segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Sete de Setembro: os candidatos a déspota vão ter que esperar outra encarnação

Rodolfo Juarez

Quando nasci, em 19 de maio de 1946, já havia se passado 124 anos do dia em que o príncipe regente, D. Pedro I, às margens do rio Ipiranga, na cidade de São Paulo, deu o "Grito da Independência", no dia 7 de setembro de 1822 marcando a Proclamação da Independência do Brasil de Portugal.

De lá para cá outros 79 anos se seguiram e há 71 anos venho participando diretamente, desde os 9 anos de idade, das comemorações desse acontecimento, como marco histórico fundamental para a nação brasileira, celebrando o dia em que foi proclamada a separação do Brasil de Portugal e a instauração do Brasil como uma nação independente, marcados por desfiles cívicos-militares, celebrações cívicas e momentos de reflexão sobre a história do país, a cidadania e a identidade nacional.

Hoje, como antes, se sabe que D. Pedro de Alcântara, o Príncipe Regente, não chegou sacando da espada, gritando “independência ou morte”, houve antes um longo processo iniciado por D. João VI, pai de D. Pedro de Alcântara, especialmente depois da designação de José Bonifácio de Andrade e Silva, funcionário da Coroa Portuguesa, para assessorar D. Pedro, seu filho.

José Bonifácio de Andrada e Silva foi decisivo na independência do Brasil por sua influência sobre D. Pedro I, a quem aconselhou a ficar no Brasil e romper com Portugal em 1822 o que foi declarado no dia 9 de janeiro de 1822 no episódio conhecido como “o Dia do Fico”. Por sua liderança política e militar, José Bonifácio passou para a História com o codinome de Patriarca da Independência 

Ele foi o arquiteto do projeto de independência, defendendo a manutenção da monarquia constitucional com D. Pedro I no poder com o objetivo de evitar fragmentação do território brasileiro, tendo sido fundamental na organização da defesa do país, inclusive com o apoio do Almirante Cochrane. 

Em 1821, a Corte Portuguesa exigiu o retorno de D. Pedro a Lisboa e foi José Bonifácio, a pedido do príncipe regente do Brasil, quem escreveu uma carta que o influenciou a permanecer no Brasil, o que culminou no episódio do "Dia do Fico" e na decisão pela independência.

Após a independência, José Bonifácio foi nomeado ministro de Negócios Estrangeiros quando organizou as ações militares para combater os focos de resistência à separação de Portugal, contando com a ajuda de importantes figuras como o almirante Thomas Cochrane.

Thomas Cochrane defendeu e consolidou a independência na Bahia, no Maranhão, no Pará e no Piauí, trabalhando para expulsar as forças portuguesas e restabelecer a ordem política e administrativa naquelas províncias do Brasil contra os grupos que ainda eram leais a Portugal. 

Foi José Bonifácio que, em 1823, propôs a construção de uma capital no Planalto Central para a sede do governo, ideia que visava a integração do território, algo que só se tornou realidade mais de um século depois, com a construção de Brasília. 

 Passados todos esses anos, estudando regimes para conhecer ou convivendo com eles, conhecendo estadistas como  Juscelino Kubitschek, entreguistas como João Gulart, presidentes do período da ditadura militar, presidente da transição e que fez de tudo para permanecer no cargo, até chegar no atual estágio de um presidente que não se preocupa com a base de uma nação feliz – a paz social.

Estamos em um momento de extrema preocupação política com a desobediência conveniente da Constituição Federal vigente, com brasileiro agindo contra o Brasil para enfrentamento de um governo que age contra a população brasileira.

Por outro lado, o Brasil é uma grande nação, muito maior que os sonhos dos candidatos a déspota ou aproveitadores de suas riquezas. Há 203 anos o Brasil é um país com vocação democrática e isto tem que ser honrado e mantido a qualquer custo.

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