quinta-feira, 5 de junho de 2014

O BRASILEIRO ESTÁ DESCONFIADO
Rodolfo Juarez
A seleção brasileira finalmente entrou em campo nessa fase final de preparação pra a Copa do Munda da FIFA que começa no dia 12.
Foi um jogo que serviu para mostrar que não são “favas contadas”, para ninguém, inclusive a seleção brasileira, nem o título de campeã e nem mesmo a classificação na primeira fase.
Enfrentando um adversário muito fraco, atualmente e historicamente, a seleção brasileira precisou desafiar a incompetência do sparing para ganhar confiança e sair para vencer a partida.
Teve necessidade do talento individual de alguns jogadores para, então, poder acalmar o torcedor que não se empolgou com o que viu no Estádio Serra Dourada, em Goiânia.
Coletivamente – e o futebol é coletivo -, não se viu qualquer evolução. Parecia que os jogadores estavam jogando cada qual no seu próprio time. Foram raras as jogadas em que se pode observar parte do que se tem notícia que cada um deles joga.
Um goleiro inseguro que exige cuidados especiais dos defensores em cada bola que vai na direção do gol e que deu mostras de que não está pronto para enfrentar todas as reviravoltas que tem um jogo. Falta-lhe confiança, inclusive, presença no comando da zaga na grande área.
Uma zaga que precisa de mais coordenação no momento que justifica a presença de 3 ou 4 jogadores na defesa. A falta de um dos considerados titulares bastou para que os demais deixassem um sentimento de desconfiança no torcedor.
No meio de campo, normalmente onde estão as garantias da seleção, muito mexido e modificado, tanto no estilo de jogo como no posicionamento dos atletas, prejudicou demais a evolução do sistema de jogo como um todo.
As modificações foram importantes para esse setor que pareceu o mais fraco do time durante o jogo, um espaço onde não aconteceu nada de extraordinário e que, na primeira parte do primeiro tempo levou desvantagem no confronto com os adversários que estavam, simplesmente, “batendo uma bola de final de semana”.
Com as alterações havidas no segundo tempo e já contando com o cansaço dos gordos adversários, a bola correu mais, o tempo de permanência da bola, com os jogadores brasileiros melhorou e se pode observar alguma criatividade.
O ataque, não fosse as facilidades oferecidas pelos zagueiros adversários e a habilidade individual de alguns dos jogadores brasileiro, não teria funcionado.
O placar de 4 x 0 – veja bem -, 4 x 0 serve para a propaganda dos jornalistas das emissoras que detêm a autorização para transmitir os jogos.
Esse é outro ponto que deve estar pronto para ser derrubado, não só por causa dos males da exclusividade, mas porque essa exclusividade está alienando muitas pessoas a teses indefensáveis e aonde precisa ser chamada a atenção dos que dirigem a seleção brasileira e o futebol brasileiro.
Mas esse foi o primeiro jogo treino. Ainda tem outro no final de semana e os brasileiros estão atentos, muito diferente daqueles brasileiros que foram manipulados principalmente nas copas de 94 e 2002.
O torcedor de agora quer mais informação, quer outras coisas, muito mais do que ficar alegre no memento da vitória.

A enganação havida com relação ao “legado da copa” precisa ter os seus efeitos analisados pelos gestores públicos, pois, o brasileiro não está disposto a jogar os seus problemas para debaixo do pano, para expô-los apenas a partir do dia 13 de julho quando a copa acabar. 

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