Rodolfo Juarez
O Estado do Amapá é
uma das Unidades da Federação (UF) que figura na lista dos estados brasileiros
com menor índice de tratamento sanitário. Os sistemas de esgoto, de drenagem,
de coleta domiciliar do lixo urbano, de telefone, internet, energia e água, bem
como asfalto, meio fio, linha d’água e calçada que dariam o toque final em uma
cidade que precisa de mobilidade para funcionar adequadamente e contando com
ambiente de saúde e prazer.
Logo depois da
instalação do Território Federal houve um esforço grande das autoridades do
Governo Federal para que o governador do então Território pudesse dotar os
núcleos urbanos de condições para que a população alcançasse um nível de
satisfação que justificasse os investimentos privados que para cá se
deslocavam, atraídos pela perspectiva de se ter prazer em viver em Macapá.
A realidade,
entretanto, é outra. O fornecimento de energia elétrica sempre foi um grande
problema para as autoridades administrarem e fornecerem, em quantidade e
qualidade suficientes, energia para o desenvolvimento local. Nem a criação da
Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) foi suficiente para tranquilizar a
população e as autoridades do governo com relação ao fornecimento de energia
elétrica. A CEA foi criada como uma empresa de economia mista sendo o Governo
do Amapá o seu maior acionista.
Com a descoberta
das jazidas de manganês na Serra do Navio, a administração pública, através da
Companhia de Eletricidade do Amapá empenhou-se em construir e operar os
sistemas de produção, transmissão e distribuição de energia em todo o então
Território do Amapá.
Em 1960, a CEA
recebeu do Governo do Território o acervo de usina e distribuição, passando a
operar com a capacidade instalada de 1.150 KVA.
Em 1976, foi
inaugurada a primeira hidrelétrica da Amazônia, localizada no Paredão, hoje
distrito do município de Ferreira Gomes, a aproximadamente 140 km de Macapá. Em
1979, o governador do Território, Annibal Barcellos, inaugurou o sistema de
distribuição de energia elétrica, 24 horas, de Mazagão.
Em 1984, ocorreu a
ampliação do sistema elétrico de Laranjal do Jari e, em 1993, a ampliação
chegou no município de Oiapoque, onde a geração de energia era realizada pelos
geradores russos adquiridos pelo Governo do Território. Também nesse período,
em 2001, os municípios de Calçoene e Amapá passaram a ser atendidos pela
Hidrelétrica Coaracy Nunes.
Finalmente, em
2015, o Estado do Amapá é interligado ao Sistema Elétrico Nacional, vindo junto
o processo de Federalização, tendo a Eletrobrás como gestora, nomeando a
estrutura administrativa principal: Presidência, Diretoria Administrativa e
Financeira e a Diretoria de Planejamento e Expansão, ficando para o Governo do
Estado apenas a Diretoria de Operações.
No dia 25 de julho
de 2021, a companhia foi leiloada em lance único através de processo de
desestatização, pelo valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). O lance foi
ofertado pela empresa Equatorial Energia, que foi a única a dar lance na sessão
pública. O novo investidor promete aplicar de forma imediata R$ 400 milhões na
companhia e deve assumir a administração da empresa distribuidora de energia
até dezembro de 2021. A concessão é de, pelo menos, 30 anos.