quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Eleitores preparados para o assédio


Rodolfo Juarez
De agora em diante os eleitores precisam estar atentos a tudo o que diz repeito ao seu compromisso do dia 7 de outubro.
Sabem que esse é um momento delicado quando pessoas lhes assediarão com propostas que passam longe do processo democrático e que demonstram falta de preparo para estar disputando um pleito eleitoral.
Os modos de aproximação são os mais diversos, desde o assédio pessoal até às mensagens inverídicas expressadas durante os programas do horário eleitoral gratuito, de responsabilidade dos partidos políticos, veiculados pelo rádio e pela televisão.
Você tem percebido candidatos fazendo o que jamais fizeram, dançando, pulando, desafiando a sua própria condição física, muito embora alguns deles tenham idade para ser pai de mais da metade do eleitorado amapaense.
Mas essas estripulias de candidatos também podem ser notadas, vendo e ouvindo através das redes sociais e dos demais meios de comunicação, especialmente durante os programas eleitorais, que deixaram de ser um instrumento informativo e passaram a ser considerado como oportunidade para contar mentira ou desenvolver propostas que não lhes cabe ou, quando lhes cabe, é completamente inviável.
Não é raro, aliás, é bastante comum, durante os programas de exibição obrigatória pelo rádio e pela televisão, candidatos aparecerem fazendo promessas que jamais cumprirão pelo simples fato de não lhes caber tomar qualquer medida para cumprir a proposta que apresentam com veemência costumeira dos que mentem.
Um exemplo é o caso da energia elétrica. Os que estão dizendo que vão baixar a tarifa da energia mentem descaradamente e conscientemente, pois sabem bem eles que este assunto não é para uma pessoa, ou para um governante ou parlamentar. É um assunto nacional, muito distante das atribuições de qualquer um dos afobados promesseiros.
A mesma coisa se pode dizer das propostas do candidato à reeleição que está anunciando ações que implicam em gastos do governo. Assunto que depende de disponibilidade de dinheiro e autorização da Assembleia Legislativa, mesmo sabendo que não dispõe de recurso, sequer para pagar, de uma só vez, o salário dos funcionários do Estado.
Mesmo assim segue prometendo gastos que não pode prometer pelo fato de não ter tido a capacidade de gerenciar, eficazmente, um orçamento público que está beirando o montante de 6 bilhões de reais.
A população do Estado precisa que o próximo governante organize os seus gastos, gerencie os seus projetos, garanta programas sustentáveis dentro da matriz econômica, ative estruturas que precisem de novos postos de trabalho, atue no desenvolvimento tecnológico, garanta melhoria na qualidade de ensino, na prestação do serviço de saúde, entre tantas outras obrigações próprias do Estado.
O candidato à reeleição prefere dançar, pular, mostrar que está muito feliz esquecendo, completamente, das condições do serviço de educação, que não avança na escala de avaliação do ministério, dos serviços de saúde pública que padecem com o enfraquecimento sistemático do processo no Amapá, além de saber que a população vive um momento de insegurança devido às assassinatos e outros crimes que estão no cotidiano das pessoas, mas que repudiam essa situação.
Ele não trata disso, como não diz o que vai fazer para resolver o problema das estatais como Cea, Caesa e Gasap. Problemas reais do Estado e que não são tratados, nem de longe, pelo candidato à reeleição.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O entendimento entre o governador e o vice-governador começa na campanha


Rodolfo Juarez
Acumulando conhecimentos e observando necessidades, o legislador brasileiro chegou à conclusão de que, quando se elege um mandatário estadual é bom eleger também, na mesma oportunidade, aquele que vai substituí-lo nas suas falta e impedimentos, o vice.
Nem sempre foi assim! Outras experiências foram testadas e acabaram levando ao modelo atual, ou seja, quando se elege o governador também se elege o vice-governador, com aquela incumbência prevista na Constituição do Estado e que é considera importante, para que haja segurança na continuidade administrativa.
Com o passar do tempo, entretanto, os vices, dependendo dos respectivos titulares, têm encontrado dificuldades para exercer o seu papel, criando uma zona de atrito que conduz ou ao ostracismo do vice ou à renúncia do vice.
No Amapá temos exemplo para as duas situações.
Atualmente, por exemplo, o Estado do Amapá está sem vice-governador por renúncia daquele que foi eleito na mesma chapa do governador atual.
Apesar de ter ido ao extremo, renunciando há poucos dias da convenção que indicaria o candidato da situação, experimentou antes, todas as fazes, como sejam: parceria suportável, afastamento precavido, ignorância da presença, traição de ação para, finalmente, haver a renúncia do cargo.
Prejuízo para a administração, embora negada pelo titular, mais alivio por ambos: do vice, considerando todo o processo de “fritura” e desrespeito sistemático; para o governado, apontado como o principal responsável pela renúncia, que ficou sem aquele que jurou que dividiria as responsabilidades do cargo.
Prejuízo imenso para a gestão e um acréscimo importante no índice de rejeição que a gestor acumula neste momento.
Essa foi a questão mais traumática.
Outros vices também “comeram o pão que o diabo amassou” levando cada um deles a se perguntar: “afinal, o que estou fazendo aqui?”. “Só sou escalado para solenidades de segunda linha ou representação em reuniões de pouca ou nenhuma importância, ou ainda para enfrentar problemas para os quais não tenho solução”.
Então é importante o eleitor estudar o comportamento tanto do candidato a governador como do candidato ou candidata a vice, isto durante a campanha eleitoral, que devem agir e se comportar como se fosse apenas um, assumindo os mesmos compromissos e se colocando à disposição da população para ter o mesmo denodo e a mesma vontade de fazer.
Os candidatos a vice nas eleições deste ano são 1 (uma) mulher e 4(quatro) homens e que precisam ser analisados pois, mesmo indiretamente, são votados no dia da eleição, muito embora o nome de cada  qual não apareça na urna.
Silvana Vedovelli é a candidata a vice-governadora de Davi Alcolumbre, que tem participado diretamente da campanha, estado em todos os momentos de aparição do candidato ao cargo governador titular, ativa e convincente. É a única mulher candidata ao cargo; Marcos Roberto é o candidato vice-governador de João Capiberibe, não é tão ativo ou convincente; Jaime Nunes é o candidato a vice-governador de Waldez Góes, há muito que buscava esse lugar, está inibindo e sem arranque; Jozean Torres é vice de Antônio Cirilo, ainda não apareceu; e Amiraldo Brito é o vice de Gianfranco Gusmão, também ausente da campanha.
O eleitor precisa ter em mente qual o papel que o vice-governador ou a vice-governadora irá exercer e importante e decisivo.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

As pessoas sentem que o Estado do Amapá sem governo


Rodolfo Juarez
Mesmo com todos os limites que a legislação impõe para o candidato que disputa a reeleição ao cargo de governador são evidentes as dificuldades que o mandatário tem para concentrar a sua atenção na responsabilidade que assumiu perante a população que, antes de qualquer coisa, é de gerenciar os interesses do Estado.
A administração estadual, desde quando começou a pré-campanha visando às eleições de 2018, que a população vem sentindo o reflexo do abandono, quase completo, da gestão estadual por parte do governador e, agora durante a campanha, ainda é mais sentida esta ausência pela falta do vice-governador que, em condições normais, deveria estar assumindo a administração enquanto o titular se dedica à campanha.
Fazer só uma das duas coisas já consome todo o tempo do administrador ou do candidato, fazer as duas ao mesmo tempo é impossível, mesmo sem a exigência da eficácia das medidas tomadas no período.
A população se aborrece com os resultados da administração por diferentes faces e uma delas é o abandono da gestão para poder estar presente nos eventos próprios de uma campanha política que ocupa todo o tempo do candidato.
Nesse contexto são prejudicados: a administração estadual e a campanha do candidato à reeleição que têm como referencia principal uma única pessoa que assume, ao mesmo tempo, a condição de governador e de candidato. Assim, uma dessas duas condições é muito prejudicada, pois, não há como conciliar os interesses e muito menos o tempo que é finito.
Com a proximidade do dia da eleição mais tempo será dedicado para o candidato e, consequentemente, menos tempo para o governador. Isso é muito grave, especialmente quando são pequenas as chances de sucesso no pleito eleitoral.
Esse panorama está levando a eficácia da administração estadual a índices piores do que aqueles que foram apurados quando na normalidade administrativa. A população, muito mais informada que noutros tempos, está atenda e, através do eleitor, crava altos índices de rejeição ao governador e que se reflete, naturalmente, no desempenho do candidato.
Com relação ao desempenho do governador as consequências são observadas na insatisfação da população que não se conforma ter um governador que não governa, pois se dedica à campanha eleitoral. Com relação ao desempenho do candidato, além dos manejos que precisa fazer para ajustar-se à legislação específica, defronta-se com uma rejeição que precisa ser vencida para melhorar o seu desempenho.
Essas situações acabam implicando em outras, especialmente aquelas em que são usados disfarces de ações, quando convoca funcionários públicos, como aqueles que não têm estabilidade, para fazer número em reuniões no sentido de impressionar os indecisos provocando, inclusive, insatisfação entre aqueles que ocupam eventualmente cargos públicos no Estado, por não concordar com a exigência o que implica, inclusive, em perda de apoiadores.
Então a reeleição poderia ser permitida desde que fossem obedecidas situações que garantissem a normalidade no funcionamento do governo, enquanto o candidato à reeleição estivesse em pré-campanha ou campanha eleitoral.
O Estado do Amapá está sem vice-governador, inviabilizando a divisão de tarefas nesse momento da campanha e o governador completamente ocupado com a sua campanha, buscando mais um mandato. Devido essas circunstâncias os prejuízos sociais se acumulam e as pessoas se sentem sem governo.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

FEC: Quem reparte fica com a maior e melhor parte


Rodolfo Juarez
O sistema eleitoral brasileiro passa, sistematicamente, por modificações que são feitas em nome da modernização do processo com foco no equilíbrio entre os que disputam os cargos públicos.
As regras originais estão muito modificadas e ainda em perspectiva de mudanças que anunciam a melhoria na escolha e o equilíbrio entre os concorrentes, entretanto, essas metas não são alcançadas, pois, sempre responsáveis pelas alterações, os legisladores, colocam os seus interesses individuais acima dos interesses coletivos e os remendos vedam algumas goteiras, mas abrem espaços por onde os mais espertos continuam passado e repassando conforme a sua conveniência.
O remendo recentemente feito na legislação e que passou a valer para as eleições de 2018, no sentido de evitar as doações de pessoas jurídicas para partidos ou candidatos gastarem nas suas campanhas eleitorais, devido aos desvios de finalidade comprovados nas operações de combate a corrupção, especialmente no desenrolar da Operação Lava Jato, acabou por produzir uma “pérola” ao modelo desejado pelos “caciques de partidos”.
O Fundo Especial de Campanha, abastecido por dinheiro dos impostos arrecadados, como se fosse uma despesa de interesse da sociedade, prevista no Orçamento da União, foi deixado para ser administrado pelos interessados diretos em permanecer não apenas no cargo, mas sob o guarda-chuva do foro privilegiado – os dirigentes dos partidos.
A experiência pegou os candidatos, principalmente aqueles que disputam as eleições regionais (governador, senador, deputado federal e deputado estadual) sob dois filtros absolutamente manipuláveis conforme os interesses dos partidos ou a possibilidade histórica de acumulação de votos dos eleitores.
Quem podia mais, ficou com mais. Não houve paridade na distribuição feita pela maioria dos partidos, nem na cúpula e muito menos nos diretórios regionais, onde os candidatos pouco se interessam pela vida partidária e o resultado, no caso do Amapá, é que muitos candidatos nem sequer podem usufruir de partes da regra que lhe favorece – divulgar sua candidatura no horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão.
A regra facilitou, ao invés de combater, a candidatura de grupos de pessoas. Os projetos de poder pode ficar por conta e comando de famílias ou grupos de famílias que elaboram para, nas eleições, acumularem cargos que lhes abastecem a dispensa e dos seus aliados, pouco importando a capacidade gerencial que acumule para tomar conta de um setor do governo ou de uma casa de leis.
São grupos familiares que estão disputando cargos públicos eletivos este ano no Amapá, com claros prejuízos no processo de avaliação ou de comprometimento que se baseia não na gestão, mas, nos laços de civis familiares.
À guisa de exemplo, no Amapá, disputando as eleições de 2018 três grupos bem identificados. Um grupo formado por: marido, esposa e filho (governador, senadora e deputado federal); um segundo grupo formado por: marido, esposa, primo, mãe do primo (governador, deputada estadual, deputado federal e deputada estadual); e um terceiro grupo que tem marido, esposa, cunhada, mãe (deputado federal, deputada estadual, deputada federal e deputada estadual).
Nesse ambiente e com esses candidatos com laços familiares e ainda dirigindo os partidos é muito provável que os candidatos da família que tem o plano de poder valem-se do ditado de que “que reparte fica com a maior e melhor parte”.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

13 de setembro: data magna do Estado do Amapá


Rodolfo Juarez
Hoje, dia 13 de setembro de 2018, o Amapá está completando 75 anos de criação, com o desmembramento do Estado do Pará.
A área territorial do Amapá que até então pertencia ao estado do Pará foi desmembrada em 13 de setembro de 1943, por ato do presidente do Brasil, Getúlio Vargas, se valendo do Decreto-Lei n° 5.812 e criando o Território Federal do Amapá, justificando a medida como tendo fundamento estratégico, objetivo econômico, decisão política e presença militar na região, principalmente nas fronteiras.
O a área territorial era formada por três municípios: Macapá, Mazagão e Amapá, este último foi definido no decreto como capital do Território Federal.
Dois meses e quatro dias depois da criação, no dia 17 de novembro de 1943, Janary Gentil Nunes foi nomeado governador do Território. Ao chegar às terras amapaenses em 1944, escolhe o município de Macapá como capital do Território Federal. Janary Nunes alegou que o município do Amapá possuía dificuldades naturais, inclusive de comunicação por via fluvial. Getúlio acatou as ponderações de Janary Nunes e decretou Macapá como capital do Território Federal do Amapá.
No dia 25 de janeiro de 1944, assumiu o governo do Amapá Janary Nunes, sendo empossado no cargo pelo ministro da Justiça e Negócios Interiores da República do Brasil, sob o testemunho de deputados e convidados, entre estes, Lameira Bittencourt, secretário-geral do Estado do Pará, que representou o interventor Magalhães Barata, na solenidade que foi realizada no prédio que servira como sede da Intendência de Macapá. Lameira Bittencourt foi quem leu o ato que efetivava a transferência dos bens patrimoniais do Para instalados no Amapá, para o Território Federal do Amapá.
A criação do Amapá foi um momento histórico importante para toda a Região Amazônica e continua sendo para todos os que moram nesta parte do Brasil. O Amapá, hoje com uma população superior a 800 mil habitantes, segundo o IBGE, vivendo a expectativa da escolha do novo governador do agora Estado, por mais de 512 mil eleitores, segundo o TSE.
E muitos se perguntam: afinal, por que 13 de setembro é feriado no Estado do Amapá?
Ora, tem que haver um forte motivo.
E existe mesmo este forte motivo. Desde a decisão de desmembrar a área que viria constituir o Território Federal do Amapá, no dia 13 de setembro de 1943, que essa data é importante para todos os que moram no Amapá. Comemorada cívica e efusivamente durante 48 anos, despertou amor e respeito daqueles que entendiam quão importante era a criação de meios e maneira para que a vida fosse vivida com expectativa de melhora e de grande futuro.
Com a transformação do Território Federal do Amapá em Estado do Amapá no dia 5 de outubro de 1988, quando da publicação e entrada e vigor da Constituição Federal, começou o momento da transição de Território Federal para um Estado da Federação o que foi completado durante o ano de 1991, primeiro com a posse do primeiro governador eleito, em 1.º de janeiro, e depois com a promulgação da Constituição do Estado do Amapá, em 20 de dezembro de 1991.
Os constituintes escolheram o dia 13 de setembro como a Data Magna do Estado do Amapá e, por isso, é feriado. Esta ordem está no art. 355 da Carta Magna Estadual, não deixando o texto, qualquer margem para outra interpretação: “o dia 13 de setembro, data magna do Amapá, é feriado em todo o território do Estado”.
Portanto, bom feriado!

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Toda atenção para a prestação de contas eleitorais


Rodolfo Juarez
Desde domingo, dia 9 de setembro, que o Calendário Eleitoral de 2018, com fundamento no art. 28, § 4.º, inciso II da Lei 9.504/97, define que, a partir daquela data, os partidos políticos, as coligações e os candidatos deverão enviar à Justiça Eleitoral, por meio do Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), a prestação de contas parcial, dela constando o registro da movimentação financeira e/ou estimável em dinheiro ocorrida desde o início da campanha até o dia 8 de setembro, para fins de cumprimento àquele dispositivo legal.
O intervalo de tempo que começou a contagem no dia 9 de setembro se estende até o dia 13 de setembro como último dia para os partidos políticos, coligações e candidatos enviarem a prestação de contas acumuladas até o dia 8 de setembro.
Sem cumprir a etapa da prestação de contas eleitorais os partidos, coligações e os candidatos ficam sujeitos à sanções que incluem a proibição de acessar recursos partidários. Para possibilitar uma correta prestação de contas eleitorais o segredo é adotar um controle rigoroso desde o início da campanha.
A prestação de contas eleitorais, como orienta o próprio nome, corresponde à apresentação de recibos e documentos que comprovem a licitude do candidato e seu partido, quanto aos recursos que receberam e gastaram durante a campanha eleitoral.
Nesta eleição, os postulantes aos cargos públicos, arrecadam bens e valores em dinheiro para pagar as despesas realizadas. A origem e destino desses recursos precisam ser esclarecidos à Justiça Eleitoral.
A prestação de contas, conforme também previsto na Lei das Eleições, será divulgada no dia 15 de setembro, pela internet, dela constando o registro da movimentação financeira e/ou estimável em dinheiro ocorrida desde o início da campanha até o dia 8 de setembro.
Extratos bancários e cheques, com indicação dos seus respectivos números, valores e emitentes, são alguns dos documentos que devem ser apresentados para a prestação de contas de campanha.
A movimentação financeira final de candidatos e partidos políticos deve ser apresentada à Justiça Eleitoral em até 30 dias após o pleito. Se isso não ocorrer há uma notificação que precisa ser atendia em até 72 horas. Não sendo apresentada a prestação de contas, o julgamento classifica o ato como “não prestação”, o que tem consequências diferentes da aprovação, da aprovação com ressalva e da desaprovação que são outras situações possíveis.
Além de não acessar recursos do fundo partidário, quem não presta contas fica sem a quitação eleitoral, não podendo concorrer, por isso, no pleito seguinte, nem tomar posse em cargo público. Isso significa que, mesmo o candidato não eleito, se convidado a assumir um cargo em qualquer administração, não poderá fazê-lo.
As contas e documentos eleitorais precisam ser tratados com muito cuidado. Não havendo espaço para esquecimento, negligência ou desorganização.
Algumas dicas para manter tudo em ordem: 1) notas fiscais: todo serviço ou produto precisa de notas fiscais. Não deixar para receber notas depois; 2) categorização dos gastos: é preciso fazer um planejamento minucioso de todos os custos de campanha; 3) tecnologia: não fique refém de papéis e mídias físicas para organizar suas contas. Use nuvem; 4) contador: conte com uma empresa de contabilidade para ajudar na prestação de contas e organização de seu balanço; 5) segurança de contas: não misture gastos pessoais com os de sua campanha.
Assim sobra tempo para “correr atrás do voto”.

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Ideb demonstra que a educação no Amapá não avançou


Rodolfo Juarez
O Brasil superou a meta prevista para os anos inicias do Ensino Fundamental em 2017, entretanto, o Ensino Médio segue como etapa mais desafiadora. Infelizmente não é o que aconteceu na apuração específica do Estado do Amapá que foi um dos sete estados brasileiros, além do Distrito Federal que apresentou queda no desempenho dos alunos equivalente a 0,1 de o ponto percentual.
Quando olhamos para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), é possível enxergar pontos positivos e negativos na aprendizagem dos alunos na escola pública do país. Um ponto positivo: o Brasil superou a meta prevista nos anos inicias do Ensino Fundamental em 2017.
O índice divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é calculado de dois em dois anos, de acordo com os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e com as taxas de aprovação das escolas e redes de ensino.
Os anos iniciais seguem sendo a etapa que apresentam melhores resultados nos índices do Ideb. Supera a meta prevista em 0,3 ponto, e todos os estados evoluíram na proficiência média em relação a 2015. Apenas os estados do Amapá, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul não alcançaram suas metas.
Oito estados já alcançaram Ideb maior ou igual a 6 - meta prevista nacionalmente somente para 2021. São os seguintes: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Ceará, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal. O Ceará se destaca por ter superado a meta proposta para 2017 em 1,4 ponto.
Uma escola pública de Ensino Fundamental, do município de Serranópolis do Iguaçu, no Paraná, obteve o Ideb mais alto do estado, com média de 8,7. Para os professores o segredo do “sucesso” vem de um conjunto de fatores: o município tem a Educação e a Saúde como áreas prioritárias do orçamento, a Secretaria  Educação tem condições de estar presente no dia a dia dos professores, apoiando com formação continuada de qualidade, os docentes de fato conseguem reservar 33% de sua carga horária para o preparo das aulas e a escola tem uma série de medidas que visam garantir a aprendizagem das turmas.
Houve melhora no índice nacional: subimos de 4,5 para 4,7, mas ainda distante da meta para 2017, que seria de 5 pontos. Dos 27 estados, 23 aumentaram o Ideb, mas apenas 7 atingiram suas metas: Rondônia, Amazonas, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso e Goiás.
De acordo com Inep o desafio é melhorar o fluxo escolar. Enquanto estados com histórico de baixa retenção, como Mato Grosso e São Paulo, há outros, como Sergipe, Pará e Bahia com taxas de distorção idade-série e efeito colateral de altos índices de reprovação que chegam a mais de 40%.
O Ensino Médio é a etapa mais desafiadora para o Brasil. O avanço é lento: depois de três edições de estagnação, o índice avançou 0,1 ponto em 2017, chegando a 3,8. Mas está bem distante da meta prevista, que seria de 4,7.
No panorama geral, cinco estados tiveram redução no valor do Ideb, o melhor desempenho do país ficou com o estado do Espírito Santo, mas nenhuma unidade federativa atingiu suas metas.
Sobre o Ensino Médio, as autoridades defendem a reforma e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da etapa, usando os dados estagnados.
O Amapá não atingiu a meta e, por isso, a educação marca passo a 10 anos.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

A hora da escolha do governador do estado


Rodolfo Juarez
Cinco candidatos pediram registro na Justiça Eleitoral do Amapá para disputar o Governo do Estado: Cirilo Fernandes (PSL), Davi Alcolumbre (DEM), Gianfranco Gusmão (PSTU), João Capiberibe (PSB) e Waldez Góes (PDT).
O Estado do Amapá neste último quadrimestre de 2018 está precisando de muito mais ação do que de outros últimos quadrimestres dos anos que já passaram recentemente ou não. A situação da população, que cresce mais de 20 mil pessoas por ano, está difícil em setores importantes da governança estadual, além da desilusão natural por qual passa todos aqueles que têm endereço no Amapá.
O sistema educacional do Estado do Amapá está em permanente crise, mesmo com o alegado esforço que a atual gestão diz ter feito o resultado não aparece no próprio ambiente escolar. São alunos reclamando das condições físicas das escolas que precisam de reparos (importantes reparos), professores insatisfeitos por não poder confirmar as informações que traz sobre a recuperação dos ambientes escolares e pais de alunos que não se conformam com falta de merenda escolar, de professos desta ou daquela matéria e de boa vontade para que esses problemas sejam resolvidos.
O Ministério Público tem sido complacente até onde dá, mas, em seguida, emite recomendações e, depois, entre com Ação Civil Pública para que sejam supridas as necessidades da escola para a prestação de serviço com um mínimo de dignidade. Um caso assim teve como tema central a Escola Estadual Barão do Rio Branco, há muito esquecida pela gestão e sendo consumida pelo tempo e o abandono.
O sistema estadual de saúde pública tem merecido avaliações que reprovam todo o sistema, muito embora os funcionários que atuam nos hospitais e casas de saúde do Estado mostrem-se esforçados e solicitantes de providências por parte daqueles que definem a política para o setor.
A falta de material se tornou um caso inexplicável, adiando cirurgias e deixando cidadãos à mercê da própria sorte acamados pelos corredores dos hospitais, principalmente do Hospital de Emergência.
O sistema estadual de segurança pública tem vivido um drama a cada dia com as estatísticas nacionais que colocam o Estado do Amapá na lista como sendo um dos estados mais violentos do Brasil e a capital Macapá, como sendo uma das cidades mais violentas do mundo e, naturalmente, do Brasil.
Ainda tem a lista de obras civis e rodoviárias que estão espalhadas por todo o Estado e completamente abandonadas pelo Governo que continua culpando a crise brasileira pelos problemas do Estado, muito embora o Orçamento Anual já esteja próximo dos 6 bilhões de reais e não indique problemas com as despesas uma vez que as receitas continuam crescentes.
Os outros setores, que não os da educação, da saúde, da segurança pública e das obras paradas também atravessam momentos difíceis, com secretarias extraordinárias sem orçamento, mas com lotação de pessoas e consumo de material.
Nesse cenário o eleitor tem que decidir qual dos candidatos é o que tem condições de modificar, para melhor, a situação da governança do Estado, que gasta mais de dois bilhões de reais, mais de um terço do orçamento, com a folha de pagamento de pessoal.
A eleição dá a oportunidade para o eleitor avaliar e tomar a decisão que considera a mais adequada para aquele momento, a que vai devolver a confiança para a população que tem se declarada decepcionada com o dia-a-dia que enfrenta atualmente.