Rodolfo Juarez
As
mulheres e os homens podem perder muita coisa, mas precisam preservar a
sensibilidade e os princípios de humanidade. Nada pode justificar, em quaisquer
circunstâncias, medidas tomadas que despreze o histórico ou a história de uma
pessoa ou de uma família, ou de um povo, principalmente quando esta medida é
tomada em nome de uma população que o escolheu imaginando ter capacidade para
decidir no sentido do bem comum.
As
dificuldades que os gestores públicos têm que enfrentar, neste momento,
independente do continente, do país, do estado ou da cidade que se propõem a
administrar é uma realidade, por isso a administração não pode ser entregue a
quem não tenha o mínimo de preparo.
Já foi
possível noutros tempos... Mas agora não é. Todos precisam estar preparados
para ter responsabilidade nos gastos do que é arrecadado em nome de todos. A
fase pode ser até de transição, onde alguns acabam sendo envolvidos por um
procedimento e tendo que, por esse procedimento responder. Outros não. Já
tiveram tempo para compreender a nova realidade e a necessidade de saber
praticar, de acordo com sua sensibilidade, os princípios de humanidade em
perder a sensibilidade.
O
primeiro ato administrativo para o mandato 2019 a 2022, o governador do Amapá
assinou o Decreto 0001, de 2 de janeiro de 2019, criando o Comitê do Controle e
Qualidade do Gasto Público (CQG), com o objetivo de, de forma permanente,
controlar e monitorar os gastos do Executivo Estadual.
O
governador colocou para coordenar o “projeto” o vice-governador do Estado,
Jaime Nunes. Segundo o próprio Decreto as adequações visavam controlar e
quantificar os gastos públicos, racionalizando os recursos disponíveis, sem
prejuízo na atividade de serviços essenciais à população.
Naquele
momento o Governo do Estado declarava as dificuldades que negava ter enfrentado
no passado recente – exatamente durante o período eleitoral – quando precisava
gastar o que gastou para poder se reeleger contando, descaradamente, com a complacência
de aliados políticos e auxiliares na administração que despertaram até a
desconfiança do vice-governador anterior, o medido João Bosco Papaleo Paes.
Passados,
na prática, três meses as medidas prometidas não surtiram os efeitos esperados
pela população que foi enganada vendo aqueles que trabalharam na campanha
eleitoral sendo exonerados ou tendo os seus contratos de trabalho encerrados,
sem qualquer estudo que indicasse que as medidas foram tomadas na linha da
justificativa constante no Decreto e nas explicações, dadas naquele dia 3 e que
não se confirmaram, mesmo alegando iriam fazer “um grande exercício para
identificar as necessidades dos setores”.
Tudo
conversa fiada. Nada mudou! Ou melhor, mudou e como exemplo cito o caso de um
cadeirante, de nível superior, que estava trabalhando da Escola de Música
Walkiria Lima e que antes, por falar bem francês e espanhol, trabalhava na
Secretaria de Estado do Turismo.
O
antigo servidor do Estado, deficiente físico desde quando nasceu, cadeirante,
músico e professor, entrou na lista da dispensa sem qualquer justificativa, a
não ser a de que ele não poderia subir as escadas da Escola de Música Walkiria
Lima devido o elevador nunca ter funcionado. O Ismael Carlos de Souza Barbosa
mora, atualmente, no Bairro Universidade e o vice-governador Jaime Nunes não
atende quem quer que seja da família. O Ismael precisa dessa visita.
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