Rodolfo Juarez
As
notícias nacionais, anteriores e as recentes, não são nada favorável ao
tratamento que é dado para a população brasileira nos pronto-atendimentos
públicos e nos prontos-socorros espalhados por todo o Brasil.
Mesmo
tirando os exageros apontados nos noticiários de televisão, jornal, rádio e
mídia social, ainda sobram muitas situações de claras dificuldades para o
sistema de serviço que é oferecido à população.
As
empresas gestoras de saúde, antes apontadas como solução para desafogar o
sistema de saúde dos estados e dos municípios, estão tendo problemas para gerir
o objeto do contrato, pela falta de transferência dos recursos que foram
pactuados nos acertos entre a gestão e a sociedade fornecedora de mão de obra
especializada, implicando no atraso de pagamento dos funcionários, redução no
atendimento dos pacientes e chegando à greve de servidores por falta de
pagamento.
Essa
situação é muito grave. Atinge aquele que mais precisam. Aqueles que têm
reduzida condição para fazer pressão e que decidiu confiar no sistema de saúde
eficaz prometido durante as campanhas políticas e que, em regra, não se
confirmam.
Este
cenário pode ser observado desde a unidade mais rica da federação, até aquelas
que ocupam os últimos lugares no atendimento à população, levando os cidadãos e
as cidadãs ao desespero quando são testemunhas das dificuldades ou mesmo do
falecimento daquele seu ente muito querido.
Esse
problema se revela, de quando em vez, em diferentes cidades brasileiras,
testemunhados por parentes e amigos dos maus-atendidos ou não-atendidos sempre
chocando a todos considerando o colume de recursos que é gasto no setor e os
resultados que são obtidos.
O
sistema de saúde do Governo do Estado do Amapá está empurrando os amapaenses
para os planos de saúde, entretanto os preços das mensalidades estão
completamente fora da capacidade de pagamento dos que precisam, seja pela falta
de renda das famílias, seja pelo custo muito alto dos planos de saúde.
O
Governo do Estado deve gastar, apenas com pessoal do setor saúde, em torno de
600 milhões de reais e outros 600 milhões com material, equipamento e serviço.
Essa despesa equivale a 24% do orçamento do Estado, abastecido pelas Receitas
Públicas, incluído o pagamento do SUS.
O setor
saúde do estado é o segundo maior contingente de funcionários que têm
vinculação de emprego direto com o Governo do Estado, com 7.098 servidores
entre funcionários efetivos, funcionários federais e funcionários com vínculo
precário (contrato administrativo), representando quase 22% da força de
trabalho, com vínculo funcional com o GEA.
Mesmo
assim os corredores do Hospital do Pronto Socorro estão lotados, da mesma forma
está longa a fila para cirurgias, as mais diversas no Hospital de Clínicas
Alberto Lima, as farmácias desabastecidas, os laboratórios sem fazer os exames
por atraso no pagamento do contrato, entre outros problemas igualmente graves.
A
Justiça do Amapá é frequentemente acionada para resolver problemas do setor
saúde no estado, tanto que os magistrados têm adotado o procedimento de acordo
entre as partes para, em mutirão resolver os problemas mais repetidos.
O ano
de 2020 precisa melhora o sistema de atendimento do setor saúde do Estado para
a população que precisa e chega a implorar nas situações mais graves.
Em
forma de um derradeiro lamento!
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