Rodolfo Juarez
Hoje
termina o mês de julho e as férias escolares. Voltam os professores e os alunos
para as salas de aula e para mais um período da sua vida escolar.
Mais
uma vez os pais vão se dar conta de como as creches pública fazem falta e que
as particulares, além de cobrarem mensalidades caras, são raras as que têm
infraestrutura que corresponda ao valor cobrado e ao ensino esperado.
Observa-se
que na educação infantil, tanto nas creches, para crianças de até três anos de
idade, como na pré-escola, de quatro e cinco anos de idade, as carências se
confundem com a inexistência, criando um grande obstáculo para uma sociedade
que, segundo o IBGE, continuará tendo, por muito tempo, um dos maiores índices
de fecundidade de todo o Brasil.
No
ensino fundamental os problemas continuam do mesmo tamanho, onde a carência de
boas escolas é justificada pela grande procura, tanto nos anos iniciais, os
cindo primeiros da sequência (1.º ao 5.º), como nos anos finais, os quatro anos
seguintes (do 6.º ao 9.º).
Os
problemas no ensino fundamental se acotovelam pela falta de recursos, tanto
para equipar as próprias escolas, como para construir prédios melhores e datar
de segurança e administração adequadas.
O
Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, com duração mínima de três anos,
o fantasma da desistência dos alunos e da falta de professores, continua
puxando os resultados para baixo. Nessa etapa, as escolas particulares oferecem
atração para os adolescentes que têm pais mais abastados e que, mais tarde, vão
competir em desigualdade com aqueles alunos que continuaram na escola pública,
com ofertas favorecidas de vagas no Ensino Superior.
A forma
de admissão do aluno da Educação Básica no Ensino Superior é através do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem). As Universidades Públicas selecionam os seus
alunos através da prova do Enem e isso tem deixado para os candidatos às
universidades em uma encruzilhada: de ficar na escola pública e ter as
vantagens por isso ou estudar nas escolas privadas e entrar sem qualquer
vantagem, inclusive no financiamento do curso superior.
Essa
escolha na maioria das vezes influencia na Graduação (quando o aluno começa
fazendo um curso que é de sua primeira vontade) e que se esforça para consertar
na Pós-Graduação, se aperfeiçoando em assuntos que estão próximos do seu desejo
prioritário.
Os
professores no meio disso tudo procuram justificar na dificuldade decorrente da
realidade como se isso fosse suficiente, ou então, selecionam os alunos mais
destacados e investem tudo naqueles alunos, deixando os outros com o mínimo ou
até, aquém do mínimo necessário tanto do aprendizado, como do que deveria
compor o programa mínimo.
O Amapá
já experimentou momentos muito bons no processo de educação-aprendizagem, mas,
no momento as dificuldades diárias são imensas, muito embora o Estado conte com
uma equipe de professores preparados e interessados, mas que vêem escorrer
entre os dedos chances importantes de transformar a educação integral como uma
das melhores referências de resultado no Amapá.
Todos os alunos são muito prejudicados,
entretanto os alunos da área rural, para quem são oferecidos cursos como se
estivesse na área urbana, são os que mais sofrem, inclusive com dificuldades
para chegar até às escolas. O transporte escolar foi, pelo menos até o semestre
passado, um dos maiores problemas.