segunda-feira, 30 de julho de 2018

A Educação no Estado do Amapá


Rodolfo Juarez
Hoje termina o mês de julho e as férias escolares. Voltam os professores e os alunos para as salas de aula e para mais um período da sua vida escolar.
Mais uma vez os pais vão se dar conta de como as creches pública fazem falta e que as particulares, além de cobrarem mensalidades caras, são raras as que têm infraestrutura que corresponda ao valor cobrado e ao ensino esperado.
Observa-se que na educação infantil, tanto nas creches, para crianças de até três anos de idade, como na pré-escola, de quatro e cinco anos de idade, as carências se confundem com a inexistência, criando um grande obstáculo para uma sociedade que, segundo o IBGE, continuará tendo, por muito tempo, um dos maiores índices de fecundidade de todo o Brasil.
No ensino fundamental os problemas continuam do mesmo tamanho, onde a carência de boas escolas é justificada pela grande procura, tanto nos anos iniciais, os cindo primeiros da sequência (1.º ao 5.º), como nos anos finais, os quatro anos seguintes (do 6.º ao 9.º).
Os problemas no ensino fundamental se acotovelam pela falta de recursos, tanto para equipar as próprias escolas, como para construir prédios melhores e datar de segurança e administração adequadas.
O Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, com duração mínima de três anos, o fantasma da desistência dos alunos e da falta de professores, continua puxando os resultados para baixo. Nessa etapa, as escolas particulares oferecem atração para os adolescentes que têm pais mais abastados e que, mais tarde, vão competir em desigualdade com aqueles alunos que continuaram na escola pública, com ofertas favorecidas de vagas no Ensino Superior.
A forma de admissão do aluno da Educação Básica no Ensino Superior é através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As Universidades Públicas selecionam os seus alunos através da prova do Enem e isso tem deixado para os candidatos às universidades em uma encruzilhada: de ficar na escola pública e ter as vantagens por isso ou estudar nas escolas privadas e entrar sem qualquer vantagem, inclusive no financiamento do curso superior.
Essa escolha na maioria das vezes influencia na Graduação (quando o aluno começa fazendo um curso que é de sua primeira vontade) e que se esforça para consertar na Pós-Graduação, se aperfeiçoando em assuntos que estão próximos do seu desejo prioritário.
Os professores no meio disso tudo procuram justificar na dificuldade decorrente da realidade como se isso fosse suficiente, ou então, selecionam os alunos mais destacados e investem tudo naqueles alunos, deixando os outros com o mínimo ou até, aquém do mínimo necessário tanto do aprendizado, como do que deveria compor o programa mínimo.
O Amapá já experimentou momentos muito bons no processo de educação-aprendizagem, mas, no momento as dificuldades diárias são imensas, muito embora o Estado conte com uma equipe de professores preparados e interessados, mas que vêem escorrer entre os dedos chances importantes de transformar a educação integral como uma das melhores referências de resultado no Amapá.
 Todos os alunos são muito prejudicados, entretanto os alunos da área rural, para quem são oferecidos cursos como se estivesse na área urbana, são os que mais sofrem, inclusive com dificuldades para chegar até às escolas. O transporte escolar foi, pelo menos até o semestre passado, um dos maiores problemas.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

O Hospital das Clínicas Alberto Lima por dentro


Rodolfo Juarez
A recente inspeção feita pela Promotoria de Defesa da Saúde do Ministério Público co Amapá (MP/AP), no Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL), revelou para todos, situação absolutamente preocupante, mas que retrata o momento do principal centro de prestação de serviços de saúde a cargo do governo estadual à população amapaense.
Logo no início da inspeção foi constatado que os serviços de execução de obras, inclusive do Centro Cirúrgico, estão completamente parados, estando ainda sem qualquer equipamento básico, afrontando o cronograma anunciado e que teve a sua primeira versão elaborada ainda no governo anterior, em 2013/2014.
Instados, representantes da Secretaria de Infraestrutura informaram que a interrupção da reforma deve-se (imaginem!) à não providência para a liberação das áreas indispensáveis ao andamento da dita reforma, citando como exemplo a Central de Materiais Esterilização (CME).
A versão dada pela administração do Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL) para o constatado é de que falta a instalação da rede de ar comprimido, utilizado pelas autoclaves (máquinas de esterilização), que já fora solicitado, porém sem dada prevista para ser realizada.
Continuando a inspeção os representantes do Ministério Público do Amapá foram até aos locais recém-reformados para verificar a qualidade dos serviços prestados a população e anotaram que no setor de imagem apenas o aparelho de Raios-X está funcionando. O aparelho de ultrassonografia está quebrado e o exame está sendo realizado com a utilização de um aparelho portátil, com baixa qualidade da imagem, o que pode comprometer o diagnóstico. Não estão sendo realizadas no HCAL a ultrassonografia de tireoide e a ultrassonografia de mama.
Outro importante aparelho que não funciona há mais de um ano é o tomógrafo, com problemas técnicos e já com o assunto sendo motivo de audiência recente com autoridades estaduais que se comprometeram a fazer o reparo com urgência, mas não cumpriram a promessa, permanecendo aquele hospital, até hoje, sem poder realizar os exames de tomografia.
No momento o eletroencefalograma está sem uso por falta de médio para emitir os lados. A informação prestada é de que o médico do setor está de férias e não foi designado outro profissional para substituí-lo. Os procedimentos que necessitam de sedação não estão sendo realizados por falta de anestesista. Nos casos de endoscopia e colonoscopia, devido o hospital contar com apenas um tubo flexível utilizados nos aparelhos, os exames são feitos apenas nos pacientes internados na nefrologia ou oncologia.
Na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) foi constatado que continuam faltando os itens básicos como: dipirona, hidrocortisona, aminofilina, plasil, ranitida, omeprazol, dentre outros. A direção do hospital informou que para amenizar a situação vem comprando medicamentos via fundo rotativo, alegando a falta na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF).
Dos 11 leitos de UTI foi constatado que apenas 6 estão funcionando, devido à falta de ventiladores pulmonares. Um dos médicos do setor desabafou dizendo: “fiz curso de medicina, não de milagres”. Até os exames de gasometria, necessários para pacientes em UTI, estão terceirizados, além do que, desde o dia 13 de julho, os pacientes da UTI e Unacon estão sem possibilidade de fazer os exames de hemogasometria.
Este cenário, além de indesejado, está impossibilitando a internação de pacientes eletivos e implicando no cancelamento de cirurgias que já haviam sido marcadas.
A situação constatada é grave e que precisa mudar com urgência para que os serviços prometidos e esperados pela população voltem a ser prestado, no atendimento da população que se sente cada vez mais desassistida pelo governo estadual.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Ninguém serve bem a dois senhores, principalmente em eleição.


Rodolfo Juarez
É desesperador quando se tem a necessidade de servir a dois senhores, principalmente quando o desejado é continuar fazendo o que faz.
São grandes as chances de desagradar aos dois e a todos aqueles que, de alguma forma, ainda se agarra às presilhas, do que imagina ser uma boia, para continuar sobrevivendo.
A política tem seus segredos e os seus bônus, mas também exige um rumo determinado para que o político seja um líder, ou aquele que necessita liderar por um determinado espaço de tempo.
A sinuca em que se meteu o pré-candidato do PDT ao Governo do Estado, na busca de motivos para agradar aliados e os seus próprios partidários, no sentido de ter densidade na campanha que deslancha com dificuldades para renovar o mandato, bateu no teto do razoável.
E agora? Lula (PT) ou Ciro (PDT).
Mesmo estando falando e cantando nas duas, prestando solidariedade e apoio, em uma delas dando o seu voto na condição de convencional, fica difícil compreender qual a verdadeira intenção do pré-candidato, ou então está escrevendo uma estória do sua estada múltipla no Palácio do Setentrião, na qualidade de governador.
Mas foi isso mesmo: no lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Amapá, lá estava o governador prestando irrestrito apoio ao candidato do PT; na outra semana estava ele em Brasília, desta feita na condição de convencional do PDT, indicando para o mesmo cargo pretendido por Lula, o cearense Ciro Gomes.
Da primeira vez os pedetistas ficaram bicudos e, agora, os petistas foram aqueles que têm motivos para se considerarem ofendidos, ou traídos, avaliando o apoio com o qual havia se comprometido.
Dizer que a política tem disso, não justifica. Muito ao contrário, a política precisa de homens muito sérios e competentes para mostrar-se ao eleitor, dono da escolha que fará no dia 7 de outubro, para administrar os seus interesses ou representá-lo quando da estruturação do país e do estado no sentido de encontrar o desenvolvimento desejado e esperado pela população.
Pré-candidatos volúveis ou mutantes não deveriam fazer parte do processo de escolha, principalmente no momento em que o País e o Estado estão precisando definir novos rumos para o desenvolvimento, tendo que demonstrar competência para romper a barreira da mesmice que está deixando o Estado do Amapá sem perspectiva.
A situação é muito grave, mas os amapaenses têm na memória não só os nomes, mas, também, os métodos daqueles que levaram o Amapá a esse estado de penúria e de atraso em que se encontra a administração e o desenvolvimento do Amapá.
Os eleitores vêem, a cada dia, à medida que se aproximam as eleições, a necessidade de mudar, não apenas pela vontade de mudar, mas pela necessidade de contar com novas propostas, outros métodos, e não vê repetidos discursos que apenas defendem a incompetência e enterram as decisões que poderiam dar novo ânimo a esta Unidade da Federação, tão necessitada de um governante que possa assumir a liderança social dessa população.
As soluções simples estão sendo abandonadas. As fontes de desenvolvimento estão à espera de decisões de pessoas que possam acumular credibilidade e não das indecisões de pessoas que se acostumaram a ter no Governo do Estado como uma vaca leiteira, ainda jovem, e em condições de alimentar os famintos ou gulosos aliados.  

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Entender as eleições de 2018 é preciso


Rodolfo Juarez
O torneio de futebol da Fifa - a copa do mundo -, é passado. O Brasil não foi bem, os brasileiros se recuperam de mais uma frustração, previsível, mas completamente indesejada.
Estamos no auge do Macapá Verão, aqui na Capital e nos momentos decisivos da Festa de São Tiago, em Mazagão Velho, no município de Mazagão, são eventos que concorrem com o Festival do Vaqueiro, na sede do município de Chaves, e o Festival do Camarão, na sede do município de Afuá. E ainda tem o restante das férias escolares.
São programações que estão entretendo os eleitores, ainda pouco interessados no grande programa que são as eleições de regionais e a eleição nacional de 2018.
Nem mesmo a realidade consegue prender, nesse período, a atenção dos eleitores, as mesmas pessoas que participam do Macapá Verão, da Festa de São Tiago, dos festivais do vaqueiro e do camarão e que estão em gozo de férias.
Ninguém ignora as dificuldades que a população experimenta no momento, com queda na sua capacidade de compra, aumento do desemprego e a falta de oportunidade mesmo para aqueles que estão preparados para entrar no mercado de trabalho pela porta da frente.
Os governantes estão tendo grandes dificuldades para explicar o que aconteceu, e os órgãos de controle, como a polícia, com dificuldades para conter a corrupção e suas consequências, que levaram todos a uma desconfiança comum.
Há menos de 80 dias para o dia da eleição, só os pré-candidatos estão trabalhando com afinco, seja para entrar para o sistema de mando, seja para nele permanecer, mesmo que nada tenha feito para merecer essa permanência.
Os eleitores vão escolher, entre tantos nomes, 24 deputados estaduais, 8 deputados federais, 2 senadores, um governador e um presidente da República. Observe que toda a estrutura do Legislativo e toda a estrutura do Executivo, dois dos três pilares do Estado, estarão sendo escolhida pelo eleitor, por isso, a grande responsabilidade que cada um tem com o País e com o Estado.
Nada justificaria a demonstração de desinteresse por parte do eleitor, que tem esse compromisso com a nação que, afinal, deve ser o objetivo de todos os resultados esperados, tanto pelos eleitores, como pelos eleitos.
Dos 800 mil habitantes do Estado do Amapá, 551.524 cidadãs e cidadãos se habilitam para escolher os seus representantes e os seus governantes. É certo que haverá situação de impossibilidade para o comparecimento de alguns aos locais de votação, provocando a indesejada abstenção, mas também é um direito que tem a mesma cidadã ou o mesmo cidadão para assim se comportar, mas é preciso ficar sabendo que o Brasil e os brasileiros estão esperando pela sua melhor escolha.
O compromisso do dia 7 de outubro deve ser priorizado por todos aqueles que estão habilitados a votar, mas antes é importante que analise o potencial de cada candidato a quaisquer dos cargos que estarão em disputa. Escolher errado é pior do que não escolher. Então...
A melhor forma de fazer prevalecer a democracia é demonstrando que tem interesse na escolha, responsabilidade com a sua comunidade, o seu estado e o país. A não ser que esteja gostando do que acontece no Amapá e no Brasil.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Governador do Amapá foi ao lançamento da pré-candidatura de Lula à Presidência


Rodolfo Juarez
As eleições deste ano estão deixando muita gente de “queixo caído” com as novidades protagonizadas pelas lideranças nacionais e regionais.
Na semana passada o Congresso Nacional trouxe para votação matérias polêmicas e que tinham sido engavetadas pelos próprios presidentes das duas casas, o Senado e a Câmara dos Deputados. O resultado foi considerado um desafio ao entendimento do eleitor que está disposto a analisar o cenário antes de votar, muito mais pelo que é dito pela imprensa do que o resultado da avaliação dos eleitores.
Nesse ambiente de vale tudo, algumas das lideranças políticas amapaenses se viram encurraladas e tiveram que fazer o que não gostariam para não desfazer o castelo de areia que está construído e que não suporta ventos moderados.
Assim, o presidente do Presidente do PDT, o governador Waldez Góes, teve que comparecer a um ensaio de lançamento de pré-candidatura de uma pessoa que está condenada, com seus direitos políticos suspensos e, por isso, sem condições de registrar candidatura a qualquer cargo eletivo, a não ser que esteja pregando o descumprimento da regra, o que não seria um comportamento apropriado para um governador que foi eleito pela maioria dos eleitores do Amapá, não faz muito tempo.
É a razão sucumbindo ao irracional. A anormalidade prevalecendo sobre o normal. O ilegal desafiando a legalidade. É como dizem os observadores do cotidiano: é o cachorro mijando no poste.
Mas as circunstâncias eleitorais levam a esses patamares impensáveis para quem, costumeiramente, se candidata para que o eleitor o escolha para dirigir os interesses da população local, com a prerrogativa de indicar outros candidatos para os cargos que estarão em disputa no dia 7 de outubro.
Até mesmo os seus mais aguerridos correligionários não aprovaram a decisão de comparecer ao lançamento de uma pré-candidatura onde o próprio pré-candidato está proibido de comparecer.
Para aqueles que dependem da influência do ex-presidente Lula para viabilizar uma candidatura, até que se compreende, a não ser que o governador do Amapá, nessa qualidade, tenha prometido, nem que por carta, ao ex-presidente, que, aqui no Amapá, na qualidade de governador do Estado, apoiaria para presidente da república, mesmo sem poder estar presente, por motivo de encarceramento.
As lideranças nacionais do PDT, ao que parece, estão noutro rumo, indicando para presidente da República o seu vice-presidente Ciro Ferreira Gomes, com aval do presidente do partido Carlos Lupi.
Então o caso é aqui, regional, onde os aliados que apoiam o governador Waldez na campanha de reeleição, no catálogo de exigências destacaram, como obrigação, o comparecimento no sentido de fortalecer, por aqui, o PT, o PC do B e o PSB, mesmo com o PSB não mandando para o evento um dos integrantes do time titular.
O fato é que o acontecido gerou bolhas de insatisfação, principalmente entre aqueles candidatos que pregam a necessidade de combater a corrupção, o desperdiço e o desvio do dinheiro dos tributos, tão necessários para os projetos de desenvolvimento do Estado e que podem trazer melhoria na qualidade de vida da população.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Obras inauguradas para fazer festa


Rodolfo Juarez
Apesar de serem poucas as obras de infraestrutura administrativa iniciadas e concluídas pela atual gestão estadual, é importante ser revestida de cautela as inaugurações feitas de afogadilho, com o objetivo de constar no rol de realizações que serão enumeradas e apresentadas durante a campanha eleitoral.
O eleitor precisa estar atendo ao comportamento dos cabos eleitorais, alguns travestidos de funcionários públicos, cargos que exercem precariamente como paga pelo esforço que fizeram levantando e movimentando a bandeira do partido durante a campanha eleitoral de 2014.
Há uma espécie de necessidade, nesse momento, de apresentar realizações que ainda estejam pela metade ou no pensamento daqueles que estão dirigindo o Estado nestes últimos anos.
A inauguração de um prédio, seja qual for a finalidade, deve contar com uma equipe de pessoas que possam fazer do ambiente físico um local útil para prestar serviço de atendimento à comunidade.
O que se tem observado é que, as inaugurações feitas recentemente não contaram com essa preocupação. Apenas a guisa de exemplo vamos analisar duas obras inauguradas no interior do Estado que, mesmo considerado o tempo da demora, quase ficam de fora do catálogo de obras feiras na gestão: o quartel do corpo de bombeiro militar de Porto Grande e a praça cívica de Oiapoque.
Todos sabiam que para funcionar o quartel da sede do município de Porto Grande haveria necessidade de pessoas treinadas, desde oficiais até os soldados. Mesmo assim, depois da inauguração do prédio percebeu-se que não havia sido prevista a lotação.
E agora, o que fazer?
Restou a convocação de urgência de soldados, cabos, sargentos, aspirantes e oficiais para que fosse espantado o “elefante branco” que tomava conta das mentes e corações dos desatentos gestores e criava outros fantasmas sabendo da resposta da população e o aborrecimento dos eleitores.
A outra inauguração é a da Praça Cívica de Oiapoque, que foi completamente destruída em 2009 pelas autoridades públicas do governo de então, com a promessa de que antes de 2010 estaria tudo restaurado e pronto para uso da população.
Passaram-se 9 anos. Isso mesmo, nove anos, para que fosse entregue, muito mais para ser colocada no catálogo de inaugurações da gestão, do que para atender às necessidades da comunidade do local que viu passar todo esse tempo, sempre carregado de desculpas e promessas não cumpridas.
Pois bem, a obra finalmente foi “inaugurada”.
Festa oferecida para a população que participou de longe, desconfiada, pois tinha acompanhado todo o moroso serviço (e bote moroso nisso...) e desconfiava dos resultados, devido à mudança do projeto que havia sido mostrado quando foi feito a derrubada da praça anterior e colocado o tapume que mais parecia uma cerca de proteção e que caiu mais de uma vez.
Bastou uma chuva para aparecer o resultado do serviço mal feito!
A drenagem não funcionou, a água ficou retida, as instalações elétricas distribuíram energia por onde não podia, até um parquinho para crianças ficou energizado, criando preocupação para os pais e um perigo iminente para os pequeninos.
As notícias também narram que os banheiros estavam entupidos, as pias sem torneiras e não havia apoio ao frequentador.
Esqueceram-se da vigilância, das orientações aos usuários e logo no primeiro dia de uso foi registrada a ação de vândalos. A população foi tomada pelo medo devido às armadilhas elétricas que se formaram com a água invadindo o sistema energizado.
O Governo emitiu nota sobre o assunto, recuou da informação que havia passado para a imprensa de que a Praça Ecildo Crescêncio havia sido inaugurada, e que por isso os problemas detectados ainda seriam corrigidos.
Simplesmente blefes!

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Pátria dos brasileiros


Rodolfo Juarez
Até agora os analistas buscam encontrar uma justificativa plausível para o que aconteceu, e a sucessão de ordens e contraordens originadas no Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4) e que tinham como discussão central um Habeas Corpus (HC) impetrado por três deputados federais em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Tudo começou na noite de sábado, dia 7 de julho, 32 minutos depois de ser conhecido o desembargador de plantão para o período. Logo no começo da manhã seguinte, dia 8, domingo, já havia a decisão da autoridade plantonista, acolhendo o HC e emitindo o Alvará de Soltura para o ex-presidente, preso depois de condenado em segunda instância.
Lula está preso nas dependências da Polícia Federal, em Curitiba, onde cumpre pena de mais de 12 anos, condenado que foi depois de regular processo que correu na primeira instância aquela jurisdição e que foi confirmado na segunda instância, onde foram esgotados todos os recursos e no entendimento do STF, dede 2016, a presunção de inocência não evita o início do cumprimento de pena depois de transitada em julgado a decisão de condenação em segunda instância.
Alias que sobre esse tema, as divergências são evidentes entre os ministros do Supremo Tribunal Federal, deixando a situação confusa e, de vez em quando, os próprios ministros da Suprema Corte dão motivos para que as dúvidas aumentem e as certezas se desfaçam frente à ordem constitucional.
Este ambiente permite que autoridades do judiciário e cientistas do Direito, se alinhem conforme a tese que lhes seja juridicamente a melhor, conforme os conhecimentos e as experiências na aplicação da legislação penal.
Os pontos de vista diversos, observados entre os desembargadores do TRF4, retrataram o viés que essa queda de braço está permitindo: forças externas, que não a da Lei ou da Ordem, estão influenciando na decisão de um Habeas Corpus, uma das mais singelas e importantes armas que a Justiça oferece para que os operadores do Direito façam prevalecer a Jutiça.
Se a sociedade ficar a mercê de funcionários públicos, mesmo do Judiciário em qualquer instância, do humor de pessoas ou mesmo de oportunismo para demonstrar agradecimento ou força, não vamos ter oportunidade de ver a democracia operar e mostrar para o cidadão que o ponto de equilíbrio é o Estado.
Tudo o plantonista podia ter feito, até ser coerente com a decisão e com a compreensão de que faz parte de um colegiado, que tem obrigação de saber todos os meandros administrativos e que tem a capacidade de entender que cada processo é um processo e que cada decisão é uma decisão, mas dentro da lei, especialmente quando em um fórum para especiais decisões.
Precisamos todos nós, operadores do direito e cidadãos brasileiros, sermos coerentes com a verdade, para que o Brasil possa ser a verdadeira pátria dos brasileiros.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Alem de secreto e uno o voto precisa ser responsável


Rodolfo Juarez
Estamos a menos de 100 (cem) dias das eleições de 2018. A movimentação dos partidos, mostrando os seus pré-candidatos aos seus convencionais, de forma direta, e aos eleitores de forma indireta, informa que nem tudo está parado esperando a Copa do Mundo passar.
O eleitor está recebendo a informação, pela imprensa, de que tudo, ou pelo menos alguma coisa, precisa de mudanças radicais no modo de representar a população ou dirigir os interesses desse povo que é “bombardeado” todos os dias, com reclamações de serviços mal prestados ou direcionamento de favorecimentos.
As oportunidades do eleitor são amplas. A eleição vai oferecer ao eleitor oportunidade para mudar os deputados da Assembleia Legislativa, da Câmara Federal, dois dos senadores, o governador do Estado e o presidente da República.
Desta feita a eleição não se resume ao simples ato de votar, uma vez que os eleitores precisam estar bem informados para exercer a obrigação de bem escolher, conforme as informações que dispõe e que estão disponíveis na Internet, nos órgãos de controle e principalmente nas anotações que precisa começar a fazer se ainda não está fazendo.
Os deputados estaduais são representantes do povo na Assembleia Legislativa, eleitos pelo sistema proporcional aberto, através do voto direto e secreto para uma legislatura de quatro anos. Então, a responsabilidade do eleitor é total pelo resultado. De pouco adianta querer um resultado se não fez nada para alcança-lo.
Por isso é importante procurar saber o que fez, como fez e para que fez, aquele deputado que elegeu em 2014. Se, por qualquer razão, ainda não votava no Amapá naquele ano, então que procure se informar sobre o histórico de todos os que se apresentarão como candidato. O mesmo raciocínio vale para os oito deputados federais que serão escolhidos e eleitos pelo eleitor amapaense.
Para o senado serão escolhidos dois nomes. É um dos cargos mais desejados pelos políticos e pelos partidos. Até agora, aqui no Estado, já foram apresentados aos eleitores, pelos seus respectivos partidos, pelo menos 14 (quatorze) pré-candidatos que só esperam a confirmação nas convenções para pedirem o registro das candidaturas.
O eleitor do Estado do Amapá, como dos outros estados brasileiros, elegem três senadores que têm o seu mandato encerrado a cada oito anos. Como a renovação no Senado é parcial, a cada quatro anos e alternativamente, se elege um ou dois senadores. Neste ano de 2018 serão eleitos dois senadores.
O cargo de governador é exercido por aquele que o eleitor escolhe a cada quatro anos. Apenas o primeiro mandato depois da Constituição de 88 não permitia uma reeleição. Desde o segundo mandato, depois da CF88, que a reeleição é permitida. A justificativa que prevaleceu foi referente ao tempo curto para um governador realizar o plano de governo aprovado nas urnas.
O governador atual está completando o seu terceiro mandato, portanto superada está a expectativa de cumprimento de um plano de governo, mesmo assim dá indicações de que está disposto a disputar o quarto mandato, mesmo não tendo cumprido o plano que prometeu durante a última campanha.
São pontos que o eleitor precisa estar ciente para poder fazer a sua escolha livre e responsável.
Desta vez não basta o voto ser apenas uno, secreto e livre, precisa ser também responsável para justificar à população pela demora ou incapacidade de resolver os problemas comuns que desafiam a paciência de todos.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Que venha a Bélgica


Rodolfo Juarez
Depois dos três jogos da primeira fase da Copa do Mundo, Grupo E, onde o Brasil se classificou em primeiro lugar, com um empate e duas vitórias, diversos comentaristas esportivos, inclusive os independentes, tiveram que engolir as opiniões que deram, principalmente sobre os dois primeiros jogos e o conjunto da seleção.
As opiniões pareciam ser de torcedores apaixonados e não de profissionais que são bem pagos exatamente para evitar os exageros emocionais dos torcedores brasileiros.
O desempenho individual de alguns jogadores escalados para os jogos da seleção foram “medidos”, “pesados” e “listados” em diversas ordens, inclusive de salários que recebem em seus clubes, escancarando o comportamento passional daqueles que teriam, por obrigação de ofício, de evitar os exageros, mesmo que se sentissem bem dando uma opinião “final” que mudavam logo em seguida.
O jogo da classificação foi suficiente para que houvesse uma troca de polo e o que era destacado como negativo passou a ser visto como fator positivo e mesmo tendo que considerar “gênios” aqueles que, um jogo antes, não passava de um “jogador comum” como tantos que são vistos nos campos de pelada aos finais de semana.
A classificação foi considerada não como uma conquista, mas como o cumprimento de uma obrigação, mesmo tendo que informar e “analisar” o retorno, ainda na primeira fase da Copa, “para casa” de consideradas potências futebolística como, por exemplo, a Alemanha.
A segunda fase, as oitavas de final, reuniria as 16 seleções que continuariam com o sonho, agora em jogos de “mata-mata”, de um tiro só, onde tudo precisa ser decidido em um jogo, seja no tempo normal de 90 minutos e seus acréscimos, ou na sequência de regular prorrogação e cobrança de pênalti.
Logo de cara e para abrir a fase, dois clássicos entre sulamericanos e europeus: Uruguai x Portugal e França x Argentina. Os dois melhores jogadores do mundo durante a última década estariam em campo e teriam a chance de fazer a diferença. Os dois falharam e tanto o português Cristiano Ronaldo como o argentino Leonel Messi viram suas respectivas seleções serem eliminadas. Os holofotes foram acesos para Mbappe, da França, e Cavani, do Uruguai.
Do outro lado da tabela organizada pela FIFA Rússia x Espanha e Dinamarca x Croácia se enfrentaram e contrariam os apostadores que havia cravado Espanha e Dinamarca. A primeira por ser detentora das maiores expectativas frente a uma Rússia que só estava na festa porque era a organizadora. Erraram! E a Croácia, enfrentou e venceu a Dinamarca, independentemente do favoritismo dos dinamarqueses.
De volta ao lado da tabela onde está o Brasil que, devidos os resultados da fase de grupos, enfrentaria o México. Mas uma vez os santos viram as suas caixas de pedidos feitos, por comentaristas que estão na Rússia, completamente lotadas, e que passaram a ver a seleção mexicana como “bicho-papão” e não mais como velhos fregueses da seleção brasileira. O Brasil ganhou o jogo, e ganhou muito bem, sem risco e sem maiores problemas...
No outro jogo a Bélgica teve dificuldades para confirmar o seu favoritismo ao enfrentar o disciplinado Japão, a primeira seleção a se classificar no mundial no item disciplina. O jogo foi difícil, mas prevaleceu a melhor técnica.
Agora é aguardar a sexta-feira, dia 6 de julho, quando o Brasil e a Bélgica medirão forças para saber que passa para jogar s semifinal contra o vencedor de Uruguai e França.
Os comentaristas e os torcedores terão dois dias livres, quarta e quinta feira, dias 4 e 5, para ouvir as hipóteses dos comentaristas, que precisam ser sempre colocadas em dúvida, e fazer as suas projeções. A seleção brasileira tem condições de seguir em frente, vencendo sempre, mas, não precisa exagerar nos planos, levando em considerando que é um jogo.