domingo, 29 de março de 2020

A reveladora Carta dos Governadores


Rodolfo Juarez
Os governadores dos estados brasileiros reuniram-se, no dia 25 de março de 2020, quarta-feira passada, com a justificativa de que “foram convocados por suas populações” para agir na contenção do ritmo de expansão da Covid-19 nos limites dos seus respectivos territórios. Na carta identificam o novo coronavírus como “um adversário a ser vencido com bom senso, empatia, equilíbrio e união”.
Contendo a síntese da reunião, os governadores divulgaram logo depois do término do encontro uma carta, sem destinatário, com três grupos de pedidos, todos focados em um único objeto – dinheiro -, tendo na mensagem três redações diferentes, sem comprometerem-se com qualquer tipo de meta, inclusive física, que oportunizasse aos órgãos de controle de gastos públicos, avaliar a eficácia dos gastos que os governadores fariam no enfrentamento do “adversário a ser vencido”.
O que causou estranheza foi a parte da carta que afirma que os governadores consideram essencial a liderança do presidente da República e a parceria com eles, mais os prefeitos e chefes dos demais poderes, sendo que estes últimos não participaram da reunião ou para ela foram chamados.
Identifica-se uma confusão de objetos na proposta dos governadores, pois, no mesmo parágrafo que alega que a “doença altamente contagiosa deixará milhares de vítimas” afirma que a decisão prioritária “e a de cuidar da vida das pessoas”. Não estima o número de vítimas e muito menos o número de pessoas que terão a vida cuidada por eles.
Alegam, também, que o pedido de apoio é urgente e são os mesmos já feitos em outra carta, assinada per eles mesmos, em 19 de março de 2020.
Como dito anteriormente, o centro da questão é dinheiro. Alegam que para fazer o que disseram, em regra, no plano de governo apresentado no dia do pedido de registro de sua candidatura, durante a campanha e no dia das respectivas posses, precisam de dinheiro, muito dinheiro.
Para fazer as suas obrigações, aquelas que dizem “convocados por suas populações a agir”, os governadores dizem não ter dinheiro, que os estados estão “quebrados” e querem: a) suspensão do pagamento da dívida dos estados com as organizações nacionais e internacionais; b) permissão para utilizar o FPE e ICMS como garantia para operações de crédito nacional e internacional; c) alongamento, pelo BNDES, de prazos e carências; d) viabilização emergencial e substancial de “recursos livres” aos estados; outros, mas tendo como foco mais dinheiro.
Assim são os governadores dos estados da Federação Brasileira. Exatamente como já descrito noutros momentos. São oportunistas, sem criatividade, dependentes completos da União, ambiciosos, sem qualquer reserva para emergência, sem crédito com o empresariado do respectivo estado e acostumado a botar sua culpa na costa do primeiro que aparecer.
As qualidades que elegem como fundamentais para vencer o novo coronavírus são: bom senso, empatia, equilíbrio e união.
Se essa escolha foi a melhor, então o “o adversário a ser vencido” já venceu. Não há como reconhecer nos governadores dos estados, com raríssimas exceções para justificar a regra, quaisquer dessas qualidades e nem mesmo outras como: sinceridade, honestidade, vontade de fazer, responsabilidade, confiança dos funcionários, entre outras que o momento exige.
São, isso sim, politiqueiros, descomprometidos, engessados e sem iniciativa, mas arrogantes e ambiciosos.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Conseguiram parar o Brasil


Rodolfo Juarez
Os políticos brasileiros, com raras exceções para justificar a regra, estão realmente sem noção ou iludidos por uma realidade que só eles conseguem ver, e a partir dela servir de fantoche para os interesses inconfessáveis de uma mídia que se acostumou, em todas as localidades do Brasil, a defender seus próprios interesses, independente do veículo que utiliza, valendo-se de uma regra constitucional favorável e da qual faz trincheira para defender-se quando enfrentada ou contrariada.
O coronavírus é uma coisa séria, atual, e que precisa ser enfrentada por todos: jovens e idosos, conhecedores ou não do problema. Infelizmente vem sendo usado para queda de braço entre políticos ambiciosos, oportunistas, aproveitadores e que não respeitam ninguém do povo, e seriam aqueles que têm a obrigação de encontrar solução conjunta para defender a população do ataque grave de um só “soldado” – o do novo coronavírus.
Uma disputa de governadores, com egos inflados por um criminoso oportunismo que está desviando a atenção da população e fazendo essa mesma população desconfiar de tudo o que é dito e que ouve.
Os idosos (coitados!), mesmo aqueles que não têm casa, são mandados para casa (?), cristalizando, de forma enfática, uma discriminação em nome de uma falsa proteção, tendo em vista que, ao mesmo tempo em que ordenam o recolhimento e botam as forças policiais para agir, repressivamente, não lhe presta qualquer assistência ou lhe dá qualquer cobertura para, mesmo disfarçada, justificar procedimento tão repetido, burro e injustificável.
Cada governador quer proceder como se fosse um rei, querendo gastar dinheiro e transferindo a satisfação de sua vontade para outros, muito embora, em todo o passado recente, não tenham reservado um real para atender às necessidades advindas dos serviços de saúde pública.
Valem-se, esses governadores, da mesma regra quando da ocorrência de qualquer desastre nos limites do estado que disse que ia governar. A primeira providência que toma é declarar um estado de exceção para, em seguida, fazer o pedido de recursos para a União, com a desculpa da urgência e que precisa comprar sem licitação.
Daí em diante os administradores “se arrumam”, a imprensa jabazeira se anima, falando, todos os dias, as mesmas coisas, às vezes sem mudar, sequer, o número das tabelas estatísticas, que passam a ser o seu principal instrumento de apoio às suas intervenções.
Enquanto isso, aqueles que são apontados como principal alvo do novo vírus, os idosos, estes estão pelos cantos, assustados e desconfiando de tudo e de todos, como também, desprotegidos e ignorados, mas sabendo que estão orientando os netos para ficarem longe deles. Uma verdadeira desumanidade!
Esquecem esses governadores, que eles foram e são os responsáveis pela falta de hospitais, unidades de saúde, equipes de saúde (médicos, enfermeiros, auxiliar de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas e todos os demais profissionais que formam uma equipe).
O Amapá e muitos outros estados da Federação são exemplo acabados e perfeitos dessa esculhambação, dessa falta de responsabilidade, que deixa um povo entregue à própria sorte, sendo pisoteado por insanos e falsos políticos, aplaudidos e nominados pelas suas respectivas claques instaladas nas confortáveis e iluminadas estúdios de apresentadores de TV e rádio, e nas redações de jornais impressos.
Assim, conseguiram parar o Brasil e assustar a população! Mas vem o troco.

segunda-feira, 23 de março de 2020

O dia que a cidade parou


Rodolfo Juarez
Sábado, 21 de março de 2020, Macapá, capital do Estado do Amapá, no Norte do Brasil, na margem esquerda do rio Amazonas, com mais de 500 mil habitantes, parou.
Unidades industriais, comerciais (exceção para a cadeia de alimentos e de remédios), de serviços, autônomos, serviço público (exceção para a segurança pública e serviço médico), não funcionaram e a imensa maioria da população, atendendo às orientações das autoridades gerenciais e sanitárias, ficaram em casa.
Mesmo assim foram registrados, como exceções para confirmar a regra, comportamentos marginais, por aqueles que estão sempre dispostos a descumprir regras comuns, alegando que têm livre arbítrio, direitos previstos na Constituição Federal, como o de ir e vir, além daqueles que, por consciência (ou inconsciência) sempre estão do lado contrário da corrente principal e mais importante para todos.
As ruas, praças e parques vazios foram a resposta de uma população que está disposta a afastar o perigo da contaminação em massas pelo novo coronavírus, achatando a curva de contaminação e evitando um caos maior que obrigaria profissionais de saúde escolher quem vai ou quem não vai morrer.
Os idosos (acima de 60 anos), os que estão acometidos de doença crônica, ou são diabéticos, ou hipertensos, estão nos respectivos grupos de riscos, entretanto as informações mais recentes dão conta que nenhum grupo etário, ou em perfeita saúde, está imune às agressões do novo coronavírus.
São registrados, entretanto, comportamentos completamente fora do trilho de alguns veículos e comunicação e profissionais de imprensa, que insistem na manutenção de ficar fora da corrente da imensa maioria que quer ver a população brasileira e a população amapaense fora do risco de morte devido à pandemia, conforme classificou a Organização Mundial de Saúde.
Nesse momento, em que as pessoas, inclusive aquelas que há tempo não ficavam em casa por um dia inteiro, estão atentas às notícias, não podem ser enganadas por esses veículos ou por esses arrogantes jornalistas que, olhando só para o seu próprio umbigo e ignorando o que interessa à população, alimentando intrigas pessoais ou de grupos, tiram conclusões equivocadas, e colocam as suas ideologias (seja qual for) e interesses acima do interesse coletivo.
Estamos em um momento que a população precisa de orientações e quem não as têm para dar, precisa calar e esperar o tempo em que tudo esteja calmo, que o ambiente permita separação de pessoas conforme grupo de interesses e o exercício do livre arbítrio e dos seus direitos constitucionais ou legais, para voltar a opinar.
Esses grupos que estão no mercado e os próprios jornalistas que aderem ao individualismo precisam deixar de agir como animais irracionais. Todos precisam praticar a solidariedade, cultivar a informação necessária para que ela nasça pura e verdadeira. Aquelas pessoas ou instituições que têm necessidade de mostrar que é “do contra”, inclusive contra ele mesmo, esperem um pouco. Deem uma chance para o interesse geral e a solidariedade.
Não é porque dispõem de um parque jornalístico, alguns construídos com inconfessáveis “negócios”, ou da internet e as redes sociais, disponibilizadas pela inovação tecnológica, que vamos mostrar que não temos alma ou interesse no bem comum, divulgado matérias falsas e propondo comportamentos que desunem.
Que, nesse momento, por esta vez pelo menos, todos entendam a gravidade do momento e todos, sem exceção, contribuam para diminuir os riscos de morte e as consequências para a vida.

quinta-feira, 19 de março de 2020

Amapá: o serviço de saúde pública em tempo de coronavírus



Rodolfo Juarez
A população de Macapá, como de resto de todo o Estado, está assustada com o cenário que foi construído por parte da imprensa e das redes sociais, em nível nacional e que chega filtrada pelos interesses, às vezes escusos, de pessoas que dão a impressão que querem adotar o caos como referência.
Ninguém tem o conhecimento perfeito do novo coronavírus ou o suficiente para propor uma instrução que seja a melhor. Todos, mesmo os leigo, se baseiam em conhecimentos científicos ou empíricos para dar a sua opinião sobre um assunto que ninguém ainda conhece direito.
É claro que os estados com maior população no Brasil como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, entre outros apresentam o maior número de confirmação e de suspeitos de estar contaminado, e os de menor número de habitantes, como é o caso do Amapá, um número menor, mantendo a média histórica.
Muito embora essa situação não sirva de alento para a população local ou de desculpas para as autoridades sanitárias, aqueles por confiar na sua imunidade em decorrência do habitat onde mora e, estes, por não dar conta, sequer, das rotinas de saúde e, com mais dificuldades, com o incremento de pacientes infectados pelo coronavírus.
O fato é que todos têm que cuidar para melhorar a higiene e incorporar esse “exagero atual” na sua rotina “de sempre” e, quem sabe, permanecer com esse comportamento daqui em diante.
Não servem de exemplos aqueles que majoraram o preço dos produtos indicados eficaz na prevenção, principalmente. Estes não estão compreendendo o que está acontecendo e, certamente, terão problemas, no futuro, para resolver com o seu próprio, agora cliente, que apontará o endereço do inconsequente como aquele a ser evitado.
As dificuldades locais são maiores que as de outros centros. A disponibilidade de leitos sairá caro para o contribuinte que já pagou várias vezes esses leitos hospitalares e não conseguiu tirar proveito, isso por vários motivos, mas um se destaca e se mostra como uma verdadeira desgraça – a corrupção.
A população do Estado do Amapá tem sido maltratada e mal atendida, quando precisa dos serviços de saúde pública. E não é por desconhecimento da realidade ou inapetência dos profissionais, mas pelo tratamento que é dado ao setor de saúde no estado, onde os ambientes hospitalares e as condições de trabalho não têm sido prioridade para o Governo do Estado.
Mesmo nesse momento, quando há grande apelo pela saúde pública, os gestores parecem que têm dificuldades para tomar iniciativa, ou não se preocupam em alinhar o que falam com a realidade. Os problemas do dia-a-dia já seriam suficientes para grande preocupação. Imaginem agora com esse aditivo imposto pelo coronavírus.
Até mesmo os materiais que são exaustivamente indicados como necessários para evitar a contaminação pelo novo coronavírus não são disponibilizados nas próprias casas de saúde administradas pelo Governo do Estado. Apenas como exemplo, o álcool gel a 70% sugerido para a desinfecção das mãos, não é oferecidos, sequer para os profissionais de saúde. Os enfermeiros, auxiliares de enfermagem e técnicos de enfermagem, estão usando álcool impróprio para a limpeza das mãos. Esta situação está provocando alergias, com coceiras que transformam a pele das costas das mãos daqueles profissionais e preocupação aos pacientes e acompanhantes.
As máscaras são as mesmas, sem a segurança recomendada, e por várias razões, entre as quais a impossibilidade de troca a cada 4 horas.
Os gestores do município de Macapá fazem um grande esforço para melhorar o atendimento nas unidades básicas de saúde mas, para atender às exigências atuais, em tempo de coronavírus, não tem dado conta.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Macapá-AP em estado de alerta epidemiológica


MACAPÁ EM ESTADO DE ALERTA EPIDEMIOLÓGICO
Rodolfo Juarez
Até domingo o mapa do Brasil apresentava o Estado do Amapá como não tendo casos suspeitos da COVID-19, uma variação do coronavírus que já trouxe para a população o SARS-CoV e MERS-CoV, já bem conhecidas pelos cientistas. Os vírus que provocam estas doenças chegaram aos humanos por contato com animais: gatos, no caso da Sars, e dromedários, no vírus Mers.
No caso desse novo coronavírus que provoca a COVID-19, ainda não se sabe como se deu a primeira transmissão para humanos. A suspeita é que tenha sido por algum animal silvestre. O tipo de animal e forma como a doença foi transmitida ainda são desconhecidos. Uma hipótese é que o novo vírus esteja associado a animais marinhos. Entretanto, ao menos duas pesquisas apontam outras possibilidades: uma delas cita a cobra e, outra, os morcegos.
O fato é que a doença se disseminou pelo mundo e já está nos cinco continentes e em mais de 100 países. Nas Américas as notícias vindas do norte são preocupantes. No Canadá e nos Estados Unidos o número de pessoas acometidas da COVID-19 se multiplica a cada dia. Na América do Sul o Brasil já apresenta mais de 120 casos confirmados e mais de mil suspeitos. No Amapá, na sexta-feira, dia 13 de março, foi anunciado o primeiro caso suspeito, uma mulher de 27 anos, vinda de um dos países asiáticos, foi diagnosticada como o primeiro caso suspeito no Estado do Amapá. No sábado, dia 14, outros 3 aumentaram a lista para 4.
Até agora nenhum caso foi confirmado. As autoridades municipais, do município de Macapá já tomaram as primeiras providências para o enfrentamento da situação, apresentando o protocolo de verificação e limitando os eventos com aglomeração de 100 pessoas ou mais.
São medidas que, em tempo de paz, soam extraordinárias para todos, mas essas medidas precisam ser respeitadas e ampliadas conforme a situação de cada família, considerando a composição - crianças e idosos -, estes merecendo mais cuidados devido a pré-existência de patologias que tornam as pessoas mais vulneráveis ao vírus e com menor capacidade de defesa, devido aos outros fármacos dos quais faz uso.
No consciente de todas as pessoas está a saudável prática democrática, com o efervescente e pujante costume de ir e vir dependendo apenas e exclusivamente da vontade de cada qual, mas, nesse momento especial, torna-se preferencial seguir a orientação que seja adequada para a vida em comunidade, abdicando, mesmo que suavemente, dos direitos individuais na parte que cabe a colaboração para o enfrentamento desta situação excepcional.
O momento é de cautela, mas sem indicativo de pânico. Nesse cenário dá, perfeitamente, para todos formarem um exército contra o vírus 2019-nCoV, atendendo as recomendações das autoridades da saúde e da vigilância sanitária, produzindo o desejado bem-comum, sem constrangimentos ou ausência de responsabilidade.
O Município de Macapá já está, desde domingo, dia 15, em estado de alerta epidemiológica, outra medida preventiva e necessária para o momento que já se mostra crítico em muitas pastes do mundo.

quinta-feira, 12 de março de 2020

Corona vírus: situação nacional e global exige determinação e seriedade


Rodolfo Juarez
De repente o mundo apresenta para todos e especialmente para os jovens brasileiros um fato novo e que preocupa a todos, implicando no modo de ver o mundo e no comportamento das pessoas que precisam se reorganizar, pelo menos para praticar o que recomendam aqueles que, aparentemente, podem instruir a todos.
Quem diria que um país rico, como a Itália, chegasse a um ponto em que os seus dirigentes tivessem que optar por medidas tão radiais como aquelas só conhecidas nos ambientes desumanos das guerras?
Pois é, os dirigentes italianos não só ordenaram o fechamento das fronteiras, mas as outras portas - de residências ou de negócios -, com o objetivo de evitar, primeiro o contato com outras pessoas vindas de outros países, e depois, a aglomeração de pessoas nas ruas, praças ou qualquer lugar de ajuntamento de pessoas, inclusive para atender outras ou produzir.
O coronavírus, além de criar muitos problemas para nações, governos, riquezas e a vida em sociedade, ainda trouxe um surpresas para todos aqueles que entendem que a saúde pode ser negligenciada, e os que precisam de cuidados podem esperar. Um engano que é demonstrado todos os dias, mas que não tem sido suficiente para dirigentes governamentais entenderem como prioridade o enfrentamento de problemas que tinha a responsabilidade de resolvê-los.
Infelizmente nesse momento tem muitos dirigentes públicos se escondendo da realidade e outros, também sem escrúpulos, aproveitando a situação para promoção pessoal, demonstrando não ter interesse em agir no sentido de cumprir o seu papel, tão somente.
As notícias vindas das bolsas de valores, apresentadas com ênfase e destaque, pouco entendidos pela maioria da população, preocupando aqueles que não produzem ou produzem muito pouco, e estão com suas riquezas aplicadas em bolsa de valores, engordando os seus estoques, mesmo sem nada produzir.
O sobe-desce das bolsas atordoa muitos ricos que botam e tiram dinheiro, próprio ou de terceiros, conforme a onda, protegidos por uma regra criada por eles mesmos, e que nunca foi não bem explicada para a maioria da população, especialmente aqueles que forma a parte ativa da economia que têm parte dos seus ativos como alimentadores da ganância dos aplicadores.
A economia brasileira, como de resto as economias de todos os países que permitem o funcionamento de bolsa de valores, está sendo afetada por uma pandemia, na classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Nesse momento quem aplica nas bolsas está retirando o seu ativo destas mesmas bolsas e aplicando em outros “negócios” que acham mais seguros como, por exemplo, o dólar americano.
Aumentando a procura do dólar, aumenta o valor daquela moeda, diminuindo o valor das outras, inclusive o real, que na perda de valor deixa os brasileiros com menor poder aquisitivo, e os que tinham algum, pelo menos para comprar o “de comer”, vê diminuir a sua capacidade de compra.
Vê-se, por isso, que estamos diante de uma pandemia que implica não apenas na produção, mas na qualidade de vida das populações que, além de ter-se que proteger-se do caos anunciado, ainda tem que ver a sua capacidade de viver diminuída e restringida, devolvendo a cada um os tempos que já imaginavam vencidos.
A situação é gravidade, revestida de surpresas, e precisa ser enfrentada com determinação e seriedade.

segunda-feira, 9 de março de 2020

É preciso mudar tudo e... urgente!


Rodolfo Juarez
Desta vez pelo menos algumas autoridades sediadas no Estado mostraram preocupação com o que vem acontecendo com a navegação fluvial nos rios da Amazônia e especialmente, com o que aconteceu ao amanhecer do dia 29 de fevereiro deste ano, quando o B/M Anna Karoline III naufragou encerrando a vida de muitos amazônidas que simplesmente precisam se deslocar de Macapá e Santana para algumas das cidades do interior do Pará, deixando famílias enlutadas e muito tristes.
Uma tristeza que aumenta quando olha pelos caminhos da história recente do sacrifício de vidas em outros naufrágios, tão importantes como o que agora servem de referência para as autoridades que podem mudar essa linha de registros macabros em que se transformou a navegação, especialmente na região do Jari.
A participação da Procuradoria da República no Amapá, através de seus agentes públicos é a boa novidade entre aqueles dos municípios e do estado, que já conhecem o sofrimento dos passageiros que a cada viagem arriscam a vida, não só pelos acidentes, mas também, pela incerteza da chegada, por motivos como assalto praticados pelos ratos d’água, ou quebra de motor.
A precária comunicação no trecho da viagem e a completa falta de alternativa em caso de acidente, transforma cada viagem em uma verdadeira aventura, mesmo se entendendo que uma viagem de barco é muito saudável, infelizmente não é segura.
A fiscalização, todas elas, são muito falhas. Desde a simples conferência de uma lista com o nome dos passageiros, até as condições de navegabilidade da embarcação deixam a certeza de que nada está certo.
Dentro da embarcação não se identifica quem é o responsável pela viagem, pelo roteiro e pelos passageiros. Há um descontrole completo onde o que interessa é levar a embarcação de um ponto ao outro, pouco se importando com regras, desde as mais simples, até aquelas definidas na regra básica dos direitos humanos, como alimentação e segurança.
Alias a insegurança começa desde o embarque, sempre em portos improvisados e liberados para prestar o serviço pelos órgãos da Marinha do Brasil, se valendo da forma precária e eventual que se transforma, de forma irresponsável, em permanente. E tudo fica por isso mesmo.
Durante a viagem não é dada qualquer informação e prestada qualquer orientação para os passageiros que, muitas vezes, se trancam nos camarotes sem perceber que ali estão selando uma urna mortuária.
Também não há respeito ao tempo máximo que uma pessoa tem para permanecer em condições de comandar uma embarcação com passageiros. Continua na cabine de comando, com o leme na mão, até o cansaço dominar o seu corpo e, nesse momento, substituir por uma pessoa que não tem habilitação e para comandar no momento mais crítico da viagem – durante a noite.
Até agora há apenas os passageiros e os tripulantes para fazer a vigem. Não há o restante: embarcação confiável, fiscalização eficiente, terminal de carga e passageiro adequado, orientação para a navegação fluvial, rotas definidas, local de parada obrigatória, assistência em caso de doença dentro da embarcação, comunicação, embarcação de socorro em casos de acidentes ou defeitos na embarcação e tudo o que, por exemplo, o transporte aéreo exige na sua logística.
Por que não? As pessoas que viajam pelas hidrovias, precisam dos mesmos cuidados que são oferecidos àquelas que viajam de avião. O tratamento é como se essas pessoas fossem de outra categoria. Tudo errado!

quinta-feira, 5 de março de 2020

A população amapaense espera respostas há 39 anos


Rodolfo Juarez
Mais uma vez usuários do transporte fluvial, com saída de Santana, chora a perda de patentes e amigos em um naufrágio que poderia ser evitado se houvesse, por parte das autoridades responsáveis pelo licenciamento de embarcações para transportar passageiros, mais cuidadosos e respeito, tomando como exemplo fatos igualmente lamentáveis ocorridos, como lembrança pertinente, com o B/M Novo Amapá, há 39 anos e com o B/M Cidade de Óbidos VI, há 18 anos.
Não pode ser considerado como mera coincidência que essas tragédias tenham ocorrido pela parte noturna, durante a madrugada. Foi assim em 1981 e 2002 e agora em 2020, cada uma tratada como se fosse obra do destino ou do acaso. Não pode ser isso não, mas parece o resultado do pouco caso como é tratada a navegação fluvial na Amazônia, especialmente na Amazônia Oriental.
Recentemente foi arquivado o processo que tramitava na justiça, ingressado pelo saudoso advogado Pedro Peticov, referente à tragédia do B/M Novo Amapá, sem a resolução do mérito e ficando, assim, a sociedade local e as pessoas diretamente atingidas, sem a responsabilização dos entes públicos que estavam no polo passivo daquele processo. Mais uma vez não havia lista de passageiros e se estima que, pelo menos, 300 vidas foram perdidas na madrugada de 6 de janeiro de 1981.
Depois a tragédia do B/M Cidade de Óbidos VI, com 108 passageiros, também sem as autoridades conhecerem, previamente, a lista de passageiros embarcados em Santana no dia 25 de janeiro de 2002, e com carga acompanhada e carga-frete, sem o devido registro do peso e com o agravante do comandante permitir o embarque de passageiros durante o trajeto. Mais uma vez o sul do Amapá foi o local da tragédia que deixou 7 pessoas mortas
Agora, no dia 29 de fevereiro de 2020, outra saída, agora do B/M Anna Karolina III do Porto do Grego, classificado como precário pela Marinha do Brasil, também sem dar conhecimento da lista de passageiros e do romaneio de carga, que naufragou, também no sul do Amapá, e também de madrugada, desfazendo famílias que se valiam do transporte fluvial para chegar aos locais planejados e que tiveram os seus planos interrompidos, morrendo afogados: crianças, adultos e idosos. Não se conhece os números finais da tragédia, mas se aproxima de 30 as vidas perdidas.
 Destacar esses três momentos pode despertar as autoridades federais, estaduais e municipais, que não conseguiram priorizar, até agora, os planos que atendam ao sistema de transporte fluvial de passageiros utilizando os rios navegáveis da região como vias para transporte de passageiros como as rodovias e aerovias.
A movimentação do Ministério Público Estadual, do Ministério Público Federal, dos prefeitos e alguns parlamentares federais, pode motivar o Governo do Estado a quebrar a inércia que o deixa impotente nesses momentos tão graves para os interesses da população, atuando apenas na assistência aos que não morreram.
A construção de terminais de passageiro e carga acompanhada, definição de rotas, de procedimentos técnicos para liberação de embarcações motorizadas atuarem naquelas rotas, identificação dos responsáveis técnicos pela construção e testes de carga, manobrabilidade e navegabilidade das embarcações, além de amplo processo educativo para uso dos barcos regionais de passageiros é urgente e precisa receber o carimbo de prioridade para atender o número crescente de passageiros que se deslocam pelas hidrovias e que já ultrapassou, faz tempo, o número daqueles que usam o avião, estes contando com terminal adequado, lista de passageiros, regras de navegação e horário certo de pouso, decolagem e navegação.

terça-feira, 3 de março de 2020

Confederação de ativistas fakes


Rodolfo Juarez
Os que praticam a comunicação através das redes sociais, de vez em quando estão tendo que separar o que é fake news e o que não é fake news para que não venha ser usado como um elemento multiplicador de notícias mentirosas e, por vezes, com o objetivo de prejudicar uns e outros.
Esse zelo tem funcionado para desmascarar aqueles que insistem em ampliar o alcance de uma notícia falsa, às vezes sem ter interesse direto nela, mesmo sabendo que pode prejudicar pessoas ou atitudes dessas pessoas, até o momento em que falsa notícia for desmentida e seu idealizador e os multiplicadores, sejam desmascarados.
Não se pode ignorar que existe uma produção organizada par selecionar e colocar nas redes sociais as notícias falsas, sempre com objetivos escusos e sabendo que pode ser identificado, mas que confia nos estragos que pode produzir o que justificaria o risco ou agradaria demais o seu ordenador.
Contribui para a disseminação das notícias falsas e informações infladas, dirigidas e escrachadas, grupos que flutuam na comunicação tradicional, que tiveram seus interesses prejudicados quando viram rarear os saldos anuais que serviam para produzir novos ricos e que agora não produzem mais.
Os “gigantes da comunicação” apareciam a cada ano e os que permaneciam ou permaneceram por mais de ano, mandaram a ética jornalística para às favas, fazendo prevalecer suas próprias fake news, levando de encontro à parede seus alvos até o momento em que, com o dinheiro público, de preferência, recebiam as suas faturas, também falsas.
É uma geração que, apesar de perceber a mudança no modo da comunicação de massa, ainda não encontrou outro caminho para manter as mordomias e os costumes, observando minguar sua capacidade de influência, seja produzindo as notícias falsas ou evitando que as verdadeiras sejam veiculadas. Percebem, também, que estão consumindo as “gorduras” que acumularam e estão sem argumentos para mantê-las.
O modo principal é o da desmoralização. Se não atender os interesses do grupo, não pagando para divulgar as mentiras, então passa a ser o alvo preferencial.
Esse modo de produção das notícias falsas é facilmente praticado em todos os escalões. É uma espécie de organização para uma “confederação de ativistas fakes” que, com filiais ou filiados na União, no Distrito Federal, Estados e Municípios, continuam praticando a extorsão dos agentes públicos, de empresários e de pessoas influentes no sentido de – ai sim – criminosamente abocanhar o dinheiro público.
Tão ocupados com os seus resultados sem trabalho, “produzem” tudo aquilo que pode atrapalhar as pessoas, não importa o nível da ação, mas, sempre, uma atitude antiética para os que têm a cobertura da profissão, mas calhorda para aqueles que querem, a qualquer custo, “se dar bem”.
Tem coisas que só são mudadas quando muda a geração. Não tem o caso das gerações perdidas? Pois é, para alguns daqueles que formam na geração que imagina deter o poder atual da comunicação, provavelmente estão matriculados para fazer parte de uma geração perdida no exercício da comunicação, apesar da riqueza que ostentam e da importância que imaginam ter.
Os estudiosos do comportamento humano já não duvidam que o estrebuche de tradicionais órgãos de comunicação está mudando os seus epitáfios e antecipando a sua colocação na sepultura do jornalismo tradicional entregue a todos como jornal e televisão.
Lembra-se da geração “rouba, mas faz”?  Qual o nome que vai merecer essa geração?