quinta-feira, 31 de março de 2022

Cada um tem o seu mentiroso favorito

Rodolfo Juarez

O dia primeiro de abril é reservado para destacar os mentirosos. Cada um tem o seu mentiroso favorito, ou por escolha ou pela conquista do mentiroso.

A mentira também ganhou nome moderno ou mais atualizado: fake news. Ora, estava muito mais fácil conhecer o dito cujo como mentiroso do que como criador e/ou divulgador de fake news.

Mas, afinal de contas, como surgiu a dia mentira?

Acredita-se que a data surgiu na França, em meados do século XVI. A teoria mais aceita para o Dia da Mentira, ou Dia dos Boatos de abril, como é conhecido nos países de língua inglesa, surgiu de uma mudança no calendário utilizado na França.

A versão mais conhecida está relacionada à chegada do Ano Novo que, no reino francês, era comemorado durante uma semana, do dia 25 de março ao dia 1.º de abril. Em 1564 o rei Carlos 9.º decidiu que o Ano Novo seria celebrado no dia 1.º de janeiro, por causa da adoção do calendário gregoriano.

As pessoas de então demoraram para se acostumar com o novo calendário, enquanto outras resistiam à mudança da troca de data. Essas pessoas se tornaram alvo das mais variadas formas de ridicularização, os chamados “bobos de abril” e, por isso, recebiam convites para festas que não existiam. O fato é que da França, a mania de pregar peças nesta data teria percorrido o mundo e continua até hoje.

No Brasil o dia da mentira, nos dias atuais, passou a ser uma oportunidade para manifestações políticas, principalmente depois que os plano de governo passaram a ser obrigatório para a inscrição do candidato a um cargo majoritário (presidente, governador ou prefeito).

Naquele plano são listadas as promessas e, ao final, pode o eleitor ou qualquer pessoa do povo, analisar o resultado: a maior parte das promessas não são cumpridas, muito embora tenha servido de ponto de referência para a campanha que desenvolveu até à eleição.

No Amapá, as propostas dos governadores e prefeitos arquivadas no Tribunal Superior Eleitoral, são, a grande maioria delas, um conjunto de promessas mentirosas ou, mais modernamente, de fake news, que serviram apenas para o propósito de campanha eleitoral. O pior é que esse registro continuará dessa forma, tantas são as promessas transformadas em mentira, à maioria das vezes, desde o primeiro dia do exercício do mandato.

 Mas não são apenas os políticos, mas também alguns gestores públicos, empresários e investidores que se valem de mentiras ou fake news para avançar sobre a população que elege os mandatários, que escolhe os gestores, além dos empresários e investidores que prometem preços baixos ou vantagens econômicas, colocando o cidadão em uma roda desconhecida, inválida e, por isso, mentirosa. 

domingo, 27 de março de 2022

Eleitor amapaensse já conhece quatro candidatos para governar o Estado

Rodolfo Juarez

Aos poucos, como de costume, os partidos políticos estão apresentando para o eleitorado amapaense os seus pré-candidatos que deverão concorrer ao cargo de governador do Estado do Amapá no dia 2 de outubro, em primeiro turno, e no dia 30 de outubro, caso haja necessidade de haver nova eleição.

Já são conhecidos 3 candidatos apontados pelos seus respectivos partidos e um que, apesar de não ter sido indicado pelo partido no qual está filiado, o PROS, já está se apresentando como pré-candidato.

Entre os que já receberam a “benção” de pré-candidato pelo partido aos quais já estavam filiados ou se filiaram na agremiação partidária no dia da apresentação, estão:

LUCAS ABRAÃO, pré-candidato pela Rede Sustentabilidade (REDE), com 29 anos, atual suplente de deputado federal, pastor desde 2015 e que já exerceu o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico e Assistência Social, no município de Macapá;

CLÉCIO LUÍS, pré-candidato pelo Solidariedade ao Governo do Amapá, com 49 anos, traz no curriculum político, vereador e prefeito pelo município de Macapá com dois mandatos seguidos. Clécio já pertenceu ao Partido dos Trabalhadores (PT), ao partido Socialismo e Liberdade (Psol), Rede Sustentabilidade (REDE) e agora Solidariedade. Estava sem partido desde 2020 quando se desligou da REDE.

PIEDADE VIDEIRA, pré-candidata pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), é professora, com 49 anos, é mestre, doutora e tem pós-doutorado em Educação, professora do Curso de Pedagogia na Universidade Federal do Amapá. Disputará a sua primeira eleição.

JAIME NUNES, pré-candidato ao Governo do Amapá, mesmo ainda não sendo anunciado pelo seu partido, mas se encontra em pré-campanha desde o começo do ano. Tem 63 anos, é empresário do comércio e, nessa área, um dos maiores empregadores no Estado. É o atual vice-governador do Estado e sempre afirma que não está brigado com o Governador Waldez Góes, muito embora não é um frequentador assíduo na sala do vice-governador reservado no Palácio do Setentrião.

Outros partidos ainda deverão anunciar, depois do dia 2 de abril, quando se encerra a temporada de troca de partidos para os não detentores de mandato, ou eleitores com transferência de domicílio eleitoral.

Em 2014 foram 7 (sete) candidatos ao Governo do Estado, que dividiram, no primeiro turno, 383.015 votos válidos (nominais + de legenda); em 2018 foram apenas 5 (cinco) candidatos ao Governo do Estado que dividiram, no primeiro turno, 397.007 votos válidos.

Em 2014, no segundo turno, o candidato do PDT venceu o candidato do PSB por 220.256 x 143.311; em 2018, o candidato do PDT se reelegeu, derrotando, mais uma vez o candidato do PSB por 191.741 x 174.540.

O PDT ainda não anunciou se vai concorrer ao cargo de Governador do Estado, já o PSB já anunciou Piedade Videira como sua pré-candidata. 

 

quinta-feira, 24 de março de 2022

Uma forasteira na ordem do dia

Rodolfo Juarez

Política partidária e os momentos de eleição são mesmo cheios de surpresas e alternativas que fazem a cada tempo as atenções se voltarem para a indicação de um pré-candidato por um partido ou do anúncio de uma federação de partidos, com justificativa de fortalecimento eleitoral.

O caso mais recente e também mais bisonho, anunciado por um partido e por nascentes lideranças locais, foi a pré-candidatura da ministra Damares que, segundo ela mesma declara, nunca tocou no assunto.

Há muitos registros de fatos que provocaram surpresas para o eleitorado brasileiro, como o caso do Enéias e do Tiririca a nível nacional e o caso Sarney a nível do estado do Amapá. Os três casos podem ser classificados como fenômeno ocasional, onde lideranças verdadeiras possibilitaram resultados estranhos como a votação do Enéas e do Tiririca que lograram êxito extraordinário.

Também pode ser catalogado como estranho a candidatura de um ex-presidente para alcançar uma cadeira no Senado. O êxito foi pela oportunidade da visão eleitoral do candidato, do que pelo crédito eleitoral, mesmo tendo sido o candidato um presidente da República.

Agora a proposta de um grupo religioso em trazer para Macapá uma candidata para convencer o eleitorado amapaense, para nela votar e, ainda, se eleger senadora pelo Amapá.

Basta dessas nefastas experiências!

Doutra feita, o eleitorado amapaense já mandou de volta, um para o Paraná e outro para Sergipe, em uma campanha que não tiveram como enfrentar as dificuldades eleitorais devido à realidade dos fatos: “fora forasteiro”, até hoje lembrado pelos eleitores de então.

Outro forasteiro, ou melhor forasteira?

Essa sem qualquer vínculo com o Amapá, a não ser com os oportunistas que queriam emplacá-la como candidata. Ainda bem. Assim é possível que as lideranças políticas locais deixem de querer montar na costa do elefante para atravessar o rio das eleições. A picada do escorpião não escolhe cara. Seja católico, protestante ou praticante de qualquer religião cristã ou não cristã.

É bom que os eleitores tomem ciência disso, pois, de vez em quando, um falso líder está querendo injetar, sabe-se lá porque, um político ou uma desconhecida política, de foram absurdas, para confundir o eleitorado que, depois das redes sociais, está bem informado, e aqueles que ainda não dispõem de todas as informações, teriam, como terão, a oportunidade de avaliar os candidatos durante a campanha eleitoral, principalmente pelo rádio e pela televisão.

Ainda bem que a forasteira da vez já “botou a viola no saco” e nem se quer comprou a passagem para Macapá, onde diziam que já tinha o domicílio eleitoral.

Garanto mais, se viesse, o eleitor amapaense daria um merecido “pé na bunda” para nunca mais voltar.

 

 

segunda-feira, 7 de março de 2022

A população precisa de qualidade na Administração Municipal

Rodolfo Juarez

As autoridades da prefeitura de Macapá, inclusive o prefeito, precisam mudar a rota que acostumou a adotar para vir à prefeitura para os despachos de sua exclusiva obrigação, e experimentar, a cada dia, passar por dentro de um bairro da periferia de Macapá.

A situação das vias de muitos bairros periféricos (e até não tão periféricos) é lamentavelmente preocupante, com destruição total daquilo que poderia ser chamado de pavimento de uma via urbana.

Já, ainda em março, muitas vias já estão completamente destruídas e não permite, sequer, que os moradores façam o que se faz normalmente em bairro da cidade: sair a pé ou de bicicleta, ou mesmo em um veículo motorizado para o trabalho, para atender às necessidades da casa, levar os filhos na escola, ou procurar uma unidade de saúde para atendimento de necessidades rotineiras ou de urgência, em emergência.

A situação está muito difícil para o morador realizar às suas necessidades diárias.

Depois de um dia como o domingo passado, quando choveu o dia todo, as vias dos bairros ficam completamente intransitável. As condições são retratadas pelos veículos que passam nesses bairros, completamente sujos, com marcas de lama por todo o veículo, inclusive os veículos de transporte coletivo.

Há de se elaborar um plano de recuperação urgentes.

Não adianta mias ficar “penteando”, enfeitando, perfumando, as vias mais usadas e deixar a maioria da população, que mora nos bairros residenciais, sujeitos a não ter nem como sair de casa calçado para o trabalho ou qualquer outro destino, sem um aborrecimento e um lamento pela escolha feita, a tão pouco tempo, confiando nas promessas que garantiam tudo mudar.

A passagem pelos bairros é também uma oportunidade de conhecer a realidade da cidade, de seu povo e de suas necessidades e, a partir daí, utilizar melhor os recursos que dispões o município, fruto do pagamento dos impostos pelos contribuintes, estes mesmos que são obrigados a sair de casa sabendo que uma das maiores dificuldades que vai enfrentar é a mobilidade, tão citada nas reuniões palacianas, regadas à cafezinho e água mineral.

É urgente!

Não adianta fugir mais do problema. Ele é grave e precisa ser resolvido com prioridade para dar um mínimo de qualidade na relação entre a população e a administração municipal.

quinta-feira, 3 de março de 2022

Futebol do Estado padece de um profissionalismo de fachada

Rodolfo Juarez

Apesar dos frequentes episódios de violência em decorrência de rivalidade entre torcidas, o futebol continua sendo uma das principais preferência dos brasileiros, que o fazem em nome do lazer e da paixão pelos times representativos dos clubes pelos quais torcem.

Nem todos os pontos são comuns para as diversas regiões brasileiras, mas na maioria delas foi despertado em tempo próprio a paixão do torcedor pelo seu clube que passa a chamar clube do coração.

A imprensa esportiva, um dos principais sustentáculo de todos os eventos, ganhou importância, estabeleceu-se, profissionalizou-se e tornou-se um dos principais elementos de construção do que passou a ser chamado espetáculo esportivo, um jogo de futebol.

As competições locais, chamadas de campeonatos estaduais, foram esvaziadas pelos campeonatos nacionais, seja o nacional propriamente dito, dividido em série (A, B, C e D), seja a Copa Brasil, uma competição que permite o entrelaçamento de todas as séries, basta que para isso seja campeão de alguma coisa regional e oficial, ou que seja ranqueado no ranking da Confederação Brasileiro de Futebol.

A Confederação é uma entidade formada pelas federações estaduais, estas diretamente formada pelos clubes filiados e diretamente responsáveis pela realização dos campeonatos estaduais, dispondo de toda a estrutura necessária para essa “primeira instância do futebol”, com tribunal próprio, colégio de árbitros e administração esportiva.

Faz tempo já que as federações estaduais se profissionalizaram. No Amapá, que passou muito tempo como Território Federal, não havia essa profissionalização, o futebol era amador, uma realidade muito diferente daquelas que já experimentava o profissionalismo.

Com a transformação de Território Federal para Estado, o Amapá passou a enfrentar realidades, também no esporte, que parece não teve facilidade para lidar.

A transformação açodada, apressada e inoportuna, do amadorismo para o profissionalismo, atendeu a vontade de uma minoria que sentiu a falta da maioria que, aos poucos, sem qualquer preparo, foi ficando pelo caminho, perdendo espaço para oportunistas que viam o futebol como escada e não como objetivo final.

Desde 1991 quando foi jogado o primeiro campeonato de futebol entre clubes ditos profissionais (uma vez que profissionais não eram), começaram as dificuldades dos clubes e, consequentemente, dos dirigentes, que passaram a assinar como profissionais e trabalhar como amadores.

Os direitos dos clubes e das federações passaram a ter uma lei. Uma lei elaborada, debatida e aprovada pelos legisladores, a maioria deles sem cuidar das federações estaduais de futebol, que passaram, “na marra” as administrações amadoras para profissionais.

O Amapá padece desse profissionalismo de fachada que não é compreendido ou praticado pelos dirigentes de clubes que, com as novas relações trabalhistas do dia a dia, se afundaram em dívidas com os membros da comissão técnica do clube e os jogadores.

Passamos então a viver, com as raras e honrosas exceções, com um sistema profissional onde o clube, como entidade, faz de conta que paga e os jogadores, que fazem de conta que recebem.

Para atrapalhar mais a situação do futebol no Amapá, foi juntado o interesse político, com o interesse esportivo. Como o interesse esportivo pesa muito menos, sempre fica em desvantagem, tanto que o estatuto da entidade é manipulado conforme favorece os dirigentes atuais de clubes e da própria federação.

O resultado esportivo é estampado no resultado dos jogos em casa, por competições nacionais, como o de quarta-feira, dia 02/03, quando o time local, além de fazer um seu primeiro jogo oficial do ano, fez um só jogo e foi eliminado pelo clube paraense.

A desvantagem é tremenda e, a continuar assim, nada a esperar.