quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Eleições 2022 no Amapá: O segredo do voto válido

Rodolfo Juarez

Mesmo a 15 dias do encerramento da campanha eleitoral muito dos candidatos aos cargos de deputado federal e deputado estadual, estão confusos ou não sabem qual a regra que estão enfrentando. Aos candidatos, se juntam algumas das coordenações que, ao invés de procurar tirar as dúvidas emitem suas próprias opiniões que nem sempre estão conforme a Lei das Eleições, o Código eleitoral ou as Resoluções baixadas pelo TSE.

Números importantes para as eleições de 2022 devem ser conhecidos e trabalhados pelos candidatos e suas equipes de coordenação, para mostrar aos eleitores, principalmente aqueles que atendem ao chamado para as reuniões, o que precisam ser feitas para “garantir” a eleição.

Um dos números é o de eleitores aptos a votar em todo o Estado nas eleições de 2022. Divulgado em julho deste ano pelo TSE, o total de eleitores aptos a votar no dia 2 de outubro é de 550.687.

Em 2010 o número de eleitores aptos a votar, em todo o estado do Amapá foi 420.331, em 2014 estavam aptos 455.368 e em 2018 estavam aptos 511.824. Uma boa interpolação matemática explica o comportamento eleitoral nestes 12 anos.

O histórico das eleições brasileiras tem mostrado que, provavelmente, pelo fato de ser obrigado o sufrágio, o eleitor desafia a obrigatoriedade e não comparece à seção eleitoral onde está inscrito para votar. Esse não comparecimento é chamado de abstenção, um número importante que o candidato precisa estimar.

A melhora forma de fazer essa estimativa é analisando as abstenções das últimas 3 eleições: 2010, 2014 e 2018.

Em 2010 não compareceram para votar 62.539 eleitores (14,87%); em 2014 não compareceram 47.522 eleitores (10,43%); e em 2018 não compareceram 85.442 eleitores (16,69%).

A análise é feita com a utilização dos percentuais pois, assim, diminuem as variáveis e aparece a possibilidade de prever a abstenção para este ano de 2022. O resultado da análise e dos cálculos indicaram que em 2022 não compareceriam para votar em torno de 70.000 eleitores, o que representaria uma abstenção de 12,71%.

Tanto o número de eleitores aptos a votar, como a abstenção verificada com a ausência dos eleitores nas suas respectivas seções, é fixo e, por isso, se mantem nos cálculos para deputado estadual e deputado federal, como também para as eleições de senador e governador.

As outras duas variáveis são o número de votos nulos e o número de votos em branco que precisam ser previstos para, então, se chegar ao número de votos válidos.

São os votos válidos que serão decisivos para os cálculos finais dos números de vagas. Este ano, com a impossibilidade de coligações (ajuntamento de partidos) nas eleições proporcionais, foram pedido registro de 17 nominatas, com 154 candidatos ao cargo de deputado federal. Como são apenas 8 vagas, isso quer dizer que, pelo menos 9 nominatas não elegerão representantes para a Câmara Federal.

Para deputado estadual são 18 as nominatas, com 364 candidatos e 24 vagas, aqui, pelo menos, o número de nominatas é menor do que o número de vagas.

O ano de 2022 se torna, assim, as eleições proporcionais com mais candidatas e candidatos desde que passamos a eleger deputado estadual em 1990.

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