Rodolfo Juarez
A
reeleição de Waldez Góes e a eleição de Jair Bolsonaro colocam o Governo do
Estado do Amapá, a parte mais vulnerável do conjunto, em um cenário difícil e
que precisa ser muito bem cuidado para que o Estado não se transforme em um “tacho
de desculpas” dos administradores enquanto o tempo passa e é perdido.
Os
últimos quatro anos, apesar da propagando do Governo dizer outra coisa, foi de retrocessos
em áreas que precisavam ganhar espaço no mercado e dar oportunidade de emprego
para a crescente população do Estado do Amapá.
O atual
governador tem razão quando reclama de áreas que foram prejudicadas pelo modo
de administrar adotado pela cúpula do Governo no quadriênio 2011/2014, mas não
tem razão quando justifica o fraco desempenho em áreas como a saúde, a segurança
e o meio ambiente.
O chefe
do governo que assumiu em 2015 e que foi reeleito em 2018 para mais quatro anos
de mandato tinha como principal objetivo a renovação do mandato e, para que
isso fosse possível, “negociou” com pessoas, partidos e grupos que impuseram
gestores com o objetivo de fazer renda, pouco importando o resultado final
obtido.
Negociou
a Caesa, a CEA, a Secretaria de Transporte, a Secretaria da Fazenda, todo o
sistema de licenciamento ambiental estadual, para manter densidade de eleitores
que pudessem configurar margem de votos que tivesse possibilidade de garantir a
renovação do mandato. O resultado esperado era esse!
Manteve
um alto nível de funcionários públicos com contratos precários por precisar deles
para fazer as bandeiradas, pouco importando com o sinal de alerta aceso pelos
controladores da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Alcançou
o objetivo elegendo-se, pela quarta vez e pela segunda vez consecutivamente,
para o cargo do Governador do Amapá, desta feita tendo a “lona protetora” do
empresário Jaime Nunes, vice-governador.
Acontece
que, para comandar o Brasil, o eleitor elegeu um político radical, de forte
tendência conservadora, próximo da extrema direita, exatamente o oposto da
experiência do governador do Amapá.
Por
causa disso, algumas perguntas se impõem:
Saberá
o governador Waldez administrar essa diferença de linguagem?
Terá
pique e paciência para percorrer desde a extrema esquerda, espaço que conhece,
para alcançar a extrema direita?
É preciso
ter e confiar nos filiados nos diversos partidos que tenham mandato, que
estejam dispostos a trabalhar em conjunto com o Governo e, se bem organizados,
poderão servir de caminho para a jornada que precisa fazer e garantir
resultados bons para a população do Amapá, exatamente como prometeu durante a
campanha.
O
eleitor aprovou o método usado para gerenciar, não importa se bem ou mal, e
quer que se repita o que aconteceu entre 2015 e 2018, inclusive aceitando as
desculpas que determinaram o parcelamento do salário dos funcionários.
Entretanto
essa gerência conta com alguns membros que estão bitolados e prontos para
continuar como era antes, sem mudar nada, o que, aparentemente, não serve para
a proposta que será experimentada a partir de janeiro de 2019.
Outra
questão é a presença física da oposição. O mandato anterior via de longe os
adversários (senadores e deputados federais), mas agora eles estão na Cidade,
examinando tudo e sendo porta-voz dos que ficarão amontoados nos corredores de
hospital e convivendo com estatísticas que dimensionam a insegurança e a
precariedade da educação e do nível de emprego.