segunda-feira, 27 de abril de 2020

Os 92 anos de minha mãe.


Rodolfo Juarez
Hoje, dia 28 de abril de 2020, minha mãe, Raimunda Juarez, completa 92 anos de idade. É o natural centro das atenções de toda a família e, neste dia, recebe os parabéns dos filhos, netos, bisnetos, noras, genros, amigas e amigos.
Raimunda Juarez, que tem Pureza no seu nome, também tem pureza no seu coração. Uma pessoa que vive cada dia orientando, dando exemplos e se comportando como a maior guerreira da família, em qualquer aspecto que se avalie.
Preocupa-se com todos. Quer sempre ver todos alegres, o que convenhamos, com tanta gente ao redor, precisa de muita compreensão para entender cada um.
Compreende perfeitamente que a vida impõe seus limites em cada período: uns mais exigentes, outros nem tanto, mas a minha mãe até agora soube lidar com cada um e, ainda, sugere soluções para aqueles que precisam de mais luz no seu roteiro.
Sente muita falta do filho que já foi para o outro plano e, mesmo com o esforço dos outros onze que estão próximos, sempre reserva, em suas orações, espaço para pedir proteção e, na medida do possível, dar proteção para todos os que estão sob sua visão, permitindo a cada um, entretanto, ter a sua independência.
Os amigos de minha mãe, os amigos dos descendentes dela e todos os demais olharão para aquela senhora e verão a força que ela tem para avançar, linda e maravilhosa, na direção de cada um e de todos. Ela faz questão de viver intensamente o momento, querendo estar dispostas para ser alegre e curtir a felicidade.
Jamais deixou escapar das lembranças do seu esposo, desde quando ele deixou esse plano há 47 anos, e do filho que mimou, e mima em pensamento, por todo tempo.
Mesmo nestes momentos há o esforço de cada um, familiares e amigos, para manter o astral, e possibilitar que ela mantenha a superação que garante que tem desde o momento da separação definitiva.
Minha mãe é forte, alegre, vencedora de todas as corridas que a vida lhe impôs. Em todas as chegadas, se mostra disposta a continuar avançando em percursos novos, convicta de que tudo o que faz, faz certo. Afinal de contas, só faz o que tem que fazer, e certo porque sabe que precisa manter a qualidade, garantir a atenção, comandar a todos e dizer o que é e o que não é para fazer.
Essa mulher vinda das entranhas da floresta tem a bravura de cada um daqueles verdadeiros pioneiros ribeirinhos, verdadeiros defensores do ambiente amazônico preservado e intacto, sem deixar de tomar o açaí, comer o peixe de rio, apreciar o camarão regional e dar preferência pela farinha grossa da mandioca.
Sempre criativa criava patos e paturis, aproveitando as águas dos igarapés.
Mesmo as cutias, as pacas, os tatus, os jabutis, como também os papagaios, os maracanãs e os periquitos, tinham a oportuna proteção da minha mãe. Não falava bem dos japiins, mas gostava de ver os ninhos deles, às centenas, nas seringueiras das proximidades de casa.
Minha mãe é esse mundo equilibrado ambientalmente, impossível de ser completamente descrito, mas certamente iluminado pelo amor que tem por cada um dos seus.
Nossa alegria é muito grande por estarmos com Dona Raimunda, nossa mãe, avó, bisavó, amiga e companheira que sabe que a vida é cheia de desafios, e que cada um deles precisa ser encarado para ser vencido, um de cada vez.
Parabéns minha mãe!
Todos nós te amamos!

sexta-feira, 24 de abril de 2020

A nova carta aberta dos governadores


Rodolfo Juarez
A Carta Aberta dos Governadores publicada no dia 18 de abril, sábado, não foi assinada por 7 dos 27 governadores de estado.
Na carta os governadores se dizem em apoio aos presidentes do Senado Federal e da Câmara Deputados, mas a preocupação é escamotear o comportamento do deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, pelos planos que tem arquitetado para colocar em conflito os poderes da República.
Certamente que o perfil de gestor do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, não clama por apoio oportunista de governadores, muito embora reconheça a importância do que podem fazer esses dirigentes estaduais na condução das necessidades ocasionais provocadas, nesse período especial da história brasileira e mundial, onde o coronavírus é a preocupação da vez, ainda sem um antídoto eficaz.
Os governadores mantêm a mesma tática de passados recentes, se aproveitando do sacrifício a que está submetida a população, neste momento, para exigir da União mais dinheiro para gastar em compras, sem contação de preço e sem licitação, o dinheiro que o povo entrega para os dirigentes nacionais e, também estaduais, na forma de tributos.
Sempre colocando a culpa pelos desmandos e pelas dívidas impagáveis no seu antecessor vão, os governadores de estado, mirando as reservas nacionais, em busca de mais dinheiro, comprometendo ainda mais o Tesouro do Estado e aumentando a dívida, já impagável para o povo, resultado dos artifícios dos governantes.
Agora, estão ninando o deputado Rodrigo Maia para endossar as pretensões dos gestores estaduais que querem dinheiro mas não querem assumir qualquer compromisso que reverta o quadro de dificuldade presente em muitos estados, repercutindo diretamente na população.
A carta é do tipo “morde e assopra”, ou “eu disse mais não disse”, quando afirmam, no documento, que “não julgamos haver conflitos inconciliáveis”, ou quando afirmam ser “fundamental superar nossas eventuais diferenças através do esforço do diálogo democrático desprovidos de vaidades”.
A Carta Aberta é encerrada com a declaração de que a “saúde e a vida do povo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, especial nesse momento de crise”.
Mas quem falou, em algum momento de “interesse político”?
O governador do Estado do Amapá assinou a carta. Se perguntar para o governador do Amapá porque ele assinou a carta, ele não sabe. E se responder alguma coisa, vai para a justificativa de sempre: falta de recursos para atender o sistema de saúde do Estado.
O sistema de saúde do Amapá, há tempo, vive uma crise indomável que desafiou todos os secretários de estado da saúde do Governo do Amapá. E não foram poucos os secretários que viram ser responsabilizados por atos de improbidade dos quais não participaram, mas foram acusados depois de avocado a teoria do fato.
Mais uma vez se observa o oportunismo dos governadores. Aproveitando a ocasião da pandemia para justificar as suas verdadeiras vontades e, ainda fazem tudo isso, afirmando que estão preocupados com a saúde do povo.
Revelam suas tendências autoritárias quando escolhem governar por decreto, e se valendo da dispensa de licitação para comprometer o dinheiro do contribuinte em compras emergenciais. Unem-se para tratar de estratégia de como agir em grupo, através de um fórum deles mesmos, onde falam para o espelho, e maquiam-se para afirmar que falam a verdade.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Aberração humana

Rodolfo Juarez
A semana que passou encerrou um capítulo da história que tem como protagonista o novo coronavírus, aquele que leva à Covid-19, com a exoneração do ministro de Estado da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que entendeu em algum momento de sua curta passagem pelo Ministério, que poderia ser sustentado pelos apoios externos nas suas posições contra aquele que o escolheu como colaborador na gestão.
Enquanto isso o vírus das justificativas oficiais continua desafiando os lembrados cientistas que pedem prazo, um prazo que os políticos brasileiros dos tempos atuais não estão acostumados a esperar, pois as necessidades que alegam são para ontem e sempre tendo em seus argumentos, dinheiro, muito dinheiro.
Os governadores dos estados brasileiros, com raras exceções para justificar a regra, sabendo que podem manipular os prefeitos municipais devido as suas carências e dependências, levam os verdadeiros responsáveis pela orientação da população, para seus palácios e, lá, fazem tantas promessas que sabem jamais serão cumpridas.
Mas os governadores querem plateia e motivo para tentar saquear a União e, com o dinheiro necessário para outras aplicações, pretendem cobrir ou encobrir os seus desmandos, neste momento especial que está podendo comprar o que não precisa, sem licitação, juntamente com que alega precisar, mas sem confirmação de quantidade e urgência.
Aqui no Amapá, a todo esse conjunto de questões ainda se junta ao modelo socialista-trabalhista, instalado desde 1995, portanto há 25 anos, 3 meses e 20 dias,  para a gestão dos interesses que deveriam ser do povo, usando dinheiro dos orçamentos públicos do estado, que já ultrapassam 65 bilhões de reais no período destacado.
Os socialistas do PSB e os democratas trabalhistas do PDT que têm sido eleitos, alternadamente, ao logo destes 25 anos, pela maioria dos eleitores amapaenses para bem aplicar o dinheiro dos tributos pagos pelo povo, não apresentam o resultado esperado e, por isso, precisam ser oportunistas, incrivelmente traiçoeiros e escandalosamente irresponsáveis quando uma novidade se lhes é apresentada.
Claro que não se está querendo que a disputa dos cargos que almejam lhes seja proibida. Não. Não é isso. Afinal estamos num país democrático, onde a vontade do povo precisa ser respeitada.
Pena é que esse respeito só é exigido até a posse. Tomou posse, o governante daqui acha que não precisa mais atender às necessidades da população, mas precisa, isso sim – acharam e acham eles –, que podem fazer o que quiser, mesmo que transforme em pó, ou sabe-se lá no que, o rico dinheirinho do povo. E, quanto mais, melhor! Assim entendem esses dirigentes que falam em democracia, mas gostam do autoritarismo.
Aliás, nessa época do coronavírus, a força tem sido o grande escudo do governador atual, que coloca a polícia contra o povo, independente do maltrato produzido por uma corporação que está treinada para entrar em conflitos, dissolver confusões, além de reprimir crimes. Acontece que agora estão os PMs tendo que fazer o que não sabem, mas como são especialmente treinados para cumprir ordens, acabam fazendo.
A sensibilidade dos governantes é tão acurada para a ordenança, que o debate foi completamente extirpado do processo. Como também o entendimento do que é essencial, uma situação relativa, do que não é essencial. Tanto que a educação para os governantes atuais não é essencial. Convenhamos: uma aberração humana!
Mata-se, inclusive, a galinha dos ovos de ouro, quando mantém fechado o comércio e o serviço, responsáveis por 84,5% do PIB do Estado do Amapá.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Um ano fazendo hemodiálise


Rodolfo Juarez
Completei, dia 12 de abril, um ano que frequento regularmente a Unidade de Nefrologia do Hospital de Clínicas Alberto Lima, em Macapá, depois de ter sido diagnosticado com Nefropatia, ou seja lesão ou doença no rim, me submetendo a hemodiálise às terças, quintas e sábado.
Antes, em maio de 2018, já havia feito uma operação para construção de uma fistula arteriovenosa no antebraço esquerdo, antevendo a necessidade deste acesso ao meu corpo, uma vez que antes, em agosto de 2014, me submeti a uma cirurgia para retirada da próstata que, em hiperplasia, prejudicara fortemente o funcionamento de todo o aparelho urinário, além de pressionar o rim que acabou por ter o seu funcionamento muito prejudicado.
A fístula arteriovenosa é uma comunicação que se realiza entre uma artéria e uma veia, quer patologicamente ou criada cirurgicamente para fins terapêuticos, como, no meu caso, para garantir um local de acesso para a hemodiálise. Caso o paciente não tenha a fístula arteriovenosa, precisa que seja “passado” um cateter que é um dos acessos vasculares para realizar a hemodiálise e representa uma condição para fazer essa terapia. A escolha e a colocação do cateter é um procedimento médico, normalmente feito em uma veia calibrosa na região do pescoço, do tórax, ou da virilha.
Cada sessão de hemodiálise, dependendo do estado clínico do paciente, pode variar de 3 a 5 horas, de 2, 3 ou 4 vezes por semana, ou até mesmo diariamente. No meu caso são três vezes por semana, durante 3 horas por sessão. Durante esses doze meses eu fiz 162 sessões, que duraram 486 horas, levando 324 agulhadas na fístula com 5 intercorrências importantes.
Na máquina de hemodiálise tem-se uma divisão: o circuito de sangue e o circuito do dialisato. O circuito de sangue compreende o trajeto que o fluido sanguíneo irá percorrer em um espaço extracorpóreo, conceito análogo para o circuito do dialisato, sendo o dialisato o fluido que circula. Ambos os circuitos possuem dispositivos eletrônicos de monitoração e controle.
O circuito do sangue é o trajeto que o sangue percorre no meio extracorpóreo: inicia com a agulha que é inserida no paciente; passa por uma bomba que definirá a pressão do sangue no circuito que é conectada aos capilares do dialisador; finalmente, o sangue passa por uma câmara catabolhas para retornar ao paciente.
O circuito do dialisato é o caminho que o dialisato percorrerá na máquina de diálise: começa com a preparação do dialisato; passa por uma bomba peristáltica que o impulsiona, com o objetivo de tornar mais eficiente as trocas de substâncias com o sangue; por fim, o dialisato é descartado. Durante uma sessão de hemodiálise são usados 35 litros de água tratada.
As máquinas atuais para o tratamento da hemodiálise são equipadas com sensores e alarmes para identificar eventuais anomalias da solução dialítica. O modelo que testa a máquina atual, que é uma rotina executada pela mesma, não é considerado, pelos técnicos, um meio confiável de certificar o seu bom funcionamento.
Atestar este funcionamento é de fundamental importância para garantir o bem estar do paciente devido ao alto número de parâmetros que a máquina opera, dentre estes, tem-se a temperatura, pressão, vazão, molaridade, velocidades das bombas, ultrafiltração, pureza da água, entre outros.
Durante este tempo que tenho de hemodiálise já anotei 5 intercorrências: erro humano 2 (dois); equipamento defeituoso: 2 (dois) e falta de energia: 1 (uma) vez.

terça-feira, 14 de abril de 2020

No Amapá o novo coronavírus está ganhando!


Rodolfo Juarez

A forma violenta como o governador do estado do Amapá, Waldez Góes, e dos prefeitos de Macapá e Santana desmoralizaram os termos da Portaria 002/20 do Comitê de Decisões Estratégicas, que flexibilizava funcionamento das atividades econômicas. Juntando com a Nota Pública divulgada no dia 2 de abril por camelôs, comerciantes, vendedores ambulantes, funcionários do comércio e prestadores de serviços que declararam não aceitar como interlocutora da Fecomércio, em nome dos que firmaram Nota Pública, junto às autoridades do estado e dos municípios de Macapá e Santana.

Além da “Nota de Esclarecimento” da Fecomércio, o “Comunicado” da Associação Amapaense de Supermercados (AMAPS), a “contestação” da Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado do Amapá (ADAAP), a “Nota” da ACIA, e as manifestações diversas de sindicatos patronais, preocupados em solidarizar-se com o vice-governador, Jaime Nunes, designado, pelo governador para coordenador-chefe do Comitê de Decisões Estratégicas, podem ter despertado cidadãos que não estão vendo resultados efetivos na proposta do governador e dos prefeitos, que mandam todo mundo para casa, enquanto o novo coronavírus avança sobre a população amapaense, levando-a para o segundo lugar na macabra escala da doença, na lista dos estados brasileiros.

Pode ser por tudo isso que o empresário Pierre Alcolumbre e a desembargadora Sueli Pini, já foram aos meios de comunicação tradicional e às redes sociais, declarar a sua insatisfação com a situação no Amapá e falar em nome dos empreendedores que estão com imensas dificuldades e dos consumidores mais carentes, que “vivem em cubículos”, como disse a desembargadora, sem qualquer condição sanitária, diferente do governador e do prefeito que tem mais de um quarto para cada morador.

Por tudo isso é preciso encontrar um meio termo - esse é o desafio -, para não continuar com procedimentos autoritários que chegam à raia da ofensa à Constituição Federal vigente e à liberdade de povo que se acostumou a ser livre, tomar as suas decisões livremente e viver em democracia.

Até agora o governador, os prefeitos e os dirigentes empresariais, com honrosas exceções, não acertaram o passo e o método escolhido, os resultados mostram que não é o certo.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Os mandatários não consideram a educação como atividade essencial


Rodolfo Juarez
Desde quando começou o enfrentamento pelas autoridades sanitárias, com a participação direta dos dirigentes estaduais, municipais e da e República que se está declarando para o mundo e para o povo brasileiro que a educação no Brasil não é essencial, pelo menos como outras atividades assim eleitas.
Em meados de março foi publicado pelo Governo Federal um decreto incluindo a imprensa como atividade essencial durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, entre outras atividades com aquele qualificativo.
Expresso, no decreto constava que a imprensa era considerada uma atividade essencial “por todos os meios de comunicação e divulgação disponíveis, incluindo a radiodifusão de sons e imagens, a internet, os jornais e as revistas, dentre outros”.
No dia 20 de abril outro decreto que listou uma série de serviços como essenciais em meio à crise provocada pela Covid-19 foi publicado. Dessa lista não consta as atividades da imprensa como essenciais, mais sim: 1) assistência à saúde; 2)atividades de segurança e defesa nacional; 3) transporte intermunicipal, interestadual e internacional; 4) transporte por táxi e por aplicativo; 5) serviços de telecomunicações, energia elétrica e gás; 6) produção e venda de produtos de saúde, higiene, alimentos e bebidas; 7) serviços bancários e postais; 8) produção e venda de combustíveis; e 9) transporte e entrega de cargas.
As redes de televisão e rádio, as empresas de jornal e revista, principalmente as ligadas ao sistema Globo de rádio, jornal e televisão se manifestaram, revoltadas e dispostas ao revide, pela exclusão da lista de atividades essenciais. Essa revolta incluiu a maioria dos governadores, inclusive o do Amapá, e muitos prefeitos de municípios brasileiros de quase todas as regiões.
Ninguém, nenhum jornalista, nem um governador, nem um prefeito, nem o ministro de Estado da Educação se mostrou preocupado pelo fato de a educação não ter entrado no rol das atividades essenciais.
E sabe o que isso significa? Descaso, Desalento, Irresponsabilidade!
No ranking mundial da educação, formado a partir dos resultados na prova do PISA, sigla em inglês que significa Programa Internacional de Avaliação de Alunos, criado no ano 2000, o Brasil ocupa as últimas posições entre as nações que participam do programa e, o Amapá, as últimas posições no Brasil.
Da verificação nem todos os países do mundo participam. Na última edição, que teve os resultados publicados no ano passado, a educação brasileira, participou com mais de 23 mil alunos e os resultados não foram animadores. São os seguintes: 1) Leitura, 61ª posição; 2) Ciências, 65ª posição; 3) Matemática, 67ª posição. No ranking geral o Brasil ficou na 68ª posição, com uma média geral de 377 pontos.
A média total de todos os países que prestaram o mesmo exame ficou em 490 pontos, o que é ainda muito superior à média brasileira e o Amapá ainda fica entre os que obtiveram notas menores no Brasil, abaixo dos 377 pontos. O resultado é inferior ao de países como Argentina, Albânia, Chipre, Indonésia e Tailândia que ocupam posições na frente do Brasil.
Mesmo assim a educação no Brasil e no Estado do Amapá não fez com que as autoridades amapaenses reclamassem pelo fato da educação não ter sido incluída no grupo de atividades essenciais para a sociedade brasileira.
Um bom planejamento não desperdiçaria a permeabilidade social dos trabalhadores na educação aqui do Amapá, certamente o setor que poderia levar, diretamente para as famílias, as informações organizadas e sob a orientação dos professores.
Sabe-se que o maior contingente de profissionais de uma mesma área no quadro de 32,5 mil funcionários públicos do Governo do Amapá, são os trabalhadores da educação que, com um contingente de mais de 11 mil profissionais, representam 1/3 da força de trabalho apenas dos lotados no Governo do Amapá. Nos municípios a proporção é praticamente a mesma
Com boa estratégia de ação, com equipamento de proteção individual para os profissionais e os alunos se teria o maior exército participando diretamente das orientações de como os país, os parentes e todos os próximos seriam bem instruídos para enfrentar o novo coronavírus.
Mas foi prático, deixar para lá, os alunos sem aula, os professores sem atividade e a educação brasileira e amapaense cavando um buraco mais fundo.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Um ano submetendo-se a hemodiálise


Rodolfo Juarez
Um ano depois de ter entrado para o grupo de pessoas acometidas da Doença Renal Crônica e que se submete à hemodiálise, pelo menos três vezes por semana, volto a comentar sobre o assunto.
É uma situação em que os pacientes têm novas regras no seu dia a dia e um compromisso de relevância social para minimizar as preocupações da família que precisa compreender o que está acontecendo e buscar equalizar a expectativa do paciente submetido à máquina de hemodiálise.
No Estado do Amapá apenas Santana e Macapá têm unidades de nefrologia: a de Macapá conta com 38 máquinas, em dois salões na Unidade de Nefrologia do Hcal, funcionando em quatro turnos, três durante o dia e um à noite, atendendo a oito grupos de pacientes em hemodiálise. O quarto turno foi criado devido à grande procura de pacientes encaminhados para fazer a hemodiálise.
A máquina de hemodiálise, como máquina precisa estar em funcionamento perfeito para ser usada pelos pacientes e, por isso, os responsáveis mantêm técnicos de prontidão para qualquer emergência, afinal essas máquinas funcionam ligadas ao corpo do paciente e movimentando todo o sangue dele, filtrando-o ao máximo que puder, procurando substituir os insubstituíveis rins.
No Estado do Amapá não são realizados transplantes de rim, uma das alternativas para o paciente renal crônico. Os pacientes daqui procuraram centros em outras cidades como: Fortaleza, Porto Alegre, Joinville, entre outros.
Acontece que o tratamento fora de domicílio obriga ao enfrentamento da burocracia local, a alegação da falta de recursos para os pagamentos decorrentes, e lentidão do processo que, muitas vezes abre a porta para a desistência ou para a morte do paciente.
Os médicos nefrologistas recebem o apoio de uma equipe muito boa de enfermeiros, auxiliares de enfermagem, técnicos em enfermagem que exercitam a dedicação como modo de tornar aquele momento menos difícil, mesmo sabendo que nem sempre o resultado é o esperado ou imaginado.
Uma mesma pessoa administra a unidade de nefrologia do Hcal, em Macapá, e a unidade de nefrologia do Hospital de Santana. Essa situação prejudica, sobremaneira, a gestão que, ausente em pelo menos um turno, se vê obrigada a agir sempre com atraso e chega a não perceber a aglomeração de acompanhantes e pacientes, próxima ao balcão de atendimento, ambiente apresentado como sala de espera.
O laboratório de análise de sangue dos pacientes em hemodiálise nem sempre está funcionando. Este ano de 2020, por exemplo, o laboratório não foi usado para um exame sequer. A alegação principal é a falta de pagamento dos prestadores do serviço. Mesmo sabendo que os resultados dos exames são fundamentais para a tomada de decisão dos médicos.
Durante uma sessão de hemodiálise de 3 horas, há 13 passagens completas do sangue do paciente pelos filtros da máquina e, nesse processo os nutrientes são retirados juntos com as impurezas. Um dos efeitos imediatos é o aparecimento ou agravamento da anemia em quem se submete ao processo, além do risco de ataques que enfraquecem os ossos.
A cada sessão o paciente é puncionado duas vezes para permitir a movimentação do seu sangue fora do organismo e pelo mecanismo da máquina. Um processo que exige a ligação, por dutos, do paciente à máquina, que não pode parar durante a sessão.
Há um ano eu estou dependendo da máquina, acompanhando o não funcionamento autônomo dos meus rins, assim como outros que no Amapá e pelos outros estados do Brasil se submetem a esta alternativa que não trata, mas mantém a vida.

domingo, 5 de abril de 2020

Nota pública de empregados e empregadores do Estado do Amapá


Rodolfo Juarez
Acabou a paciência dos empresários e trabalhadores do centro comercial da cidade de Macapá, como de todo o Estado do Amapá, com suas representações sindicais e associativas perante o Governo do Estado e a Prefeitura de Macapá, nesse momento de extrema gravidade econômica para o setor de serviço.
Os últimos dados oficiais divulgados referentes à composição do PIB do estado apresentam o setor terciário, também conhecido como setor de serviços, englobando as atividades de serviços e comércio de produtos, como responsável por 85,8% da composição, o setor secundário, o da indústria, por 9,9% e o setor primário, o da agricultura, por 4,3%.
Mesmo com toda essa dimensão para a economia do Estado, o setor terciário (comércio e serviço) não foi compreendido quando reclamou da forma como foram tomadas as medidas restritivas ao funcionamento do comércio e do serviço, golpeando, de morte, as atividades e as pessoas que viabilizam o seu funcionamento.
A nota pública veiculada no dia 2 de abril deste ano corrente, para conhecimento de toda a sociedade, pelos trabalhadores do centro de Macapá manifestando a sua indignação contra “as medidas relacionadas ao funcionamento do comércio local, tomadas a partir de informações e orientações da Federação do Comércio do Amapá (Fecomércio)” demonstra que os empresários e funcionários do comércio não estão satisfeitos com a representação que têm, inclusive com a inércia da Associação Comercial e Industrial do Amapá (ACIA).
A nota pública considera que a Federação do Comércio é uma entidade dirigida “por pessoas que desconhecem a realidade econômica do estado” e, por isso, “não representa, nem de longe, os comerciantes que atuam no centro de Macapá”, incluindo camelôs, vendedores ambulantes, prestadores de serviços, comerciantes e funcionários do comércio.
Lamentam o descaso da Fecomércio, da Associação Comercial, dos sindicatos patronais e de trabalhadores, pelo fato de nenhuma dessas organizações terem reunido com os comerciantes, ou prestadores de serviço, ou ambulantes, ou camelôs procurando explicar o cenário devido ao novo coronavírus e, simplesmente concordado, sem qual quer consulta aos diretamente afetados e seus mantenedores, com os decretos que foram baixados pelo prefeito de Macapá e pelo governador do Estado do Amapá.
Os trabalhadores do centro do comércio declaram na nota pública que entendem e respeitam as medidas sanitárias de contenção epidemiológicas, entretanto, garantem que têm condições de manter o funcionamento do comércio sem desrespeitar tais medidas, na forma como vem acontecendo em outras cidades brasileiras.
Os trabalhadores do comércio, incluído ai os empresários e prestadores de serviço, entendem que teriam que ser ouvido antes que as medidas, que os afetam diretamente, serem tomadas, pois poderiam vê-las melhoradas ou mesmo, se extrema, tomadas com a participação dos diretamente interessados, além dos clientes.
Já adiantaram os que assinaram a nota pública que estarão formando uma comissão de representantes do comércio para buscar a interlocução junto ao poder público estadual e municipal em busca de solução, não apenas para a questão particular de cada qual, mas para a própria economia do Amapá.
Não é porque estamos enfrentando uma pandemia que apenas os poderes públicos, que existem para gerenciar os interesses da sociedade, nesse momento saibam de tudo e não precise de ninguém.
Os geradores de emprego e renda precisam ser ouvidos antes de verem finalizadas as propostas para a solução que lhe pode impor sacrifício extremo, como o de perder a sua única fonte de renda.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Muitos estão querendo a última gota da teta.


Rodolfo Juarez
Do alto dos meus quase 74 anos de idade tenho observado a ação de uma geração de políticos, dirigentes e jornalistas completamente despreparada para enfrentar uma situação urgente e exigente, que mesmo tendo a sua origem ou nascedouro no continente asiático, por causas até agora desconhecidas.
Sabe-se que tudo começou na China, um país com mais de um bilhão e quatrocentos milhões de habitantes, vivendo em um território de 9.572.900 km2, o que dá uma média de 146 hab/km2, com grandes concentrações populacionais em algumas regiões.
Foi em uma dessas regiões, aquela onde está situada a cidade de Wuhan, a origem da pandemia de Covid-19 que, após dois meses quarentena, os 11 milhões de habitantes do município chinês, já estão tendo acesso a lojas e shopping.
Ninguém pode esquecer que a República Popular da China, que compreende a China continental, a ilha de Hainan e algumas ilhas do Mar da China Meridional, é uma república socialista dirigida por um único partido, o Partido Comunista da China.
As eleições na China são baseadas em um sistema eleitoral organizado de forma hierárquica, no qual o Congresso do Povo de cada local é eleito por meio de voto direto. O Presidente da China e o Conselho de Estado são eleitos pelo Congresso Nacional do Povo, constituído por 2980 pessoas. O regime não é democrático.
O Brasil, com mais 210.000.000 de habitantes, nos limites de uma área de 8.514.876 km2, e com uma densidade média de 24,66 hab/km2, dois meses depois de conhecer o que vinha acontecendo na China, ainda se atrapalha para executar um programa que atenda a expectativa de todos.
Ao contrário, o que está acontecendo no Brasil atualmente é uma disputa irresponsável dos dirigentes atuais, por cargos públicos no futuro. Uma briga inventada para medir força, instalada pela irresponsabilidade daqueles que deveriam ter cuidado com o que falam e o que fazem.
Em um cenário em que todos parecem querer “mamar na teta” da União, onde enxergam a solução para os seus próprios problemas.
Dá a impressão que querem se aproveitar do momento, aonde vêm uma oportunidade de exercitar modelos gerenciais inconfessáveis e se valer de um momento extraordinário para a população, a principal sacrificada, para medir força, ou mostrar que têm força no cargo que lhe foi dado pela mesma população que o elegeu para ser mandatário dos seus interesses.
O serviço de saúde oferecido aos brasileiros, por estes mesmos que estão baixando decretos para manter a população em casa, discriminar os idosos, principalmente os de saúde frágil, sob um argumento que não tem qualquer certeza.
Nesta queda de braço entre os políticos, as empresas de comunicação descobriram um veio de ouro que exploram, sem escrúpulo ou ética, no sentido de abastecer suas próprias contas bancárias, contaminando as informações e conduzindo jornalistas amadores e profissionais a se alinhar com esse ou aquele pensamento, tendo em troca um reforço na receita ou, caso contrário, ser alijado do processo.
O modelo nacional contaminou os modelos estaduais e municipais e transformou a informação em desinformação e a notícia verdadeira em notícia falsa, confundindo a população que precisa ficar atenta para não ser iludida, nem lograda.
Mesmo com todo esse comportamento reprovável, a criatividade e a irresponsabilidade dão a impressão que não chegaram ao limite, e os seus animadores continua fustigando, esquecendo o principal objetivo da notícia, e atuam usando o exagero e a maneira que interessa a cada qual, sabendo que o objetivo é “se dar bem”.
Nem mesmo os mais experientes comunicadores escaparam. Foram contaminados e cambaram para o lado mais fácil e estão se afundando até o pescoço juntos com aqueles que dizem proteger.