Rodolfo Juarez
A divulgação do
Censo de 2022, ocorrida na quarta-feira, dia 28 de junho, trouxe surpresas que
não agradam aos interesses do Estado do Amapá e estão relacionadas às
informações incorretas que foram prestadas para a população e o Governo do
Estado quando da divulgação das previsões da população, feitas pelos técnicos
do próprio IBGE, e sistematicamente publicadas no final de mês de julho de cada
ano.
O Censo de 2022,
publicado em junho de 2023, quando confrontado com as correções cuidadosas
(???) feitas ao longo dos anos, quando são estimadas as populações dos municípios, trouxe a surpresa para os
administradores do estado e dos municípios, quando viram a população, apurada
pelo IBGE, por estimativa, encolher em 144.105 habitantes, ou seja quase 1/5 da
população apurada em 2022.
Não se trata apenas
de correção de um possível erro absurdo e inadmissível do órgão responsável
pelo sendo, mesmo considerando que se tratava de uma estimativa, mas de
prejuízos consideráveis para a população e um alto risco para os compromissos
públicos constantes dos orçamentos do Estado e de cada um dos 16 municípios.
O Fundo de
Participação dos Estados (FPE) tem como critério de repartição o tamanho da população e estabelece
que 5% do fundo devem ser proporcionais à área dos estados na federação e os
95% restantes devem ser repartidos com base: primeiro, no tamanho da população
e, segundo, no inverso da razão entre renda per capita estadual e a renda per
capita nacional.
O Fundo de Participação dos
Municípios (FPM) define que a distribuição dos recursos aos
Municípios é feita de acordo com o número de habitantes, onde são fixadas
faixas populacionais, cabendo a cada uma delas um coeficiente individual. Os
critérios atualmente utilizados para o cálculo dos coeficientes de participação
dos municípios estão sustentados por leis específicas.
Então, a
diminuição da população do Estado como um todo, decorre da diminuição da
população nos 16 municípios amapaenses, refletindo um erro continuado e que já
tinha alerta público desde quando foi confrontado com os números do TSE
(TRE/AP), que mostravam que o município de Itaubal/AP tinha mais eleitores do
que residentes. A pergunta feita naquele momento foi: quem está errado, o TSE
ou o IBGE?
O assunto
pode ser considerado muito sério, inclusive para os funcionários públicos,
estaduais e municipais, que saberão do impacto no orçamento anual e que
exigirão das forças políticas busca de instrumentos de compensação para as
perdas principais que virão com o FPM e o FPM.
Outros
números do mesmo Censo de 2022 precisam ser analisados como aqueles referentes
aos domicílios particulares ocupados, vagos ou de uso ocasional. Esses números
precisam ser confirmados, como de resto todo o Censo 2022 na parte que se
refere ao Amapá.