Rodolfo Juarez
Mesmo a 15 dias do
encerramento da campanha eleitoral muito dos candidatos aos cargos de deputado
federal e deputado estadual, estão confusos ou não sabem qual a regra que estão
enfrentando. Aos candidatos, se juntam algumas das coordenações que, ao invés
de procurar tirar as dúvidas emitem suas próprias opiniões que nem sempre estão
conforme a Lei das Eleições, o Código eleitoral ou as Resoluções baixadas pelo
TSE.
Números importantes
para as eleições de 2022 devem ser conhecidos e trabalhados pelos candidatos e
suas equipes de coordenação, para mostrar aos eleitores, principalmente aqueles
que atendem ao chamado para as reuniões, o que precisam ser feitas para
“garantir” a eleição.
Um dos números é o
de eleitores aptos a votar em todo o Estado nas eleições de 2022. Divulgado em
julho deste ano pelo TSE, o total de eleitores aptos a votar no dia 2 de
outubro é de 550.687.
Em 2010 o número de
eleitores aptos a votar, em todo o estado do Amapá foi 420.331, em 2014 estavam
aptos 455.368 e em 2018 estavam aptos 511.824. Uma boa interpolação matemática
explica o comportamento eleitoral nestes 12 anos.
O histórico das
eleições brasileiras tem mostrado que, provavelmente, pelo fato de ser obrigado
o sufrágio, o eleitor desafia a obrigatoriedade e não comparece à seção
eleitoral onde está inscrito para votar. Esse não comparecimento é chamado de
abstenção, um número importante que o candidato precisa estimar.
A melhora forma de
fazer essa estimativa é analisando as abstenções das últimas 3 eleições: 2010,
2014 e 2018.
Em 2010 não
compareceram para votar 62.539 eleitores (14,87%); em 2014 não compareceram
47.522 eleitores (10,43%); e em 2018 não compareceram 85.442 eleitores
(16,69%).
A análise é feita
com a utilização dos percentuais pois, assim, diminuem as variáveis e aparece a
possibilidade de prever a abstenção para este ano de 2022. O resultado da
análise e dos cálculos indicaram que em 2022 não compareceriam para votar em
torno de 70.000 eleitores, o que representaria uma abstenção de 12,71%.
Tanto o número de
eleitores aptos a votar, como a abstenção verificada com a ausência dos
eleitores nas suas respectivas seções, é fixo e, por isso, se mantem nos
cálculos para deputado estadual e deputado federal, como também para as
eleições de senador e governador.
As outras duas
variáveis são o número de votos nulos e o número de votos em branco que
precisam ser previstos para, então, se chegar ao número de votos válidos.
São os votos válidos
que serão decisivos para os cálculos finais dos números de vagas. Este ano, com
a impossibilidade de coligações (ajuntamento de partidos) nas eleições
proporcionais, foram pedido registro de 17 nominatas, com 154 candidatos ao
cargo de deputado federal. Como são apenas 8 vagas, isso quer dizer que, pelo
menos 9 nominatas não elegerão representantes para a Câmara Federal.
Para deputado
estadual são 18 as nominatas, com 364 candidatos e 24 vagas, aqui, pelo menos,
o número de nominatas é menor do que o número de vagas.
O ano de 2022 se
torna, assim, as eleições proporcionais com mais candidatas e candidatos desde
que passamos a eleger deputado estadual em 1990.