quinta-feira, 30 de março de 2023

O desequilíbrio na inovação entre os três poderes do Estado do Amapá

Rodolfo Juarez

Não são poucas as vezes que nossas próprias conquistas são deixadas de lado por nós mesmos, na medida em que são entregues para terceiros aquilo que foi, cuidadosamente projeto e tecnicamente executado para visando o bem de todos.

Afinal, tudo o que se executa em uma cidade, desde uma simples calçada, até um importante viaduto, precisa ser projetado com zelo e conhecimento e, executado, com a técnicas mais apurada existe no momento.

Uma cidade é assim: o contribuinte paga os tributos, para que os governantes criem as melhores condições que possam melhorar o prazer, a satisfação e a qualidade de vida de cada um dos que moram na cidade.

Além de todo o serviço executados nas cidades, ainda o contribuinte sabe que é preciso reserva de verbas para que sejam minoradas as dificuldades que, uma pessoa, ou muitas pessoas, possam para ir e vir de uma cidade para a outra.

Os impulsos e as oportunidades devem ficar na reserva e serem utilizados no momento mais adequado e mais oportuno. Precisa haver um equilíbrio entre as condições de vida entre as cidades de um memo Estado.

O oferta dos serviço de saúde, educação, segurança e todos os outros de competência de uma unidade federativa deve ser equalizada. Todos os moradores têm o mesmo direito e, por isso, não é justo que uma localidade ou uma cidade receba tratamento diferente de outra, uma vez que todos contribuem com o mesmo objetivo: melhorar a qualidade de vida.

Nesse momento, nem mesmo a principal urbe do Estado do Amapa satisfaz seus moradores com a oferta de serviços básicos. Combater esses diferença de atendimento têm se tornado um desafio para todos os dirigentes públicos.

No próprio Estado há uma desuniformidade de oferta de qualidade de vida entre os entes classificados como Poderes do Estado. No Amapá a própria população sente a diferença na qualidade de vida quando se analisa cada um dos Poderes. Não dá para considerar que o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário têm equivalência, mesmo temporária, entre o que oferece aos seus formadores.

O Poder Executivo, que administrar a maior parte da Despesas decorrentes dos recursos que o Estado recebe como Receita, é o que tem mais problema e que se encontra em uma situação e permanente busca de uma perspectiva para encaminhar a solução.

Ocorre que, os Poderes Legislativos e Judiciário só prestam serviço e o Poder Executivo, além do serviço, projeta e executa obras.

Obras em muitas áreas: esporte, cultura, lazer, saúde, educação, segurança, obras diversas e, ainda, busca a inovação. Aliás, considerando o aspecto inovação, é o Poder Executivo que está mais atrasado quando comparado com os demais Poderes do estado amapaense

Ainda há aqueles que começam o trabalho atacando aquele que deixou o cargo ou a função. Perda de tempo. Busca de justificativa.

A construção de uma praça, de uma escola, de um canal, de uma UBS, de um quartel, de uma estação de turismo, entre tantas outras obras concluídas ou serviços realizados, precisa ser celebrado com entusiasmo e agradecimento. Nem todos orientam os seus esforços melhorar, mas aqueles que se esforçam para isso, que sejam aplaudidos. 

segunda-feira, 27 de março de 2023

A jornada pode ser a recompensa já dizia Steve Jobs

Rodolfo Juarez

As dificuldades que as cidades, vilas e vilarejos amapaenses enfrentam e que os coloca na rabeira da lista das cidades com melhores e piores ofertas de qualidade de vida para a população residente, só serão superadas com ações diferentes, audaciosas e inovadoras.

Só recursos financeiros e a prática contumaz administrativa não serão suficientes para modificar esse quadro. É preciso de audácia, gestão diferenciada e pessoal qualificado e comprometido com um programa, que não precisa ser de longo prazo, para recuperar o tempo perdido e deixar para traz as propostas gerenciais que não deram ou não estão dando certo.

Os gestores das cidades e mesmo os do estado, precisam enfrentar a rotina e deixá-la alojado no passado. É preciso que os gestores escolhidos honrem a confiança que foi-lhes dada pela população, quando das eleições que os escolheram para assumir o papel de revolucionários administrativos, largando ao passado as prática adotadas até o momento.

O Amapá é um estado novo, com potencial anunciado e não explorado, conhecido por toda a população como sendo o “estado do já teve”, e quando analisado com isenção, se passa compreender o porquê dessa classificação que funciona como um desabafo das pessoas que moram em cidades que não atendem, como já deviam, as populações.

A solução para os grandes problemas das 16 sedes municipais, das vilas e dos vilarejos espalhados por todo o Estado, não pode seguir o mesmo script já adotados em passado recente.

O fornecimento de água tratada para apenas 35% da população, coleta de esgoto sanitário de menos de 10%, drenagem das águas da chuva sem qualquer perspectiva de ser resolvido, as vias precariamente asfaltadas, sem calçada, meio fio, linha d’água são exemplos decisões que  não deram certo.

Houve vontade, mas não houve continuidade nos projetos desenhados, discutidos e debatidos levados à população como o “água para todos em 2010”. Esse projeto, por exemplo, tinha realmente essa proposta, mas ficou nas gavetas dos executivos, abandonados na primeira dificuldade, ou quando “perderam a primeira chave” ou identificaram a primeira dificuldade.

Por que isso?

Não há explicação para Macapá, por exemplo, ter ficado muito para trás, quando comparado com Boa Vista, capital de Roraima, inclusive no Ranking do Saneamento 2022 lançado recentemente pelo Instituto Trata Brasil.

A União tem um débito grandioso para com a população do Amapá. Cobrar isso é preciso, querer isso exige mudança de comportamento e dedicação de todos aqueles que disseram que lutariam para que a melhoria fosse para todos.

Mudar o foco da administração é necessário. Um dos homens mais referidos pelos outros de todo o mundo, Steve Jobs, na revolução que empreendeu para o desenvolvimento tecnológico no Vale do Silício, certa vez disse que, naquelas circunstâncias “é melhor ser um pirata do que se juntar à Marinha”.

Ele também disse que para mudar o que parece imutável é preciso “pensar diferente” e reconhecer que “a jornada é a recompensa”.

Ser o “pirata”, “pensar diferente” e entender que “a jornada é a recompensa” pode seja que a população do Amapá espera dos seus escolhidos, os eleitos ou aqueles que ela paga para frequentar, gratuitamente, as universidades públicas. 

quinta-feira, 23 de março de 2023

A repercussão da divulgação do Ranking do Saneamento 2022, em Macapá

Rodolfo Juarez

Esta semana a imprensa local divulgou notícia, sem análise, do Ranking do Saneamento 2022, lançado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, analisando os indicadores das capitais brasileiras e que mostra Macapá, tanto o município como a cidade, na última posição do ranking de 2022, repetindo a colocação de 2021.

Segundo o Instituto Trata Brasil, o objetivo da divulgação do ranking é apresentar os desafios que o país enfrenta para atender a população com saneamento básico. O relatório procura fazer uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano 2020.

Dos dados analisados pelo menos 9 capitais possuem 99% do abastecimento total de água, para uma média de 94,49%. A situação no país, entretanto, é muito diversa, uma vez que foi constatado que, na Região Norte, o abastecimento de água tratada para a população das capitais, os indicadores estão próximos ou abaixo de 50%, como Rio Branco, no Acre; com 53,16%, Macapá, no Amapá, com 37,56%; e Porto Velho, em Rondônia, com 32,87%.

O Ranking do Saneamento de 2022 traz um alerta para os municípios que se encontram na parte debaixo da tabela, pois observa-se que eles estão se distanciando dos municípios que estão no meio da tabela.

Em relação à coleta total de esgoto, apenas sete capitais têm o índice com mais de 90% de atendimento, entre elas, Boa Vista, capital do Estado de Roraima, muito embora as outras capitais do Norte do Brasil não tenham seguido o desempenho de Roraima. Outra vez, Macapá fica em penúltimo lugar, por coletar apenas 10,78% do esgoto.

Com relação ao tratamento do esgoto, os problemas são maiores. Apenas Curitiba (95,09%) e Brasília (90,03%) tratam, ao menos, 90% do esgoto produzido. Por outro lado, as capitais brasileiras avançaram, em média, 9,41 pontos percentuais, merecendo destaque o avanço ocorrido em Roraima (RR), Palmas (TO), Cuiabá (MT) e Rio de Janeiro (RJ), que aumentaram em mais de 20% o tratamento de esgoto.

Macapá é um caso que precisa ser cuidado agora!

A equipe da área de saneamento e saúde do governador Clécio Luis precisa encontrar o caminho para melhorar, não apenas a colocação de Macapá na tabela do Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil, mas para dar a população mostra de que não está satisfeita com a situação constatada e informada a toda a nação.

O resultado apresentado é decorrência do pouco investimento feito. Nos dois últimos anos, segundo o ranking apresentado, o Governo do Estado do Amapá investiu, nos últimos 5 anos, R$ 28,84 milhões, o que corresponde, em média, R$ 5,76 milhões por ano.

Desde julho de 2022 a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) começou administrada pelo Consórcio Marco Zero com a denominação de Concessionária de Saneamento do Amapá (CSA). O serviço foi arrematado em leilão para a iniciativa privada pelos próximos 35 anos e contempla os 16 municípios do Estado.

A manifestação, a propósito da divulgação do Ranking do Saneamento de 2022, foi simplória do representante da CSA. Limitou-se a declarar os investimentos para recuperar o sistema de coleta de água bruta, muito distante do que a população esperava ouvir.

A concessionária precisa apresentar melhores resultados à população ou, pelo menos, perspectivas e estudos, mesmo que tenha que se espelhar na gestão adotada para Boa Vista, em Roraima, aqui do Norte, com menor população, com menor orçamento, mas com resultado efetivo.

terça-feira, 21 de março de 2023

A drenagem que leva o dinheiro público para o "ralo".

Rodolfo Juarez

Fico impressionado com o tratamento, não-técnico, que vem sendo dado à infraestrutura de drenagem pluvial da cidade de Macapá.

Este é um dos pontos da Administração Pública Municipal que precisa ser tratado, primordialmente, com técnica e por profissionais que tenham a competência suficientes para desenvolver os módulos necessários no sentido de elaborar um projeto que recupere o passado, atendo o presente e possa servir para um futuro visando deixar a população tranquila.

A parte política da gestão para esse tipo de serviço será importante para outros projetos urbanos, uma vez que, resolvido o problema da infraestrutura de drenagem, poderá ser feita a pavimentação das vias, o asfaltamento dessas vias, com definição de linha d’água, meio fio e calçada, com instalar um sistema de acessibilidade adequado, durável e que seja refletido na observação daqueles que hoje clamam por providências.

Estando assim, as vias e as áreas ocupadas propensa aos alagamentos (que irritam os moradores), à impossibilidade da circulação de veículos motorizados ou não (que prejudica o funcionamento da cidade) e, ainda,  a proliferação de doença (que leva parte da população para as casas de saúde) a cidade entre no que se chama “estado de atenção”.

Como disse no outro artigo, o sítio urbano de Macapá tem propostas naturais que precisam ser observadas.

O sítio urbano de Macapá tem a Oeste a Lagoa dos Índios e a Leste o rio Amazonas, proteção de dois elementos da natureza, predestinados à receber as precipitações através dos canais naturais, mas que precisam de maior ou menor calado, dependendo da posição em que se encontra na altimetria urbana, cujas medidas precisam ser fixadas em pontos da cidade, com o objetivo de definir em qual direção as águas da chuva vão se movimentar.

A altura mínima definida para a cidade e a altura máxima estuda para as marés máximas são os dois patamares primários que se estabelece indicando para onde as águas da chuva vão correr, se para o rio Amazonas ou se para a Lagoa dos Índios.

A partir dessa altura máxima que precisa ser fixada no ponto mais avançado da superestrutura da cidade é que se vai definindo o nível das partes baixas do sistema de drenagem principal, aquele que se comunica com os canis de drenagem, até o limite com possibilidade de se adotar apenas a queda da água por gravidade.

Já está definida, desde muito, a Cota 2 como cota máxima para as águas do rio Amazonas, então se inverte o processo até atingir a lâmina máxima de água na Lagoa dos Índios que funcionará, como sempre funcionou, como lagoa de estabilização, capaz de absorver toda a água vinda dos coletores de águas da chuva caídas sobre o sítio urbano.

Daí em diante são os projetistas que definem a altura da colocação dos coletores que levarão as águas para os canais e, por conseguinte para a lagoa ou o rio.

Os homens, principalmente os mais imediatistas, servidores públicos municipais, se conforma com os improvisos, com as gambiarras e, na prática, enganando a população, na esperança de transferir para o próximo prefeito a solução do problema.

Os exemplos catalogados e usados para a solução do sistema de drenagem de uma cidade, não alcançaram sucesso com ações como ir para a chuva com água pelo meio da canela, ou acionar retroescavadeiras e caçambas ou, ainda, anunciar solução definitiva do problema, são apenas ofertas de solução política para o problema que, sabidamente, não funciona. A solução é eminentemente técnica.

Mesmo assim, o prefeito atual mantém a ordem geral de efetivar “quebra-galhos” que direcionam dinheiro público ao “ralo” mais próximo. 

quinta-feira, 16 de março de 2023

O caos na infraestrutura urbana de Macapá, capital do Amapá.

Rodolfo Juarez

Já faz algum tempo que os observadores da vida cotidiana, de certa forma, esperavam por esse momento. O momento em que se sentiria falta do sistema de drenagem pluvial de Macapá, como de resto, de todo o sistema infra estrutural da cidade que precisa ficar enterrado e, assim, não ser visto pela população.

Macapá, desde os seus primórdios, tem em seu perímetro urbano uma definição perfeita do sistema de drenagem, traçado pela natureza e a serviço do bem-estar daqueles que moraram e moram em Macapá.

Um sistema que funcionou natural e harmonicamente em favor do bem estar da cidade, que ainda contava com uma lagoa de dimensões suficientes para entrar em ação em caso de necessidade da parte mais interior da cidade.

A população cresceu, e foram poucos os administradores que investiram tempo e dinheiro no acompanhamento das necessidades da infraestrutura da cidade.

Agora, já com quase 600 mil habitantes, o tempo que passou se apresenta como tempo perdido. Todo o sistema de infraestrutura da cidade está com sua disponibilidade muito para trás: esgoto, com 5% de disponibilidade; água tratada, com menos de 50% para atendimento; macro e micro drenagem pluvial, em poucos pontos da cidade; canais de drenagem, apenas dois prontos (da Avenida Mendonça Júnior e do Igarapé das Mulheres), ruas e avenidas, a maioria sem meio-fio, linha d’água e bueiros, estes com dificuldade e os outros porque não existe a linha de coleta da drenagem.

Assim, observa-se que todo o sistema de drenagem está prejudicado e, mesmo em uma cidade cheia de canais, com uma lagoa como a Lagoa dos Índios e um rio, como o Rio Amazonas, fica sujeita a retenção de água da chuva, todas as vezes que a chuva, cai com mais intensidade.

O pior de tudo é que, mesmo nesta situação, conhecida e atestada por técnicos da área científica, a Prefeitura Municipal de Macapá não dispões de um plano, por mais primário que seja, que demonstre esse conjunto de canais naturais de drenagem, a Lagoa dos Índios e o Rio Amazonas, como elementos naturais para os quais podem ser direcionadas as águas de chuva que caem em Macapá.

Mas ainda tem outra situação pior: a falta de direcionamento da expansão da cidade e, por isso também, as populações autóctones ou migrantes vão ocupando áreas que jamais poderiam ser ocupadas, pois, avançam a cidade sobre suas áreas de ressacas (bacias naturais de contensão) e sobre as cabeceiras e corpo dos próprios canais, interrompendo a sua efetividade natural com relação ao escoamento da água tanto para a Lagoa dos Índios como para o Rio Amazonas.

A Prefeitura de Macapá precisa, urgentemente, de um plano de drenagem para a cidade, com conhecimento de pontos de referência altimétrica (coisa que já teve) e construir as margens e os fundos dos canais naturais que, agora, estão recebendo toda a carga de resíduos carreadas pelas chuvas.

Há diversas técnicas de proteção de margens e fundos de canais, sobejamente experimentos e testados em outros sítios urbanos, tanto de maior como de menor densidade populacional.

Para resolver os problemas de drenagem da cidade de Macapá não precisa de opiniões, como as recentemente dadas pelo secretário municipal da Zeladoria Urbana de Macapá, quando afirmou que para resolver o problema precisava “engrossar os tubos de drenagem”.

Sugestão, venhamos, fora de qualquer técnica e sentido, para ser dada por um secretário municipal, primeiro escalão do prefeito.

segunda-feira, 13 de março de 2023

P Planejamento Estratégico na visão do Dr. Adrimauro Gemaque

Rodolfo Juarez

No artigo de sexta-feira, dia 10, destaquei a importância do planejamento estratégico e a demora que a administração pública, principalmente dos estados do Norte do Brasil e as prefeituras desses estados, perdendo tempo, vêm deixando de adotar esse plano. Foram muitas as respostas e uma delas foi a de Adrimauro Gemaque, graduado em Administração Pública, que se manifestou, no dia seguinte ao artigo 11 de março. Depois de ler e interpretá-lo, pedi para publicar a sua análise. Ele permitiu. É assim:

Boa tarde, meu ilustre e estimado professor e amigo Dr. Rodolfo Juarez!

Como sempre você, com a sua sapiência traz em seus artigos temas para nossa reflexão, esse agora sobre o Planejamento Estratégico merece sim, uma profunda atenção dos nossos governantes.

Com muita propriedade você discorre em seu artigo a importância do Planejamento Estratégico.

Planejamento Estratégico, até então muito utilizado nas empresas privadas ficava distante da Administração Pública, atualmente essa ferramenta é um instrumento do cotidiano nas instituições públicas como o no terceiro setor.

A busca incessante pela modernização na Administração Pública, no que se refere aos processos, passou a ganhar força devido à necessidade de adaptação às constantes mudanças nos ambientes em curto prazo.

Nos últimos anos uma onda pelo uso eficiente dos recursos chegou também à Administração Pública. O “cliente-cidadão” com um nível de exigência cada vez mais elevado vem contribuindo para esta quebra de paradigmas. Com isso os órgãos governamentais incorporaram nas suas práticas cotidianas hábitos de preocupação no sentido de terem uma gestão mais eficiente e estão buscando e implementando muitas ações concretas de melhoria nesse sentido.

Planejamento Estratégico, nas instituições públicas também visa auxiliar a utilização racional dos recursos, o orçamento e controle passam a ser os produtos de maior visibilidade e expectativa justificada pelo reflexo de suas ações e esforços almejados pelo governo e pelo grau de coerência destas despesas com a receita estimada.

A não observância de um Planejamento Estratégico, tem possibilitado a não visualização de atividades que podem ser aperfeiçoadas nos próximos anos e as iniciativas têm um foco em tarefas, cujos resultados podem ser percebidos rapidamente.

Com isso envolve o uso inadequado de recursos financeiros. Tomo como exemplo, o que acompanhei nas redes sociais de duas prefeituras aqui do estado recentemente de se utilizarem de parte do orçamento para contratar artistas nacionais de renome para festas locais, enquanto os seus moradores clamam por serviços de saúde e melhoras na educação.

Todavia, vale destacar que a ausência de indicadores confiáveis quando da sua elaboração, não irão medir os serviços que impactam os cidadãos. Sem essa referência, torna-se mais complicado implantar uma cultura voltada para o planejamento e a melhoria de serviços públicos de qualidade que não iram chegar à população.

As resistências e as dificuldades são ainda maiores quando se trata de organizações públicas, as quais, em sua maioria, atuam em ambientes pouco competitivos, com demandas pouco claras e estão sujeitas a restrições orçamentárias elásticas (não há correspondência entre serviços prestados e a dotação orçamentária ou a arrecadação). Além do mais, essas organizações caracterizam-se, historicamente, pela estabilidade, regularidade, fidelidade ao passado, modelos de gestão centralizados, estruturas verticalizadas, lentidão no processo decisório, imobilismo, privilégios estabelecidos.

A multiplicação de estruturas e níveis gerenciais, sem preocupação com a técnica e a racionalidade administrativas, e o desempenho de tarefas e serviços que não lhes são próprios, são práticas que ainda persistem no âmbito dessas organizações, especialmente as estabelecidas há mais tempo (GIACOBBO,1997).

Me desculpe por me alongar no meu comentário. Porém, me senti provocado como sou Graduado em Administração Pública e não poderia deixar de expressar meu ponto de vista. Abs. AG.

 

quinta-feira, 9 de março de 2023

Um plano estratégico para o Estado do Amapá

Rodolfo Juarez

Entendo que chegou o momento de encontrar um plano para o desenvolvimento estratégico do Estado do Amapá.

Para alcançar uma diretriz que represente o desenvolvimento estratégico amapaense é preciso desenvolver forças de trabalho centrados em objetivos e metas que o governo submeta ao debate e que não seja limitado ao tempo de um ano, ou de um mandato.

Por isso, treinamento e desenvolvimento de colaboradores deixou de ser uma questão opcional para o governo que deseja ganhar a confiança de uma população que se aproximar do limite de sua capacidade de espera por melhoria na sua qualidade de vida e confiança no futuro.

Nesse momento os avós e os pais começam a se preocupar com o futuro que está sendo preparado para que, nesse futuro, seus filhos e netos exerçam suas profissões, suas habilidades e desenvolvam o seu talento.

O governador Clécio Luis e a equipe que pensa o futuro do estado, já percebeu as dificuldades que tem pela frente. Certamente não será fácil quebrar velhos costumes pessoais, antigas regras gerenciais, criados e instaladas desde 1991, quando do primeiro governo estadual.

Todas ou a imensa maioria das regras postas naqueles tempos, passaram pelo processo de desgastes e não contou com uma equipe de novos gestores para elaborar o rumo dentro do ambiente da  moderna tecnologia, o que deixou a administração estadual e a própria gestão, sufocada pela necessidade de retomar antigas práticas adotadas no recente governo anterior, se valendo da inteligência das mesmas pessoas e o talento dos mesmos gestores.

Alguns erros, detetados na origem da ordem, foram retomas até onde foram cometidos, sem qualquer mudança e, certamente, acreditando que se tratava de uma ação importante, com necessária retomada, porque havia sido demonstrado, em campanha, que era isso o que o eleitor queria.

O eleitor quer o presente, o logo.

A gestão não tem força, sem grandes prejuízos, para mudar essa vontade, e precisa de um suporte técnico e muito convincente para apresentar e convencer que dá para trabalhar nas duas frentes.

Comparando o sistema adotado para a transparência do Estado do Amapá, com outros estados, principalmente das regiões Sul, Centro Oeste e o Governo Central, nota-se a disparidade no controle da informação, no armazenamento dos dados e na velocidade em que se mostra o resultado para a população.

Acontece isso não porque o Governo Federal dispõe de mais dinheiro ou mais recursos próximos, acontece porque ele priorizou e, a partir dessa priorização chegou a estágio em que está, atingindo, principalmente, aqueles que querem apenas informações corretas e que são alcançadas com relativo ganho de tempo.

É hora de adotar dois modos para gerir a situação: uma para atender às necessidades atuais e de futuro próximo; e a outra para atender o exigente ambiente que está sendo preparado para os filhos e netos, no futuro.

Tudo pode começar com um debate! 

segunda-feira, 6 de março de 2023

A lista de espera por um transplante

Rodolfo Juarez

A lista de espera por um transplante é única em todo o país e o sistema é informatizado. Cada órgão tem uma fila específica, baseada na Lei nº 9.434/1997, no Decreto nº 9.175/2017, que substituiu o Decreto n.º 2268 de 1997,  e a PORTARIA No- 2.600, DE 21 DE OUTUBRO DE 2009 Aprova o Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes.

E, ao contrário do que muitas pessoas podem imaginar a ordem de inscrição não determina que o primeiro a se inscrever receberá o órgão antes do segundo e assim consecutivamente. Mas, sim, as condições médicas como: compatibilidade dos grupos sanguíneos, tempo de espera e gravidade da doença. Ou seja, pacientes com maior risco de morte têm a preferência.

Quem espera por um rim é posicionado na lista de acordo com a compatibilidade. Isso significa que os órgãos do doador passam por exames e uma análise genética completa e, após os resultados, são feitas análises comparativas com todos os pacientes.

Os mais compatíveis ganham mais pontos, assim como o tempo de espera também é um fator determinante e condições médicas como diabetes, por exemplo, garantem maior pontuação. Cada vez que um rim é doado, um novo ranking é gerado.

É importante lembrar também que, apesar de a lista de espera ser única e nacional, as distribuições são regionalizadas, por questões de logística de transporte e o tempo de isquemia, ou seja, o prazo de duração que o órgão resiste sem irrigação fora do corpo. Isto é, primeiramente, o órgão do doador é viabilizado para um receptor do mesmo estado.

É errado acreditar que a condição financeira de um paciente influencia o lugar dele na lista de espera de um transplante. Todos têm direito às mesmas oportunidades.

Para que a fila diminua e cada vez mais pessoas possam receber uma segunda chance de vida, não deixe de conversar com a sua família sobre a sua vontade de ser um doador. Manifeste o seu desejo e peça para que eles respeitem a sua vontade de doar esperança para outra família. Você também pode cadastrar o seu desejo no site www.doemaisvida.com.br.

Para transplantes de fígado o risco de morte é mensurado por um índice matemático chamado Model for End-stage Liver Disease, ou Meld (em português, Modelo para a Doença Hepática em Estágio Terminal, em uma tradução aproximada).

O cálculo é feito com base nos exames laboratoriais do doente. Quanto maior for o resultado desse cálculo, mais à frente da lista o paciente é posicionado. 

quinta-feira, 2 de março de 2023

A invisibilidade do paciente renal crônico

Rodolfo Juarez

Com a população do Estado do Amapá se aproximando de um milhão de habitantes há algum tempo se nota as dificuldades que têm os pacientes renais crônicos para serem assistidos, seja pela oferta menor e procura maior de máquinas e clínicas, seja pela absoluta ausência de um processo preventivo que poderia evitar que muitos pacientes chegassem à necessitar de uma máquina de hemodiálise.

Os profissionais médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, nutricionistas, assistentes sociais, fisioterapeutas, entre tantos profissionais que são definidos por protocolo do Ministério da Saúde para atendimento àqueles que tiveram as funções renais, tão necessárias para a qualidade de vida, estão esperando uma oportunidade para exercerem suas atividades na plenitude as suas profissões.

Os pacientes, mais de 500 no Estado do Amapá, são dependentes da máquina de hemodiálise para viver, já com a expectativa de que vai ter muitos problemas para viver por causa da falta de alternativa para o transplante em uma unidade médica aqui do Estado. 

Nefrologia é uma especialidade médica dedicada ao diagnóstico e tratamento clínico das doenças do sistema urinário, principalmente relacionadas ao rim. O médico especializado nas doenças do sistema urinário chama-se nefrologista.

Para se ter uma ideia, no Brasil o tempo para formar um nefrologista é de 10 anos de estudos (6 anos do curso médico, 2 anos de residência ou estágio em clínica médica e mais 2 anos de residência ou estágio em nefrologia). São poucos os profissionais médicos nefrologistas que estão atuando no Amapá.

Os locais onde são realizadas as sessões de hemodiálise no Estado do Amapá: três em Macapá (Uninefro e a Unidade de Nefrologia do Hospital das Clínicas Alberto Lima e a Unidade de Nefrologia do Hospital São Camilo e São Luiz), e uma em Santana (na unidade de nefrologia vinculada ao Hospital de Santana), em muitos momentos estão superlotados.

Está em fase de deslanche no Brasil a Campanha do Dia Mundial do Rim, que tem como objetivo disseminar informações sore as doenças renais, com foco na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. Esses objetivos estão resumidos no tema central denominado “SAUDE DOS RINS E EXAME DE CREATININA PARA TODOS” A coordenação no território brasileiro da campanha será feita pela Sociedade Brasileira de Nefrologia.

Para este ano o tema específico é “CUIDAR DOS VULNERÁVEIS E ESTAR PREPARADO PARA OS DESAFIOS INESPERADOS”

Os desafios enfrentados pelos sistemas de saúde nos últimos anos, quer seja por eventos globais, como a pandemia da Covid-19, ou por catástrofes locais, como enchentes, desabamentos, desastres ambientais, demonstraram a necessidade de todos os setores da sociedade estarem preparados para o inesperado.

E isso, especialmente, para proteger e cuidar dos mais vulneráveis. Quando esses eventos acontecem, os pacientes com doenças renais estão entre os que apresentam maior vulnerabilidade.

Na área da saúde renal o tema é tratado como um dos grandes desafios a serem enfrentados no nosso país. Os portadores da insuficiência renal crônica são socialmente mais vulneráveis, principalmente por terem o diagnóstico em fases mais avançadas da doença. Nesses casos, para os pacientes e seus familiares, o próprio diagnóstico da doença renal é um desafio inesperado.

O Dia Mundial do Rim será agora, dia 9 de março de 2023, e várias ações por todo o Brasil estão programadas, no Amapá, entretanto, não há uma ação pública voltada para abranger o grande público, desde governantes, legisladores, educadores, profissionais de saúde e a população em geral.

Por outro lado, em mais de 800 localidades pelo Brasil, nenhuma no Amapá, estarão divulgando peças publicitárias produzidas para chamar atenção para a questão dos Doentes Renais Crônicos, como também monumentos e prédios públicos serão iluminados com o objetivo de chamar a atenção para a tema.

A realidade dos Doentes Renais Crônicos (DRC) pode ser modificada com uma atuação na prevenção, através de uma campanha de exame de creatinina.

Por outro lado, considerando que por aqui não se faz transplante de rim, se deve lutar pela instalação no Hospital Universitário, de um centro de cirurgia para transplante de rim e, ao mesmo tempo, deslanchar um programa de capacitação de profissionais para tirar o Amapá do fim da fila com relação ao transplante de rins.