quinta-feira, 23 de setembro de 2021

O rapaz das fotos

 Rodolfo Juarez

Esta semana, a bordo de um dos taxis que faz ponto no “escritório” da Rua São José com a avenida Coaracy Nunes, quando ia visitar um cliente, conversávamos, eu e o taxista, sobre o dia a dia nosso e de todos.

Falávamos sobre o presidente da República, o Governador do Estado e o prefeito de Macapá. Eu aproveitando a sabedoria do taxista e ele me indagando querendo saber a minha opinião.

Ambos francos e falantes quando nos aproximávamos do sinal luminoso do cruzamento da Rua São José e a Avenida FAB.

No cruzamento destas duas importantes vias do sistema viário macapaense, duas situações nos chamaram a atenção e acabou sendo objeto de comentário: uma a manobra que os ônibus fazem quando deixam a “parada” da Praça Barão do Rio Branco, em frente a uma loja de departamentos; em outra situação, membros de uma família portando cartazes com fotografias de uma paciente renal, pedindo ajuda para deslocamento para outro centro, que não Macapá, para, como estava escrito nos cartazes, “fazer um transplante de rim”.

Naquele momento o carro-taxi, em que estavam o taxista e eu, foi espremido por um ônibus naquela manobra maluca e que persiste há um bom tempo. Reclamações daqui e dali, entraram em um acordo, o taxista e o condutor do coletivo, depois que ambos e eu, colocamos a culpa na CTMac. Valha-nos Deus!

A outra questão, aquela em que os familiares pediam ajuda para o paciente fazer transplante de rim, mereceu maior atenção de minha parte, principalmente depois que o taxista foi informado por mim, que estou com 75 anos e que sou Paciente Renal Crônico desde 2014 e que faço hemodiálise às segundas, quartas e sextas-feiras, desde aquele ano, para suprir a necessidade do meu organismo que precisa funcionar sem os rins estarem em atividade.

Quando ia informar para um dos familiares da pessoa que estava nos cartazes pedindo de ajuda, o sinal abriu e só deu tempo de falar rapidamente com o rapaz do cartaz. Disse eu: “procura a Unidade de Nefrologia do Hospital das Clínicas Alberto Lima que o paciente será assistido por médicos nefrologistas, enfermeiros e técnicos em enfermagem, além de psicólogos e fisioterapeutas. Não ouviu mais quando gritei: “Esse pessoal está preparado para receber os pacientes e encaminhá-los para a fila dos transplantes, mantida e financiada pelo SUS”.

Não deu tempo. Logo em seguida estávamos “entrando” na Av. FAB, levando a preocupação por não ter podido melhor orientar os familiares do rapaz das fotos que estavam ali desde o começo da manhã.

 

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