quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Que venha 2022

Rodolfo Juarez

Estamos fechando mais um ciclo de 365 dias e 6 horas.

Muitas coisas aconteceram neste ano de 2021, que teve como palavra de ordem a vacinação dos brasileiros e estrangeiros contra a Covid-19, principal causa do novo coronavírus que teve como berço a China, embora os chineses não aceitem que o vírus tem olho pequeno.

O Brasil, além da 1.ª, 2.ª e 3.ª doses da vacina, com imunização em escala decrescente, naquela ordem, os problemas foram muito além dos imunizantes. Uma escalada de teimosias e busca de afirmações de importantes formadores dos Poderes da República marcaram o ano, com jogo de palavras que a grande imprensa nacional adotou para mostrar o quando está despreparada para aceitar a Democracia sem levar vantagem na parte que entende que lhe cabe: riqueza.

O panorama local foi bem mais tranquilo, com os dirigentes se aproveitando da passividade do povo amapaense que, apesar de tudo, pensa mais em trabalhar do que em ficar querendo ouvir discussões a que nada levam.

Mas para isso colaborou muito a relação entre os poderes e uma apatia politica jamais vistas, quando o assunto era o interesse da população do Estado. A maior parte dos acontecimentos que mexeram com a esperança da população ficou entregue ao senador Davi.

Louvores àquele que foi, por dois anos, presidente do Congresso Nacional e não esqueceu do Amapá, tornando o nosso estado, no momento mais difícil, o rescaldo do apagão do final de 2020, resultado na escolha das novas concessionárias para distribuição de energia elétrica e fornecimento de água tratada e esgoto sanitário para a população amapaense, além de recursos para mobilidade urbano, saúde, educação, esportes, entre outros.

Mas essa atitude do senador amapaense custou caro para os acostumados sulistas e seus arautos bem locados na imprensa, reclamarem dos recursos que foram destinados ao Amapá, chagando a classifica-lo como um “longínquo estado da federação”, como se, por aqui, não tivesse uma população que não gosta de ser esquecida, não gosta de ser ofendida, e muito menos de ser menosprezada.

Mas por aqui ninguém perdoa que é inoperante, aproveitador, oportunista e que não gosta de trabalhar pelo Amapá, preferindo desfilar em Brasília por caminhos que não interessam ao Estado ou, simplesmente, gozar das benesses de ser um representante eleito do povo amapaense, em Brasília.

Os deputados federais e estaduais terão oportunidade de prestar contas com o eleitor este ano. Vão mostrar o que fizeram e alguns vão lembrar o que prometeram e não fizeram. Esta avaliação, entretanto, será feita ainda no ano que começa amanhã, pelo mesmo eleitor que escolheu cada um dos deputados para representa-lo no Legislativo local ou no Legislativo Federal.

O ano de 2022, além destas prestações de contas que serão feitas no começo do terceiro trimestre, se reveste de esperança em resultados melhores, com todos os políticos se esforçando para manter-se no mandato em que está investido e, com isso, ter tempo para olhar para o eleitor que ainda espera pela promessa feita na campanha de 2018.

 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

O dinheiro não caiu do céo

Rodolfo Juarez

Os prefeitos dos municípios amapaenses receberam, na semana passada, do consórcio Marco Zero, que vai substituir a Companhia de Água e Esgoto do Amapá, CAESA, o montante de R$ 930 milhões, com a promessa de prestar, por 35 anos, os serviços de fornecimento de água tratada e a coleta, transporte e tratamento de esgoto nas sedes municipais.

A divisão do dinheiro foi feita respeitando a população de cada município e, por isso Macapá recebeu a maior parcela, Santana bem menos e os demais municípios bem menos ainda.

Eis como ficou a divisão, entre os municípios, do valor de R$ 930 milhões: Macapá (R$ 381,7 milhões), Santana (R$ 193,4 milhões), Laranjal do Jari (R$ 80,7 milhões), Oiapoque (R$ 43,8 milhões), Porto Grande (R$ 35,2 milhões), Mazagão (R$ 34,6 milhões), Tartarugalzinho (R$ 27,9 milhões), Pedra Branca do Amapari (R$ 26,8 milhões), Vitória do Jari (R$ 25,5 milhões), Calçoene (R$ 17,7 milhões), Amapá (R$ 14,4 milhões), Ferreira Gomes (R$ 12,5 milhões), Cutias (R$ 9,5 milhões), (Itaubal R$ 8,8 milhões), Serra do Navio (R$ 8,6 milhões), Pracuúba (R$ 8,2 milhões).

Inicialmente está previsto que cada município aplique o recurso recebido em infraestrutura e investimentos, principalmente nas cidades, mas também podendo ser aplicado nas estradas vicinais que servem para escoar a produção concentrada nos núcleos de produção e já desenvolvidos por cada prefeitura municipal.

A Equatorial Energia, a empresa cabeça do consórcio que arrematou a Companhia de Eletricidade do Amapá e garantiu a concessão dos serviços de fornecimento de água tratada e coleta, transporte e tratamento de esgoto sanitário, é a mesmo que assumiu, em novembro deste ano a Companhia de Eletricidade do Amapá, CEA.

Além da Equatorial Energia, que tem participação de 80% no consórcio Marco Zero, os outros 20% são da SAM Ambiental e Engenharia.

A proposta do consórcio Marco Zero (Equatorial e SAM Ambiental) é de que, em 11 anos, ou seja, em 2033, já estar fazendo a cobertura de fornecimento de água tratada para a população urbana de todos os municípios alcançando 99%, ou seja, deixando os atuais 38% de atendimento e assim se mantendo ao longo dos 35 anos de contrato de concessão dos serviços.

Com relação ao esgotamento sanitário a promessa é passar dos atuais e inflados 8% para 90% em 18 anos. O investimento necessário será de R$ 2,2 bilhões durante os 35 anos da concessão dos serviços.

A proposta, desde o leilão, é de que os 750 mil habitantes de agora e os acrescidos durante os 35 anos possam contar com o fornecimento de água tratada e a coleta, transporte e tratamento do esgoto sanitário.

Ainda restam ser pagos, pelo consórcio, R$ 880 milhões, o que está prometido para os próximos 10 anos e que irá compor um fundo para investimento em saneamento básico em áreas rurais de cada município.

Destaque-se que os prefeitos que receberam os R$ 930 milhões deverão usar, nos seus respectivos municípios em investimentos como macrodrenagem e pavimentação.

Que os prefeitos tenham juízo e possam, pelo menos nas microrregiões em que sejam tecnicamente identificados feitos projetos conjuntos para evitar desperdício e aplicar esse dinheiro que “não caiu do céu”. É da população e corresponde ao sacrifício de viver com dificuldades, desde o começo, sem contar com água tratada e coleta, transporte e tratamento de esgoto.  

sábado, 25 de dezembro de 2021

Depois do leite derramado, nada adianta...

Rodolfo Juarez

Às vezes nós nos concentramos tanto na celebração do Natal e nem percebemos, ou por não despertar interesse ou por não ter tempo, do que está sendo decidido no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa do Amapá, com relação à divisão da receita que está prevista ser arrecadada em 2022.

Quando percebemos tudo já está consumado, devidamente publicado e, nesse momento, todos os interessados despertam para reclamar o que não pode ser mais mudado ou, se mudado, pouco ou nada pode influenciar nos resultados.

Na semana passada destaquei pequenos trechos de uma lei estadual aprovada em julho deste ano, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as bases orçamentárias para o Judiciário do Estado, o Legislativo Estadual, o Ministério Público Estadual, o Tribunal de Constas do Estado e a Defensoria Pública do Amapá, que já entrou no “radar” da divisão do “bolo” da receita pública amapaense, aquela que decorre das transferências da União e da arrecadação própria do Estado.

Li comentários de leitores inconformados, estarrecidos e aborrecidos com os totais.

Mas agora não tem mais jeito. Sabem todos que em junho os lideres ou chefes de Poder se reúnem para propor a melhor divisão, claro que não poderia fugir da regra geral de que “farinha pouco, meu pirão primeiro”.

A população não é informada dessa discussão que, desde o meio do ano se desenvolve no sentido de equilibrar as contas de cada um dos poderes e, na maioria das vezes, o que sobra não dá para realizar investimentos tão necessários para o desenvolvimento social e econômico do estado. Grande parte, ou a maior parte, é destinada ao pagamento de salários de funcionários daqueles poderes.

Mas, esta semana, o que me chamou mais atenção foi o pronunciamento de um dos senadores amapaenses, Randolfe Rodrigues, quando, depois de aprovado o Orçamento da União para 2022, com R$ 4,9 bilhões para ser distribuído, através do Fundo Eleitoral, para os partidos políticos financiarem as campanhas de seus candidatos.

Dizia-se, o senador, surpreso com a “indecente destinação” de R$ 4,9 bilhões para a campanha dos candidatos que vão disputar as eleições nacional e regional de 2022.

Parecia que, o senador Randolfe, tinha ouvido falar do assunto pela primeira vez. Ora, se realmente tivesse interesse e argumento, era um daqueles que poderia não ter permitido a destinação de tanto dinheiro público para a campanha eleitoral de 2022.

Randolfe Rodrigues perdeu a oportunidade de ficar calado, ou mostrar que agiu para que não fosse aprovado aquele valor. Não, preferiu adotar, o que parece ser seu prazer: pisotear os sonhos dos brasileiros.

Se não tem força, nem respeito, nem argumento, para influenciar em uma questão tão importante para o contribuinte, então que fique calado ou, pelo menos, fale na hora certa. Depois do “leite derramado”, pouco adianta. 

 

domingo, 19 de dezembro de 2021

Contribuinte: menos ouvido e menos considerado

Rodolfo Juarez

Na sexta-feira que passou, dia 17 de dezembro, foi declarado encerrado o ano para o Judiciário e, como consequência, do Ministério Público, a Defensoria Pública e para a Advocacia, que passaram a funcionar, até o dia 6 de janeiro, em regime de plantão. Os advogados, por regra, o período se estende até o dia 20 de janeiro, uma espécie de férias para os agentes essenciais à prática judiciária.

Para o Legislativo a norma manda que sigam os trabalhos até amanhã, dia 22 de dezembro, quando todos fecham as portas para voltar em fevereiro. Entretanto, há uma regra orientativa de que o legislativo não entra em recesso enquanto não aprovar o orçamento do ano seguinte. Essa não é uma regra rompida, sistematicamente pelo Congresso Nacional que sempre deixa a aprovação do orçamento para o período seguinte, como está acontecendo este ano. Para seguir o mal exemplo, muitas assembleias legislativas estão deixando para 2022 a aprovação do orçamento do respectivo estado.

Para que o Executivo não fique sem orçamento os legisladores encontraram a solução: quando o orçamento não é aprovado para o exercício seguinte, o Executivo fica autorizado a utilizar o orçamento do ano anterior, sem ultrapassar o duodécimo para cada mês do ano que deviria ter o novo orçamento em vigor, ou seja, aprovado e publicado.

O Executivo, sem previsão legal, inventou o recesso que deixa metade da força de trabalho na semana que contém o dia do Natal e a outra metade na semana que contém o dia de ano. Uma invenção genuinamente brasileira.

No Amapá o Orçamento Público não está aprovado. Esta aprovação tem um verdadeiro ritual, previsto no Regimento Interno da Assembleia Legislativa, mas tangenciando permanentemente a Lei Estatual n.º 2.580, de 22 de julho de 2021, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para o exercício de 2022, além de outras providências.

O art. 18 da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2022, definiu os parâmetros para a elaboração dos respectivos orçamentos da Assembleia Legislativa (R$ 197,8 milhões), Poder Judiciário (R$ 392,7 milhões), Ministério Público (R$ 200,1 milhões), Tribunal de Constas do Estado (R$ 91,2 milhões) e a Defensoria Pública do Estado (R$ 50.000,00). Estes parâmetros foram colocados à disposição dos Poderes e órgãos auxiliares em 30 de julho de 2021 para que elaborassem os seus orçamentos para 2022.

Esse importante documento tem boa parte do tempo dedicado à sua elaboração preso em discussões políticas, que levam a decisões que sacrificam o todo em benefício de parte, o que provoca o desequilíbrio entre o atendimento e a qualidade do ambiente de trabalho.

Os salários, enormemente diferentes de um órgão estadual em relação a outro, prejudicam a qualidade dos serviços e do atendimento das pessoas nas relações que precisa, o contribuinte, ter com o Estado.

O orçamento, que poderia ser o meio da busca do equilíbrio, se perde nas definições de atendimentos que interessam, particularmente ou administrativamente, a este ou aquele órgão, na maioria das vezes esquecendo do próprio contribuinte, o pagador de tributos, que tem nestas definições de expressivo interesse, mas, devido às regras vigentes, não é consultado.

No momento da aprovação do Projeto do Orçamento Público pelos deputados estaduais o menos ouvido e o menos considerado é o contribuinte.  

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Rememorando e registrando: 50 anos que recebi o grau de engenheiro civil

Rodolfo Juarez

Finalmente o grande dia chegou.

E chegou merecendo comemorações, por nós e por todos os nossos colegas que já estão em outro plano, nos esperando.

Afinal, estamos completando 50 anos de um daqueles dias que é impossível sair da lembrança, tanto significado teve para cada um de nós da Turma Fernando Guilhon, uma homenagem que resolvemos prestar a um dos ex-governadores do Estado do Pará.

Passamos cinco anos seguidos frequentando, na Avenida Campos Sales, no centro velho de Belém, parte do Centro Tecnológico da Universidade Federal do Pará, onde funcionava a Escola de Engenharia.

O sistema da época era diferente do atual. Havia aprovação seriada, on seja, para avançar, tinha que passar em todas as matérias daquele ano. Assim, todos se esforçavam para cumprir o papel de bom aluno, garantindo que passaria de ano e não deixaria a turma originária.

Para entrar na Escola de Engenharia da Ufpa a porta se abria para quem fosse aprovado no vestibular. Uma das exigências que funcionava, desde sempre, como uma peneira e, os que se arvoravam ao desafio de resolver as provas, assumiam a responsabilidade pelas dificuldades que enfrentaria.

Nossa turma fez o difícil e temido Concurso de Habilitação (Vestibular) no começo de janeiro de 1967. Foram quatro provas, todas eliminatórias: Matemática, Física, Química e Desenho.

Para raspar a cabeça e tomar o banho de pó, tinha que ser aprovado. Fomos 73 os honrados. 72 homens e a Zuldalice Vera, como representante feminino.

O Curso.

Na 1.ª série, em 1967: Cálculo I, Geometria Analítica, Física, Geometria Descritiva e Desenho à Mão Livre; na 2.ª série, em 1968: Cálculo II, Física II, Mecânica Geral, Desenho Técnico-Mecânico, Topografia, Estatística e Química; Na 3.ª série, em 1969: Material de Construção Civil, Resistência dos Materiais, Estática da Construção I, Direito e Legislação, Eletrotécnica Geral e Mecânica dos Fluidos; 4.ª Série, em 1970: Concreto Armado, Estática da Construção II, Estrada de Ferro e de Rodagem, Hidráulica Teórica e Aplicada, Higiene e Saneamento, Mecânica dos Solos e Princípios de Economia; 5.ª série, em 1971: Construção em Concreto, Aço e Madeira, Construção de Edifícios – Arquitetura, Concreto Protendido, Fundações, Pontes, Portos, Rios e Canais, Organização Industrial e Estudos de Problemas Brasileiros.

Funcionava como secretário do Centro Tecnológico da UFPA o professor José da Silva Batista e como Diretor o professor João Maria de Lima Paes.

Deixo de listar os nomes dos 71 colegas, da colega Zuldalice e o meu, por todos nós dispormos desta lista, com endereços eletrônicos e da cidade onde residem, em um trabalho feito por colegas onde constam, inclusive, aqueles que já foram chamados para outras dimensões.

Me sinto feliz por poder viver este momento, com meus familiares e meus amigos e, ainda dividir com vocês, colegas de turma, e os familiares dos colegas que já não estão entre nós, a minha alegria.

Que Deus nos abençoe e à nossa profissão, responsável pelo bem estar da população, de cada um de nós e dos nossos familiares mais próximos.

Feliz Natal a todos vocês, meus colegas-amigos, feliz ano de 2022.  

 

domingo, 12 de dezembro de 2021

Casa nova

Rodolfo Juarez

Hoje, 11 de dezembro de 2021, Dia do Engenheiro, fica indelevelmente marcado no meu coração, como o dia da mudança da minha filha caçula que durante 23 anos morou comigo e que agora sai pra viver a sua vida, juntamente com aquele que escolheu para casar e ser seu parceiro nas decisões que têm que tomar e os caminhos que precisam ser trilhados.

Sou pai de quatro filhas.

Todas maravilhosas, respeitosas e com caminho perfeitamente definido.

Quando a primeira filha saiu de casa, ficaram três. Os argumentos era de que ainda havia com quem me preocupar, ficar alerta, acompanhar nas decisões e confiar nas escolhas. Depois mais uma sai e, em seguida, a terceira.

Todas fizeram muita falta!

Ainda tinha a Renata. Mas o tempo não para. Pareceu que rapidamente saiu do maternal e terminou o ensino fundamental. O ensino médio foi em um “piscar de olhos”, mas ainda faltava o ensino superior, e ela escolheu Psicologia. Imaginei, são pelo menos mais cinco anos. Mas, passou! E rápido...

Noivou, casou, definiram onde morar, compraram casa, adaptaram para as suas necessidades e, como esperado, voou para o novo “ninho”, deixando para os que ficaram uma imensa saudade do cotidiano que foi, enquanto estava ela aqui.

As graças dadas ainda não superam a nova realidade, ainda esbarram no costume acostumado por mais de duas décadas.

Estamos vivendo um momento de difícil adaptação, mas de reconhecimento e respeito à escolha da caçula.

Avante vida! É assim mesmo!

E graças a Deus que foi assim, graças a Deus que podemos viver essa realidade, nos todos, irmãos, irmãs, cunhados, cunhadas, primos, primas, sobrinhos, sobrinhas, mãe, pai e avós.

Já havíamos integrado à nossa família, a família do Rick, que passa a ser uma só, justificando a decisão da Renata e do Rick como, além do entendimento, tem a força de aumentar os compromissos, garantir as relações e fortalecer a cada um.

A incrível força da vida cria situação inusitada: a separação que junta, que fortalece e que engrandece a família em todos os sentidos.

As bençãos que a Renata recebeu do pai e da mãe no momento da saída foram no sentido das novidades que serão encaradas pelo casal daqui em diante. Questões que não estavam na rotina, entram para exigir novos comportamentos, novos entendimentos e mais compromissos em nome da paz e da harmonia familiar.

Que Deus abençoe o casal, ao lar que construíram e o companheirismo que garantiram fortalecer a cada dia.  

 

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

A razão do juiz federal

Rodolfo Juarez

Esta semana, em um programa da televisão, tive oportunidade de acompanhar as ideias do juiz federal João Bosco com relação ao pouco caso que a administração do município de Macapá vem tratando a questão do plano diretor da cidade, que cresce desordenadamente, não sabe para onde vai e deixa os moradores completamente desorientados, inclusive na definição onde construir a sua casa.

Durante a suas explicações, o magistrado, justificando a necessidade do plano diretor de Macapá, comentou que, na Universidade Federal do Amapá – Unifap há uma reserva de conhecimento que pode ser acionada pela administração municipal para elaborar esse plano diretor, uma vez que a universidade pode, perfeitamente, assumir a responsabilidade para elaborar o plano diretor, inclusive dos projetos executivos.

A Constituição Federal de 1988 tornou o plano diretor obrigatório para cidades: a) com mais de vinte mil habitantes (art. 41, I), b) integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas (art. 41, II), c) onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumento previstos no § 4º do artigo 182, da CF/88, qualquer que seja a população (art. 41, III), d) integrantes de áreas de especial interesse turístico(art. 41, IV) e e) inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto de âmbito regional ou nacional (art. 41, V).

Cidade com menos de 20 mil habitantes não está obrigada a aprovação de plano diretor a não ser que se enquadre em um dos incisos II a V do artigo 41. De acordo com § 2º do artigo 41, no caso de cidades com mais de quinhentos mil habitantes, deverá ser elaborado um plano de transporte urbano integrado, compatível com o plano diretor ou nele inserido.

Entendemos que para ser considerado constitucionalmente um plano diretor devem constar obrigatoriamente os itens I e III do artigo 41 do Estatuto da Cidade e facultativamente e de acordo com a política de desenvolvimento e política urbana de cada Município o contido no item II do artigo 41.

Ora, a própria Constituição Federal exige a inclusão da área urbana no plano diretor onde poderá ser aplicado o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios (art. 184, § 4º da CF/88) e o sistema de acompanhamento e controle da política urbana é inerente ao Estado Democrático de Direito (art. 1º da CF/88) e corresponde ao exercício da cidadania (art. 1, II da CF/88).

Macapá tem mais de 500 mil habitantes e assim exige a elaboração do plano diretor pois, esse plano precisa estar compatível outra exigência constitucional - o transporte urbano integrado.

Macapá está “solta”, completamente sem rumo, crescendo para onde der e esse status não é de uma capital com mais de 500 mil habitantes.

Não adianta “criar” notícias falsas com relação às alterações no sistema de transporte urbano ou referente à coleta de lixo domiciliar, pois são partes de um todo chamado plano Diretor.

A manifestação do juiz federal João Bosco é um forte grito. E não só um grito, porque aponta saídas, indica meios e mostra a obrigação constitucional. Cabe aos dirigentes municipais pelo menos tentar falar no assunto, criar maneira de catalisar esses meios e sair do zero.

Chega de dizer que não tem condições, ou pior, que o município tem Plano Diretor aprovado. Tem sim, mas é um documento defasado, com prática inadequada para os tempos atuais e com o silencio sepulcral dos vereadores que deveriam estar cobrando do executivo municipal, ação, boa vontade e responsabilidade. 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Terrivelmente ambiciosos

Rodolfo Juarez

As falas entremeadas de exagero do atual presidente da República são isoladas, sem contexto, para a oposição e os adversários fabricarem verdadeiros artefatos que são lançados no modelo “se colar, colou”, no sentido de prejudicar a gestão e que acaba prejudicando, fortemente, setores da sociedade ou a sociedade inteira, inclusive a oposição e os adversários do presidente.

O episódio que teve nascedouro no anuncio do ex-ministro André Mendonça para o STF, qualificado pelo presidente da República como “terrivelmente evangélico”, é um exemplo disso.

Foi essa expressão que ganhou repercussão na mídia e tornou a referência principal para as discussões que, a partir do episódio, ocupou manchetes de jornais, de blogues e plataformas, ao invés de anunciar e discutir o preparo do indicado para ser um ministro do STF com capacidade de mudar a avaliação que hoje a Grande Corte tem da população.

As grandes questões brasileiras estão sendo analisadas apenas e tão somente politicamente. Não é possível que esse padrão continue mesmo sabendo que a motivação para esse escancarado procedimento, sejam as eleições de 2022.

A vitória de Bolsonaro na disputa, em 2018, pela Presidência do Brasil, deixou os “caciques” ou aqueles que se diziam na fila, impactados pela resposta do eleitor que votou na ideia que viram personificada no candidato Bolsonaro e não nas mesmas promessas batidas, destes senhores que se acostumaram a repartir o Poder no Brasil.

Nessa conta entram todos: deputados, senadores, governadores, prefeitos, vereadores e lideranças que, mesmo impedidas de disputar cargo eletivo, se transformam em “bimbarras” para sustentação daqueles depende e estão acostumados viver sob a proteção e à sombra do Poder.

As eleições, nacional e regionais, estão às portas. As regras definidas e o campo aberto outra vez, para todos, exatamente como preconiza a Democracia.

Aí está o problema.

Pela falta de um nome que possa garantir a melhoria da qualidade de vida para os eleitores e seus familiares, há a negação das “lideranças” que se apresentam já bastante cansadas, abatidas, sem força e alquebradas para comandar, com vigor, os brasileiros que estão ávidos por melhorias, equilíbrio social, segurança urbana.

Os partidos minguaram, perderam o seu poder para escolher o melhor para mandar para a disputa, e, seus líderes, em grande maioria, não largam a direção do partido que agora, não só lhe dá o cargo administrativo, mas também o “de comer” com as gordas transferências feitas de dinheiro de contribuinte para “alimentar” os megalômanos que estão grudados na presidência ou secretaria-geral dos partidos políticos.

Enquanto isso os novos que se agarram na oportunidade de 2018 terão dificuldades para manter o poder conquistado, pois são alvos de ataques daqueles que foram surpreendidos e não se elegeram governador, senador, presidente ou deputado.

Faz parte do plano para contenção do nascimento de novas lideranças a ação dos “velhos caciques”, que pouco se interessam pelo Brasil ou pelos estados que representam ou governam, mas pela permanência no Poder para massagear seu ego e dar “banana” quando exigido por aqueles que saíram de casa, no dia da eleição, para votar e elegê-los.

Estes são terrivelmente ambiciosos, acomodados e oportunistas, o suficiente para permanecer como estão, nas suas casinhas ou casulos, sem enfrentar o dia-a-dia dos brasileiros e, assim, não se interessar pela solução dos problemas que lhes são apresentados todos os dias.