quinta-feira, 27 de junho de 2019

No Amapá as festas juninas, suas tradições e referências.


Rodolfo Juarez
Amanhã, dia 29 de junho, é dia de São Pedro, padroeiro dos pescadores e um dos motivos das tradicionais festas juninas que começam no dia 12 de junho, véspera de Santo Antônio. No dia 24 se comemora o Dia de São João.
A origem das Festas Juninas é pagã. Ainda antes da Idade Média, as celebrações anunciavam o solstício de verão e de inverno e homenageavam os deuses da natureza e da fertilidade.
A igreja acabou aderindo às festas atribuindo-lhes um caráter religioso, uma vez que não conseguia acabar com a sua popularidade.
Em Portugal, em virtude da coincidência de datas, passou-se a comemorar o São João, chamando-lhe de festas joaninas. No país lusitano, a Festa de São João na cidade do Porto é muito famosa e atrai milhares de pessoas que todos os anos festejam nas ruas.
No Brasil, as festas juninas foram introduzidas pelos portugueses no período colonial e, desde então, a comemoração sofreu influências das culturas africanas e indígenas e, por isso, possui características peculiares em cada parte do Brasil.
As festas caipiras, como são também conhecidas, são típicas da região nordeste, onde a maior festa de São João do mundo acontece em Campina Grande, no Estado da Paraíba.
Em Macapá o “Arraia no Meio do Mundo” tem programação anual que começa em abril e se estende até meados de julho.
São Pedro nasceu em Betsaida, um pequeno vilarejo às margens do lago de Genesaré, ou Mar da Galiléia, no norte de Israel. Seu nome de nascimento era Simão. Quando conheceu Jesus, Simão era casado (os Evangelhos falam da cura da sogra de Pedro) e morava em Cafarnaum, importante cidade às margens do lago de Genesaré.
Simão era filho de Jonas e tinha um irmão, André. Este foi quem o apresentou a Jesus. Os dois se tornaram discípulos de Jesus e mais tarde apóstolos. São Pedro era pescador e possuía um barco, em sociedade com seu irmão. Ambos trabalhavam no Mar da Galiléia, um lago de água doce formado pelo Rio Jordão, na região da Galiléia em Israel.
Quando Jesus conheceu Simão, disse a ele uma frase que mudaria sua vida: “Você será pescador de homens”.
A partir daí, Simão começou seguir Jesus. Num determinado momento, Simão confessou a Jesus: Tu és o Messias, o Filho de DeusPor isso, Jesus disse que, daquele momento em diante, seu nome seria Pedro.  Mais tarde o significado disso ficou claro: Pedro foi o primeiro Papa da Igreja, tornou-se a Pedra onde a Igreja encontra sua unidade.
Quando Jesus foi preso no Horto das Oliveiras, pediu que seus discípulos fossem liberados. São Pedro foi liberado, mas seguiu Jesus de longe, às escondidas. Levaram Jesus preso ao Palácio de Caifás. Pedro e João entraram no pátio palácio e ficaram ali esperando o desfecho de tudo.
No pátio, alguns reconheceram São Pedro e perguntaram se ele era um dos discípulos de Jesus. Por três vezes, porém, Pedro negou e o galo cantou como Jesus havia profetizado: 
Pedro é o padroeiro dos pescadores e é homenageado pelas diversas colônias de pescadores existentes no Estado com procissão de barcos pelos rios e, as sedes dos pescadores, principalmente em Macapá e Santana, ficam durante todo o dia 29 dedicadas às homenagens dos pescadores ao padroeiro São Pedro.
Para os mais tradicionais, o dia 30 é reservado a São Marçal, que é lembrado com fogueiras de paneiro e de restos das festividades havidas nos dias 12, 24 e 29.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Um bom sinal


Rodolfo Juarez
Fazia algum tempo que não lia uma notícia decorrente de uma movimentação no setor público que pudesse animar a mim e à população, como aquela que foi divulgada na semana passada pelos jornais, sites oficiais e redes sociais, dando conta de que o governador do Amapá e o prefeito de Macapá, tinham encontrado motivação para debater problemas que são comuns aos dois gestores e que se complementam na medida em que são planejados e executados.
Confesso que não vi boa vontade no semblante dos auxiliares que estiveram participando da reunião, além do governador e do prefeito, bem como senti falta de auxiliares importantes para que houvesse um encaminhamento na direção das ações conjuntas que foram consideradas de emergência, como é o caso dos técnicos da secretaria de estado da infraestrutura e da secretaria de estado dos transportes, ambos do Governo do Estado.
Apesar de não ter sido nada voluntário ou de iniciativa de qualquer dos dois gestores, o encontro pode ser considerado bom porque compromete ambas as partes e dá esperança para a população, considerando os resultados que poderiam sair de ações conjuntas entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Macapá.
O encontro foi em decorrência da intervenção do Ministério Público Estadual no caso das creches que o governo construiu na zona norte e que estão sem atender a comunidade devido a essa falta de entendimento que, no caso, é a definição da gestão das creches, se do Governo ou da Prefeitura, e de como se faz a lotação do corpo docente e se responsabiliza por ele que, neste caso, é necessariamente especializado e com profissionais preparados para a lida do dia-a-dia com as crianças.
Por isso, os outros temas anunciados ficaram soltos, mas como são de grande necessidade da população, todos de muito interesse, senão vejamos:
Rodovia Duca Serra e Rodovia JK, ambas classificadas como rodovias estaduais e que, por isso, têm a manutenção sob a responsabilidade do Governo o que ocorrido em momentos diferentes daqueles que são importantes para as programações elaboradas pelo município como, por exemplo, o Macapá Verão.
A iluminação pública, que é de responsabilidade da Prefeitura, é também um elemento importante para a segurança pública, esta de responsabilidade direta do Governo do Estado. Isso precisa ser coordenado para melhor utilização dos recursos escassos do município.
Asfaltamento. Apesar da cobrança permanente da população diretamente para a Prefeitura, o endereço do Governo do Estado e da maioria dos seus órgãos é em Macapá e é preciso que o Estado tenha um programa de asfaltamento para os núcleos urbanos e não apenas suporte para as contrapartidas às emendas parlamentares que, na maioria dos casos, necessitam de complemento financeiros para que os projetos sejam executados.
Ainda se falou na reunião de saneamento, limpeza e revitalização de praças, ciclovias e do hospital de trauma, todos serviços e obras de grande importância para a melhoria da qualidade de vida da população local e uma necessidade para que as lamentações sejam, pelo menos, minimizadas.
Para que essas coisas não fiquem apenas na boa-vontade, se é que existe, e nas fotos das reuniões, é necessário que haja um envolvimento das equipes técnicas para a elaboração de um plano de trabalho que se transforme a ação em prioridade das gestões. Os resultados políticos serão oferecidos pela população que ainda não acredita, mas que pode passar a acreditar.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

O vice-governador do Estado do Amapá, Jaime Nunes.


Rodolfo Juarez
Afinal, por onde anda o vice-governador Jaime Nunes?
Sumiu, escondeu-se ou anda muito ocupado com questões que não são públicas e prefere ficar à sombra dos acontecimentos.
Nesse momento de dificuldade na gestão estadual a população via no tino empresarial do vice-governador a possibilidade de serem construídas saídas para que o Governo parasse de andar para traz, acendesse as luzes do desenvolvimento e anunciasse um futuro melhor para os descendentes daqueles que desbravaram essas terras e à declararam promissoras.
A presença de um empresário no comando do Estado era visto, pelo eleitor, como uma oportunidade para que as teorias empresariais vencedoras fossem aplicadas na Administração Estadual e houvesse reflexo na melhoria da qualidade de vida dos que moram aqui, exatamente como foi dito, pelo próprio candidato a vice-governador do Estado.
Sair do circuito por onde anda o desenvolvimento ou subdesenvolvimento pode não ser o melhor caminho, mesmo para aqueles que se decepcionaram com as companhias, com as alianças ou com as promessas feitas e não cumpridas.
Acontece que o vice-governador abriu uma janela no rumo da esperança, vendeu muito bem essa ideia e, agora, de freio puxado, vai ficando para traz sem qualquer justificativa e, desaparecendo aos poucos para a sua conveniência e para a decepção da população.
O vice-governador Jaime Nunes dava atenção a todas as camadas e distinguia cada uma delas com tratamento diferenciado. Agora, sem exceção, aqueles que tinham o hábito de comunicar-se com o empresário perderam o canal, ou melhor, ele desapareceu de circulação, agindo como a maioria dos políticos que assumem cargo público e dele não quer prestar contas, preferindo ficar à sombra.
No momento a Administração Estadual enfrenta greve dos professores que pedem mais de 50% de reposição salarial, uma investigação na administração da Companhia de Água e Esgotos do Amapá – Caesa. A administração estadual também passa por aperto financeiro que atrasa o cronograma de obras importantes e não dá fôlego para iniciar novas obras ou criar condições para que se toque as obras, por exemplo da BR-156.
São mais de 100 obras paradas em todo o Estado, a maioria de infraestrutura, que precisam de mais de um bilhão de reais para serem concluídas e, nesse sentido, não se move um graveto.
De vez em quando o Ministério Público do Estado se vê obrigado a pedir à Justiça Estadual o bloqueio de contas para conclusão de obras de escolas estaduais ou, como recentemente, dá prazo para a conclusão da maternidade da Zona Norte.
Nesse momento, diga-se, o vice-governador aparece nas fotos, emprestando a credibilidade que ainda resta e a confiabilidade na palavra.
Até quando vai conseguir agir assim? Daqui a pouco se não tiver o comando de parte do Governo sua voz não será ouvida por ninguém e, só a partir daí declarar que está insatisfeito como fez o vice-governador anterior, o médico João Bosco Papaléo Paes, vencido pelo puxa-saquismo e pela falta de atenção, teve que renunciar ao cargo.
Para o vice-governador Jaime Nunes ainda há tempo para abrir o braço e não deixar-se engolir pela vaidade, pelo poder e principalmente, pela arrogância. Religar o seu antigo telefone e falar normalmente com as pessoas, como Jaime, empresário e dirigente empresarial.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Afinal, quem está com a razão?


Rodolfo Juarez
Em entrevista gravada na quarta-feira, dia 12 de junho, e exibida na quinta-feira, dia 13, pela emissora sindical TVT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a condução do seu caso pelo então juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública. Para Lula, tanto Moro quanto o procurador Deltan Dallagnol agiram combinando passos no processo que culminou com a condenação do ex-presidente que cumpre pena em Curitiba.
Durante a entrevista o ex-presidente comporta-se como um injustiçado e que foi condenado com fundamentos políticos, chegando ao ponto de alegar que a Polícia Federal e o Ministério Público estão “a serviço de interesses americanos” e não de combate à corrupção, alinhando nesse ponto o seu discurso ao de Maduro, presidente da Venezuela.
A revista Veja desta semana dá visibilidade à entrevista do petista na TVT em chamada de manchete que destaca “em 1.ª entrevista após caso Moro, Lula afirma que ex-juiz é mentiroso”.
A mesma revista Veja, destaca em manchete de outra matéria que “Leo Pinheiro diz que discutiu destruição de provas com Lula”, para na retranca destacar: “conversa sobre destruição documentos ocorreu em maio de 2014, diz empreiteiro. Depoimento foi prestado no processo que envolve o triplex do Guarujá”. A revista traz uma sequência de áudios de diversos momentos do depoimento do empreiteiro.
Durante a narrativa Leo Pinheiro afirma que a destruição de evidências foi discutida com Lula em um encontro sigiloso no instituto do petista em maio de 2014, quando a operação Lava-Jato começava a vasculhar o tal “propinoduto do petrolão”. O empreiteiro também deu detalhes de dois casos emblemáticos que envolvem o ex-presidente Lula: as obras no Sítio de Atibaia e os negócios envolvendo o triplex do Guarujá.
A editoria da revista Veja, uma das mais lidas no Brasil, pode ter imagina disponibilizar, em uma mesma edição, estes dois temas para fazer com que o leitor pense e interprete esse momento que é muito debatido nas redes sociais, que está sugerindo que recursos sejam refeitos, pedidos de colocação em pauta são realizados, sem que, na prática se disponha de qualquer fato novo, a não ser aqueles que, feitos de forma escamoteada, foram escancarados, mas que estão na rotina dos juízes, delegados e procuradores envolvidos nas operações para desbaratar grupos criminosos e do colarinho branco.
Agora - uma coisa é certa -, ninguém pode alegar inocência depois de ter obedecido ao devido processo legal e sido analisado e decidido em primeira, segunda e até na terceira instância do Judiciário.
O caso do ex-presidente Lula não pode ser interpretado como uma decisão do juiz Sérgio Moro ou do procurador Dalton Dallagnol, ou dos dois. O caso foi decidido em segunda instância, no TRF4, confirmada pelo STJ e até agra, todos os HCs impetrados no Superior ou no Supremo não lograram êxito, pois, doutra forma, quebrariam a repercussão geral que foi adotada com a quebra da presunção de inocência.
Muitos militantes, conquistados desde as primeiras campanhas que levaram Lula ao comando do País, têm dificuldades para entender o resultado de tudo isso e preferem continuar acreditando que Lula é o homem mais honesto do Brasil e que Sergio Moro e Deltan Dallagnol não servem par o Brasil.
Essa inversão é, deveras, muito perigosa!

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Os erros se repetem


Rodolfo Juarez
Ainda não foi vencido sequer o primeiro semestre ao atual mandato do Governador do Estado e os problemas já assumem proporções de final de mandato, com ameaça de greves e atraso no pagamento de salário de funcionários do Estado.
Desde a reunião de maio quando os sindicatos foram informados de que os funcionários não teriam correção salarial, o salário continuaria sendo pago parcelado e que a antecipação do décimo terceiro salário seria de apenas 30% e não mais os 50% como ocorrido nos outros anos, que os representantes sindicais se manifestaram e decidiram que a greve é o caminho para forçar o governo a melhorar o relacionamento com os funcionários.
Esse foi o primeiro e grande choque!
Agora, em junho, os funcionários, agentes de endemias, tiveram que ir pressionar, em manifestação pública, pelo pagamento dos salários uma vez que o atraso nos pagamentos dos funcionários da categoria que não foram feitos no dia 10 de junho, acumulando dois meses de atraso.
Isso no primeiro ano do atual mandato e antes de vencer o primeiro semestre.
As reclamações devido a falta de pagamento dos agentes de endemias continuam, agora com os prejudicados ocupando as bancadas das rádios. Os servidores dizem-se indignados pelos dois meses que não recebem e justificam as reclamações alegando que na dispensa de suas casas já não tem nada para enfrentar fome e dar disposição para o exercício do que se comprometeu a fazer.
O superintendente do Serviço de Vigilância Sanitária, Dorinaldo Malafaia, afirma que a falta de pagamento se dá pela falta do repasse do que foi planejado no cronograma da Secretaria da Fazendo.
A desculpa do secretário da Secretaria da Fazenda do Estado é que teria havido uma queda na arrecadação do Estado e, por isso, o pagamento dos agentes de endemias não receberam os seus vencimentos.
Na avaliação do sindicato da categoria, a superintendência de Vigilância em Saúde conta com 92 (noventa e dois) servidores, sendo 37 cargos, 4 contratos, 25 efetivos e 26 servidores federais. O total da folha não chega a R$ 150 mil e, por isso, mesmo com queda na arrecadação, não era motivo para atrasar o pagamento de salários dos agentes.
O que se percebe é que falta compromisso com uma categoria inteira que, mesmo não sendo uma das maiores unidades de custos na folha bruta de pessoal, é indispensável para atender às necessidades dos agentes.
O Governador do Estado, quando assumiu para mais esse mandato, prometia não repetir as mazelas dos outros anos,entretanto o que se vê é uma repetição da falta de compromisso com aqueles que movimentar a máquina governamental e todos os dias, lutam para que a população receba um serviço de melhora qualidade.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

13 anos do Lugar Bonito


Rodolfo Juarez
Ontem, dia 10 de junho, o Lugar Bonito completou 13 (treze) anos, a contar do dia da inauguração e, até hoje, é a maior e mais impactante obra urbana realizada em Macapá mesmo considerando os pilares prioritários como educação, saúde e segurança pública, sempre os citados nas justificativas e perspectivas dos administradores do Estado.
A cada ano do aniversário do Parque do Forte, conhecido como Lugar Bonito, procuramos retratar a realidade no sentido de que as autoridades estaduais compreendam a importância que esse lugar tem para a população de toda a cidade de Macapá e para influenciar o turismo no Amapá.
A orla do Araxá, do Santa Inês, do Perpétuo Socorro e do Jandiá poderiam ser igualmente festejadas pela população, entretanto as condições a que foram relegados acabam por afastar os visitantes e atrair aqueles que a sociedade está deixando à margem, permitindo que estes enveredem pelas drogas, optem por morar na rua, trazendo um aspecto decadente para pontos que poderiam ser atrativos à população que frequenta o local.
Já foi destacado que desde o primeiro trimestre de uso, as instalações do Lugar Bonito são depredadas e deixadas de lado pela administração geral, uma vez que o local não recebe fiscalização, a não ser da política que, não respeita as condições do parque e, sob a justificativa de proteção aos frequentadores, trafegam em carros da polícia sobre o gramado, destruindo-o, inclusive aqueles que foram recuperados recentemente pela própria natureza.
Os chafarizes foram os primeiros a serem desativados. Não resistiram à falta de manutenção e toda a beleza e a função de amenizar o clima do entorno foram perdidas depois da desativação de um equipamento que nem mesmo os mais atentos lembram.
O mesmo aconteceu com as redes de apoio como sanitários, mictórios, água potável e tantos outros equipamentos que foram instalados e que faziam parte do projeto e que foram desativados e nunca mais recuperados. Nesta situação está a iluminação baixa, colocada nos balaustres de segurança do muro de arrimo, que já está sem as lâmpadas e a maioria, sem as luminárias. Restaram os fios de alta tensão e o perigo que isso representa para os frequentadores.
Hoje, treze anos depois da inauguração da segunda parte do Projeto do Parque do Forte, devido a não continuação do projeto, se transformou em um grande mercado de variedades com vendas de pequenos objetos de plástico, batata frita, banana frita, água de coco, tapioquinha, entre outros, se constituindo num emaranhado de fios elétricos perigosos que se espalha por toda a área do parque, onde adultos e crianças brincam e se divertem.
O lugar passou a ser, devido a fraca iluminação, o local preferido para assalto. O principal objetivo dos assaltantes que aproveitam a escuridão do Parque para praticar os atos criminosos é o celular dos jovens que querem se comunicar, a partir do Lugar Bonito, com quem desejar.
O Trapiche Eliezer Levi, pensado para ser uma das principais atrações turísticas da Cidade está fechado para os frequentadores há mais de 3 anos. Da “cabeça” do trapiche se tem uma visão privilegiada da cidade. Isso deixou de ser sentido pela população depois de uma série de erros dos agentes do Estado que não souberam manter o bondinho que tinha a linha mais curta do mundo.
Do outro lado do Lugar Bonito, a região que fica a partir do Trapiche Eliezer Levy no rumo do Jandiá, o que se vê é um absurdo, primeiro pela cracolândia que se instalou sob uma arquibancada do que, um dia, foi um campo de futebol.
Adiante, já depois do Perpétuo Socorro, a destruição já levou o balaustre, a calçada, o meio-fio, a linha d’água e boa parte do asfalto. As marés e o Rio Amazonas são as desculpas que deixam apenas o muro de arrimo.
É assim que estamos vendo o Lugar Bonito que, apesar desse abandono e poucas intervenções do Governo, continua sendo a referência de muitos amapaenses que lotam, todos os domingos aquele lugar que completou 13 anos de sua inauguração. 

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Outras opiniões sobre a educação no Estado do Amapá.


Rodolfo Juarez
No artigo de hoje faço questão de reconhecer alguns dos leitores que contribuem com as suas opiniões sobre os mais diversos temas que são levantados aqui neste espaço.
No artigo do dia 4 de junho deste ano destaquei o sistema estadual de educação considerando dois pontos atuais e que poderiam ser analisados conjuntamente: a publicação do resultado do Censo Escolar e a posição ocupada pelo Estado do Amapá em comparação com outras unidades da Federação; e, a greve dos professores da rede estadual, anunciada depois da reunião havia com o governador do Estado, quando os professores foram informados, através dos seus dirigentes sindicais de que: a) não haveria correção salarial em 2019, b) não cessaria o parcelamento de salário; e c) que o adiantamento do décimo terceiro salário, referente a 2019, seria de apenas 30%.
A questão suscitada foi a oportunidade de uma greve no momento em que os resultados do Censo empurraram a educação estadual para os últimos lugares no ranking apurado.
Esse questionamento deu oportunidade a várias manifestações que corroboraram, ou não, com a linha de raciocínio desenvolvida por este observador do dia a dia e que tem a oportunidade de expressar a sua opinião sobre os temas discutidos. Foi assim que alguns leitores sentiram vontade de expressar o seu sentimento e aos quais peço vênia para transcrevê-las:
Adriano Cordeiro: “vale ressaltar que quem causa a greve é o governo quando tenta se eximir do seu papel e da responsabilidade de destinar a maior parte dos seus recursos para quem é devido que é a população, através de investimentos pesados na educação, na saúde e na segurança. Ao invés disso o governo investe pesado na manutenção de seus próprios privilégios, em aumentos absurdos salariais para a assembleia e judiciário, contratando empresas de amigos, gastando com serviços supérfluos para seu próprio bem estar, enquanto a população morre nos hospitais, nas ruas e tem sua educação sendo garantida a trancos e barrancos pelos profissionais da educação que apesar de não serem valorizados tiram do pouco que recebem para não deixar seus alunos flutuando no mar da ignorância. Usando uma fala sua, culpados existem muitos mesmo, o governo que é corruptível é incompetente, políticos e ex- políticos que não assumem o papel para o qual foram eleitos, Pseudo intelectuais pro governistas que não usam seu conhecimento para o bem comum e sim para seus interesses próprios, influenciadores de opinião pública que deveriam estar apoiando a luta que está ocorrendo nesse momento por uma educação melhor, estrutura e salário digno para seus educadores... Realmente muitos têm culpa desses índices, mas os professores esse não têm, na verdade esses índices só não são muito piores porque eles estão lá, na sala com carteiras velhas, quadro pela metade, com goteiras por todo lado, no calor do nosso clima sem centrais de ar, usando seus materiais pessoais se quiser fazer aulas mais atrativas do que somente quadro, pincel e livro. Esses meu caro não tem culpa disso, eles têm sido a UTI lutando dia e noite para a educação nesse estado não declinar de vez!!”
Guilherme Jarbas Santana: “Acho que os professores são os que menos culpa têm. como exigir de um.professor mal remunerado, com salário inferior em relação as outras categorias profissionais. .escolas em péssimas condições com goteiras, ventiladores , quando há, danificados, banheiros fétidos ,etc...o texto do Adriano está um primo, retrata a realidade da educação do Estado, cheia de lari...lari.. Hoje o mais importante na educação é Merenda, ninguém reclama das péssimas condições das escolas ou da falta de professor,agora faltou merenda, saia da frente...”
Ainda podemos destacar os comentários da professora Maria Helena Amoras, do Gustavo Silva, entre outros.
Em maio de 2019 a folha bruta de pagamento da SEED alcançou o valor de R$ 64,5 milhões, para pagar 10.664 funcionários, representando 33,34% de toda a folha bruta do Governo do Estado que supera os R$ 193,5 milhões. O salário médio dos funcionários da Educação Estadual é R$ 6.050,85.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

O momento crítico da educação no Estado do Amapá


Rodolfo Juarez
Estou perplexo com as notícias vindas da educação no Estado do Amapá que, de um lado ocupa as piores posições no ranking comparativo publicado pelo senso escolar, e, de outro, vejo os anúncios e a declaração de vontade dos professores do estado, tendo como guia o sindicato da categoria, entrarem em greve e, com isso prejudicar o período letivo e, ainda mais, o aprendizado dos alunos.
Os professores alegam que sem a correção salarial anual, com antecipação de apenas 30% do décimo terceiro salário, e com a manutenção do parcelamento do salário, os prejuízos decorrentes dessa situação são suficientes para que entrem em greve, paralisando o sistema de educação estadual e criando uma série de problemas para os alunos, pais de alunos e para os interesses de cada um dos cidadãos.
Do outro lado, o principal produto dos professores, que seria um ensino de excelência não é discutido, nem pelos próprios professores e muito menos pelos gestores da educação estadual, que não cobram e muito menos se mostram interessados pelos resultados dos alunos e com o constrangimento de estar o Amapá sempre na rabeira quando comparado com as outras unidades da Federação no quesito resultado do ensino público.
O retrato da educação no Estado é preocupante e já oferece a certeza dos prejuízos sociais que decorrerão da situação que foi constatada.
Os alunos, tanto do ensino fundamental como do ensino médio, que estão na sala de aula, estão muito defasados na comparação do ensino com a série ideal, considerando a idade de cada aluno. Essa defasagem projeta o aluno perdendo tempo de vida escolar e o Estado do Amapá perdendo potencial na comparação com os outros estados.
Mais de ¼ dos alunos amapaenses do ensino fundamental estão atrasados com relação à idade, fato que é considerado uma distorção. Nesse módulo, o Ensino Fundamental nas escolas públicas do Amapá registram que 26,9% estão atrasados na série que cursam. Nesse mesmo módulo, a média nacional é 17,2%.
No módulo referente ao Ensino Médio a defasagem se agrava e está registrado que 36,6%, mais de um terço da comunidade escolar desse módulo está estudando em séries que já deveriam ter cursado em anos anteriores.
Com professores em greve, sem método restaurador e sem os pais de alunos conscientizados da situação, quais são as chances de melhoria do quadro?
Claro que serão mínimas. E nem todo o arrojo, a dedicação dos alunos e de alguns professores essa tarefa deixa de ser muito difícil, mas é importante que, até dessa dificuldade, os gestores da educação estadual tomem consciência e mudem a maneira de encarar a educação, especialmente a responsabilidade que têm com alunos, pais de alunos e professores.
Culpa? Muita gente tem culpa, inclusive os professores que não encontram uma razão para conviver com essa realidade e mudar mostrando que o Amapá pode estar no topo da tabela, como já esteve em outros tempos, onde alunos, professores e gestores eram reconhecidos pelo seu trabalho.
Essa fase crítica da educação precisa ser vencida para que professores e alunos possam dizer que estão prontos para contribuir para o desenvolvimento do Amapá. Doutra forma serão, certamente, responsabilizados pelos índices medíocres que o Estado ostenta na atualidade.