Rodolfo Juarez
Apesar
do esforço político feito e o empenho dos engenheiros e técnicos no
restabelecimento da energia nos 13 dos 16 municípios do Estado do Amapá, o
consumidor ainda está apreensivo com o quadro que lhe foi mostrado durante
grande parte do mês de novembro.
Agora,
basta um desligamento fortuito para que todos fiquem imaginando uma situação
parecida com o grande apagão de novembro, que todos esperam ter entrado para a
história e que reste apenas a prestação de contas dos responsáveis com a
população que perdeu patrimônio e tranquilidade; e que ganhou prejuízos e
despertou doenças que imaginava já dominada.
A vida
foi modificada. As famílias tiveram expostas a uma situação que jamais
imaginavam ter que enfrentar. Mas, afinal, o enfrentamento mostrou que a
energia elétrica é um bem que não pode faltar. Além de muito cara, exigindo
destinação de maior parte do que ganha para pagar o consumo de energia.
As
reclamações vão continuar. A falta de interface da empresa distribuidora e que
cobra a energia se nega veementemente, em facilitar o relacionamento agradável
com o consumidor, preferindo deixá-lo em filas intermináveis (e quando
possível) a ter que explicar que no valor pago pelo consumidor estão inclusos
uma das maiores tarifas de todo o
Brasil, o serviço de distribuição da CEA, o serviço de transmissão da
Eletrobrás; tributos estaduais como o ICMS, o ICMS das subvenções, PIS/PASEP e a
COFINS.
Como
exemplo, destaque-se que, em uma nota fiscal de consumo de energia de R$
1.000,00 se paga R$ 173,42 de ICMS, PIS/PASEP e COFINS, mais R$ 25,00, isto é,
pela energia consumida o consumidor para, em uma consta de mil reais, apenas R$
381,44 e de tributos R$ 199,00.
A
distribuidora de energia elétrica para o Estado do Amapá, a CEA, vem se
arrastando economicamente há um bom tempo e os consumidores sendo apertados de
todos os lados e a empresa com grandes problemas estruturais e praticamente sem
solução de curto prazo.
O
Governo do Estado já tem autorização legislativa de um lado, pressão federal de
outro e pressão sindical de outro para que defina a venda da estatal e que,
seja licitada a concessão da distribuição em todo o Estado para uma empresa do
setor e que possa melhorar o ânimo do consumidor que tem razão, quando reclama
de ter que pagar as perdas de energia que são permitidas pela CEA e cobradas
pela CEA.
O
título recebido em 2019 de ser a “empresa mais odiada do estado” foi justo e se
justificou pelos acontecimentos recentes que terminaram em apagão, insegurança,
prejuízos matérias e emocionais por parte dos consumidores.
Não é
possível outro projeto do tipo elaborado e praticado pelo então governador
Camilo Capiberibe que acabou por empresar 1,4 bilhões de reais para sanar as dívidas
da CEA com a Eletronorte e com a AMPREVE.
O tempo
passa e até a confiança precária do consumidor se esvai, cada vez mais
rapidamente, deixando a empresa sem a confiança que precisa ter dos seus
consumidores e, na prática, os seus que pagam tudo: salários, materiais e
serviços, principalmente agora, com o Conselho de Consumidores sem força para
tomar qualquer medida.