Rodolfo Juarez
Apesar dos
frequentes episódios de violência em decorrência de rivalidade entre torcidas,
o futebol continua sendo uma das principais preferência dos brasileiros, que o
fazem em nome do lazer e da paixão pelos times representativos dos clubes pelos
quais torcem.
Nem todos os pontos
são comuns para as diversas regiões brasileiras, mas na maioria delas foi
despertado em tempo próprio a paixão do torcedor pelo seu clube que passa a
chamar clube do coração.
A imprensa
esportiva, um dos principais sustentáculo de todos os eventos, ganhou
importância, estabeleceu-se, profissionalizou-se e tornou-se um dos principais
elementos de construção do que passou a ser chamado espetáculo esportivo, um
jogo de futebol.
As competições
locais, chamadas de campeonatos estaduais, foram esvaziadas pelos campeonatos
nacionais, seja o nacional propriamente dito, dividido em série (A, B, C e D),
seja a Copa Brasil, uma competição que permite o entrelaçamento de todas as
séries, basta que para isso seja campeão de alguma coisa regional e oficial, ou
que seja ranqueado no ranking da Confederação Brasileiro de Futebol.
A Confederação é
uma entidade formada pelas federações estaduais, estas diretamente formada
pelos clubes filiados e diretamente responsáveis pela realização dos
campeonatos estaduais, dispondo de toda a estrutura necessária para essa
“primeira instância do futebol”, com tribunal próprio, colégio de árbitros e
administração esportiva.
Faz tempo já que as
federações estaduais se profissionalizaram. No Amapá, que passou muito tempo
como Território Federal, não havia essa profissionalização, o futebol era
amador, uma realidade muito diferente daquelas que já experimentava o profissionalismo.
Com a transformação
de Território Federal para Estado, o Amapá passou a enfrentar realidades,
também no esporte, que parece não teve facilidade para lidar.
A transformação
açodada, apressada e inoportuna, do amadorismo para o profissionalismo, atendeu
a vontade de uma minoria que sentiu a falta da maioria que, aos poucos, sem
qualquer preparo, foi ficando pelo caminho, perdendo espaço para oportunistas
que viam o futebol como escada e não como objetivo final.
Desde 1991 quando
foi jogado o primeiro campeonato de futebol entre clubes ditos profissionais
(uma vez que profissionais não eram), começaram as dificuldades dos clubes e,
consequentemente, dos dirigentes, que passaram a assinar como profissionais e
trabalhar como amadores.
Os direitos dos
clubes e das federações passaram a ter uma lei. Uma lei elaborada, debatida e
aprovada pelos legisladores, a maioria deles sem cuidar das federações
estaduais de futebol, que passaram, “na marra” as administrações amadoras para
profissionais.
O Amapá padece
desse profissionalismo de fachada que não é compreendido ou praticado pelos
dirigentes de clubes que, com as novas relações trabalhistas do dia a dia, se
afundaram em dívidas com os membros da comissão técnica do clube e os
jogadores.
Passamos então a
viver, com as raras e honrosas exceções, com um sistema profissional onde o
clube, como entidade, faz de conta que paga e os jogadores, que fazem de conta
que recebem.
Para atrapalhar
mais a situação do futebol no Amapá, foi juntado o interesse político, com o
interesse esportivo. Como o interesse esportivo pesa muito menos, sempre fica
em desvantagem, tanto que o estatuto da entidade é manipulado conforme favorece
os dirigentes atuais de clubes e da própria federação.
O resultado
esportivo é estampado no resultado dos jogos em casa, por competições
nacionais, como o de quarta-feira, dia 02/03, quando o time local, além de
fazer um seu primeiro jogo oficial do ano, fez um só jogo e foi eliminado pelo
clube paraense.
A desvantagem é
tremenda e, a continuar assim, nada a esperar.
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