sábado, 29 de agosto de 2015

O puxa-saco

Rodolfo Juarez
Não sou adepto da máxima popular de que “é melhor puxar saco do que puxar carroça”, muito embora reconheça que são muitos os que aderem, voluntariamente, a primeira hipótese (puxar saco)
O puxa-saco, ou o bajulador ou bajuladora, é um indivíduo cheio de nocividade para a sociedade e para o grupo que se insere, às fezes depois de muito “batalhar”, especialmente quando a motivação principal tem a ver com a política eleitoral.
Entende o auxiliar puxa-saco que o seu “chefe” de plantão gosta desse tipo de “agrado” e se joga, profissionalmente, na atividade de bajulador, sem se importar com o desagrado que coloca em sua volta.
Para alguns puxar saco, é a única forma de formar em um “time” e ser escalado para “jogar”; para outros, aqueles que nem se preocupam estar naquele “time”, o que sobra é todo o tempo para estar esperando que o “chefe” diga alguma coisa, seja o que for, inclusive asneira, para que ele repita, de forma amplificada e irradiando para todos os lugares onde a “notícia importante” não tenha chegado ou encontrado algum interessado.
Mas o puxa-saco é dose!
Você conhece algum puxa-saco?
Se não, identifique um e analise cuidadosamente. Procure entender a motivação que ele tem e vai se surpreender com o que vai apurar.
Se já identificou, catalogue pelo menos 10 condutas do puxa-sado (!) e procure entender os motivos.
Alguns interpretações são absolutamente compatíveis com o perfil do puxa-saco: incompetente, frustrado, sem iniciativa e uma necessidade imensa de agradar os estranhos “chefes” que encontra pela vida.
A certeza é que o puxa-saco é previsível, isto é, ele dá todas as pistas de comportamento e se posiciona sempre no ângulo de visão que permite que o “chefe” o veja.
Agora não espere dele que vá enfrentar um problema pelo “chefe”. Não! Nestes casos é o primeiro que desaparece.
Os puxa-sacos têm mais espaço no ambiente político e ele tem preferência pelo político que tenha mandato. Ele está sempre disposto a servir, seja do que for, inclusive de palhaço para encobrir a sua frustração de não conseguir ser o que queria.
Para alguns indivíduos ser puxar-saco tem dado resultado, tanto que conseguem passar todo o tempo de um mandato exercendo o seu papel de puxa-saco e não cansa. Está sempre disponível para fazer “qualquer coisa” muito embora nunca lhe seja confiado nada que exija raciocínio, conhecimento, inventividade ou inovação.
Habilidoso no trato com o “chefe” chega a exageros que nem percebe e a estar disponível durante o tempo ocioso daquele que escolheu para “puxar”.
Claro que ninguém quer sair por ai escolhendo puxar carroça, mas, aqueles que fazem isso estão esperando só uma oportunidade para mudar de “profissão”.
Aliás, alguém conhece um puxador de carroça?
Se a resposta for não, entenda que se trata de uma questão de oportunidade, pois, até mesmo o puxa-saco tem encontrado dificuldade para identificar o seu “chefe” e o puxador de carroça, tem dificuldades, mas prioriza a dignidade para suprir as suas necessidades.
Se só houvesse essas duas alternativas para um indivíduo - puxar saco ou puxar carroça -, seria muito mais fácil identificar 10 indivíduos que optariam por puxar sado, do que 10 indivíduos que prefeririam puxar carroça.

Pense nisso!  

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Atestado de incompetência

Rodolfo Juarez
Apesar de todos concordarem com a tese de que é nos tempos de crise que surgem as oportunidades para que as pessoas sejam criativas e inovem renovando a forma de resolver os problemas do cotidiano. Não são raros os exemplos de melhorias em decorrência dessa condição que os tempos atuais impõem a todos.
Tenho a impressão que a avaliação está sendo mal feita com relação à necessidade de ser criativo e de inovar, pois bem, não basta querer, tem que investir pesado nessas propostas de modificar comportamentos, que buscam resultados por outras vertentes e que sejam eficientes.
Não adianta imaginar que inovar está em apenas querer. É preciso organizar, planejar definindo, com clareza os objetivos, para, então, aplicar na modificação da maneira de alcançar os resultados pretendidos.
Claro que a maior necessidade é de quem está passando pelo maior aperto. Aquele que ainda entente que pode enfrentar a crise esperando o “tempo melhorar” apenas cruza os braços ou dá um descanso para a parte produtiva de sua mente e, em algumas oportunidades, conforme a conveniência engana-se a si próprio, avançando em projetos que sabe não dar certo, mas que imagina que “pode dar certo”.
Também há aqueles que estão preocupados apenas com as atribuições que os regulamentos ou o costume lhe impuseram, não se esforçando para mudar o regulamento ou se rebelar contra os costumes. Esse está completamente perdido e sem referência ou entendimento do que está acontecendo no país.
Levar em consideração que o primeiro que sofre, de fato, as consequências maléficas de uma crise é a população e é exatamente a população que por último percebe que a crise passou, deve ser um dos fatores predominantes para aqueles que querem alterar as condições de gerir os interesses comuns.
A gestão pública está cada vez mais exposta quando mais se espera dela. E os momentos de dificuldades são aqueles que mais se espera da gestão pública.
De nada adianta o gestor esconder-se, deixar de discutir as questões básicas e não ter coragem para tomar as decisões que são necessárias. Querer não significar que o fato vai acontecer ou a providência vai ser tomada. Querer deve ser avaliado, cuidadosamente para não conter falhas em sua concepção e possibilitar chegar aos objetivos por rumos diferentes, honestos e ajustados com a capacidade atual dos colaboradores e dos que terão o usufruto dos resultados.
Os costumes, se não forem mudados, contribuirão para a derrocada, que no caso do setor público, é para todos, sem exceção.
De nada adianta, mesmo com reconhecida capacidade de trabalhar, querer manter os padrões dos outros tempos nos tempos atuais. Claro que não vai dar certo. E vale para todos, desde os mais graduados, até aqueles que são escalados para apoiar as propostas em teste ou em repetição.
É preciso que seja compreendido a excepcionalidade da ocasião. Recursos escassos e demandas em crescimento, se não forem bem equacionados, pode geral um sucessão de erros e responsabilizar a todos e, o indesejável: castigar pessoas que confiaram e que esperavam resultados melhores.

A postura tem que ser diferente. Não basta a ordem, tem que haver comando efetivo e participativo em todas as etapas de cada proposta. Assim funcionaria a inovação e a criatividade. De outra forma, resta a decepção, a desconfiança e a certeza de que, ao final, os responsáveis receberão o atestado de incompetência. 

domingo, 23 de agosto de 2015

O momento é de crise

Rodolfo Juarez
Com as dificuldades que o governo federal enfrenta, com a queda da confiança, da credibilidade e da receita pública, há uma irradiação dessas dificuldades para os estados, o Distrito Federal e os municípios.
Nem para empurrar com a barriga dá, pois, desta vez, não há a expectativa de que haverá excesso de receita no final do ano, isso devido: ou a uma avaliação mal feita da receita futura ou uma ação proposital para facilitar a negociação do final do ano, onde o décimo terceiro, os restos a pagar e os descuidos administrativos são cobrados em dinheiro.
Desta feita uma certeza já se tem: não haverá excedente para ser distribuído entre os órgãos do Estado e, ao contrário, a expectativa é de que nem a receita esperada no final do ano venha a ser confirmada.
Isto é especialmente grave quando se tem a informação de que o país está em recessão técnica, devido ao crescimento negativo apurado nos dois últimos trimestres.
Com isso a certeza de que não haverá excedente e os problemas aumentarão com a aproximação do final do ano. A população pode esperar uma virada de ano de muitas dificuldades e reclamações por parte dos funcionários públicos, com reflexo em todos os pontos da sociedade.
Alguns órgãos já entraram em regime de contenção rigorosa de gastos, pois, já estão sabendo que não haverá gordura na receita pública e, por isso, os gastos devem ser cortados em todos os códigos de despesas, desde pessoal até material de expediente, sendo esperada a criatividade individual, de grupo e gerencial, para não prejudicar o regular funcionamento das repartições nos poderes.
O Tribunal de Justiça, por exemplo, já entrou em regime de rigorosa contenção de despesas, por menor que seja, para poder viabilizar o funcionamento do órgão sem que haja prejuízo para o jurisdicionado. Todos foram convocados para conhecer a situação e participar do exercício de economia.
Na escala de necessidades, como relação ao tamanho, o Tribunal de Justiça é o que tem maior volume de recursos depois do Governo do Estado. A Assembleia é o terceiro, o Ministério Público o quarto e o Tribunal de Contas o quinto.
A fonte é a mesma: o tributo pago pelos contribuintes que doam 5 meses de sua força de trabalho para atender às necessidades do Estado Brasileiro.
Tenho percebido que os funcionários do Governo do Estado não foram treinados para esse momento e alguns continuam agindo como se tudo estivesse normal.
É importante reconhecer que não está.
Que precisa entender o que está acontecendo e, mesmo nesse momento, ainda são muitas as pressões por aumento de salários dos funcionários e mordomias dos que ocupam cargos de confiança.
É preciso perceber que a fonte secou e, para manter inclusive as condições para pagamento de salário, é preciso compreender que a folha de pagamento precisará ter o seu total diminuído, para adaptar ao que é possível conforme o que o Estado arrecada.
Todos os funcionários efetivos do Estado ainda não viveram um momento como o que se desenha para o final do ano, alguns que trabalham há mais tempo, desde o período de transição democrática, têm essa experiência que, entretanto, tinham a confiança de ser suprida imediatamente, por serem federais as verbas. Agora não, os riscos são maiores.
A falta de explicações para todos é profundamente prejudicial para todos que, sem treinamento, acabam esperando demais e podem descobrir tarde que o momento é de crise.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Governo do Estado aumenta o Custo Amapá

Rodolfo Juarez
Esta semana o Governo do Estado instalou a Secretaria de Estado do Desenvolvimento das Cidades com uma proposta interessante para um estado que tem poucas áreas urbanas para cuidar, muitos problemas próprios dessas áreas para resolver e um compromisso de cuidar das pessoas e das cidades.
Até ai tudo perfeito!
Mas depois de instalada a secretaria que fora criada, no semestre passado, com autorização da Assembleia Legislativa, as interrogações apareceram para todos aqueles que reconhecem o período inapropriado para aumentar os gastos, seja com o que for, especialmente com pessoal, material e promessas.
A instalação foi cheia de pompa, com convidados especiais, presença dos prefeitos e uma lista de atribuições que para ser desenvolvida, que precisaria de orçamento que não tem e com falta de parâmetro para justificar tantos compromissos assumidos.
As atribuições que constam das justificativas enviadas à Assembleia Legislativa solicitando a autorização, mantidas na autorização, oficializadas na criação e anunciadas para os prefeitos poderiam ser, perfeitamente, exercidas pela Secretaria de Estado da Infraestrutura.
Aliás, na Secretaria de Infraestrutura havia um departamento, identificado como Departamento de Desenvolvimento Urbano, DDU, que executava o papel proposta para a Secretaria das Cidades de forma satisfatória contando ainda com os técnicos das diversas áreas da Engenharia e da Arquitetura, alguns especialmente preparados em cursos de Urbanismo, para apoiar o processo de execução.
Nos tempos de dificuldades que o Governo do Estado atravessa, segundo os responsáveis pelas áreas de planejamento, de finanças e de execução orçamentária do próprio Governo, momentos de profunda crise, onde há risco real de atraso de pagamento e absoluta necessidade de conter gastos, vem mais esse poço para sorver os recursos escassos com lotação de pessoal e material técnico específico e avançado de informática.
O gigantismo do Governo é espetacular e deixa qualquer um boquiaberto quando se depara com o tamanho do governo que tem uma cabeça muito maior que o corpo e, por isso, uma “barriga” sempre faminta, pronta para devorar tudo o que pode por conta das suas próprias necessidades.
Há quem interprete que a providência do governo tem dois objetivos: o primeiro é enfraquecer as atribuições do secretário de estado da infraestrutura e o segundo é dar ao amigo, que foi escolhido para secretário, o status que tinha na administração anterior e que dividiu o corpo técnico entre “amigos” e “não amigos” do Governo.
Agora o Estado conta com mais uma unidade específica, com secretário, com pessoal emprestado e com pouca capacidade de mobilização pela absoluta falta de recursos.
O governador perdeu a oportunidade de fazer economia e foi “na corda” daqueles que não conseguem compreender a situação de aperto que o Estado está passando e visando apenas dividendos (duvidosos!) eleitorais.
Não adianta nem desejar boa sorte, pois os indicadores estão dizendo que boa sorte se, no caso, for com relação a dinheiro público, não está do lado de ninguém, mas muito menos daqueles que são compreende que precisam agir com responsabilidade para contribuir com a necessária melhoria das condições de vida do povo do Amapá.
Só aqui no Amapá que, na crise, se aumenta gastos permanentes sem ter as condições que justifiquem o retorno.
Daqui a pouco vem com a desculpa de que precisa aumentar os impostos para que todos paguem os erros do governo.

Assim não dá. O Custo Amapá torna-se ainda maior! 

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Mudando o conceito

Rodolfo Juarez
Os tempos de crise são propícios para o exercício da criatividade, da inventividade, da inovação.
Ora, como estamos experimentando, mais uma vez, esse tempo no Estado do Amapá, então, teoricamente, as condições estariam apropriadas para esse exercício e até os testes dos modelos que poderiam facilitar a recuperação da confiança e da eficácia administrativa local.
Não tem no Amapá um empreendimento maior do que o Governo do Estado. Todos os outros, públicos, meio públicos ou não públicos, não chegam perto do que representa o Governo do Estado.
Basta essa constatação para que se dê muita atenção ao que está acontecendo – ou já aconteceu – exigindo de cada um, atenção sobre tudo o que faz e não faz essa instituição, responsável principal pela qualidade de vida da população.
Ninguém pode se considerar alheio ao que definem os agentes públicos estaduais. É preciso atenção desde a formatação dos planos e projetos, definição das atividades ou prioridades dadas pelos que assumem a responsabilidade dos resultados.
Historiando a administração do governo anterior e analisando os primeiros meses do governo atual, os resultados não são bons, especialmente considerando os serviços prestados e os investimentos feitos.
Há falhas!
Onde estão essas falhas?
Isso se constitui em um grande problema. Ninguém consegue descobri, por dentro do Governo, onde estão essas falhas.
A avaliação externa, construída pelos analistas do cotidiano, ao que parece, não têm sido suficientes para influenciar nas tomadas de decisão dos agentes públicos que assumiram a responsabilidade de gerir os interesses do Estado. Há uma espécie de aceitação, sem cobrança, dos resultados alcançados.
Não falo das cobranças políticas ou politiqueiras, essas acabam funcionando até como justificativa para os erros cometidos, como se fosse aceitável errar tanto.
Falo isso sim, daqueles que mesmo percebendo os erros, preferem calar, imaginando que assim, no seu canto, estão fazendo o que melhor podem oferecer para o povo que está precisando de quase tudo.
As organizações da sociedade civil estão desativadas ou sufocadas por um histórico de espera permanente de que as questões de interesse do Estado melhorem.
Os cargos políticos devem ser preenchidos pelos melhores que se apresentam para a população, esses até entendo que estão sendo resultado da democracia que defendemos, do país que vivemos e do estado que queremos que seja ativo, participativo, eficiente e impessoal.
Entre as organizações civis, as organizações empresariais, ao contrário do que a sociedade espera, estão se alinhando às proposta políticas e, com isso, prejudicando a sua principal finalidade que é a luta pela melhoria da qualidade de vida da população.
Uma organização empresarial só pode contribuir com a sociedade estando fora da linha de ação do Governo para se assumir a sua posição, questionar as decisões dos setores públicos, propor modificações, sem ter que se preocupar se vai ou agradar o governador ou o secretário.
O Governo do Estado dispõe de 5 bilhões de reais para gastar em 12 meses, a cada ano. E gasta. Mal, mas gasta.
Que bom seria se esse dinheiro todo fosse aplicado mais democraticamente, realizando serviços e investimento que atendesse a mais pessoas, dando o sentido da amplitude das propostas.
Mas faz tempo que isso não acontece!
As crises internas e a pressão externa têm sido predominante nas administrações dos órgãos que foram imaginados no sentido de tornar robusto o Estado. As relações de faz de conta que alguns órgãos do estado têm uns com os outros, prejudicam a eficiência dos resultados e deixa, cada vez mais, a população distante dos seus objetivos e as organizações em dificuldades.

Mudar o conceito é muito mais importante do que mudar as pessoas.

domingo, 16 de agosto de 2015

Reinventar a forma de governar

É PRECISO REINVENTAR A FORMA DE GOVERNAR
Rodolfo Juarez
A queda na arrecadação estadual exige adequações no orçamento que vão além de um simples contingenciamento. A eficácia desse procedimento não repercute o interesse público, pois, se de um lado segura os gastos públicos, de outro engessa a atividade dos agentes públicos que ficam sem condições e exercer suas atribuições.
Com o orçamento contingenciado todo o plano da unidade que dependa de recursos para o seu desenvolvimento, fica comprometido ou sem condições de ser executado.
A falta é de tudo: combustível, pessoal, material de expediente, material de limpeza e manutenção, para o cafezinho, o material descartáveis, além de um ambiente adequado àqueles que não estão dispostos a enfrentar a crise como ela precisa ser enfrentada: com determinação e inventividade.
Nota-se uma falha geral no processo de planejamento que engatinha, titubeante, como se não conseguisse descobrir o tamanho da encrenca.
Recomendar que todos atentem para contenção de despesas é muito pouco para tornar efetiva qualquer proposta. Alertar para a queda na arrecadação é informar o óbvio, pois, nem todos os setores estão influindo para que a receita se recupere e a arrecadação confirme o que foi calculado quando da elaboração do orçamento do Estado.
O governo, com poucas exceções, está praticamente parado, inerte, sem intervir para melhorar a performance da administração. Ninguém está satisfeito com os resultados que estão sendo obtidos, muito embora todos entendam o que está acontecendo.
O tamanho da Administração Estadual suga todas as receitas e obriga a cada setor caminhar lentamente, como um grande animal disforme que tem fome e não tem onde buscar fonte de energia.
É preciso reinventar o Governo. Redimensioná-lo para poder desempenhar o seu papel antes de tudo se tornar ainda mais difícil.
Não nos parece que o governador - e sua equipe de gestão econômica e gerencial - tenham força para modificar alguma coisa, mas é importante lembrar que, como está o custo social é muito alto.
Assim não dá para melhorar o atendimento na saúde, os resultados na educação de responsabilidade do Estado, melhorar a segurança pública e ainda atender as questões sociais, culturais, esportivas e econômicas que pipocam todas as horas, demonstrando que precisam de intervenção.
A honra de ser governador do Estado pode se transformar em um pesadelo com sacrifício de pessoas que pouco ou nada têm a ver com a situação atual. Mas é preciso interpretar a administração. É preciso inventar novas maneiras de gerenciar para poder enfrentar os problemas novos que estão por ai para ser vencidos pela Administração.
Uma questão, entretanto, não pode fugir do controle, a emoção. E neste caso seria a emoção por uma situação de percurso e que pegou todos desprevenidos, alguns pela falta de atenção e outros pelo completo desconhecimento de cenário.
O governador precisaria de uma equipe forte para ajuda-lo na tarefa de governar, de aliados focados nos interesses do Amapá, para poder indicar os caminhos a serem percorridos por todos, de um corpo funcional comprometido e motivado para ter a capacidade de se responsabilizar pela mudança de rumo.
Quando mais houver isolamento da equipe de comando, mais se agigantarão os problemas e mais dificuldades se acumularão para todos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Negócio mal feito II

Rodolfo Juarez
A população amapaense tem muitos motivos para estar descontente com o que vem acontecendo com o fornecimento de energia elétrica tanto para o consumidor doméstico como o para não doméstico, devido a constantes “queda” de energia e os repetidos cortes no fornecimento protagonizado pela empresa concessionária.
Tanto a Eletrobrás, como a Eletronorte e o próprio Governo do Amapá afirmaram, em passado recente, que a federalização da empresa era a solução para os problemas que a companhia de energia vinha enfrentando.
Não falaram, entretanto, que no universo de problemas que haviam selecionado não tinham colocado o consumidor, a não ser na parte que ficaria responsável pelo pagamento de uma dívida dita “impagável”, tanto os vinculados ao Governo Federal como aqueles vinculados ao Governo Estadual.
A agenda de procedimentos foi preparada, os representantes da população – os deputados estaduais – autorizaram o Executivo Estadual a tomar o empréstimo de um bilhão e quatrocentos milhões, para “resolver o problema da CEA”.
Cumprida a agenda e contratado o empréstimo, começaram os problemas para a população. Primeiro diretamente com os funcionários da empresa, depois com os consumidores atendidos pela empresa.
Não avisaram que as “quedas” de energia e suas consequências, viriam junto com a federalização e as interrupções passariam a fazer parte do cotidiano, além disso, com novos critérios para cortes de fornecimento e para cobranças das contas atrasadas.
Negócio mal feito!
E por que o negócio foi mal feito?
Exatamente porque foram atendidas todas as exigências de um lado, deixando o contrato de federalização da companhia completamente desequilibrado e, pelo menos até agora, ninguém quer se responsabilizar pelo mal feito e, muito menos, aquele que fez o mal feito, se apresentar para dizer que “era bem assim...”.
Pelo visto estamos no “mato sem cachorro”, ou melhor, “na casa do sem jeito”, ficando com a responsabilidade de tudo o que não é bom para cada um dos consumidores e o que é bom para a Eletrobrás, pois devemos pagar as contas com todos os acréscimos procedidos sem qualquer discussão e ainda tem que pagar a conta do empréstimo bilionário feito para pagar aquele mesmo que ficou com a “faca e o queijo na mão”.
Foi ou não foi um negócio mal feito?
Agora, como compensar isso pelas anunciadas vantagens do “Linhão do Tucuruí” tão festejado pelos embusteiros que não sabiam o que diziam e não queriam saber como estava sendo conduzida a federalização da companhia que detinha a concessão do fornecimento de energia?
No interior os sistemas moto-geradores estão parando por vários motivos, entre eles: falta de manutenção, falta de combustível e falta de pessoal para cuidar das máquinas e dos equipamentos que há muito tempo serviam as pequenas comunidades aonde os fios da CEA não chegavam.
A lógica atual é exclusivamente empresarial, ou seja: tem que ar lucro, mesmo que tenha que tirar o “couro” do consumidor.
Além disso, a ideia que se tem, é de que está fora dos planos do comando da empresa concessionária de energia elétrica para o Estado do Amapá, que nada será feito, com relação ao fornecimento de energia, onde o arrecadado não dê para cobrir os custo gerais, isto é, acabaram-se as vertentes sociais da concessionária, o que, por definição, deve fazer parte da política de qualquer empresa instalada em qualquer comunidade que esteja em solo brasileiro.
É preciso cuidar dessa lógica equivocada e restabelecer o princípio geral do fornecimento de energia.
A situação é grave e urgente!

Não é possível que um negócio mal feito não possa ser desfeito.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O pouco caso pela Área de Livre Comercio de Macapá e Santana

O POUCO CASO PELA ALCMS
Rodolfo Juarez
Há tempo que não voltava as minhas atenções para a importância da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana ou para o que significa a instalação de regimes aduaneiros especiais no Amapá.
A adoção de regimes aduaneiros especiais fora sugerido desde o início da década de 80. Foram apresentadas, desde então, três propostas: a Zona Franca de Macapá (1983), a Zona de Processamento de Exportação de Santana (1989) e a Área de Livre Comércio de Macapá e Santana (1991).
A Área de Livre Comércio de Macapá e Santana foi criada em 1989, visando estabelecer condições favoráveis para quebrar o desequilíbrio regional, cada vez mais acentuado e com prejuízos econômicos e sociais inaceitáveis para um país que acabava de promulgar a Constituição Cidadão.
Não resta dúvida que a Área de Livre Comércio de Macapá e Santana foi um marco na dinâmica da economia regional, considerando o impulso que possibilitou com o fluxo comercial de bens de consumo a partir dos dois principais centros de negócio do Estado.
A organização da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana deu-se por um Decreto-Lei (n.º 8.387, de 30 de dezembro de 1991) e pelo Decreto n.º 517, de 8 de maio de 1992, este regulamentando os procedimentos.
A Área de Livre Comércio de Macapá e Santana apesar de ser a única com saída marítima, os portos sempre foram inibidores da expansão dos processos produtivos locais, por não atenderem às necessidades portuárias mínimas, tanto com relação a movimentação de carga como de passageiros.
A construção do terminal de contêineres no Porto de Macapá e a municipalização do Porto Alfandegado, não foram suficientes, pois, antes, a política desenvolvida pela Receita Federal para aquela ALCMS inviabilizou a presença de sacoleiros e inibiu a evolução dos negócios como acontece em Manaus.
Sempre que o país atravessa uma crise, principalmente econômica decorrente da crise política, os reflexos são significativos na operacionalidade da área livre de Macapá e Santana. Negócios fechados em Dólares, na aquisição de mercadorias, elevam os preços, afasta o cliente e deixa os comerciantes sujeitos aos riscos de resultados ruins.
Quando existe normalidade na economia nacional, com o poder de compra da população em alta, os negócios têm reflexos imediatos no emprego e na melhoria das instalações das lojas. Hoje o comércio do Amapá segue os padrões das melhores lojas do resto do Brasil.
A crise atual empurrou a moeda americana para patamares que inviabilizam os negócios, mesmo considerando todos os favorecimentos que são oferecidos nos impostos, principalmente de importação e de produtos industrializados. Com a diferença de câmbio entre a moeda nacional e a americana, os preços de aquisição ficam mais caros e o preço de venda, ainda mais, inviabilizando o interesse do cliente, considerando o preço da mercadoria.
Somando a isso a falta de conhecimento dos negociadores e a falta de interesse político na questão, além do fato de ser sempre a Área de Livre Comércio de Macapá e Santana um ponto de campanhas eleitorais, o efeito foi uma acomodação inexplicável e, até, um desinteresse pelas organizações empresariais – associações comerciais, federações sindicais de grau superior -, levaram a um estágio sem proteção da “galinha dos ovos de ouro” da economia local.
Ninguém está cuidando da área, agora, como foi cuidada nos primeiros 15 anos de seu funcionamento, apesar da evolução do comércio e da luta de alguns que foram até onde puderam, ou se cansaram.

Mas ainda há tempo. Basta entender a importância para todos e descobrir quem tem interesse real na consolidação do regime aduaneiro especial que é propiciado pela ALCMS.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O prêmio pelo erro

Rodolfo Juarez
Não precisa ser nenhum especialista para entender que o que ocorreu na construção da Ponte sobre o Rio Matapi, na estrada estadual que liga a capital à sede do município de Mazagão, foi um erro de locação ou um lamentável descuido que, agora, está orçado em 10 milhões de reais.
Não seria relevante se estivéssemos falando de um país em desenvolvimento, com PIB positivo e a produção econômica em alta. Ou se o Estado do Amapá estivesse com sobra de dinheiro em sua receita própria e com disponibilidade para gastar 10 milhões sem sentir falta.
Nenhuma coisa, nem outra.
O que o Brasil e, em especial o Amapá, está passado é por uma crise sem qualquer comparação em qualquer tempo neste século.
O Amapá está com arrecadação em queda e com risco de não se atingir a receita própria estimada para 2015 o que, com certeza, fará falta o dinheiro gasto na solução de problemas evitáveis.
E ainda tem o agravante de que o dinheiro que está sendo investido na construção da Ponte sobre o Rio Matapi é resultado de um empréstimo “consignado” onde a garantia do credor, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e que será pago a longo prazo por nossos filhos e netos.
Mesmo assim, esse “errinho”, que vai custar em torno de 10 milhões de reais a preço inicial, não tem autor, ou melhor, não se buscou o autor, muito embora tudo indique que o responsável pelo prejuízo é o próprio consórcio construtor da ponte e que, segundo as últimas notícias, deverá ser premiado com mais 10 milhões de reais, como aditivo.
O secretário de estado do transporte do Governo do Estado deu a entender que está trabalhando, junto ao BNDES, para que aceite que a obra seja aditada ao contrato que foi firmado pelo consórcio que construiu a ponte. Um verdadeiro prêmio por um erro caro, contra um estado pobre, que ainda não consegue atender às mínimas necessidades da população e que considera em emergência o setor da saúde cuidado pelo Estado.
É incompreensível essa falta de zelo com o dinheiro público.
Não dá para entender a falta de discussão para saber quem foi o responsável pelo erro técnico que acabou deslocando o eixo da ponte do eixo da rodovia.
Se fosse um pobrezinho, já estaria respondendo pela “insensatez”, mas como o que errou é um senhor bem de vida, premiado com a melhor obra do Estado, esse não, deve, ao contrário, receber um prêmio de 10 milhões de reais, que é uma espécie de acumulado de loteria, como sonham os que arriscam a sorte e contribuem para viabilizar os projetos a partir da loteria federal.
Esse dez milhões, que quando aplicarem as correções contratuais deve crescer bastante e provocar sangria ainda maior, inflando o prêmio daqueles que estarão recebendo os pagamentos pelos seus erros.
As coisas não podem ser assim, pelo menos quando se tratar de dinheiro que o povo autorizou a emprestar para aplicar no desenvolvimento da infraestrutura do Estado e não para cobrir erros na execução das obras.
Esse prêmio não é merecido!

Aqueles que estão ignorando as consequências dessas decisões mal tomadas podem esperar pela cobrança da população e, talvez, da justiça.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Quando a gestão precisa de rumo

Rodolfo Juarez
Os responsáveis pelo setor de planejamento do Governo do Estado do Amapá estão, aparentemente, indecisos com o que está acontecendo com a receita prevista e o comprometimento orçamentário das despesas planejadas.
Em queda desde o começo do ano, tanto as transferências correntes como a receita própria, precisam de intervenção de forma imediata para que não se alcance estágios indesejados como, por exemplo, atraso no pagamento de obrigações inadiáveis e de folha de servidores como já está acontecendo no Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
O impacto aqui, por condições idênticas ao que ocorre no estado sulista é muito maior, considerando que a representação do setor público na economia daqui é muito maior do que na economia de lá.
As preocupações precisam ser transformadas em atitude para que não se entre em um caminho sem volta e as dificuldades aumentem para a população.
O exemplo recente do comportamento das autoridades da União, que durante as eleições não reconheciam as dificuldades que estavam à porta da Nação, está resultando em crises jamais imaginadas pelo mais pessimista dos adversários.
Encarar a realidade e proceder a cortes na estrutura inchada do Governo parece tão evidente que até mesmo os aliados já estão concordando com aqueles cortes.
É preciso ser corajoso para enfrenar esse tipo problema. Ser seguro para entender o que está por vir e principalmente ter responsabilidade para não colocar em dificuldades, mais do que já está a população do Estado.
Não basta pousar de que tem coração bom. O administrador precisa tomar decisões e, muitas destas decisões não agradam a todos e, de certa forma, quando não tenham justificativas claras, confundem os aliados e servem de argumento para as oposições, sempre dispostas ao combate.
Apesar de o período administrativo estar acabando, ainda há tempo para agir, mesmo que tenha que contrariar alguns aliados e focar outros objetivos.
No momento não pode confiar apenas nos aliados, no partido político, ou no grupo de amigos e amigas. A gestão precisa encontrar o rumo dentro das dificuldades, oportunidade no tempo que ainda pode evitar problemas maiores.
A situação de momento é crítica. Nenhum setor está conseguindo segurar os solavancos dos tempos atuais, sejam eles políticos, econômicos ou financeiros.
Antes de tudo deve ser construído um sistema de amortecimento para a desconfiança, pois, nesse momento, esse sentimento tem um campo fértil para crescer. O Governo precisa contar com o apoio incondicional da maioria da população para continuar seguindo a gestão de acordo com os objetivos traçados inicialmente.
Esse ambiente, no momento, parece contaminado pela desconfiança inicial e assiste aos desconfiados vários argumentos que podem ser considerados poderosos e com dificuldades para serem modificados.
Nesse momento o Amapá precisa de um plano emergencial e real para ser seguido, em todos os seus detalhes, no sentido de superar os déficits que estão sendo acumulados, tanto na arrecadação prevista como nos resultados anunciados.
Ficar injetando informações que não podem ser confirmadas, nesse momento é aderir ao chamado risco total, pois, as áreas de manobras, todas elas, estão obstruídas e muitas delas se constituindo em verdadeiras arapucas onde depois de entrar não dá para sair.

Mesmo assim a saída existe. É preciso, entretanto, ser audacioso, verdadeiro, corajoso e competente para encontrar, nas tormentas, a saída segura ou, pelo menos, a saída para um ambiente mais calmo.

sábado, 1 de agosto de 2015

Os predadores sociais

Rodolfo Juarez
As férias do meio do ano estão se completando, os que aqui ficaram para receber os visitantes, já começam a viver a ausência de amigos e amigas e os que foram para fora do Estado já estão chegando para retomar a rotina do que têm que fazer por aqui.
Tudo uma questão de oportunidade em nome da necessidade de respirar novos ares e reabastecer as “baterias”.
Parece até que se trata de uma cortina social, onde muitos, por diferentes motivos, acabam se ausentando do ambiente de trabalho e social em que passam a maior parte do ano, para garantir as estórias, pelos menos durante os primeiros dias do retorno.
Nesse momento a vertente das conversas é a crise que se instalou no país e que está deixando histórias diferentes em cada ambiente e interpretações diferentes por parte de cada um daqueles que se dispõe a analisar o cotidiano.
O fato é que as dificuldades aumentaram para todos e as perspectivas não são as melhores, exigindo que as pessoas se instalem nas cidades de verdade e não sonhem com as fantasias, como as preferidas pelos marqueteiros dos dirigentes sociais.
Imaginar uma “pátria educadora” nas condições que são propostas pelos dirigentes da educação nacional, é um desafio à inteligência de cada brasileiro que está ficando cansado de ser engano.
Mas a “pátria educadora” é só um dos muitos motivos para irritar a população que já não aceita o preconceito que os gestores públicos têm com a eficiência, esse princípio constitucional que o legislador fez questão de evidenciar na Constituição Federal de 88, sem qualquer disfarce, deixando clara a necessidade de ser, esse ponto, levado em consideração.
Mas que nada. Mesmo com todos os limites conhecidos, ninguém trata bem a eficiência que padece de esquecimento ou mesmo da ignorância proposital daqueles que deveriam não só tornar rotina a avaliação com base na eficiência, mas difundi-la para todas as ações dos nacionais.
Os professores – aliás, essa parada do meio do ano é dos professores -, devem vir com o ânimo renovado para preparar os seus alunos nas condições exigidas para assumir as responsabilidades sociais que estão abaladas pela corrupção que insiste em permanecer nas entranhas da administração nacional.
Ninguém sabe mais em quem confiar. Boa parte dos engravatados estão se revelando predadores sociais, se valendo do oportunismo, para garantir as suas riquezas materiais, nem que as emocionais estejam correndo riscos imensuráveis e absolutamente incompatíveis com quilo que, aquela pessoa, representava para a sociedade.
O país está se mostrando absolutamente consumido, por dentro e por fora, com os seus agentes públicos e os agentes privados que movem a economia, mesmo que ainda tenha força para fazer a zoada, mas sempre com a desconfiança nos interlocutores de que não será garantida a condição para completar uma limpeza.
Não que falte disposição, mas que os alicerces de algumas instituições estejam apodrecidos e sustentados por teorias anacrônicas, intestina e sem qualquer condição de ser compreendida pela maioria da população que quer que os seus representantes e dirigentes sejam apenas práticos o suficientes para atender ao que a população deseja.

A volta das férias, mesmo aquelas que foram feitas na base do cartão de crédito ou do financiamento a longo prazo ou através de consignado, deve ser de renovação, com novas exigências, para alcançar os objetivos de um país organizado, sem inflação, e com um estado maltratado, com qualidade de vida e garantias para o futuro das novas gerações.