Rodolfo Juarez
No começo deste
ano, quando os recursos disponibilizados para o município de Macapá, através de
emendas parlamentares, passaram a fazer parte do cronograma de desembolso mensal
da prefeitura da capital, se teve a impressão de que, desta vez, a cidade
passaria a oferecer melhor qualidade de vida aos seus habitantes e melhor
aspecto, aos seus visitantes. Todos juntos trabalhando pelo bem comum.
As aberturas das
frentes de trabalho, mesmo com o estabelecido na origem da captação dos
recursos e com o direcionamento da destinação acertada no convênio firmado
entre o município e o órgão controlador da liberação, o volume animava a
população que observava melhorias no oferecimento dos serviços públicos.
Mesmo durante o
inverno do primeiro semestre de 2022, que foi até meados de maio, os trabalhos
estavam sendo realizados. A população comentava, de forma positiva, muito
embora cautelosa, o desempenho da equipe do prefeito do município de Macapá.
O começo da
campanha dos pré-candidatos acelerou o processo de prestação de serviços no
município por parte da prefeitura. Todos os agentes públicos trabalhando com o
objetivo de mostrar serviços, cada um respeitando a individualidade eleitoral
do outro até o momento em que foram feitas as escolhas.
No momento das
escolhas não foi levado em consideração, pela administração municipal, a
importância dos agentes públicos que alimentavam o cofre da prefeitura com as
verbas das emendas parlamentares e das transferências governamentais.
Na escolha do lado
houve a cisão.
Sabia, o prefeito,
que a população tinha a informação comprovada de quem era o principal
abastecedor financeiro do cofre da prefeitura com a destinação de recursos das
mais variadas fontes federais, mesmo assim, escolheu, livremente, o seu caminho
político.
Era tudo ou nada.
Ninguém sabe se o prefeito considerou, na empreitada, que dispensando os
cooperadores, enfrentaria a maioria dos eleitores.
Assim, escolheu a
sua esposa para ser candidato ao mesmo cargo que, sabia ser o a pretensão do
seu principal cooperador da gestão, o senador que, incansavelmente e com base
no trabalho que vinha propondo há 8 anos, lutaria pela reeleição. Para
completar e por livre escolha, resolveu apoiar o adversário do principal
candidato ao cargo de governador que, também sabia ter o apoio do senador.
A divisão política
atual estabelecida não deixava dúvidas e confirmava a certeza deixada pelas
eleições de 2020. Sabiam todos que a cartada o prefeito era audacioso,
arriscada e definitiva, mesmo entendendo que, em política, “nada é definitivo”.
Neste momento, no
final do exercício de 2022, está o prefeito sentindo falta dos recursos que
gastou antecipadamente devido à campanha do “tudo ou nada”, tendo que dispensar
profissionais treinados de um setor delicado da gestão, o da saúde, e com
necessidade de propor a Câmara de Vereadores que lhe dê autorização para
contrair um empréstimo de 200 milhões de reais para os munícipes pagarem.
Quando a cabeça não
pensa o corpo padece, uma sentença que cabe aos gestores da atual administração
municipal.
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