domingo, 16 de novembro de 2025

Falta civismo e sobra cinismo.

Rodolfo Juarez

Não faz tempo que os brasileiros faziam questão de celebrar suas conquistas, festejar os conquistadores e se mostrar disposto a se alinhar a uma definição que levava a tudo isso ao civismo.

 As pessoas definiam o civismo como uma prática de valores e atitudes no cotidiano que demonstram respeito ao interesse público, às instituições e normas da sociedade, e o amor à pátria. Um termo que se entrelaça com a cidadania, designando o engajamento ativo do cidadão na vida pública para o bem comum.

O civismo chegou a abranger tanto manifestações simbólicas quanto ações práticas e até, identificar aspectos que estavam no centro forte do civismo brasileiro, com o cumprimento da legislação e das normas sociais como um aspecto fundamental do civismo, essencial para a harmonia e o bem-estar coletivo.

Nesta linha havia procedimentos que se refletiam no cuidado com o bem público e o patrimônio, com a proteção do patrimônio histórico, cultural, ambiental e os espaços públicos, como ruas, praças e instituições.

Esse cuidado se estendia à valorização dos símbolos nacionais como a bandeira, o hino nacional e as tradições históricas nacionais e locais. Havia dedicação aos interesses públicos e a participação estruturada na vida coletiva e nos processos democráticos, elementos-chave para o respeito, a interesse e a vontade de celebrar cada momento que pudesse contribuir para o desenvolvimento humano.

Os mais saudosos não perdem a oportunidade de destacar que havia a promoção de uma educação cívica com possibilidades de desenvolver a reflexão, a urbanidade e a probidade que, com forte componente ético era vista como essencial para formar cidadãos conscientes.

Outros qualificativos sociais, como empatia e urbanidade estavam sempre presentes nas relações interpessoais e o respeito pelos limites dos outros, fatores indispensáveis para uma convivência pacífica e civilizada.

Dessa forma o cidadão brasileiro tinha vontade em exercer o direito e dever cívico de participar das eleições, das comemorações nacionais como 7 de setembro, 15 de novembro e 19 de novembro e das comemorações locais, como 13 de setembro, dia da data magna do Estado do Amapá.

É dessa formação cívica que nascia, para o cotidiano, atitudes como respeitar às normas e a segurança coletiva, cuidar do espaço público e do meio ambiente, proteger o interesse público e combater a corrupção.

Se pode dizer que a população brasileira caminhava para além dos atos formais, através de uma virtude que se manifestava na conduta diária do cidadão responsável e engajado com o bem comum e os valores democráticos do país.

O que aconteceu com tudo isso? O que aconteceu com o civismo?

Amanhã, 19de novembro por exemplo, se comemoraria o Dia da Bandeira Nacional, hoje se estaria esperando a população para demonstrar respeito e orgulho de um dos seus maiores símbolos. Mas nada disso vai acontecer!

Aqui acola, como “ossos do ofício” não como civismo, vai se ter declarações do que representa a Bandeira Nacional.

A sociedade brasileira precisa mudar o rumo de seus interesses e o civismo pode ser o começo de muita coisa, inclusive resgate do amor e do respeito perdido pelo Brasil, seu povo e sua História. 

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