quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Que venha 2016!

Rodolfo Juarez
Estamos nos últimos momentos de 2015 e na expectativa pela chagada de 2016. Hora de balanços e avaliações, reflexões e tomada de decisão, de realidade e pé no chão, com cada qual tendo a obrigação de entender o seu papel na sociedade que, pelo menos este ano, não viu as promessas deixarem de ser apenas promessas.
O ano de 2015 ainda não tem a seu definitivo codinome definido podendo receber aqueles que outros anos ruins receberam como “ano perdido”, “ano das mentiras”, “ano das promessas”, entre tantos outros emblemáticos significados.
Os amapaenses viveram o drama da incerteza em 2015 como há muito não viviam. Incertezas que começaram com uma indefinível propaganda negativa a partir daqueles que teriam que transmitir tranqüilidade e substituir o culto ao caos pela criatividade e a responsabilidade daqueles que assumiram postos públicos para resolver os problemas e não deles fazer motivos para lamentos e reclamações.
Desde os primeiros dias o culto às dificuldades tomou conta da administração a partir do Executivo Estadual que contaminou todos os setores da sociedade acreditando, sem reservas, no que era anunciado.
Não escaparam da onda de problemas anunciados, nem mesmo aqueles que tinham o dever de enfrentar qualquer crise e, ainda mais, uma crise interna na gestão que começou com o anúncio de uma crise econômica e que se confirmou como uma crise administrativa ou de competência.
Mesmo assim houve quem acreditasse que tinha força para enfrentar a realidade, ou mesmo ficar longe de suas influências. Outros não, ao que parece fizeram do ambiente de crise instrumento de trabalho e cultivaram, sorrateiramente, os meios adequados para não ser engolido pela situação e parecer que é um dos mais prejudicados.
Alguns setores fracassaram outros não. Deram a resposta à altura e se tornaram referências para a população e para a própria administração.
A Segurança Pública acabou oferecendo o bom resultado para aqueles que acreditavam de verdade (poucos!) e os que acreditavam que o ambiente era apenas de dificuldades.
Um ponto não evoluiu e pode até ter piorado: o sistema de saúde pública do Estado do Amapá.
Os problemas que foram camuflados nos primeiros meses do ano acabaram reaparecendo muito mais preocupantes, com aspecto indomável, assustando a todos aqueles que precisam do sistema de saúde pública estadual. A mudança no comando do sistema deu novo alento, mas não a tranqüilidade que o usuário do sistema precisa.
A relação política foi um grande fracasso. Os problemas ganharam formas gigantescas e as tentativas de afastamento e os efetivos afastamentos chamaram a atenção da população. Os agentes políticos não se entenderam e chegam ao inicio do novo ano com vários problemas para serem resolvidos.
2016 está ai!
Chance para começar tudo de novo em outro nível, necessariamente o mais adequado, com objetivos mais definidos, trazendo no centro das discussões o interesse da população. Desta feita com chances de não precisar manipular pessoas e com a compreensão de que os erros de 2015 não podem ser repetidos no ano novo.

Desejo para todos que o ano de 2016 seja palco de alegria, realizações e felicidades.

domingo, 27 de dezembro de 2015

A entrada da Zona Franca Verde

Rodolfo Juarez
Volto a analisar a fase atual para instalação da Zona Franca Verde na Área de Livre Comércio de Macapá e Santana.
Antes, entretanto, é bom dizer que tudo começou de sonhos e de oportunidade!
Os sonhos são de todos aqueles que buscavam incessantemente alternativas para o desenvolvimento do Amapá e oportunismo de quem estava atento ao que vinha acontecendo no Brasil.
O então deputado federal Sebastião Bala Rocha foi o atento que percebeu, durante a discussão do problema dos sacoleiros brasileiros que se arriscavam negociando mercadorias paraguaias no Brasil, uma oportunidade para concretizar uma área de livre negócio onde já se praticava o livre comércio, se valendo de incentivos fiscais.
Durante as discussões do projeto que levaria à Lei Federal N.º 11.898/2009, o deputado conseguiu emplacar uma emenda que isentava do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) na Área de Livre Comércio de Macapá e Santana o que se convencionou chamar de Zona Franca Verde.
A idéia ganhou força na bancada do Amazonas, do Acre e de Rondônia que tinha área de livre comercia funcionando e dois artigos no projeto de lei em discussão que foi aprovado e recebeu o nome de Lei Federal da Zona Franca Verde, sancionada no dia 8 de janeiro de 2009 e publica no Diário Oficial da União no dia seguinte, 9 de janeiro.
A Lei Federal precisava ser regulamentada para que pudesse conhecer os seus agentes instaladores, fiscalizadores e operadores.
Desde o começo de 2009 até o final de 2014 os insistentes apelos políticos não convenceram. O decreto regulamentador não avançava.
Desde o começo de 2015, quando assumiu a nova legislatura e um ministro do setor que compreendia a importância da proposta, além  da mecânica necessária para implantação das Zona Franca Verde de cada Estado, que o projeto de decreto federal avançou e culminou com a assinatura no dia 18 de dezembro pela presidente Dilma Rousseff, sendo publicado no dia 21 de dezembro de 2015.
No Decreto Federal N.º 8.597, que regulamenta o que dispões os artigos 26 e 27 da Lei Federal 11.898/2009, estão os caminhos e as limitações a que estarão sujeitos àqueles que se valerem do incentivo concedido para desenvolver atividades industriais nos limites da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana, aqui no Amapá.
É mais uma oportunidade que se abre para o desenvolvimento industrial do Estado do Amapá, muito embora ainda esteja muito longe do primeiro emprego que seria ofertado pelas empresas que se valerão desse incentivo.
E porque está longe?
Está longe porque o Estado não se preparou para orientar aqueles investidores que pretenderem experimentar os efeitos da Zona Franca Verde, vendida como um sonho maravilhoso e esquecida de que, mesmo sendo um sonho, precisa de muito trabalho de pessoas bem acordadas e preparadas para o momento.
Para se ter uma idéia o parágrafo único, do artigo terceiro, do decreto regulamentador, deixa claro que será o Conselho de Administração da Suframa que estabelecerá os critérios para fins de reconhecimento da preponderância da matéria-prima de origem regional, condição para que o produto se enquadre no processo de incentivo fiscal.
O Decreto Federal, por ser federal, não trata de outros incentivos estaduais ou municipais, como, por exemplo, a isenção ou rebate do ou no ICMS e outros tributos. Essas questões terão que ser definidas pela Assembleia Legislativa e pelas Câmaras Municipais de Macapá e de Santana

Ainda se consumirá muitos meses no caminho até a porta de entrada da Zona Franca Verde.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal!

FELIZ NATAL!
Rodolfo Juarez
É Natal!
Um momento esperado por todos aqui no Amapá.
Podemos não ter bons administradores para os interesses da população, mas sabemos que somos bons de festa. Festeiros mesmo.
As praças das cidades estão enfeitadas, os prédios públicos iluminados, os grupos de cantatas fizeram o seu papel, os alunos da rede pública estão de folga, os concurseiros só param dia 24, as passagens aéreas tirando o olho da cara, a alternativa é a navegação fluvial, cada vez mais adequada e cada vez mais sentindo falta de um terminal de passageiros que dê dignidade àqueles que escolhem os barcos regionais para o deslocamento.
Os supermercados estão cheios. O que não está cheio é o carrinho de cada cliente que reclama da punição que recebem com uma inflação de quase 11%, de um salário sem aumento em 2015 e com a falta de respeito daqueles que não fizeram o que prometeram e que foram capazes de usar das mais diferentes desculpas para justificar a inapetência.
Um Natal difícil para o funcionário público que não teve aumento e viu os respectivos sindicatos perderem a batalha para os insolentes representantes do Poder Público que adiavam os pleitos e jogavam com as palavras criando dificuldades em um ambiente de crise, inflado pela corrupção que foi descoberta em muitas modalidades e em profusão durante o ano.
As notícias nacionais alimentavam os programas de televisão com listagem dos corruptos, dentro e fora do governo. Grandes empresas tiveram os seus dirigentes presos e afastados da direção, bancos servindo de instrumento para alimentar a corrupção que não cabia mais apenas nas faturas da Petrobrás ou da Nucleobrás.
Por mais de 500 dias o telespectador, ouvinte de rádio, o leitor de jornal segue o caminho das contas na Suíça, onde os corruptos escondem os seus dinheiros sujos, em diversas moedas e em diversas contas, disfarçado de todos os jeitos possíveis, inclusive em modalidade de empresas, inventadas pela criatividade dos corruptos, nas quais o dono do dinheiro deixa de ser dono e passa ser apenas titular dos ganhos.
Enquanto os brasileiros, antes desse Natal ouviam isso, acompanhavam as delações premiadas que trocavam informações por diminuição de pena e penetrava no caminho fedorento dos corruptos que nunca sabiam de nada e nunca tinham feito nada.
O Natal dos pobres está sacrificado!
As esperanças nas promessas feitas, principalmente para as famílias de baixa renda não foram cumpridas, as maracutáias chegaram às listas daqueles que sonhavam com a casa prometida, com a universidade financiada e com uma Pátria Educadora.
Aqui, no ambiente amapaense, desde o começo o contingenciamento do orçamento frustrou mais da metade dos agentes públicos que ficaram apenas “batendo ponto” e recebendo no final do mês porque não tinha o que fazer, pois o orçamento prometido fora contigenciado.
A maior construção foi a de um ambiente de crise, onde tudo estava difícil, mesmo que coubesse aumento de gastos com pessoal, seja na forma de contrato administrativo, seja no aumento de salário para os que já ganhavam bem.
O povo que se conformasse com as migalhas, fosse acalentado com as mentiras repetidas, pois, sabiam da máxima de que “uma mentira contada muitas vezes se assemelha a uma verdade”.
O desafio é continuar acreditando. Nenhuma medida modificadora foi tomada nem na esfera federal ou na esfera estadual.

Aguardar é o que resta para o povo poder ter um Feliz Natal.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A Zona Franca Verde

Rodolfo Juarez
Depois de seis anos da instituição da Zona Franca Verde, através de lei federal, foi assinado o decreto regulamentador para que a atividade se materialize e se constitua em alternativa de desenvolvimento para as regiões onde essas zonas serão implantadas.
Além do Amapá estavam na mesma espera os estados do Amazonas, do Acre e de Rondônia que agora contam com as condições especiais e tratamento diferenciado para desenvolver-se, utilizando incentivos fiscais e o capital externo à aqueles estados em que poderão ser instalados os projetos incentivados.
Trata-se de um procedimento equiparado àquele realizado quando da aprovação da Área de Livre Comercio de Macapá e Santana, aliás, com a possibilidade dos mesmos incentivos: tanto federal como estadual.
O funcionamento da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana também dependia do decreto regulamentador da atividade incentivada, delineação das condições e do perímetro em que se realizaria aquele comércio. A interpretação da primeira inversão do decreto pela Receita Federal criou uma série de impedimentos para, depois, chegar ao estágio atual.
Naquela oportunidade o processo era conduzido pela iniciativa privada, prioritariamente, com a participação do setor público, que unido, funcionava como um facilitador para as ações empresariais.
Agora, com relação à Zona Franca Verde, que exige operadores industriais e, por conseguinte, de maior capacidade econômica, a condução do processo está sendo pretendida pelo setor público que, ao que parece se constituir em um erro primário, pois, em regra, o setor público, devido às necessidades eleitorais dos seus condutores principais, exige resposta imediata, em tempo que não possa ultrapassar o mandato que está cumprindo, pois, na maioria das vezes, pretendem esses mandatários, tirar todos os “dividendos” possíveis deste projeto como de qualquer outro.
As disputas fatiadas em tendências ou lideranças políticas em nada contribuem para a consolidação de um processo que, a partir de agora, passa a ser administrado, com relação ao Amapá, à longa distância, mas propriamente a partir de Manaus, onde a gerência principal do projeto está localizada, isto é, nos intrincados escaninhos da Suframa.
As autoridades políticas, antes de imaginar que os resultados estão no que foi feito até agora, erram redondamente, pois, a parte que interessa para a população e, por extensão, aos eleitores, ainda não está acionada e, se não tomar cuidado, ao invés de servir de impulsão na motivação das campanhas eleitorais, servirá de freios invencíveis se os resultados não forem claramente demonstrados.
A Zona Franca Verde vai - muito mais do que a Zona de Livre Comércio -, precisar de capital, ou seja, da participação do empresariado, desta feita da indústria, que sabemos não se haver com essa tradição no Estado.
Então, é preciso cativar os detentores do capital que estão fora do Amapá e, para isso, é preciso apresentar condições no mínimo equivalentes a de outros centros competidores, mesmo sem dispor de condições incentivadas. Condições que estão apoiadas na estruturação do Estado para receber esses empresários e seus capitais.
A Administração amapaense não está acostumada ou preparada, ao que me parece, para exigências desse tipo, principalmente para evitar a invasão de capital especulativo e que vem primeiro para confundir a economia local e por razões razoavelmente óbvias, conduzidas pelo desconhecimento.
Um dos problemas é a terra, ou melhor, a propriedade da terra. O outro é o respeito ao trabalho incentivado do setor privado que, se não contar com um sistema público preparado poderá destruir as portas de entrada de outros agentes econômicos para o desenvolvimento local.
A Zona Franca Verde será eficaz se compreendida pelas autoridades públicas locais, doutra forma pode ser mais um amontoado de frustrações. 

domingo, 20 de dezembro de 2015

As mudanças necessárias para 2016

Rodolfo Juarez
O final do ano se aproxima e ainda tem muita coisa que precisa ser resolvida em 2015 para que os vícios não atravessem o Natal e o Réveillon e contaminem o ano de 2016.
Ainda não está nada resolvido na Assembleia Legislativa que mantém o presidente afastado e não encontra caminho para anunciar as boas novas que motivaram a mudança, na leitura de alguns dos parlamentares.
As reclamações contaminam os outros poderes e as respostas do Executivo não são animadoras, com os responsáveis pelo planejamento cultivando o caos e fazendo da crise nacional o prefácio de todas as justificativas, como se fôssemos todos caranguejos, seguindo o caminho que é apontado: para o lado ou para trás.
O momento é para ser otimista, ser criativo e confiante. Para isso é preciso, entretanto, a elaboração de projetos adequados à situação e à condição presente tanto com relação ao ânimo como a competência dos atores principais.
O ano de 2015 foi um grande desafio e alguns perderam as apostas que fizeram no começo afirmando que o Estado entraria em uma roda viva de problemas e que as soluções estariam no setor público.
Os principais desenhistas desse cenário acabaram por errar completamente e estão fugindo das perguntas objetivas que possam ser feitos por aqueles que foram diretamente influenciados pelo contingenciamento adotado na execução orçamentária do Estado em 2015.
Ainda bem que o ano terminou e algumas autoridades públicas precisarão mudar o discurso para não ser banalizado pelos seus próprios colegas de administração.
Mas é preciso ser modificada a maneira de pensar de todos. Como já foi dito aqui, o Estado é tão forte quanto o mais fraco dos seus órgãos.
Mas é preciso todos queiram melhorar!
Não é possível continuar com um sistema de disputa tão cruel e nocivo. É preciso que, em 2016, os setores públicos do Amapá mudem a visão que têm para olhar a Lei de Acesso à Informação. Não é possível conviver, sem desconfiar dos propósitos, estando tão descuidado com relação ao cumprimento de uma ordem legislativa importante e que está pronta para enfrentar a corrupção.
Será que o Amapá melhorou ou piorou com relação à corrupção?
Pior do que ter uma resposta ruim é o desconhecimento dos elementos que poderiam embasar essa resposta.
O que se sabe é que a transparência é uma arma poderosa contra a corrupção que tantos problemas traz para as instituições e para os que comandam essas instituições. É por isso que está cada vez melhor entendida a máxima de que “quanto maior a transparência, menor a corrupção; e quanto menor a transparência, maior a corrupção”.
Esta máxima se enraíza no consciente coletivo e, mesmo assim, não está sendo percebida por aqueles que deviam ter, na Lei de Acesso à Informação, as indicações que possibilitariam ouvir das ruas o que está pensando a população, exatamente aqueles que pagam os tributos e que alimentam, diretamente, a máquina pública.
Melhorar a transparência dos atos públicos deve ser o compromisso número 1 de todos os que, em 2016, forem chamados para assumir responsabilidade por um órgão do Governo ou um órgão do Estado.
O momento não é propício aos indolentes, aos preguiçosos, aos mentirosos e nem aos puxa-sacos. Essa realidade, entretanto, precisa ser percebida pelos gestores que terão a responsabilidade de mudar a cara do Amapá, recolocá-lo andando para a frente e fazer  tudo para as ocorrências do ano de 2015 sejam história para alimentar o “não fazer” daqueles que, voluntariamente, estão no “batente”.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O drama do idoso no Estado do Amapá

Rodolfo Juarez
O Estatuto o Idoso, Lei n.º 10.741/2003, é destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
Pelo Estatuto, o idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata a lei, assegurando-lhe todas as oportunidades e facilidades para a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Um leque de direitos que, ou não são exercitados ou são ignorados por muitos que deveriam permitir que acontecesse ou, pelo menos, deveria criar condições para que o idoso pudesse ter os seus direitos respeitados.
Não são raros os casos em que a própria família fere de morte esses direitos, através do abandono, dos maus tratos e descuido a que são submetidos por parentes próximos.
As comunidades não reconhecem a necessidade de assumir a responsabilidade pelos idosos, preferindo abandoná-los e entregá-los à própria sorte.
A sociedade tem se mostrado conivente com as famílias que maltratam os idosos e com as comunidades que nada fazem para dar dignidade e os outros direitos que os idosos adquiriram com o passar dos anos.
É muito grave, entretanto, a forma como o Poder Público do Estado do Amapá trata os idosos que moram no Amapá. A indefinição de políticas públicas relega os idosos a patamares miseravelmente em dissintonia com a própria sociedade e a comunidade.
Até mesmo o Estatuto do Idoso não tem preferência na consideração das ações dos governos, também os municipais, para dar atenção à aqueles que conseguiram chegar aos 60 anos e continuam vivendo.
A acessibilidade, em qualquer nível, envergonha a todos, até mesmo aos poucos da sociedade que conseguem enxergar aqueles que, há poucos anos participaram da construção do ambiente que agora é de todos.
O exemplo está na valoração que está sendo dada para a Conferência da Pessoa Idosa deste ano. Essa conferência, realizada de quatro em quatro anos e que, desta vez, não conta nem com o apoio material do Poder Público, muito embora fosse obrigação cuidar desse apoio e do apoio moral.
O Conselho Estadual da Pessoa Idosa do Amapá com 14 membros titulares e 14 membros suplentes, dos quais 14 são indicados pelo Poder Público e os outros 14 pela sociedade, padece da falta de apoio e da ausência dos membros indicados pelo Poder Público, retratando o pouco caso e a incompreensão daqueles que se comprometeram a trabalhar pelos direitos dos idosos no Estado.
Um desleixo completo e, daqui a pouco, alguns deles terão a permissão de Deus para completar 60 anos e poder exigir os direitos que agora ignora.
 Idoso precisa de respeito, pois, as Leis estão ai para serem compreendidas e cumpridas independentes da vontade dos gestores públicos ou dos membros da sociedade.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Federação das Indústrias do Estado do Amapá: 25 anos.

Rodolfo Juarez
No dia 14 de dezembro de 1990, depois de várias providências tomadas, nove idealistas e cinco sindicatos de empresas industriais do Amapá reuniram-se, em assembléia geral, para fundar uma entidade sindical de grau superior denominada Federação das Indústrias do Estado do Amapá.
Antonio Armando Barrau Fascio Filho, Francisco Leite da Silva, Isaias Matias Antunes, Joferson Costa de Araujo e Silva, José Góes de Almeida, José dos Santos, Roberto Coelho do Nascimento, Rodolfo dos Santos Juarez e Valter Sampaio Cantuária, aqui nominados em ordem alfabética, foram os que assinaram a ata de fundação representando o Sindicato da Indústria da Construção Civil, o Sindicato das Indústrias Oleiro Cerâmicos, o Sindicato das Indústrias da Madeira, o Sindicato da Indústria dos Pequenos Objetos de Madeira, o Sindicato das Indústrias de Alimentos, Panificação e Confeitaria, e o Sindicato das Indústrias Gráficas.
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 houve a transformação do Território Federal do Amapá em Estado e as alterações sociais e de organizações sociais para que a sociedade se adaptasse às necessidades do novo Estado.
Nessa época Albano Franco, nordestino e contemporâneo de Francisco Leite da Silva, sócio majoritário da empresa de construção civil e terraplenagem Leite Construções e Comércio Ltda., sugeriu a Francisco Leite da Silva para fundar a federação indústrias local para que o Amapá tivesse representação na Confederação Nacional da Indústria que, na nova democracia brasileira, estava assumindo um papel importante no contexto econômico do País.
Nesse tempo governava o Amapá Gilton Pinto Garcia, nordestino como Albano Franco, senador da República, que orientara o governador da conveniência da representação do Amapá na CNI.
Os esforços do empresário Francisco Leite, que já dividia a responsabilidade com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil, Antônio Armando Barrau Fascio Filho, e do governador, atravessaram para a Associação Comercial e Industrial do Amapá, onde Rodolfo dos Santos Juarez era o presidente e Roberto Coelho do Nascimento o secretário geral da ACIA a incumbência das providências necessárias.
Os quatro definiram um plano de ação contendo as exigências mínimas para a fundação da Federação das Indústrias do Amapá. Esse tempo era de junho de 1990.
Foram convocados os empresários do setor industrial filiados à Associação Comercial e Industrial do Amapá e agrupadas as empresas, conforme a finalidade de cada uma de acordo com a sua atividade principal. Todos os detalhes foram repassados aos empresários que, usando as instalações da ACIA fundaram quatro sindicatos e atraíram o Sindicato da Construção do Amapá, já anteriormente constituído e funcionando.
Fundados os sindicatos oleiro cerâmico, madeira, pequenos objetos de madeira e das indústrias gráficas e juntados com o da construção civil foi então fundada a Federação das Indústrias do Amapá que teve como primeiro endereço a Avenida Independência, no centro de Macapá, mudando-se posteriormente para Rua General Rondon, para, em 1997, mudar para prédio próprio, onde hoje funciona na Avenida Padre Júlio Maria Lombaerd.
Antes do endereço em prédio próprio já havia sido concretizada a regionalização dos departamentos regionais do Serviço Social da Indústria e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Tanto o SESI como SENAI eram delegacias regionais administradas pela Federação das Indústrias do Estado do Pará.
Administrativamente a Federação das Indústrias tem duas etapas bem características: uma até 2003 quando administrada por empresários e outra depois de 2003, até agora, com administração com forte influência política partidária.
No momento os departamentos regionais do SESI e do SENAI estão sob intervenção dos respectivos departamentos nacionais e o IEL desativado e com muitos problemas.
A Federação está sem condições de pagar até os salários de seus funcionários, com a crise se estendendo às esferas cíveis, criminais e trabalhistas.
Mesmo assim é, indiscutivelmente, uma das mais importantes organizações sindicais de grau superior do setor privado do Estado do Amapá, no momento em que completa 25 anos de fundação.        

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

A Engenharia e o engenheiro no Estado do Amapá

Rodolfo Juarez
Esta semana marcou a passagem do Dia do Engenheiro. Eventos sociais foram realizados para marcar o dia 11 de dezembro que aqui no Amapá, não faz muito tempo, era motivo de muitas festas pelas conquistas alcançadas durante o ano e pela satisfação de ser um profissional influente e que apresentava resultados para a sociedade e recompensando a confiança que recebia e o trabalho que tinha a satisfação de desenvolver.
O engenheiro, de um modo geral, se caracteriza pela maneira cartesiana como trata suas atribuições devido a sua formação sustentada por uma ciência exata e que premia a competência na busca do resultado.
As competências e resultados, diretamente vinculados ao engenheiro, foram perdendo, aos poucos, a sua importância para os que passaram elaborar os chamados planos de poder, cheios de artifícios e nem sempre voltados para atender primordialmente o interesse público.
Ao que parece a exigência dos profissionais da engenharia não se enquadraram nas diretrizes dos planos de poder dos políticos que ganhavam a primazia de poder definir tudo, entendendo que não precisavam obedecer às funções conforme as suas regras. Muitos dos que aceitaram a imposição se decepcionaram com a nova relação e com a forma de gerenciar os recursos públicos.
A questão avançou devorando todos aqueles que pretendiam exercer na plenitude a sua profissão, mesmo mal pagos e tendo que, para sobreviver, se submeter ao comando de pessoas não habilitadas para cuidar das questões públicas que precisam do engenheiro para resolvê-las com eficiência.
A Engenharia passou a receber tratamento discriminatório por parte dos administradores públicos, como aqueles que “atrapalham” quando não concordam com a medição de uma obra ou que propõe punição para o empreiteiro “amigo do governante” por não cumprir o contrato na forma e termos que assinou.
A formação do engenheiro exige que ele seja obediente aos parâmetros técnicos exibidos nos manuais, desde os mais simples até os que carregam complexidade, conforme a exigência da obra ou serviço.
O abandono do engenheiro pelas administrações públicas, principalmente no Estado do Amapá, apresenta resultados profundamente chocantes com prejuízos financeiros e sociais de significação que remontam a casa do absurdo.
Obras paradas por todas as partes do Estado e com as mais diversas finalidades retratam a irresponsabilidade de dirigentes que não cuidam, de forma alguma, dos recursos que o Estado coloca nas mãos desses dirigentes. É um bota fora de dinheiro que impede a população usufruir dos benefícios que a obra ou o serviço trariam para todos na cidade ou no campo.
Os esqueletos de edificações e o mau trato das rodovias são os atestados dessa falta de controle e do próprio profissional engenheiro.
Parece que os engenheiros perderam a confiança dos que detêm o poder considerando a forma como são tratados. São mal pagos e subordinados a profissionais de áreas do conhecimento que estão muito distante da Engenharia.
O exemplo está na Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado do Amapá para a qual foi nomeado um profissional estranho à engenharia e logo no órgão do Governo do Estado que simboliza a Engenharia e o engenheiro. Mas esse desprestígio se alonga pelas veias da administração pública que faz questão de ficar longe dos engenheiros.
Um dia o engenheiro amapaense haverá de se impor pelo conhecimento, pela sua importância social e principalmente, pela sua maneira de interpretar o interesse público que sabe, não pode ser repartido com o interesse privado.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Orçamento do Estado do Amapá: o calcanhar de Aquiles

Rodolfo Juarez
O fim do ano se aproxima e, mesmo sem considerar os resultados de dezembro, já se pode dizer que houve equívoco da equipe econômicas do Governo do Estado em manter, por todo o exercício, o regime de contingenciamento do orçamento em 40%, para a maior parte das atividades específicas do próprio Governo.
A deliberação do contingenciamento foi tomada logo nos primeiros dias do da atual administração, sob a alegação de “grave crise” pela qual estava passado o mundo, o Brasil e, em conseqüência o Amapá.
Para se ter uma idéia da decisão de contingenciar o orçamento, apenas três órgãos da administração foram autorizados a executar o orçamento como fora aprovado no final de 2014 e publicado no Diário Oficial: Saúde, Educação e Segurança Pública.
Pois bem, essa decisão não foi revogada de forma geral e pública tendo, entretanto, alguns órgãos, conseguido executar o seu orçamento com orientação oficiosa e com autorização especial para os auxiliares responsáveis por manter aquela parte do orçamento intocável.
A principal alegação era a condição em que se encontrava o Estado e a dúvida na confirmação da receita prevista na proposta orçamentária transformada em Lei pelos deputados, depois de ampla discussão com setores da sociedade.
Com relação à situação do Estado no começo do ano é preciso algumas reflexões. A responsabilidade com relação às verbas orçamentárias que não foram empenhadas eram todas da administração anterior. Nada autorizava os pagamentos daquelas contas que não tinham o valor empenhado e o dinheiro em caixa.
Aliás, por causa disso, ainda no primeiro semestre, foram amplamente divulgados os procedimentos de iniciativa da Procuradoria Geral do Estado, com relação à responsabilização da administração que teve suas atividades encerradas no dia 31 de dezembro de 2014.
O exercício de 2015, que começara no dia 1.º de janeiro, estava, portanto, intacto.
Logo, todas as estratégias que foram adotadas tinham como horizonte o que estava definido na Lei do Orçamento Anual, a não ser que houvesse motivos (como os exatamente os alegados) para precaução.
Esses motivos, caso houvesse a confirmação da receita prevista, deixaria uma economia de, no mínimo, 900 milhões de reais, caso o contingenciamento fosse mantido até o final do ano, além do que, por não cumprimento da Lei do Orçamento, poderia haver responsabilização pelas decisões contrárias ou mal tomadas.
Depois de passados os 11 meses da administração e da manutenção do contingenciamento aos órgãos que não saúde, educação ou segurança pública, o que se contabiliza é um provável superávit global, considerando que houve déficit na arrecadação estadual, mas um superávit maior nas transferências constitucionais.
Nada a ver com a liberação das parcelas do empréstimo do BNDES, estas dependendo apenas da compatibilização entre o liberado e o comprovadamente executado.

Se confirmado o superávit que neste momento indicam os valores transferidos e arrecadados, a Administração vai ter muito para explicar com relação ao contingenciamento aplicado sobre o orçamento da maioria dos órgãos do Estado, que prejudicou os interesses da população que, principalmente do setor saúde, tem muito do que reclamar.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O Amapá precisa avançar!

Rodolfo Juarez
Mais uma vez vimos todas as atenções do povo brasileiro voltado para Capital Federal, especialmente para a sede do Poder Executivo, onde está uma presidente acuada pelas suas próprias “verdades” e para o Poder Legislativo que conta, atualmente, com dois presidentes em situação de inspirar cuidados: os dois estão sendo investigados pelo Poder Judiciário com presidente da Câmara ainda sob a ameaça da “espada” da Comissão de Ética da Casa do Povo.
Do lado de fora o mundo olha a situação dos governantes brasileiros com muita apreensão e desconfiados dos capitais que já internaram no Brasil e receosos de retirá-los ou em aumentar o tamanho do montante que já investiu por aqui.
É um cenário de horror!
O povo brasileiro está perplexo com o rumo que as questões gerenciais nacionais tomaram e estão duvidando e se prevenindo de tudo. Sabem que como está não vai ficar.
O choque que o País precisa tomar tem que ser bem dosado para que não seja fraco e não influa em nada ou muito forte que possa prejudicar ainda mais a “saúde do paciente”.
A situação não é diferente nos estados, principalmente no Amapá, onde os movimentos por impedimento de autoridades estão na moda e depois de ensaiar na retirada do Governador do Estado, agora os deputados (Poder Legislativo) afastam o presidente da Assembleia Legislativa para investigação.
Tudo isso em no momento em que todas as atenções deveriam estar voltadas para o planejamento do futuro próximo e que a cada dia fica mais próximo: o ano que vem.
Todos reconhecem que a Lei do Orçamento Anual, que contém os principais indicadores para que o desenvolvimento local, engrene finalmente. Mesmo assim, pelo menos até agora, a importância do futuro tem sido menor do que a do presente e, até mesmo, do passado.
As ações dos órgãos do Estado indicam que o momento é especialmente delicado, mesmo sem contar com as questões que os representantes e administradores públicos insistem em gastar o seu tempo e, até, a sua paciência.
E mais... Compreender que a delicadeza do momento, se mal cuidada, pode produzir, mais uma vez, um orçamento “mostro”, não pelo tamanho, mas pela definição das propostas que continuarão saindo mal elaboradas, implicando em falta de equalização nos gastos e com verdadeiros vertedouros de incontrolável vazão dos escassos recursos públicos.
A administração pública precisa gastar bem o dinheiro do contribuinte, agora, nesse momento, para que os resultados apareçam, doutra forma todo esperança que a população ainda possa ter também sairá pelo mesmo vertedouro, no meio das impurezas administrativas.
O Brasil está em crise, mas o Amapá não precisa assumir esse discurso, senão, daqui a pouco vamos também apoiar racionamento de água tratada.
Acorda Amapá!
Agora é o nosso tempo!      

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Crise política chega ao Parlamento Amapaense

Rodolfo Juarez
Mesmo nos momentos mais críticos até agora havidos, os registros não demonstram nada que possa ser comparado com o que está acontecendo neste começo de dezembro, ocaso de 2015, na política do Amapá.
Dá a impressão que há uma crise de liderança e que as questões pessoais passam a ser muito mais importantes do que qualquer outra crise que esteja se abatendo sobre o Estado. Nem mesmo os problemas alegados têm magnitude do que se observa na relação entre os órgãos que tem a responsabilidade de repartir a gestão do Estado.
Um agora está querendo intervir no outro!
Nem mesmo o que aconteceu quando da Operação Eclésia, quando as forças públicas, orientadas por outros órgãos do Estado, invadiram a Assembleia Legislativa e de lá retiraram documentos que viriam servir de provas para mais de 20 ações criminais e 50 ações cíveis na justiça amapaense.
Recentemente houve a tentativa dos deputados estaduais intervirem no Poder Executivo do Estado, alegando a atribuição de fiscalização geral que a Assembleia teria sobre os demais órgãos.
Os partidos com assento na casa chegaram a indicar os 5 deputados que constituiriam a comissão processante que poderia retirar do cargo o governador do Estado. Não deu certo a tentativa, muito mais pela falta de consistência na acusação, mas causou um embaraço muito grande para o chefe do governo e incerteza para boa parte da população, principalmente aquela que forma a ala dos investidores.
Agora, no primeiro dia de dezembro, Dia do Laudo Suíço, quando chegam os 125 anos que o Amapá definiu as suas fronteiras, é a vez de ocorrer a revolução parlamentar quando 13 deputados se uniram, em maioria simples, e decidiram afastar o presidente da Assembleia Legislativa.
Claro que esses procedimentos geram uma balburdia só, por mais explicações que sejam dadas e por mais justificativas que sejam apresentadas.
O problema está criado deixando de se discutir a principal lei estadual, a Lei do Orçamento Anual, que define onde vai se gastar a receita prevista para 2016, para cuidar de quem vai ser o presidente enquanto o outro presidente estiver afastado.
O povo, do lado de fora, vê que a sua casa passa por dificuldades de governança e prejudica, ainda mais, a confiabilidade do que pode sair dali.
Há poucos dias, em ato simbólico, um do povo se habilitou para passar esfregões na calçada do prédio da Casa do Povo como ato de protesto pelo que estava prestes a acontecer, agora, o problema é interno, onde a medição de forças vai exigir dos dirigentes e dos não dirigentes, comportamentos defensivos que desviarão a atenção principal dos trabalhos legislativos que não podem parar.
Em nível nacional já se prega abertamente uma nova eleição, quando se observa que o país está sem comando e as principais lideranças do governo estão sem condições de assumir os seus postos pelas mais diversas razões. Aqui no Amapá, também não seria demais pensar em outra eleição geral, zerando tudo, entregando o comando para o povo escolher, mais uma vez, os seus dirigentes e representantes.

O velho ditado continua atualíssimo: “Quem quer muito traz de casa!”    

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A nota zero e o silêncio dos gestores

Rodolfo Juarez
Terminou ou mês de novembro e nenhum dos problemas da população está suficientemente equacionado para garantir, no final do ano, tranqüilidade para as famílias que, ansiosamente, esperam o começo do ano que vem.
Ninguém, nem mesmo os mais otimistas, garantem melhores perspectivas para os governos e para as administrações que se debateram durante todo o ano de 2015 e não conseguiram nada a não ser dar desculpas e fazer justificativas.
O Estado do Amapá fecha o ano com nota zero no quesito transparência na administração pública estadual, muito embora haja um esforço muito grande da parte do senador João Capiberibe no sentido de divulgar a Lei da Transparência e a Lei de Acesso a Informação, como instrumento fundamental para o combate à corrupção.
No entendimento geral se sabe que a corrupção é inversamente proporcional à transparência. Isso é, quanto maior o nível de transparência de uma administração, menor é o nível de corrupção e, quanto menor o nível de transparência, maior nível de corrupção nessa mesma administração.
A nota zero que a Controladoria Geral da União (CGU) deu para a Administração do Estado do Amapá, apesar de não ser um dado definitivo, é um forte indicativo de que o espaço para a corrupção está garantido e em alto grau.
Depois da avaliação do nível de transparência no Amapá feito pela CGU, a estranhar está o posicionamento daqueles que deveriam contestar o dado, principalmente a Controladoria Geral do Estado que não se manifestou publicamente ou fez apenas uma tímida manifestação, sem assumir qualquer compromisso, não com os analistas da CGU, mas com o povo do Amapá que reclama, e muito, da falta da transparência nas ações desenvolvidas pelo Governo do Estado.
Nem mesmo o senador do PSB, João Capiberibe, se manifestou com a veemência necessária sobre a nota zero que foi atribuída ao Amapá, nem a nível nacional, como em nível local.
Alguém tem que dizer, pelo menos, que se trata de uma questão do exato momento em que foram colhidos os dados pelos técnicos da CGU. Mas é preciso informar à população os motivos dessa indesejada avaliação.
Em qualquer teste que se faça a nota zero é muito doida. Para aqueles mais responsáveis é um desastre em qualquer circunstancia, entretanto, para os administradores públicos amapaenses, parece que a nota não incomodou e nem motivou cada um deles a um propósito: mudar o cenário em curto prazo.
Falando em prazo, a própria Controladoria Geral da União está exigindo que, em seis meses, a administração pública estadual tome providências para que o nível de transparência nessa administração se recupere e se integre na normalidade, valorizando os tributos que são pagos pelos contribuintes para sustentação da chamada “máquina pública”.
É assim que está terminando o penúltimo mês do ano, com o esse problema dominando as discussões administrativas, com os servidores do Estado trabalhando com muitas dificuldades, seja para atender às necessidades administrativas básicas, seja para observar a valorização dos seus conhecimentos.
Além disso, os pagamentos atrasados de fornecedores de material e serviços já não são admitidos pelos próprios aliados ou agentes importantes da administração que começam a reclamar dos seus gestores e pedir desculpas para os fornecedores.
A gestão atual pode ainda ser mais questionada quando, no final do exercício perceber que não houve queda na arrecadação total prevista no orçamento e que as quedas na arrecadação dos tributos do Estado foram compensadas, com sobra, pelo aumento nas transferências constitucionais, principalmente na conta do FPE.
A nota zero atribuída à transparência na administração do Estado, até agora, ainda é comentada no âmbito popular e ninguém, ninguém mesmo, compreende o silencio daqueles que têm a atribuição e incumbência para mudar o cenário.

sábado, 28 de novembro de 2015

O Orçamento do Estado para 2016

Rodolfo Juarez
Os deputados estaduais estão no processo de construção do orçamento público para o ano de 2016.
Antes, em meados deste ano, os mesmos deputados já aprovaram a Lei de Diretrizes Orçamentárias, definindo a espinha dorsal do documento. Agora é o serviço de elaboração da Lei do Orçamento Anual, instrumento insubstituível na orientação dos gastos da Receita Pública.
O momento é oportuno para se modificar essa “cartilha” que, afinal de contas é o instrumento mais eficaz na gestão do dinheiro decorrente da arrecadação dos tributos pagos pelos contribuintes aqui no Amapá e através da União.
Como não tem um plano de desenvolvimento para seguir, ou outro qualquer instrumento a não ser o Plano Plurianual, elaborado pelo Governo para servir de orientação, durante os próximos 4 anos, para todos os gastos do Estado, resta inserir na Lei do Orçamento Anual também os mecanismos de controle dos gastos e inibidores de artifícios sempre usados pela Administração Estadual como, por exemplo, o contingenciamento.
Os deputados precisam deixar às claras as obrigações dos executores com relação ao cumprimento da Lei de Acesso a Informação, para que todos os movimentos sejam acompanhados por analistas que abastecerão a população das informações enquanto os órgãos do Estado não entenderem que têm essa obrigação.
Deixar claro, também, que para haver qualquer alteração na execução do orçamento é indispensável, para a efetivação, a aprovação legislativa pelo mesmo quorum que aprovou o orçamento. Isso evitaria os contingenciamentos que, em última análise, é uma mutilação à distribuição da receita arrecadada pelos diversos elementos de despesa aprovada.
O exemplo dado este ano é suficiente para mostrar que o orçamento não é levado a sério, como não é levado a sério o trabalho que os deputados têm para conhecer, alterar, votar e aprovar a principal peça administrativa e de planejamento a que o Estado se reporta.
Deixar bem claro que repassar aos poderes a mais ou a menos do que está estabelecido na Lei do Orçamento é terminantemente proibido e que não está no rol da discricionariedade do governador e de qualquer dos seus auxiliares.
As modificações precisam ter aprovação legislativa e estar devidamente transformada em Lei.
Os técnicos que elaboram o orçamento o fazem tomando por referência apenas a perspectiva da variação da Receita, não dispondo de elementos técnicos, suficientemente seguros, que possam retratar a atualidade do Estado ou a política de desenvolvimento.
As propostas que desembarcam no legislativo amapaense são repetidas a cada ano, com alteração de números e com os mesmos vícios de outros exercícios, a não ser que, ali esteja inserido algo que contrarie a legislação, principalmente aquela que trata da transparência ou ao acesso a informação.
Apesar das dificuldades de momento, a resposta para todos vem no que está previsto arrecadar como receita da transferência constitucional, principalmente na rubrica FPE onde as perspectivas são de superávit.
O Amapá não suportaria perder mais um ano, pois o momento é diferente, devido o pessimismo com que termina o ano de 2015 que, provavelmente, apesar de toda a despesa que será contabilizada, os avanços anotados serão muito poucos, para a população que cresce em percentuais maiores que o dobra do crescimento da população nacional.
Um orçamento bem feito é o que o Amapá precisa para obrigar aos executores fazer uma boa gestão do dinheiro dos tributos.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Para que serviu o contingenciamento?

Rodolfo Juarez
Afinal de contas, para que serviu o contingenciamento do Orçamento Público do Estado? Qual o significado de considerar prioridade a educação, saúde e segurança pública, se não foi dado um tratamento de prioridade para estes organismos do Governo do Amapá?
Passados onze meses, por mais simples que seja o levantamento feito em qualquer um dos órgãos considerados prioritários, as modificações na prestação de serviço dependeu, exclusivamente, como no caso da Segurança Pública, dos seus agentes e dirigentes.
A saúde pública na parte que cabe à responsabilidade do Estado continua em situação muito difícil. Os que precisam acessar o sistema têm imensas dificuldades e as melhorias esperadas não se confirmaram, mesmo com as mudanças havidas considerados os primeiros dias da Administração.
A educação não se firmou. Os problemas com os atrasos de pagamento de prestadores de serviço, movimento dos professores, insatisfação de todos e resultados nas provas nacionais continuam indicando que ainda estamos muito longe de atingir as metas que integram os planos de educação do Estado.
Ora, se os órgãos que foram escalados para receber a atenção especial da Administração se encontram em grandes dificuldades, então há de se pensar: para que valeu o sacrifício do contingenciamento? De que valeu a declaração de situação de emergência, especialmente no setor saúde.
Até as obras dos setores considerados prioritários, a maioria financiada com recurso do empréstimo feito junto ao BNDES, não andou e quando andou foi muito aquém do que era preciso, demonstrando que continuam erradas as medidas tomadas para acelerar o processo e responder para a população, já demais prejudicada, especialmente devido a qualidade dos serviços que presta.
A segurança pública, nos quatro primeiros meses, conseguiu, com o esforço dos gestores, a convencer a população que atravessa um novo tempo, entretanto, recentemente, a crise no abastecimento de combustível, revelou que nada mudara ou a prioridade alegada não havia se confirmado.
O Orçamento Público tem prazo para concluir a sua execução e, desde o começo, os executores do Orçamento do 2015 do Estado do Amapá, sabiam que tudo o que está previsto se encerra no dia 31 de dezembro de 2015. Estamos um mês daquela data e, até agora, não houve a contra-ordem para o descontingenciamento dos recursos que, estrategicamente ficariam parados.
Das duas uma: ou não foi obedecida a orientação do comando da administração; ou o dinheiro foi gasto com outras destinações, contrariando a Lei do Orçamento que, afinal de contas, é aquela que orienta todas as despesas do setor público estadual.
Os diretamente prejudicados, a população, ficaram esperando pelos resultados que não apareceram, a não ser os entreveros e as brigas entre pessoas e entre representantes de importantes poderes do Estado.
As promessas inseridas nas propostas constantes do orçamento de 2015 não deixaram de ser, apenas, propostas e não foram transformadas em realidade para melhorar a qualidade de vida da população e a esperança de melhores para os que moram no Estado do Amapá.

Para se ter uma idéia, contingenciar 40% do Orçamento Público do Estado do Amapá, com exceção da saúde, educação e segurança pública, significa represar, no mínimo oitocentos milhões de reais que deveriam estar disponível para não contrariar a própria Lei do Orçamento, aprovada pela Assembleia Legislativa para ser executado pelos Poderes do Estado.  

domingo, 22 de novembro de 2015

O caminho errado escolhido pela CEA

Rodolfo Juarez
Entre tantas crises mais uma está criada. Esta entre os dirigentes da Companhia de Eletricidade do Amapá e os consumidores que têm contrato com a empresa para fornecimento de energia elétrica.
Não se trata de razão ou motivo, se trata do pouco caso, a partir da empresa de energia, no que se refere ao tratamento que deveria oferecer aos consumidores.
Como se não bastassem as condições como a CEA foi federalizada, os dirigentes que assumiram a direção da empresa não tiveram a sensibilidade para entender a situação e, principalmente, o sacrifício a que foram expostos os consumidores, quando das tratativas mal feitas e prejudiciais para os consumidores.
Vale destacar que os consumidores em nada contribuíram para o péssimo resultado obtido pelos que ficaram responsáveis pela administração da empresa que, inclusive, tornaram sistemático o não pagamento da geradora de energia, enquanto os consumidores eram cobrados por cada kilowatt consumido.
Recolhidos às salas com ar condicionado do prédio da administração da empresa, os dirigentes pós-federalização pouco se importaram com os consumidores que estavam do lado de fora das salas e, apenas pretendiam que assumissem as responsabilidades por tudo de errado ocorrido na gestão da CEA.
Como se não bastassem os aumentos ditos recuperadores da tarifa real, o consumidor amapaense ainda teve que responsabilizar-se pela energia de fonte termoelétrica, considerada mais cara, que a CEA passou a comprar como integrante do “sistema nacional” que passou a ser justificativa para tudo.
O preço de qualquer produto ou serviço é decorrente: ou da margem de lucro que a empresa fornecedora pratica, ou do sistema de compra que utiliza.
A CEA alega que compra a energia mais cara e por isso tem que vender mais cara. Ora, ninguém tem nada a ver se a CEA assume a compra de energia mais cara. O Amapá gera, atualmente, muito mais energia do que consome, isso quer dizer que não precisaria fazer qualquer compra de energia mais cara.
O consumidor vê apenas as suas notas de cobrança, emitidas pela CEA, com valor cada vez maior e exigindo uma capacidade de pagamento que o consumidor não tem. É suficiente lembrar que, bastaria isso para que o consumidor merecesse da empresa melhor explicação por cada centavo que seja inserido na sua costumeira conta.
Nenhum consumidor está se negando a pagar a conta do que consome atualmente. O que ele não concorda e em pagar todos os mal feitos de uma mesma empresa que obrigou o mesmo consumidor a ficar devendo um bilhão e quatrocentos milhões de reais, repassados para abastecer as contas da Eletronorte, uma empresa pública, e ainda ficar sujeito ao que os atuais dirigentes da empresa fazerem o que eles acham que precisam e devem fazer.
A criação do movimento todoscontraacea é muito mais o resultado do desafio que a CEA fez para os seus consumidores do que a vontade dos consumidores em criar problema para a empresa.
O consumidor não concorda com o a forma como a empresa se relaciona com ele e se revolta com o tratamento que recebe.
A empresa tem um débito social imenso que se reflete atualmente na qualidade do serviço que presta, no qual ninguém confia e não transmite a certeza que uma empresa séria deve passar para os seus clientes.

Se não houver uma mudança na forma de se relacionar com o consumidor a Companhia de Eletricidade do Amapá corre o risco de entrar para o rol das empresas indesejadas pelos clientes e, assim, seguir por um caminho difícil, tanto para a empresa como para seus dirigentes.

sábado, 21 de novembro de 2015

A hora do balanço

Rodolfo Juarez
Está chegando a hora de fazer os balanços, analisar os resultados alcançados e catalogar os elementos que serão usados no processo de retroalimentação do que foi planejado para o ano que está acabando, comparando com o que foi executado.
Uma regra simples, mas fundamental para se atingir as metas estabelecidas para o período seguinte.
Isso vale para qualquer administração. Pública ou privada. Corporativa ou doméstica. Todos precisam avaliar, detidamente, o desempenho pessoal e das equipes para as quais foram dadas atribuições.
Atualmente, com as incertezas e os erros, o balanço dos resultados assume grande poder de referência para todos aqueles que têm a responsabilidade de gerenciar uma pequena ou grande organização.
É o que estão fazendo os empresários, as famílias, as empresas, as corporações e que deve fazer a Administração Estadual, desde os resultados materiais até aqueles que são medidos pelo nível de relacionamento entre pessoas ou grupo de pessoas.
Vale para cada órgão do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário, inclusive para os órgãos com responsabilidade complementar como o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado.
Estes cinco organismos, como gerentes dos interesses da população precisam apresentar os balanços avaliados para poder indicar, para a população, como foi o desempenho do Estado durante todo o ano.
De nada adianta um órgão sair-se muito bem se o outro sair-se mal durante o mesmo período. A avaliação do Estado será referenciada pela avaliação do pior dos seus órgãos, partindo da idéia de que o Estado é uma corrente onde os elos são os órgãos que assumem a responsabilidade da administração parcial e complementar.
Na conjuntura de um Estado da Federação Brasileira, na forma como a Constituição da República estabelece, a gestão é compartilhada, entrelaçada, com independência, mas com harmonia, e os erros de um são erros de todos aos olhos do “rei” – a população.
É preciso que esse “rei” – a população -, tome conhecimento desse balanço social, administrativo, econômico e de relacionamento para poder avaliar também, se pode continuar confiando naqueles que escolheu ou que se dispuseram a ser escolhidos para serem os seus representantes nessa sociedade ampla e geral.
Se na avaliação que for feita surgir a necessidade de mudanças no modo de agir como condição para atingir os interesses da população, então que seja operada essa mudança nem que para isso, algumas pessoas tenham que ser substituídas, reeducadas, emponderadas, ou mesmo ignoradas, se assim for necessário, para que os resultados pretendidos sejam alcançados.
No prefácio da avaliação que pode ser feita no final deste ano, tem-se a impressão que algumas constatações de pessoalidade, arrogância, erros, faltas no relacionamento e imprudência serão relatados, mesmo assim há ambiente para se esperar, nos parágrafos seguintes do mesmo prefácio, as propostas de mudança que exijam honestidade, compromisso, moralidade em busca da eficiência administrativa e no tratar dos interesses públicos em geral.
Chega de tantos erros, de tanta arrogância, de tanto mal tratar.
A população está irritada, descontente e no limite de sua paciência com aquele aos quais entregou a direção de suas esperanças e de seus interesses.

Isso que dizer que os cometidos pelos administradores em 2015 precisam servir para alguma coisa, nem que seja a referência de que esse proceder não pode ser repetido em 2016, pela simples razão da população não merecer tanta desconsideração e ser levada a não confiar nos seus governantes.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Os Poderes do Estado

Rodolfo Juarez
Para cuidar da gestão dos interesses do Estado a sabedoria humana dividiu a administração em poderes. Por isso se organizou a divisão da gestão estadual nos poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário.
Poderes auxiliares e independentes mostraram-se necessários e foi assim que foram criados e instalados o Ministério Público e o Tribunal de Contas, além da Defensoria Pública, que no Estado do Amapá ainda não está na lista dos poderes independentes e harmônicos.
A forma de escolher os titulares desses órgãos estaduais não é a mesma. O Executivo (governador) é pelo voto popular; o do Legislativo (presidente), pelos deputados eleitos pelo povo, um entre eles; o do Judiciário (presidente) pelo Colégio de Desembargadores e nomeado pelo governador; o do Ministério Público (procurador-geral), pelos procuradores e promotores, nomeado pelo Governador; e do Tribunal de Contas (presidente) eleito pelos conselheiros.
Tanto a Constituição Federal como a Constituição Estadual determinam que os Poderes do Estado sejam independentes e harmônicos entre si.
A independência é administrativa e financeira. A harmonia é a condição para que os resultados tenham um único objetivo: melhorar a qualidade de vida da população.
Desde quando se imaginou que os Poderes do Estado teriam sua autonomia administrativa e financeira sem a harmonia ordenada nas constituições, que começaram as dificuldades do Estado que passou a ser o ente fragilizado dando oportunidade para que a esperteza e o caos prosperassem.
A corrupção foi favorecida, as dificuldades aumentaram, as responsabilidades não foram distribuídas, prevalecendo o desgastes pela disputa e a ocupação para a preservação da proposta original.
Enquanto havia dúvida sobre a capacidade de comando de um ou de outro órgão estadual, cada um deles buscava elementos para o seu próprio fortalecimento nos erros e no arroubo dos outros, chegando ao ponto de um órgão do mesmo governo entender que precisaria invadir o outro para obter comprovação de malfeitos.
Enquanto isso algumas práticas foram se consolidando, interna e externamente em cada órgão, e a aplicação das exceções virou regra.
Dentre essas regras aquela centrada na proposta de que um órgão pode sobreviver sem o outro e se entender que esse outro está dificultando as coisas, usa de seus instrumentos para fragilizar como se, junto com o órgão atacado, também não ficasse fragilizado, considerando que todos fazem parte do mesmo ambiente administrativo.
A administração estadual passou a ser medida pelo órgão que apresentava o pior desempenho aos olhos da administração e os agentes públicos, de todos os órgãos, passaram a merecer avaliação do patrão de todos – a população.
O caso recente, criado pelo que ficou conhecido como antecipação de duodécimo, ou “as pedaladas no orçamento” denunciado pelo Ministério Público, analisado pelo Tribunal de Justiça e pelo Tribunal de Contas, trouxe um entrevero administrativo entre o Executivo e o Legislativo patrocinando, até agora, discussões áridas servindo de espetáculo para os outros órgãos que estão na espera do desfecho do entrevero para entrar em campo como se fossem juízes de contendas das quais não tivesse direto interesse.
A briga verdadeira seria de todos os órgãos do Estado – Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas -, contra as dificuldades ocasionais advinda da alegada crise, mas foi entregue a dois dos cinco protagonistas que, quando cansarem à estafa, serão “socorridos” com “injeções” direcionadas a outros interesses que não os da população do Amapá.
Os dirigentes estaduais, todos eles, precisam se acautelar para evitar prejuízos maiores para o patrão de todos: a população.

Já se pode dizer que, também por causa desse desentendimento, o ano de 2015 será um ano perdido.