Rodolfo Juarez
Depois de 56 dias de programações e festas, desde o
Réveillon, no primeiro dia deste ano, os participantes dos eventos da
folia, carnaval 2023, ouviram o apito
final dando por encerrado o tempo da folia e mandando que os incansáveis
foliões se recolhessem aos “vestiários”, onde já foram avisados que ano que vem
o carnaval é mais sedo, em meados de fevereiro.
Estes primeiros 56 dias do ano de 2023, mesmo em período de
posse de presidente da República e respectivo vice, 26 governadores de estado e
seus respectivos vices, 1 governador do Distrito Federal e seu vice, de 27
senadores, 513 deputados federais, 497 deputados estaduais e 8 deputados
distritais, esses eventos não competiram com os eventos da festa da carne.
Em meio ao período mais “atiçado” da folia, aconteceu o que
ficou sendo denominada “tragédia do litoral norte de São Paulo”, quando foram
contados, até anteontem, domingo, 26 de fevereiro de 2023, 65 mortos, 2.200
desalojados e 1.800 desabrigados. Não houve trégua para uma mínima reflexão ou
minuto de silêncio em respeito às vítimas dos deslizamentos de terra no norte
paulista.
A folia correu solta como se fosse impossível parar para
pensar no próximo ou no próprio folião que, surdo, continuava como se nada
tivesse acontecendo ou acontecido logo ali perto de onde se falava em alegria e
felicidade.
Claro que a alegria e a felicidade anunciadas era uma
invenção de pessoas e empresas interessadas em não deixar a população enxergar
ou se interessar pelo que acontecida. Para esses, afinal “não era a primeira
vez” que outros brasileiros haviam
sucumbido pelo descuido e o desleixo de dirigentes que, ao longo dos
tempos não vem cuidando das sedes dos municípios para o que o eleitor escolheu,
entre tantos outros, para administrar o produto do que paga sob a forma de
tributo.
Desde sábado recolhidos, o que os foliões queriam mais saber
não era algo sobre a “tragédia do litoral norte paulista”, se perguntavam ou
perguntavam aos animados dirigentes do carnaval, quando seria o período das
homenagens ao rei Momo em 2024.
A festa que parecia não ter fim em Macapá. Só cessou mesmo
depois do sábado, dia 25 de fevereiro, mesmo todos sabendo que já estavam no
4.º dia da Quaresma, período de quarenta dias, subsequentes à Quarta-feira de
Cinzas, em que os católicos e algumas outras comunidades cristãs se dedicam à
penitência em preparação para a Páscoa.
Por exemplo, o
desfile oficial da LIBA – Liga Independente dos Blocos do Amapá só aconteceu no
sábado, dia 25 de fevereiro, juntamente com blocos de outras associações e,
ainda com um dos filiados, o Habeas Copos tendo que dar muitas explicações e
justificar a inscrição do seu patrocinador, o prefeito de Macapá, na parte
frontal do Abadá.
Explicações que
pretendiam mostrar que o Bloco Habeas Copos não era vinculado à OAB e que, por
isso, poderia trazer a inscrição daquele que se constituiu como patrocinar e
viabilizador do desfile do bloco no circuito da Praça Barão.
Aliás que, no
desfile dos blocos, sábado, só a chuva compareceu em quantidade. O púbico, não
entendeu a “esticada” e não foi.
Há muito os amapaenses por nascimento ou por opção divulgam que o ano, no Amapá, só começa depois do carnaval. Então, agora, vai começar!