Rodolfo Juarez
Os números não
metem.
Os levantamentos
estatísticos e comparativos é que levaram os resultados nacionais a serem
comparados com os resultados estaduais. Todos sabem que, quando se incrementa
uma parte, o todo será incrementado.
Estou voltando ao
assunto do artigo passado pelo fato de ter havido alegações de que os dados
referentes aos números de vacinados no Estado do Amapá não estão computados
pelo Ministério da Saúde.
Ora, as
estatísticas sobre o enfrentamento ao coronavírus, responsável pela pandemia
dos últimos dois anos, são apuradas em outros lugares que não o Ministério da
Saúde.
Precisa haver
também o interesse local.
É natural que, caso
houvesse significativo erro, com possibilidade de superar as margens de erro
estabelecidas para aqueles próprios levantamento, o Estado teria todo o direito
de mandar consertar, enviando os dados que entende como correto, ou pessoas
investidas em cargos chaves que fossem interessados pelo conserto do erro.
O Estado do Amapá,
tem meu interesse especial, pois mora aqui, em Macapá, e por isso comparo os
resultados e constato a fragilidade do processo adotado no Estado que tem no
Governo como recebedor e entregador das vacinas, e nas prefeituras municipais a
responsabilidade pela aplicação dessas vacinas.
O desastre é quando
se compara o estágio de imunização nacional, que supera 70%, desejo de qualquer
povo do planeta, e se olha para o Amapá e vê que a imunização não chega a 45%,
indesejado para qualquer população de qualquer Unidade da Federação.
Algo deu errado!
Afinal o Amapá, com
apenas 16 municípios e pouco menos de 900 mil habitantes, tinha todas as
condições para não ter vacina em estoque, ter vacinado mais gente e garantido a
proteção também de, pelo menos, 70% da população, mas registra menos 45%.
Eu não gostaria que
fosse assim.
Os números tratados
de forma absoluta pediam que já estivessem imunizados, pelo menos, 630 mil
pessoas e estamos com 380 mil. A diferença é muito grande e, mesmo com os dados
não computados, não se avançaria tanto nos resultados.
A mera comparação
dos números nacionais (70% imunizados) com os números do Estado do Amapá (com
menos de 45% de imunizados) levam qualquer um do povo a refletir e procurar
saber o que aconteceu ou continua acontecendo.
Justificativas do
tipo que foram apresentadas como “falta de lançamento dos números na plataforma
própria do Ministério da Saúde” já teriam levado os responsáveis pela vacinação
ao ministério para que fossem corrigidos os números amapaenses.
Ao meu ver, falha a
gestão que não se comunicou com a população convenientemente, falharam os
componentes da gestão que não perceberam o que estava acontecendo e falham mais
uma vez quando se esforçam para justificar o injustificável.
Claro que têm culpa
e são culpados!
O que não está
certo é procurar impingir à população a responsabilidade por não ter ido se
vacinar, “preferindo aglomerar-se toda vez que têm oportunidade” com asseveram
aqueles que tentam justificar o seu erro.
Mas ainda dá tempo
para acelerar a vacinação, mas para isso é preciso admitirem que a população
não é a única e nem a principal culpada pelos números que o Amapá apresenta em
pleno mês de fevereiro de 2022.