao microfone. Todos os juramentos com o mesmo princípio: o comprometimento com a ética, respeito ao ser humano e responsabilidade profissional.

Ficou para o final os discursos dos escolhidos pelos formandos de cada área da ciência. Escapou de um dos que discursavam o limite que tinha sido recomendado para que o discurso fosse rápido: caracteres e linhas. Mesmo assim, as melhores manifestações ficaram por conta daqueles que não foram obedientes aos limites. Para os demais o discurso foi, apenas, burocrático.

O professor presidente da Mesa, como disse ele, “quebrando o protocolo”, deixou a mesa oficial, desceu do palco e foi até à plateia, onde estavam os formandos, os paraninfos e os convidados, e pronunciou o seu discurso centrado na responsabilidade dos formandos com as suas próprias famílias e a sociedade.

Eventos cívicos como este deveriam ser divulgados para que todos conhecessem as dificuldades de quem inicia uma profissão, em um tempo de pouco emprego e de perspectivas que precisam ser entendidas para delas tirar proveito.

A ausência daqueles que estão com a responsabilidade de chamar esses profissionais para o grupo de trabalho que comanda foi notada e lamentada, principalmente por mim, que percebo a desimportância que essas pessoas dão para a disponibilidade de profissionais detentores dos conhecimentos que estão faltando para qualificar o atendimento social.

Enquanto for assim, as colações de grau serão apenas uma solenidade que antecipa almoços ou jantares dos novos profissionais com os familiares e despedidas daqueles que receberam o grau. Eles viajam para tentar exercer a profissão em outros estados brasileiros ou no exterior.